O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 11, 2023

A grande tragédia do mundo actual



"A visão da mulher tem um papel importante na Obra de Alquimia. A mulher que se vê - companheira, amante, ou deusa iniciadora - é a projecção de um oposto a integrar nessa união superior a que se aspira.
É a força transformadora, ela mesma transformada - em mineral, vegetal, animal, ou ainda num dos elementos, ou um astro, ou logo em divindade
"(...) Y.K.Centeno


A grande tragédia do mundo actual é que ao deixar de haver essa Mulher anima deixou de haver Homem animus, para se criar uma coisa hibrida como humanos e que já não são nem homens nem mulheres, remetendo-nos para uma grave psicose, uma crise de identidade, a que estamos a viver, em que a desordem e o desequilíbrio das partes constitutivas de cada ser humano - anima animus, yin e yang - são anuladas e ninguém já saber quem é quem.
Perante esta DESORDEM generalizada, que é o panorama cultural em geral, queria apenas sublinhar que a prostituição do corpo da mulher se alargou ao seu útero e já não apenas ao sexo...e esta é sem sombra de duvida a maior aberração da história humana.
A mulher que era a esposa e mãe do homem, ao tornar-se "barriga de aluguer" prostitui o que de mais sagrado há na mulher, a maternidade, e deixará assim paulatinamente de ter qualquer papel significativo dentro do Sistema Patriarcal. E é precisamente aqui que atingimos a derrocada final deste Paradigma falocrático e do Império do ego masculino, pelo domínio e imperativo do Pai-filho, agora comprador directo do filho ao alugar-comprar o útero da mulher e prescindindo da função mulher-mãe que já não quer como "companheira"- porque cantor ou futebolista ou gay...mostra claramente a sua misoginia ou ódio à mulher; E e como se isso não bastasse temos agora não só os machistas da velha guarda, a extrema esquerda e como a extrema direita, a querer destruir a mulher e a mãe tal como os homossexuais e o lobby gay acabam de dar o golpe final...
Se não nos arredarmos deste caminho teremos em breve um mundo só de homens (?) onde a mulher não passa de um "verbo de encher", reduzida a uma travesti, uma coisa decorativa, facilmente substituída por bonecas de silicone - um mero corpo objecto...
No fundo o que os homens sempre sonharam: Um mundo sem mulheres, como diria a personagem Jazão da peça Medeia de Eurípedes
"Ah, se houvesse outra forma de gerar os filhos, sem a mulher, que feliz seria esta vida"
- Assim, perdendo a Mãe perde-se em definitivo a Matriz da Deusa e da Natureza para seguirmos para um mundo cada dia mais robotizado e pervertido ONDE A VERDADEIRA MULHER NÃO TEM LUGAR...

publicado em 2017
rosa leonor pedro



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