O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 28, 2022

SER MULHER OU NÃO SER MULHER



Ser mulher inteira!

EU SOU MULHER - e ser Mulher implica ter uma consciência de quem verdadeiramente somos num sentido único e diria quase absoluto e por isso é preciso saber discernir acerca das armadilhas e falsas premissas que nos afastam da nossa essência e grandeza. É preciso não ter medo de fugir ao Sistema e as suas patranhas sociais, os seus credos e propagandas! Querer ser essa mulher e ser fiel a si mesma e ao mesmo tempo defender as teorias e ideologias de género, o casamento gay, direito a adopção por pais monoparentais (não mães) assim como defender a transexualidade é uma enorme falta de consciência e sentido do que é uma mulher verdadeira. Podemos pensar que não, e confundir a nossa humanidade com a aceitação dessas ideologias e manobras ocultas do sistema que visa destruir a mulher e afastá-la da sua essência e divindade, para assim melhor a anular e confundir nas suas falsas promessas de liberdade e igualdade etc..
Por isso entendo que é urgente defender essa mulher em nós de todas essas ameaças patriarcais fundamentalistas e aberrantes da nossa espécie. Penso que seria inadmissivel haver mulheres que se julgam conscientes de si e que pensam ser apenas "democráticas e caridosas" ou humanistas e seguir o "policamente correcto" que defendam "causas perdidas" e as causas minoritárias que a sociedade desfralda para nos iludir e enganar ou esmagar com as suas manobras de destruição do sentido real da identidade humana, quer a nivel biologico do ser, quer a nivel cultural e religioso, como é misturar fundamentalistas islamicos ou seitas fanáticas com uma sociedade supostamente livre e democrática...


Sim, fazer o elogio da Mulher e da Beleza do feminino parece-me hoje mais do que nunca uma emergência face ao ataque cerrado de uma feminilidade cada vez mais longe da sua essência e à deturpação da mulher autêntica, a mulher real...seja pelos Mídea, pela moda, pela cosmética, pelo cinema, pela pornografia, e pelo espectáculo em geral; toda uma industria que vive a custa da imagem da mulher, e que apesar de difundirem imagens estereotipas de uma suposta beleza, ela é normativamente uma beleza fictícia que vai do género masculino, mulheres rapazes, travestis...mulheres sem seios e sem ancas, esqueléticas ou magras em extremo, até ao grotesco da mulher fatal, de seios volumosos cheios de silicone, tida como fetiche do imaginário masculino, há muitos anos já, tanto como a equilibrista dos saltos altos agulha ou a de lingerie vermelha e chicote, sado-maso das revistas e filmes porno...etc....quer agora esta violência crescente feita à Mulher essência pelas imagens degradantes de uma "mulher barbuda" cuja imagem é já completamente difundida pelas drag queens (sem pelos) e dos transsexuais...Não, eu não sou transfóbica, eu sou apenas uma mulher que quer ser Mulher inteira!
Mas qual é o drama? "Vive e deixa viver"...? Sim, mas é que, sem darmos por nada, nesta última década e aos poucos, cada vez mais, estamos a ser cerceadas e atacadas na nossa identidade biologica, negada a Mulher em si e as suas inerências, antes desvirtuadas de todas as maneiras ...e agora, ANULADAS pela ideologia de género...
Nada contra a "liberdade" dos Gay e Lesbicas, e tudo o mais que quiserem ser e inventem, desde que não mexam comigo e a minha identidade de Mulher...
Rlp


domingo, novembro 27, 2022

O SISTEMA IMUNITÁRIO ESPIRITUAL


Eles começam a sentir que algo está errado...


"Felizmente, alguns nascem com sistemas imunitários espirituais que, mais cedo ou mais tarde, dão rejeição à ilusória visão de mundo enxertada sobre eles desde o nascimento através do condicionamento social. Eles começam a sentir que algo está errado, e começam a procurar respostas. O conhecimento interior e as experiências exteriores anómalas mostram-lhes um lado da realidade que os outros não sabem, e assim começa a sua jornada de despertar. Cada passo da jornada é feito seguindo o coração em vez de seguir a multidão e escolhendo o conhecimento em vez dos véus da ignorância. ”


Henri Bergson

domingo, novembro 20, 2022

Com a fragilidade de tudo o que existe...



EM 2012 EU RECEBI ESTA MENSAGEM 

Não sei o que foi feito da Arielle, agora com 30 anos... Nunca mais soube dela do outro lado do mundo... e gostava tanto de saber dessa mulher menina que começou a ler este meu blog com 14 anos apenas...
Eu não parei como ela me pediu, mas não sei se ela parou de reflectir e seguir em frente um caminho diferente da mulher comum, se caiu nas mil tentações das mulheres jovens e de um destino incontornável ou não e se desviou dela mesma para cumprir o velho papel que cabe a toda a mulher de noiva e mãe...e esqueceu a semente da Grande Mulher que queria ser e intuia...
Gostava muito de lhe enviar um abraço e a esperança de que se tenha mantido lucida apesar de tudo o que nos desvia de nós mesmas e obriga a viver dentro deste Sistema que anula e aprisiona as mulheres...
Gostava de saber dela e do que caminho que fez depois ...   
Gostava que lesse o meu livro Lilith, a Mulher Primordial...
rlp

Rosa, (…)
Lendo seu blog, eu me sinto uma aprendiz ouvindo a sábia, uma sábia que vê com lucidez a realidade, e que me apresenta os caminhos para que eu ache a mim mesma... mesmo do outro lado do Atlântico, se houve uma iniciadora para mim, que desde os 14 (tenho 18 agora) me desvela segredos do mundo e reflexões que eu nunca tinha feito, essa Mulher foi a Senhora... eu sempre busquei algo diferente, não entendia por que não podia ser como as outras garotas, caladas, doces, sem essa chama que me queima... eu não tenho toda essa experiência, não tive tanto tempo para refletir sobre tudo, mas a Senhora me ensinou a ouvir meus instintos, meu útero, minha alma, minha dignidade, minha Fêmea interior... e ela me diz, por intuição, por um arrepio, o que eu devo fazer. Venho mergulhando em mim mesma sob sua orientação, creio que possa dizer, e desde lá não me encaixei mais por entre as outras. Talvez por ter começado tão cedo a lê-las, suas palavras tenham me tocado mais... eu não era moça feita, não tinha opiniões, família ou carreira formada. E hoje eu te agradeço do fundo do coração, Rosa, quando olho em volta e vejo quem me tornei. Não sou perfeita, sou cheia de dúvidas, às vezes tropeço pois também acabo influenciada pelas opiniões vazias dos que me cercam, mas eu sinto dentro de mim uma voz que faz coro com a sua ao ler essas palavras tão verdadeiras... creio que o medo seja parte do trajeto, ainda mais quando se nada contra a corrente e não há mais encaixe para alma tão grande quanto a sua... eu não posso nem imaginar o que sentes. Mas, pode ser egoísmo, peço-te que não pares. Por favor, não pares, Rosa, porque se mudares mais uma, duas, dez jovens como me mudastes, se elas espalharem sua semente como eu tento todos os dias fazer, esse mundo talvez possa mudar... todas tem a Deusa dentro delas. Basta acordá-la. Ou, pelo menos, assim eu gosto de acreditar... talvez seja ingenuidade minha. Desculpe pelo comentário grande. Beijos e obrigada de novo, Rosa.

Arielle

sexta-feira, novembro 18, 2022

AS RAÍZES TEMPERADAS DO NEOLÍTICO...



VEM LÁ... NOSSA MÃE DEUSA DOS BASQUES...


