O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 20, 2023

EM BUSCA DE UM PRINCIPIO RENOVADOR



VIVER CONTRA A CORRENTE

Hoje em dia dá-me vontade e rir, sinceramente e deve ser pela idade avançada...e porque a única certeza que tenho é que nada sei, ver gente jovem, homens e mulheres ufanos de si, que se julgam arautos da verdade, guias e curadores de alguém...que ministram cursos e formações variadas e prometem coisas inacreditáveis e os "pobres de espírito" seguem e fiam-se em tais criaturas... meros predadores da energia alheia e do dinheiro dos outros.
Sim, eu gostava de saber de onde lhes veio essa luz salvadora dos outros, quem lhes outorgou esse poder e lhes deu a missão divina, quando em si mesmo, nada valem, ou valem o que todo o ser humano vale, mas no caso nada são senão egos insuflados e personas doentes, narcísicas, psicopatas, abusadores, que à força se querem impor aos outros como seres dotados e superiores?

A Psicologia mesmo que limitada é uma pequena ajuda na consciencialização do que somos a nivel da nossa psique, embora o grande mistério e a grande fraude persistam como formas de subjugação das massas...

Sim, a psicologia podia ser um trabalho essencial a nivel individual, com o nosso inconsciente (mesmo sendo tão vasto) e tentar descortinar as nossas sombras... perceber como as nossas memórias de outras vidas nos podem marcar a parida...e ... os nossos traumas de morte e nascimento, fobias de todos os tipos, medos e complexos imensos e eles estão quase todos ligados à Mãe...ao nascer e ao amparo que tivemos e não tivemos em crianças. Tudo tem a ver com a forma como fomos recebidos a nascença... No entanto nascemos como que por acaso, queridos ou enjeitados e somos uma espécie de abortos neste mundo quantificado e alienado onde nem a mãe nem o pai são conscientes da dimensão anímica dos seres nem do que representa o nascer ou da responsabilidade de ter filhos. Eles não passam de seres por sua vez igualmente marcados pela ignorância dos seus pais e que tentam corresponder de geração em geração a padrões de existência em que o ser humano não conta senão em função do dinheiro ou de uma importância social qualquer, se são ricos remediados ou pobres ou miseráveis. Crescemos assim, de pais ignorantes aprumados com o Sistema de valores em vigor, com crenças ou credos e de mães sem essa essência feminina nem consciência de si como mulheres, verbos de encher, literalmente. Tudo começa aqui.
Há um Deus Pai todo poderoso e estupido que a religião impingiu à humanidade para a dominar e controlar e que criou seres incapazes de sentir e pensar de acordo com a sua humanidade profunda que hoje desconhecemos. Eis um pequeno quadro pagão da nossa miséria civilizacional. Somos filhos de gente cheias de complexos, doentes e cuja crenças e formas de pensar precária nos condicionou a fazer as coisas "certas" pelo padrão medíocre familiar politico e social . Feudos e famílias "imperiais", aristocráticas e burguesas onde a riqueza nome e herança como comercio faz das relações todas obediência e mercantilismo, e chegamos a idade adulta e tudo isso se desmorona ou não.
E afinal o que somos nós dentro deste manicómio que é o mundo? Seres convencidos e arrogantes ou seres perdidos em busca de um caminho...
Precisamos pois voltar ao principio e procurar em nós a essência do ser em vez de nos perdermos na selva das ideias e dos credos que nos impingiram as famílias e o estado ou as escolas e universidades. 

Vivemos num mundo de escravos e somos escravos do trabalho e do dinheiro...enfim...TEMOS DE SAIR DELE...e isso só cada um(a) por si...dentro de si o poderá fazer. Encontrar a nossa MÃE é vital porque é encontrar a nossa origem perdida, a linha matrilinear e aceder a um saber ancestral...e por isso é visceral e humano e diz respeito a esta Terra! Quem não respeita a Mãe, não respeita Terra, não respeita a Mulher!
rlp


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