"Mari é a Deusa Mãe da tradição pagã basca. A sua origem, tal como a maioria dos mitos bascos, remonta à noite da nossa história europeia. A tradição basca tem as suas raízes na cultura europeia antes dos indo-europeus. Portanto, é um dos mais antigos da Europa, se não o mais velhos. A mitologia basca é uma oportunidade para nós, porque é a única que nos passou através dos tempos esta tradição que remonta ao antigo Neolítico. O resto da Europa é principalmente herança indo-europeia que deixou poucos vestígios de culturas neolíticas, enquanto com os bascos podemos estudar as estruturas do politeísmo muito antes dos indo-europeus.
Nas tradições pagãs indo-europeias, a figura da Deusa Mãe é principalmente Chtoniana, ou seja, relacionada com as forças da terra e do mundo subterrâneo. Há também uma Deusa Mãe Celestial separada, que geralmente é a esposa do Rei dos Deuses, no caso de Hera, Junon ou Frigg. Entre os indo-europeus, estes dois aspectos da Deusa Mãe são bem diferentes. Veremos que nos bascos, é diferente, porque Mari, a Deusa Mãe, ocupa ambos os aspectos, terrena e celestial. Simbolismos chtonianos e uranianos fundem-se na figura de Mari. E é aqui que podemos falar de um antigo legado neolítico, porque tudo parece sugerir que o culto feminino da Deusa Mãe foi muito mais proeminente neste momento distante da nossa história europeia.
Mari, nos textos bascos tardios, é apresentada como um gênio feminino, mas é claro que ela é de fato a antiga Deusa Mãe Basca. Alguns queriam acreditar que o seu nome poderia ter sido influenciado pelos Cristãos Maria, mas dado que o seu arquétipo é muito antes do Cristianismo, isso é improvável. Aliás, os cristãos não hesitaram em dar a Mari um aspecto diabólico, fiel ao seu hábito de demonizar o que não conseguiram cristianizar. Os linguistas acreditam que o seu nome viria do basco "Amari", um termo que se traduz como "o papel da maternidade. ” Também é possível que o seu nome venha de “Emari”, que se traduz para “Don, Cadeau. ” As duas últimas etimologias parecem lógicas porque se encaixam bem no perfil da Deusa Mãe.
Aqui está um breve resumo que destaca algumas representações comuns da Deusa Maria na mitologia basca. Cada descrição diz respeito ao aspecto Chtoniano (terrestre) ou Uraniano (celeste).
O marido está bem vestido.
Ela carrega em suas mãos um palácio dourado - (Urânio - ouro = símbolo solar).
Ela às vezes é vista no ar sentada numa carruagem puxada por quatro cavalos - (Urânio - 4 cavalos das 4 estações do ciclo solar).
Ela é vista como uma mulher madura, uma mãe - (Chtonian - Pátria Mãe).
Mari foi vista jogando chamas - (Uraniano e Chtoniano - fogo celestial ou fogo subterrâneo).
Voa no ar numa posição horizontal rodeada de fogo - (Urânio - fogo celestial).
Ela voa com uma vassoura de mão (Chtonian - símbolo fálico da vassoura, mais tarde conhecida como um atributo das bruxas da Idade Média).
Ela monta um carneiro (Uraniano e Chtoniano - o carneiro simboliza a agressão guerreira das forças celestes, mas também a fertilidade relacionada com o submundo).
Ela é retratada como uma grande senhora cuja cabeça está cercada pela lua cheia (Chtonian - simbolismo lunar).
Às vezes ela tem pés de pássaro (urânio - volátil dominando o ar).
Às vezes é visto com pés de cabra (Chtonian - a cabra como símbolo de fertilidade e fertilidade).
Ela às vezes parece uma égua (chtoniana e urania).
Ela foi observada como um corvo na caverna Aketegi (urânio).
... Como um abutre na caverna de Itxiñe (Chtonian).
... Como uma árvore cuja frente é uma mulher (a árvore como um pilar do mundo, como um elo entre o mundo terrestre e o mundo celestial).
... como uma rajada de vento (urânio)
... Como um arco-íris (traço de união entre o céu e a terra).
... Como uma nuvem (urânio)
... Como uma bola de fogo no céu (Urânio - simbolismo solar típico).
... Como uma estalagmita em forma de humano na caverna de Zelharburu (Chtonian).
... Como um touro (chtoniano).
... Como uma cobra (chtoniano).
Os locais de residência de Mari também revelam este aspecto duplo Chtoniano-Uraniano, pois ela geralmente vive numa caverna (aspecto terrestre) localizada perto do topo da montanha (aspecto celestial). O marido da Mari lol o nome dele é sugaar também conhecido como sugoi ele é a grande cobra dos poderes subterrâneos Mari tece fios de ouro, imagem que pode ser encontrada com a tradição indo-europeia dos Nornes, Moires ou Parques. Em sua caverna, ela senta-se num trono dourado, que mais uma vez junta as duas facetas da Deusa (Chtonian para a caverna, e Orania para o ouro). Mari é conhecido por mudar regularmente de local de residência, 7 anos em Amboto, 7 anos em Oiz, 7 anos em Mugarra,... O 7o é do simbolismo lunar, portanto de um aspecto relacionado com a fertilidade e fertilidade do mundo Chtoniano. O ciclo lunar é definido por 4x7=28, este último número representa um ciclo lunar completo, tal como a menstruação de uma mulher.
Em Oñate e Arechavaleta diz-se que quando Mari vai para a sua caverna, chove fortemente que junta as forças celestiais ao aspecto de fertilidade da terra. A Deusa também seria responsável por certas tempestades, que são normalmente reservadas para o Deus da Guerra e do Relâmpago entre os indo-europeus.
Em Orozco, é costume acreditar que a presença de Mari permite colheitas abundantes. Aqueles que regularmente oferecem à deusa têm a certeza de uma colheita abundante. Geralmente uma ovelha é sacrificada na entrada da sua caverna.
Mari é muitas vezes chamada para seus oráculos sábios, porque de fato os corredores do tempo parecem não ter segredo para ela. Temos que dar explicações à Mari, e sair da caverna dele na mesma posição de quando entrámos. Não devemos sentar-nos na presença da Deusa. De acordo com vários contos, Mari não gosta que mintam, roubem ou sentem falta.
O seu culto também está associado aos muitos dólmens que empoleiram as paisagens bascas. Isto relaciona a Deusa diretamente para adorar os antepassados. Com os Dolmens temos uma bela evidência da conexão entre Mari e o antigo Neolítico das culturas pré-indo-europeias.
Com esta breve visão geral das representações e funções de Mari, podemos perceber o quão versátil é a Deusa. Ela reúne quase todas as funções em sua figura, a de rainha terrena e celestial, a de uma guerreira defensiva, e aquela que a concebe como uma artesã de abundância e riqueza. Esta grande multiplicidade de Mari parece ser o legado da Grande Deusa da nossa memória coletiva mais antiga como europeus."

Hathuwolf Harson
Fonte:
«Mitologia basca», Jose M. de Barandiaran.


O planeta inteiro não pode sofrer tormento maior do que uma única alma.

 





"No nosso mundo obcecado por estatísticas, médias e maiorias, tendemos a medir o grau de desumanidade das guerras pelo número de baixas que elas causam. Tendemos a medir o mal, a crueldade, a repugnância e a infâmia da vitimização pelo número de vítimas. Mas, em 1944, no meio da guerra mais mortífera já travada pelos seres humanos, Ludwing Wittgenstein observou:

«Nenhum clamor de tormento pode ser maior do que o clamor de um homem.
Ou, mais uma vez, nehum tormento pode ser maior do que aquilo que um único ser humano pode sofrer.
O planeta inteiro não pode sofrer tormento maior do que uma única alma.»"



Zygmunt Bauman
Imagem: Carlos Emerson Jr. (Internet)

A (A)versão de Hesíodo à Mulher...




O QUE NOS DIZEM AS RELIGIÕES E AS FILOSOFIAS SOBRE A MULHER:

O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes..."
(...)
"Dentro da Filosofia Gnóstica, o Inferno da Terra é regido por dois demônios, Lilith e Nahemah. Nahemah rege as duas primeiras Esferas, ou Círculos Dantescos, onde vibra uma classe de infra-sexualidade ligada ao adultério, às paixões, à bigamia, à fornicação etc. Lilith dirige as outras 7 Esferas infernais, onde reina a sexualidade mais depravada, onde se vê o homossexualismo e o lesbianismo, a masturbação e as taras e todos os tipos de fantasias sexuais. A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.E.C. Lilith figura como um demônio da noite nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash). Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher de Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa, vindo a tornar-se a mãe dos demônios. De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusou-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. No fictício Livro de Nod, é também conhecida como Deusa da Lua, aquela que ensina Caim habilidades vampíricas, a que é tão antiga quanto o próprio Deus criador do céu e da terra. A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio.
Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no sexo e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida. Três anjos foram enviados em seu encalço,quando ela deixou o Éden porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo deixando seu marido ela não aceitava sua 2ª mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.

Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Nos 2 últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma transformação em alguns círculos intelectuais europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith , e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos.De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. a sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes.
Sabemos que tais versões do Gênesis e o mito do nascimento da mulher são ricas de contradições e enigmas que se anulam. Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na comunidade judaica. Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século 13 que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmude, o livro dos hebreus.
No Zohar, Lilith era descrita como succubus, com emissões noturnas citadas como um sinal visível de sua presença. Os espíritos malignos que empestavam a humanidade eram, acreditava-se, o produto de tais uniões. No Zohar Hadasch , está escrito que Samael , junto com sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes..."
(diversas fontes)

QUE VENENO FOI ESSE,   DE LIBERDADE E AFIRMAÇÃO DA MULHER, PANDORA-LILITH? QUE JAVÉ A CONDENOU PARA SEMPRE? 
RLP

Mito de Pandora


Mito de Pandora se refere ao mito grego em torno da primeira mulher humana, criada por Hefesto e por Atena.


Mito de Pandora refere-se, na mitologia grega, à primeira mulher do mundo. Pandora significa em grego “a que possui tudo”, “a que tudo dá” e “a que tudo tira”. Ela criada pelo artesão divino, Hefesto, e pela deusa da sabedoria, Atena, por ordem de Zeus, com a função de agradar aos homens.

Eles foram auxiliados por todos os demais deuses. Cada um forneceu uma qualidade. Um deu a Pandora beleza, outro lhe deu inteligência. Pandora foi dotada de graça, persuasão, delicadeza, habilidades nas artes da dança e nas artes manuais. Em resumo, ela foi feita à imagem e semelhança dos deuses.

Ela foi dada como presente ao titã Epimeteu. Seu irmão, Prometeu, lhe orientou a jamais aceitar um presente que viesse dos deuses. Apaixonado pela beleza de Pandora, o titã esqueceu-se do conselho do irmão e aceitou a jovem mulher como sua esposa. Assim começa o Mito de Pandora.

Epimeteu possuía em sua morada uma caixa. Essa caixa, batizada posteriormente como Caixa de Pandora, foi um presente que o titã recebeu de Hermes como presente de casamento, com a recomendação explícita de que não abrisse o objeto. A caixa continha em seu interior todos os males existentes no mundo: fome, medo, frio, doenças, violência, entre tantos outras coisas ruins. Zeus foi quem mandou o objeto, na esperança de que a curiosidade vencesse Epimeteu.
O Mito de Pandora e a caixa dos males

Durante muito tempo Epimeteu e Pandora viveram felizes. Em um dado momento, atraído pelos barulhos que vinham da caixa, o titã pediu que a jovem a abrisse. Muito devido a sua curiosidade e inocência, qualidades dadas pelos deuses, Pandora acata e abre o objeto. Ao abrir a caixa, ela é fulminada e solta sem querer todos os males sobre o mundo. No fundo do artefato, no entanto, ficou presa a esperança. O Mito de Pandora narra, então, a origem de como o mundo, anteriormente um lugar paradisíaco, ficou repleto de coisas ruins.

Após a morte de Pandora, Hades procurou as Moiras, senhoras do tempo, e lhes pediu que voltassem o tempo até antes da jovem morrer. Zeus, no entanto, não permitiu. O deus dos mortos insistiu e convenceu o irmão a ressuscitar Pandora e a transformá-la em uma deusa. Assim, Pandora se tornou a deusa da ressurreição.

O objetivo de Pandora enquanto deusa era, na verdade, evitar que as almas ressuscitassem. Ela deveria entregar aos mortos tarefas julgadas impossíveis de serem realizadas. Dessa forma, ela mantém a ordem cósmica e não permite que qualquer alma do reino de Hades consiga recuperar a vida mortal.

Pandora foi responsável por iniciar a degradação da humanidade. Hesíodo explica isso no mito das Cinco Idades:

Era do Ouro: os homens não se esforçavam para sobreviver. Tudo era belo, uma vez que não havia necessidade de fortificações ou conflitos.
Era de Prata: Zeus criou as estações do ano, vindo então o frio do Inverno. Casas foram criadas e houve necessidade de plantar alimentos. A juventude eterna foi extinta.
Era do Bronze: iniciam-se conflitos bélicos entre os humanos por poder e território.
Era dos Heróis: Inocência, pureza e justiça abandonam o mundo mortal.
Era do Ferro: Surgem os crimes, a violência gratuita. A humanidade como é conhecida, repleta de falhas e ausente de muitas virtudes, domina o mundo.

A (A)versão de Hesíodo à Mulher... 
VEM DO ODIO DE JAVÉ A PANDORA...


De acordo com alguns estudiosos de mitologia, o Mito de Pandora é anterior à versão mais conhecida dele, atribuída à Hesíodo, contado na Teogonia. Inicialmente, Pandora é vista como uma entidade da terra, matriarcal, responsável por um papel de elevada importância na vida dos seres humanos.

Hesíodo, no entanto, diminui a figura de Pandora. Ele coloca não só ela como culpada pelos males do mundo, mas todas as mulheres e figuras femininas depois dela. Na Teogonia ele diz que dela vem as mulheres, as mulheres que trazem problemas aos homens mortais. Ele caracteriza Pandora e as demais mulheres como interesseiras e como odiosas, em uma atitude claramente machista, embora naquele período não fosse vista dessa forma.

Mito de Pandora se refere ao mito grego em torno da primeira mulher humana, criada por Hefesto e por Atena.


Mito de Pandora refere-se, na mitologia grega, à primeira mulher do mundo. Pandora significa em grego “a que possui tudo”, “a que tudo dá” e “a que tudo tira”. Ela criada pelo artesão divino, Hefesto, e pela deusa da sabedoria, Atena, por ordem de Zeus, com a função de agradar aos homens.

Eles foram auxiliados por todos os demais deuses. Cada um forneceu uma qualidade. Um deu a Pandora beleza, outro lhe deu inteligência. Pandora foi dotada de graça, persuasão, delicadeza, habilidades nas artes da dança e nas artes manuais. Em resumo, ela foi feita à imagem e semelhança dos deuses.

Ela foi dada como presente ao titã Epimeteu. Seu irmão, Prometeu, lhe orientou a jamais aceitar um presente que viesse dos deuses. Apaixonado pela beleza de Pandora, o titã esqueceu-se do conselho do irmão e aceitou a jovem mulher como sua esposa. Assim começa o Mito de Pandora.

Epimeteu possuía em sua morada uma caixa. Essa caixa, batizada posteriormente como Caixa de Pandora, foi um presente que o titã recebeu de Hermes como presente de casamento, com a recomendação explícita de que não abrisse o objeto. A caixa continha em seu interior todos os males existentes no mundo: fome, medo, frio, doenças, violência, entre tantos outras coisas ruins. Zeus foi quem mandou o objeto, na esperança de que a curiosidade vencesse Epimeteu.


É LILITH PANDORA?

«Lilith, para mim, é, pois, a Mulher esquecida nos tempos, a mulher livre que vem dos confins da nossa memória resgatar a nossa mulher original. Trata-se de uma revelação interior, de um fogo, de uma força inerente ao nosso ser mulher, uma energia que vem do mais profundo, como uma chama ardente, na vivência de uma fusão interior de si consigo mesma. Essa é que é fusão. A experiência da vivência profunda de um amor que se revela à Mulher como o ser sensual em si mesma. Uma iniciação vivida como um mergulho nos seus abismos, experimentada no seu corpo através das suas entranhas e do seu sangue, no pulsar ardente do seu desejo Mulher.»

Rosa Leonor Pedro
in "Lilith - A Mulher Primordial"

segunda-feira, novembro 14, 2022

A transformação acontece através da metáfora.




Sem a metáfora, a mente pode ser alimentada, mas a imaginação e o coração passam fome.
Sem o reflexo na alma, a mesa do banquete nos sonhos pode estar carregada, mas a comida não é assimilada e assim a alma morre de fome. Não há nada mais triste em análise do que ver sonhos ricos em imagens curadoras, mas o sonhador é incapaz de comer ou seja, a consciência ou é incapaz ou se recusa a tirar um tempo para morder, mastigar, engolir, digerir, e integrar o que é representa pelas imagens.
Enquanto o significado de um sonho não for trazido à consciência, as metáforas que estamos a sonhar são promulgadas nos nossos corpos ou nas nossas relações. Se, por outro lado, trabalharmos arduamente nas associações às imagens de sonho e permitirmos que os sentimentos, a imaginação e a mente se movam dentro e através do símbolo, inevitavelmente somos silenciados pela corretidão da metáfora. 

Existe um momento de SIM! ou AH NÃO! quando a verdade ressoa através do corpo, da alma e da mente, às vezes uma verdade dolorosa, mas, no entanto, uma verdade que conduz à liberdade. A honestidade crua de uma imagem do inconsciente pode nos deixar mudos de lágrimas ou risos, muitas vezes com ambos, porque a imagem se move naquela borda fina do absurdo entre tragédia e comédia. Se o ego consegue assimilar o ponto de vista apresentado pelo inconsciente e ver-se objetivamente, então pode encontrar um novo ponto de vista. Pode observar-se a si próprio sofrendo, mas ao mesmo tempo experimentar o sofrimento como dores de parto. O ego que se relaciona com a alma (pensamento cérebro certo, se quiser) está motivado a refletir as imagens dos sonhos na pintura, dança, canto, escultura, escrita, permitindo assim que o processo de cura transforme o que de outra forma seriam imagens mortas Oh energia vital.
A transformação acontece através da metáfora. Sem metáforas, a energia está travada em padrões repetitivos, a Medusa aprisiona a energia em pedra. Na matriz criativa, o símbolo flui entre espírito e matéria, curando a divisão.
Nas crianças, a divisão ainda não aconteceu, sendo assim para elas o mundo ainda é mágico. Suas imaginações iluminam seus corpos. Eles jogam. Com concentração total, eles jogam. A sabedoria estranha escapa das suas bocas, mas não está consciente. No processo de crescimento na nossa cultura, o pensamento racional substitui a percepção imaginativa a tal ponto que a imaginação é sufocada. Sem isso, espontaneidade e criatividade petrificam. Quando a essência eterna não é mais percebida na vida diária, a vida se torna uma passadeira repetitiva. O recipiente feminino, o receptor, está tão desligado que nada de novo regista. Os contrários (espírito/matéria, masculino/feminino) deixam de ser vistos como paradoxo vivo? sem a sua tensão, humor, sagacidade, brincalhão, o sal que dá à vida o seu sabor não está lá. O riso explode quando duas realidades diferentes colidem, e se quisermos viver a divina comédia, temos que estar segurando a tensão do paradoxo entre esses dois mundos.


- Marion Woodman.

domingo, novembro 13, 2022

O PROBLEMA DA VONTADE DE PODER ...



A análise tenta descobrir os complexos em que a energia reprimida é mantida.
Se a análise tem uma relação corpo/psico relativamente harmoniosa, o material da sombra é óbvio nos sonhos. Em muitas pessoas, no entanto, o corpo e a psique foram divididos em uma idade muito precoce. Nos casos em que uma pessoa era indesejada, ou indesejada por causa do sexo, a divisão corpo/psico começou no útero ou no nascimento, como se a alma tivesse escolhido não entrar no corpo, mas em vez disso permanecesse exilada dele. A energia está centrada dentro ou acima da cabeça, e a pessoa tem que fazer um esforço concentrado para ficar fora de um mundo de fantasia para lidar com os detalhes mais simples da realidade cotidiana. Negado um lar corporal, essas pessoas estão possuídas por um anseio de algum lar que não seja desta terra. Os seus primeiros sonhos em análise são geralmente muito positivos, cheios de inúmeras visões de cidades douradas, pássaros dourados e lugares específicos onde são assegurados de segurança e amor.
É como se o Eu soubesse que o seu domínio sobre o mundo quotidiano é ténue e dá estes sonhos magníficos como pontos de âncora para os quais eles podem regressar quando o desespero suicida se manifesta, como inevitavelmente acontece nas fases posteriores da análise.
Onde a ênfase na família estava no desempenho perfeito sem qualquer reconhecimento genuíno do Tornar-se ou Ser da criança, ela aprendeu muito cedo que as suas respostas instintivas não eram aceitáveis? assim a sua raiva, medo, até a alegria, foram empurrados para a musculatura do seu corpo, cronicamente trancados e inacessíveis à vida quotidiana. Quando o sentimento autêntico é cortado dos instintos, o conflito genuíno permanece no inconsciente ou torna-se somatizado lá.
Esther Harding, referindo-se ao complexo do ego que precede a formação de um ego consciente, escreve:
Onde o ego é desenvolvido inadequadamente em adultos modernos e não é consciente, descobrimos que o complexo do ego permanece no inconsciente e funciona a partir daí. Na consciência, um indivíduo que representa este nível de desenvolvimento pode faltar visivelmente naquela concentração e centroismo que é característico da pessoa com um desenvolvimento mais consciente do ego? no entanto, o egoísmo e a vontade de poder, de que a pessoa não evoluída desconhece, podem funcionar e produzir os seus efeitos inevitáveis sobre todos com quem entra em contacto. . . . [Onde] egoísmo e vontade própria estão no inconsciente . . . eles se manifestam de forma somática, ou seja, de forma pré-psicológica.
Quando o ego chega à consciência e o indivíduo toma consciência de si mesmo como eu, a reação às dificuldades ou obstruções não aparecerá mais na forma física como sintomas mas será reconhecido na consciência como emoções. Ou seja, a reação será psicológica. . . . A emergência do ego do inconsciente traz consigo um novo problema, o problema da vontade de poder.

- MARION WOODMAN


sábado, novembro 12, 2022

COMO AS MULHERES SE SUJEITAM A SUA IMITAÇÃO... E aplaudem a sua cegueira.

A PALHAÇADA MAIOR VEM SEMPRE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA... O País da anti-cultura, anti-verdade,  e da implantação do mais plástico e pervertido e aberrantes dos Sistemas contra a Mulher. RLP

COMO AS MULHERES SE SUJEITAM A SUA IMITAÇÃO... E aplaudem a sua cegueira.
 
"Um homem com rosto e fantasia de mulher ganha "Miss Greater Derry", que é um concurso de beleza em New Hampshire sob a organização "Miss América".
A mensagem para as mulheres (fêmeas naturais) é: "os homens fazem melhor a mulher", que se danem a biologia, a dignidade, os direitos e o respeito. Não sou fã de concursos de beleza, mas isto é ridículo e não classificável sob a rubrica da beleza feminina.

* este tipo tirou uma bolsa destinada a uma mulher...

"Hora a hora o mundo piora.

Uma coisa gorda e feia , homem que quer ser mulher ou algo semelhante, ganhou um concurso de misses nesse farol da Nova Ordem Mundial em que transformaram os EUA.
As fotos dizem tudo.Mas dizem mais : Na atitude passiva e colaboracionista das mulheres,ao fim ao cabo as ofendidas por estas falsificações, reflecte-se a atitude da sociedade.
A comunidade amorfa tudo aceita.Mesmo que os loucos que dominam o mundo,autênticos novos deuses do Olimpo, queiram mudar a natureza, os povos acatam .E até sorriem.
O macho e a fêmea são naturais e imutáveis.
Hoje, está em curso um processo para destruir esses elementos básicos da vida.
Pretende-se criar seres híbridos, sem reprodução e óbviamente sem identidade.
Isto é tão claro e assumido que não precisa de demonstração.
Na sociedade do futuro, estas réplicas de humanos serão muito mais fracos.Muito mais fáceis de dominar. Quem nem sabe o que é, não se preocupa com nada.
E é para isto que caminhamos . Hora a hora o mundo piora ? Sim. Este relógio tem de ser parado !"

José Manuel de Castro

à cause de cette influence négative du christianisme




SYMBOLISME DU SERPENT...

 
Le serpent, animal qui au premier abord n’éveille pas en nous des images très positives, mérite pourtant que l’on s’y attarde un peu. La symbolique qui entoure ce reptile remonte aux temps les plus anciens, et a imprégné les rituels et l’imagerie de nos lointains ancêtres. Rares sont les cultures dans le monde où le serpent ne soit pas présent. S’il existe une figure mythologique incontournable, c’est bien celle de ce reptile si méconnu de nos jours. L’histoire de ses mythes nous invite à un voyage au plus profond de notre mémoire et de notre esprit, car elle va nous révéler des mystères insoupçonnés de notre être et de notre environnement. Loin des clichés maléfiques imposés par une vision tronquée et réductrice, cet animal réclame qu’on lui redonne enfin sa juste valeur.
À l’aube de notre civilisation européenne, durant le paléolithique, alors que les premiers européens, chasseurs et cueilleurs, vivaient encore dans des grottes au plus profond des forêts de notre vieux continent, furent peintes et gravées les premières figurations du serpent. Ces images rupestres sont le témoignage d’un processus mental important pour nos ancêtres de cette période si reculée dans le temps. Elles reflètent un éveil de l’esprit, une véritable prise de conscience de l’être humain par rapport à la roue du temps influençant son destin, et par rapport à l’interaction qui se génère entre l’homme et son environnement. Cet art pariétal nous parle de la dimension magico-religieuse qui entourait l’univers psychologique des clans vivant alors en symbiose totale avec la nature. Ce sont de simples traits qui, à cette époque, représentaient le serpent. Ces traits, véritables lignes vivantes sans commencement ni fin, étaient l’expression de toutes les métamorphoses qui se prolongent dans le monde occulte infini. À ce titre, le serpent était une manifestation du sacré naturel, une hiérophanie.
Telle une apparition de l’au-delà, le reptile se glisse durant le jour au travers des méandres de la terre. Silencieux, il rampe en se confondant avec l’élément naturel qui l’englobe, pour ensuite trouver refuge dans le monde souterrain dont il procède. Là, il se complait dans une quiétude intemporelle, reposant dans les entrailles obscures de la Terre-Mère et de la conscience humaine. Et soudain, rapide comme un éclair, il jaillit hors des ténèbres, pour cracher son venin, pour donner la mort, ou bien pour laisser vivre. Ensuite, il retourne dans le monde invisible, vers les profondeurs de la terre, et symboliquement vers l’inconscient de l’être humain. Le serpent est un animal tout aussi mystérieux qu’imprévisible, ses décisions naissent d’un monde occulte et hermétique. Il exprime tout et son contraire, il n’est ni bon ni mauvais ; il est, comme dirait Nietzsche, au-delà du bien et du mal. Il est la vie et la mort, la lumière et l’obscurité, la force masculine et féminine à la fois. Plus qu’un élément mythologique, il représente un véritable complexe archétypal, il réunit en lui tout un éventail d’images symboliques. Mais dans tous les cas de figure, ce reptile est associé au concept des genèses, il est ainsi presque toujours à l’origine de quelque chose. C’est à la nuit des temps que les mythes placent sa chronologie issue de l’infra-monde froid et visqueux. De son monde énigmatique proviennent les manifestations du principe vital et de toutes les forces de la nature. René Guénon disait du serpent, invisible et intemporel, qu’il est lié à la notion même de la vie. C’est un Dieu très ancien que nous retrouvons au début de bien des cosmogénèses. Cette manifestation de la force vitale de la nature qu’il incarne, fut révérée par de nombreux peuples de la préhistoire, jusqu’à ce que petit à petit, il soit détrôné par les Dieux de l’esprit, les Divinités de la raison. Ceci est par exemple très bien illustré par le combat du Dieu Apollon contre l’ancien Dieu Python, passage mythologique que nous ne manquerons pas d’étudier plus profondément ci-dessous.
Sur le plan symbolique, le serpent a des connexions évidentes avec la lune et la Terre-Mère, avec les forces vitales de la fécondité et de la fertilité. Il est l’élan premier qui génère et maintient la vie. Au niveau humain, il représente la force de l’âme et la pulsion sexuelle. C’est le tantrisme, une sagesse orientale aux racines très anciennes, en partie héritière de traditions indo-européennes, qui va nous permettre de mieux comprendre la relation existante entre pulsion sexuelle et serpent. Le tantrisme conçoit l’intérieur de l’être humain comme un cosmos en miniature. La colonne vertébrale, tout comme Irminsul ou Yggdrasil dans la tradition germano-nordique, représente l’axe du monde qui maintient l’ordre vital et autour duquel se génère toute vie. Selon le tantrisme, la colonne vertébrale, le pilier de notre corps, est entourée de plusieurs centres énergétiques nommés chakras. À la base de notre colonne vertébrale se trouve lovée la Kundalini, qui est notre serpent intérieur. Lorsque ce serpent s’éveille, il se raidit et commence ainsi l’ascension de la colonne vertébrale aux travers des différents points énergétiques que sont les chakras. En Occident, ce réveil de la Kundalini est tout simplement nommé la montée de la libido. C’est l’activation de la pulsion sexuelle, et par là même, la manifestation renouvelée de la vie.
Sur le plan cosmique et dans la tradition hindoue, l’équivalent de la Kundalini est le serpent Ananta dont le nom en sanskrit signifie « sans fin ». Tout comme le serpent-dragon de la tradition germano-nordique Niddhogg, Ananta repose à la base de l’axe du monde. Il est associé au Dieu Vishnou que l’on peut comparer à plus d’un titre au Dieu Odin. Ce serpent mythique Ananta incarne la manifestation de la vie, la résorption cyclique. Il est également le porteur du monde et garant de sa stabilité. Ce maintient de l’ordre cosmique est symbolisé par le cercle continu qu’il forme avec son corps au pied de l’axe du monde. Ce cercle magique s’oppose à toute désintégration de la stabilité et de son principe de renouvellement perpétuel. C’est la même idée de continuité cyclique que l’on retrouve avec l’Ouroboros, le serpent qui se mord la queue. L’Ouroboros exprime en plus la notion d’une auto-fécondation, d’une union sexuelle permanente en lui-même. Bachelard disait de lui qu’ « il est la mort qui sort de la vie, et la vie qui sort de la mort ». Bien que l’Ouroboros semble immobile, il est comme l’image de la roue, il est la force dynamique de ce qui tourne sur soi-même dans un mouvement sans fin, et à ce titre on peut le qualifier sans hésiter de générateur de la vie et du temps.
Dans de nombreuses mythologies, le serpent se présente aussi sous une forme hautement coléreuse justifiant ainsi toutes les craintes imaginables. Dans les mythes germano-nordiques, ce serpent redoutable se nomme Jormundgand. Plus ancien que les Dieux mêmes, il est à l’origine des marées lorsqu’il se désaltère, et des tempêtes lorsqu’il s’ébroue. Car c’est un serpent à la taille gigantesque, à tel point que du fond de l’océan où il réside, il entoure la terre entière. Il est l’ennemi archétypal du Dieu Thor, tout comme Python est celui du Dieu Apollon. Le Dieu céleste et solaire s’oppose à la force gigantesque, sombre et occulte du serpent Jormundgand, étant donné qu’ici le serpent n’est plus le garant de l’ordre cosmique mais plutôt une menace pour ce dernier. Un ancien mythe nordique nous décrit Thor, accompagné d’un géant du nom de Hymir, partant en haute mer afin de pêcher le grand serpent. Le Dieu Thor y parvient presque, mais au moment de lancer son marteau Mjölnir contre Jormundgand afin de tuer ce dernier, le géant Hymir coupe la ligne de pêche qui retenait le serpent, permettant ainsi sa fuite. Les géants dans la mythologie sont des représentants des forces chaotiques ; et c’est donc d’une manière logique qu’agit Hymir en sauvant Jormundgand ; Thor tentait de préserver l’ordre cosmique en tuant le serpent gigantesque, mais les forces du chaos sur ce coup-là furent plus vives. Lors du Ragnarok, la bataille finale entre les Dieux et les créatures du chaos, Thor parviendra à tuer Jormundgand. Mais le venin qui jaillit à ce moment du grand serpent aura raison du Dieu Thor.
Chez les grecs, c’est Océan, le Titan fils d’Ouranos, le ciel, et de Gaïa, la Terre, dont 9 spires entourent le cercle du monde, la dixième formant le Styx, un des fleuves des enfers. Des spécialistes en symboles comme Jean Chevalier et Alain Gheerbrant nous expliquent que « là aussi c’est une émanation de l’indifférencié primordial d’où tout provient et où tout retourne pour se régénérer. Les enfers et les océans, l’eau primordiale et la terre profonde ne forment qu’une materia prima, une substance primordiale, qui est celle du serpent. »
Mais revenons-en à la tradition nordique qui nous livre un autre passage intéressant concernant le serpent. Il s’agit d’un passage des Eddas, ces textes du moyen-âge scandinave qui mentionnent les anciens mythes païens des vikings. Dans le texte nommé le Skáldskaparmál, on y apprend que le Dieu Odin en quête de connaissance de l’art poétique, se rend chez la Géante Gunnlöd qui est la gardienne du breuvage sacré conférant cette connaissance. Celui qui boit de cet hydromel divin reçoit le don des poètes. La Géante Gunnlöd vivait dans une montagne, et pour parvenir à son antre par un trou dans la roche, le Dieu Odin se transforma en serpent. Il passa trois nuit avec la Géante et put boire par trois fois du précieux breuvage. Odin se transforma alors en aigle et s’échappa en emportant ainsi avec lui la connaissance divine des poètes. Derrière ce mythe se cache un symbolisme très ancien. En se transformant en serpent, Odin retourne à l’état primordial de la vie, à l’origine de l’instinct vital. Cet état originel étant lié à l’élan sexuel, c’est de manière logique et presque magique pourrait-on dire, que le Dieu Odin couche avec la Géante Gunnlöd. L’acquisition de l’hydromel sacré l’élève aux sphères de l’esprit, à la connaissance spirituelle, ce qui l’entraîne à surmonter l’état primordial du serpent pour celui de la raison et de l’être éveillé. Sa transformation en aigle confirme ce changement du niveau de conscience, étant donné que l’aigle symbolise la force solaire de l’esprit et la victoire sur l’état primordial et instinctif.
Bien que nous n’avons pas de trace d’un culte du serpent dans la tradition nordique, il est un symbole incontournable. Les vikings ont en effet laissé une quantité impressionnante de pierres gravées. Ces pierres sont couvertes d’inscriptions runiques. Les runes, ces anciens symboles de la culture germano-nordique utilisés pour l’écriture comme pour la magie, se trouvent la plupart du temps inscrites dans un serpent. Ces inscriptions très nombreuses – plusieurs milliers rien qu’en Suède – sont couramment nommées « serpents runiques ».
Ces serpents runiques sont eux aussi des témoins symboliques de la force primordiale qui est censée entourer ces inscriptions. On constate également que ces serpents gravés, en plus de se mordre souvent la queue – ce qui n’est pas sans rappeler l’Ouroboros -, forment souvent un motif artistique qui est directement à relier au symbolisme de l’entrelacs. Les entrelacs, très présents dans les cultures germano-nordiques et celtes, étaient censés confondre les mauvais esprits en les liant dans le labyrinthe de ses enchevêtrements.
Le serpent s’annexe parfois les pouvoirs du bélier, aspect fécondateur de la vitalité première, l’élan primitif de la vie, lié à l’impulsion brute, violente et indomptable. C’est le serpent criocéphale (serpent à tête de bélier) fréquent dans l’iconographie celtique et surtout gauloise. Il est associé au Dieu Cernunnos, le Dieu aux bois de cerf.
Ce Dieu est le gardien de la vie sauvage et de la nature dans son état primitif. Associé au monde souterrain et à la fertilité, Cernunnos partage sans aucun doute plus d’un élément symbolique avec le serpent. Le reptile se retire en automne sous terre pour revenir à la surface avec les beaux jours. Selon Jean-Jacques Hatt, le Dieu Cernunnos opère exactement de la même manière. Les deux sont intimement liés aux rythmes cycliques des saisons et expriment ainsi les pulsions de vie, de mort, et de renaissance.
Pour les Celtes, certains de ces reptiles donnent la vie en pondant des œufs magiques. L’œuf de serpent représente pour les druides un véritable condensé symbolique de la connaissance du monde, l’essence même de sa structure. Il est à la fois source et fruit de toute vie. C’est ainsi que parmi les mythes celtes une véritable quête de l’œuf de serpent a lieu, et il n’est pas exagéré de comparer cette quête à celle du Graal. Les légendes parlent des serpents qui se nouent dans une étreinte amoureuse pendant les mois d’été. De ces nœuds jaillissent des œufs fécondés qui sont projetés vers le haut, et qui, selon les druides, doivent être recueillis dans un manteau sans qu’ils aient pu toucher terre. Il faut ensuite se sauver de la poursuite des serpents en traversant une rivière. Mais ces œufs de serpents peuvent également être trouvés en train de flotter à contre-courant dans une rivière ; il faut alors attendre une certaine phase de la lune afin de pouvoir les recueillir. Il ressort ici une connexion symbolique intéressante entre serpent, œuf, eau, et lune : c’est la vie fécondante liée aux cycles primordiaux. Une illustration de cette connexion se retrouve parfaitement dans le symbole aquatique et lunaire qu’est la spirale.
Les Celtes considéraient aussi le serpent comme le lien qui unit les opposés. Comme nous l’avons vu ci-dessus il réunit en lui les notions de vie et de mort. Il vit selon les espèces dans la terre ou dans l’eau. Il hiberne dans l’obscurité des profondeurs mais d’un autre côté il a besoin de la lumière et de la chaleur pour vivre. Il rampe de manière horizontale tout en étant capable de se redresser à la verticale, réunissant ainsi les aspects féminins et masculins. Mais il semble à ce propos que le serpent ait surtout été une image phallique et un symbole de la puissance sexuelle de l’homme. C’est logiquement donc que le reptile en question accompagne dans la mythologie celte des Divinités liées à la fécondité et à la terre : à part Cernunnos que nous avons vu ci-dessus, on le retrouve en compagnie du Dieu tricéphale (qui pourrait bien être une autre représentation de Cernunnos), des Déesses Rigani, Sirona, Rosmerta, Verbeia, et du couple divin Borvo et Bormona.
D’autres mythes celtes d’Irlande présentent le serpent comme protecteur des naissances. Conchobar, fils du druide Cathbad et de la reine Ness, vient au monde en tenant des vers-serpents dans ses mains et leurs doit ainsi la vie. Il en va de même pour un autre héros irlandais du nom de Conall Cernach. Selon les druides irlandais, la femme devait avaler un vers afin d’augmenter son pouvoir de fécondité et protéger par là tout le processus lié à la naissance.
Un autre élément qui semble avoir retenu l’attention des Celtes et très certainement aussi celle des peuples issus du Néolithique, est la capacité du serpent à faire peau neuve et les cycles liés à sa mue. Ce symbolisme est évidemment à mettre en relation directe avec les principes de renouvellement, de renaissance, et même de réincarnation.
Dans les mythes slaves, tout comme dans les mythes d’autres cultures, le serpent se confond avec la symbolique du dragon. Ce n’est d’ailleurs pas un hasard si les langues slaves possèdent le même mot « zmey » pour désigner le serpent et le dragon. Zmey est représenté sous ces deux formes, crachant du feu de ses nombreuses têtes – trois, six, neuf, ou douze selon les versions. Durant la création du monde, le Dieu slave Svarog, Dieu solaire et céleste par excellence, est celui qui combat et soumet Zmey. Ce serpent-dragon est la plupart du temps combattu par un Dieu ou un héros solaire, ce qui rappelle le mythe grec de Python et d’Apollon, mais préfigure aussi le St-George chrétien terrassant le dragon… Nous aurons l’occasion de revenir sur ce symbolisme tardif. Différentes sources slaves semblent par contre confirmer qu’à l’origine le serpent-dragon était un être bienfaisant et protégeait tout particulièrement les eaux et les semences.
Après avoir vu le serpent dans les cultures païennes germano-nordique, celte, et slave, dirigeons-nous à présent vers le Sud de l’Europe, vers la Grèce antique qui nous a livré un grand nombre de mythes liés au serpent. Chez les Grecs , il existe un fait d’importance concernant le serpent : le souci d’équilibrer les deux forces fondamentales qui sont celles de l’instinct naturel et de la raison. Leurs mythes ne sont donc pas à interpréter comme un désir de domination de l’esprit au détriment des forces naturelles, mais comme une quête de l’équilibre ultime. Ceci est parfaitement illustré par les Dieux Zeus et Apollon dans leurs luttes respectives contre Typhon et Pyhton.
Zeus combat férocement contre Typhon, fils de Gaïa, la Terre-Mère. Ce dernier n’est plus ici un serpent mais un terrible dragon dont les cent têtes sont entourées de vipères. Il représente ici le gigantisme des puissances naturelles contre la force de l’esprit. Athéna, la Déesse de la raison, est la seule à aider Zeus dans sa lutte contre Typhon, alors que les autres Olympiens sont épouvantés. Typhon est de nature très obscure, voire infernale. Il a pour descendance l’hydre de Delphes, la Chimère, et deux chiens, Orthos et Cerbère. Ce dernier est connu pour être le gardien des enfers, ce qui n’en fait pas en soi un être mauvais, car son rôle est nécessaire et participe pleinement de cet équilibre des forces dont nous parlions ci-dessus. La sagesse des anciens grecs ne voyait donc pas dans le serpent une incarnation du mal, mais plutôt l’indispensable côté opposé aux forces de l’esprit. Il est celui qui vivifie, qui inspire, celui grâce auquel la sève monte des racines de l’axe du monde vers le sommet. C’est la raison pour laquelle il est l’attribut de nombreuses Déesses représentantes de la fertilité et de la fécondité, comme Cybèle, Déméter, ou la Déesse aux serpents de Crète. Même Athéna, la Déesse céleste de la raison, est accompagnée dans ses représentations d’un serpent, ce qui symbolise de manière évidente l’union de la raison et des forces naturelles.
Cet aspect du rôle complémentaire brille dans les mythes grecs des Dieux de la poésie, de la musique, de la médecine, et de la divination que sont Apollon et Dionysos. Ces derniers se partagent au cours de l’année l’hégémonie sur le temple de Delphes et incarnent une alternance de pouvoir qui est le garant du grand équilibre des forces. Apollon, le plus olympien et le plus solaire de tous les Dieux, commence son histoire, selon les textes anciens, par la lutte contre le serpent Python. Il libère ainsi l’oracle de Delphes des influences démesurées du vieux Dieu-Serpent. Tout comme Typhon, Python représente dans ce mythe l’excès des forces naturelles et le déséquilibre chronique qu’il a généré dans l’ordre cosmique. Malgré sa victoire sur Python, Apollon n’extermine pas le culte ancien, car il maintient l’oracle de Delphes en faisant de lui son temple sacré. La Pythie, l’ancienne prêtresse, continue ainsi à prophétiser par le biais de ses transes et de ses extases, éléments qui caractérisent son culte. Le culte à Dionysos est une preuve supplémentaire que les anciens rites liés aux forces impulsives de la nature ne sont pas pour autant abandonnées, car ce Dieu se distingue lui aussi par des excès extatiques et des danses liées aux transes. Le monde apollinien se révèle donc être une quête de ce juste équilibre entre les deux pôles nécessaire à la réalisation de l’harmonie.
Un autre mythe grec intéressant quant au rôle du serpent, est l’histoire de Cassandre, dont Apollon devait s’éprendre plus tard. Lors de la naissance des jumeaux Cassandre et Hélénos, une fête fut organisée par les parents pour célébrer cet évènement. Mais ces derniers oublient les nouveau-nés au temple d’Apollon. Le lendemain matin, Cassandre et son frère furent retrouvés endormis. Mais grande fut leur frayeur de constater que deux serpents étaient en train de poser leur langue sur les organes des sens des enfants. Les cris des parents firent fuir les reptiles vers les lauriers sacrés du temple. Les parents comprirent alors que les serpents accomplissaient en fait un rite de purification, car par la suite les enfants furent dotés du don de prophétie.
L’histoire de Lamos est elle aussi révélatrice du rôle important que tient le serpent dans la genèse des mythes. Lamos était le fils d’Apollon et d’une mortelle. Il fut élevé par des serpents qui l’alimentaient avec du miel. À l’âge adulte, Lamos devint prêtre et le géniteur d’une longue lignée de sacerdotes. À cette histoire, il faut rajouter celle de Mélampous, devin et médecin, il fut initié à l’art prophétique par Apollon. Et ce sont des serpents, qui en purifiant ses oreilles, lui permirent de comprendre le langage des oiseaux.
Mais dans ce contexte si riche que sont les mythes des anciens grecs, c’est sans aucun doute le Dieu Dionysos qui est principalement associé au symbolisme du serpent. Il est le fruit de l’union de Zeus et de Perséphone. Pour réaliser cette procréation, Zeus se transforme en serpent. Comme nous l’avons mentionné plus haut, les rites dédiés à Dionysos se caractérisaient par des extases collectives, des possessions et des transes. Ce culte, véritable pulsion générée par la force du serpent en nous, tend à démontrer que la nature, de manière cyclique, se doit de réajuster les forces qui imprègnent l’univers mental des Dieux et des hommes. C’est la revanche des forces naturelles sur la raison, créant ainsi par leur excès un retour à l’harmonie. Par ailleurs, il faut souligner que les rites extatiques étaient connus avant la venue du Dieu Dionysos, car ils avaient vu le jour avec le culte des grandes Déesses chtoniennes qui avaient le serpent pour attribut. Et ce n’est certainement pas un hasard que durant la période où à Athènes une nouvelle vision de la société et de la philosophie prend forme, une vision où la nature humaine devait se placer sous le principal joug de la pure raison, que le culte à Dionysos et aux rites extatiques connaît un regain de ferveur très imposant.
Un autre symbole lié au serpent, né durant l’antiquité grecque, est celui du caducée, qui est l’attribut du Dieu de la médecine, Asclépios. Ce dernier l’a hérité d’Apollon. Le caducée se compose d’un bâton surmonté de deux ailes, autour duquel s’enroulent deux serpents qui se font face. De nos jours encore, il est fréquent de le voir comme symbole de l’activité médicale. Les anciens grecs donnaient une valeur sacrée et magique au caducée. Et ils enseignaient aussi que l’esprit doit en faire l’expérience sur soi-même, afin de dominer son usage thérapeutique et en faire profiter ainsi toute la société. Si l’on n’en faisait pas un usage correct, la force du caducée pouvait tuer au lie de guérir, générant alors un déséquilibre entre l’être et la partie cérébrale, pouvant mener jusqu’à la folie. Nous retrouvons donc ici encore ce soucis d’équilibre entre les deux complexes principaux qui composent la nature humaine : l’inconscient et la raison. Cette tempérance entre ces deux forces est une constante dans l’imagerie symbolique liée au serpent. Selon certaines interprétations plus récentes, le caducée serait une image de colonne vertébrale autour de laquelle montent les deux flux énergétiques procédant de la base de la colonne, solaires et lunaires, représentés par les deux serpents. Ces deux flux se faisant face symbolisent encore une fois l’équilibre et la complémentarité des deux forces apparemment opposées. Cette interprétation n’est pas sans rappeler la Kundalini et les Chakras de la tradition hindoue.
Comme nous avons pu le constater tout au long de cette présentation, le serpent revêtait pour nos ancêtres païens un double-aspect, positif et négatif, tout en sachant que l’équilibre des contraires est la clé de toute sagesse. La chrétienté, elle, n’a retenu du serpent que son aspect négatif, et le gonflera tellement, qu’il s’est vu relégué au rang du pire symbole qui puisse être. Pour le christianisme, le serpent est l’incarnation du Mal absolu, Satan. Après avoir tenté Ève au paradis terrestre, le serpent est condamné à ramper, proclamant ainsi la défaite du Mal. Il est le séducteur, le tentateur, le fourbe, et sa connotation érotique en fait une image de la dépravation sexuelle, On retrouve d’ailleurs ces mêmes idées au travers des dragons terrassés par les saints chrétiens, comme la légende de St-George par exemple, autre symbolique de la victoire du bien sur le mal. Il faut hélas constater encore une fois que le christianisme, dans son fanatisme absolutiste, a réussi à dénaturer un symbole remontant à la nuit des temps, pour en faire quelque chose complètement tronqué et falsifié. Et c’est bien à cause de cette influence négative du christianisme, qu’il est juste et nécessaire de replacer le serpent dans sa véritable dimension symbolique, une dimension dont les mots-clés sont la pulsion vitale, l’inconscient sublimé, la libido, la purification, la tempérance et l’équilibre.
Hathuwolf Harson

domingo, novembro 06, 2022

Temos de reconhecer a diversidade e a complexidade que reina no mundo.



Os Três Pilares do Eurasianismo



A essência do pensamento eurasiano pode ser reduzida a três declarações abrangentes

- A Rússia é uma Civilização -

A primeira e a mais importante declaração é que a Rússia é uma civilização independente e original. Esta declaração é o eixo em torno do qual deve ser construído qualquer pensamento conservador (absolutamente tudo, e não apenas eurasiano). O que é que isso nos dá? Primeiro, compreendemos que o mundo não é global, não está unido, não é homogéneo. O mundo é constituído por muitas civilizações, cada uma das quais não é redutível uma à outra. Ou seja, chinesa, indiana, europeia, americana, russa - todas estas civilizações não são iguais.
Isto parece ser um pensamento simples e trivial, mas sugiro que nos concentremos nele. Se olharmos para a corrente dominante que agora domina, o que vemos? Há uma certa maneira ocidental de desenvolvimento: há países do primeiro mundo, do segundo, do terceiro. E seria bom para todos ser como o Ocidente, seguindo um caminho pré-designado, isto é, ser países do primeiro mundo. Mesmo que descartemos o lado prático desta questão, descartemos o que esta retórica está concebido para esconder - a colossal desigualdade entre países, o fosso monstruoso, o racismo, se quiserem - é óbvio que na própria formulação da questão há algum erro, alguma falha: a divisão dos países em países de primeira, segunda e terceira categoria.
A abordagem civilizacional sugere que todas as civilizações - é civilização, não um país e não um Estado com esta abordagem que é o sujeito da política mundial - são equivalentes e não podem ser reduzidas umas às outras. A civilização é por vezes igual ao país e ao Estado, como no caso da Rússia em algumas fases: no Império Russo, na União Soviética, as fronteiras do Estado eram aproximadamente iguais às fronteiras civilizacionais. Por vezes, uma civilização inclui vários Estados, mas, de uma forma ou de outra, é a civilização que é o sujeito. E é a civilização que é o valor mais alto da humanidade. As civilizações podem diferir em carácter, em estilo, mas não há hierarquia entre elas. Este é um ponto fundamental; é impossível afirmar a superioridade de uma ou de outra civilização sobre as outras.
Se tomarmos esse ponto de vista, veremos então um quadro completamente diferente do geralmente aceite: não podemos ser globalistas - liberais, comunistas, nacionais, ou qualquer outra coisa (nomeadamente, é agora habitual descrever a realidade do ponto de vista do globalismo). Mas temos de reconhecer a diversidade e a complexidade que reina no mundo.
Além disso, a abordagem civilizacional é uma ideia absolutamente russa e, se se quiser, essencialmente uma ideia russa. Porquê? Foi formulada por dois notáveis pensadores russos em finais do século XIX e inícios do século XX: Konstantin N. Leontiev e Nicholas Ya. Danilevsky. Podemos encontrar algo semelhante em outros povos? Supostamente nos Europeus, por exemplo nos Alemães? Sim, podemos encontrar a frase do filósofo J. G. Herder, que soa assim: "Os povos são os pensamentos de Deus". Esta frase não está longe da abordagem civilizacional. No entanto, coube aos russos formulá-la como um conceito independente.
Voltando-nos para Dostoevsky, que fala da humanidade universal, encontraremos exactamente a própria ideia que está subjacente à abordagem civilizacional. Notemos que a humanidade universal de Dostoievski é muitas vezes compreendida de uma forma simplificada. Toda a humanidade é tanto um "sentido gálico aguçado", como um "génio alemão sombrio", e algo mais. Mas "algo mais" é certamente da Europa. Talvez algo espanhol, português, inglês. Mas, se nos mantivermos nas posições de uma abordagem civilizacional, torna-se necessário reconhecer "algo" iraniano, brasileiro, japonês, chinês ... É este tipo de toda a humanidade que é uma abordagem civilizacional genuína, e esta é a verdadeira essência de uma pessoa russa.
No entanto, nesta humanidade toda, a pessoa russa não se dissolve: torna-se aberta ao mundo. Está pronta a perceber o novo, o melhor - e a recusar o que é contrário à sua natureza. Neste caso, ela é absolutamente livre. Tal como a rosa dos ventos eurasiana, que se dirige a oito direcções ao mesmo tempo, assim é a pessoa russa: move-se em amplitude em todas as direcções ao mesmo tempo, incluindo toda a imensidão do mundo, enquanto permanece russa e eurasiana.
Esta é a primeira tese: a Rússia é uma civilização independente. Independente, original, irredutível a outras. E mesmo que dali eliminemos a palavra "eurasianismo", então podemos unir sob ela uma variedade bastante ampla de pensadores conservadores, tradicionalistas, bem como tendências e correntes de pensamento. A ideia natural para um humano russo é sentir a sua identidade.
- Espaço de Desenvolvimento: A Vontade de Espaço -
A segunda tese é mais específica. Designá-la-ia como "a vontade de espaço". Significa que o espaço não é uma paisagem mecânica, não é um qualquer tipo de mapa, que é marcado com uma grelha seca e sem vida, onde cada quadrado individual é igual ao outro. O espaço está vivo, respira. Cada espaço tem o seu próprio espírito, os seus próprios loci de carácter distintivo: em conformidade, existe a sua própria vontade.
Esta abordagem não é especificamente eurasiana, mas encontra a sua própria expressão original entre os eurasianos no conceito de "espaço de desenvolvimento" ("mestorazvitie"). Aparece simultaneamente em Peter N. Savitsky e George V. Vernadsky, reflectindo a atitude dos eurasianos para com o espaço. A Rússia-Eurásia é distinta porque se descobriu em certas condições geográficas que moldaram o estilo do nosso povo, que inclui muitos grupos étnicos, tanto eslavos como não eslavos. E este estilo especial que os une é formado essencialmente pela geografia e pelas condições históricas. Como diz o ditado, "a geografia é uma sentença". Ou, mais exactamente, a geografia é o destino. O destino comum dos nossos grupos étnicos, causado pela geografia (nomeadamente, pela vontade de espaço), é a segunda tese - "espaço de desenvolvimento" ("mestorazvitie").
- Etnogénese: União de Espírito e Sangue -
E finalmente, voltamo-nos para a terceira tese especificamente eurasiana, que pode ser denotada pela palavra "etnogénese": por ela, falando um pouco mais plenamente, entendemos a união dos eslavos e turcos (bem como de outros grupos étnicos eurasianos), de Bosques e Estepes (e outras zonas espaciais).
De todos os eurasianos, Lev N. Gumilyov insistiu especialmente nesta posição. De facto, a influência na cultura russa pelos turcos - Tártaros, mongóis, que passaram pelo território do nosso império como um redemoinho inflamado - é inegável. E o seu impacto não foi só negativo. Não vemos só as igrejas destruídas que ficaram depois dos mongóis, só a inimizade que uma vez existiu entre os tártaros e o Estado russo. Vemos também a nobreza tártara, que se tornou parte do novo Estado moscovita, do Estado russo. Observamos um certo estilo que herdámos do império de Gengis Khan, que foi adoptado pelos príncipes de Moscovo e preservado pelos governantes russos até aos dias de hoje. Reconhecemos determinadas tarefas históricas, uma abordagem especial à conduta da vida do Estado, que não pode deixar-nos indiferentes. É disto que os eurasianos falam.
Outra coisa é que o grau de influência dos turcos (tártaros, mongóis ou outros grupos étnicos) sobre o núcleo civilizacional russo é contestado por muitos eurasianos. Lev Gumilyov acredita que esta influência é excepcionalmente grande, outros eurasianos não confiam muito nele, mas todos o reconhecem.
Podemos acrescentar por nós próprios que a influência não só dos grupos étnicos turcos e eslavos é excepcionalmente grande. Voltando-nos para "The Tale of Bygone Years", que descreve o momento da organização do Estado russo, recordemos as tribos que se chamavam Rurik, de acordo com os anais. Quem vamos ver? - Krivichs, Chud, Merya, Ves' e Vod'. São tribos eslavas e fino-úgricas. Assim, os povos fino-úgricos também não deveriam ser privados de atenção: estiveram no próprio cerne do Estado russo - e também adoptámos uma abordagem peculiar da vida, de um certo estilo, de palavras com significado, de rituais, de elementos de vestuário deles e ainda guardamos cuidadosamente tudo isso.
É sobre este tipo de etnogénese, sobre a essência imperial do povo russo-eurasiano, que os eurasianos insistem. Pode ser descrito esquematicamente: existe um certo núcleo, basicamente eslavo, e outros grupos étnicos estão cuidadosamente ligados a este núcleo, em resultado do qual se forma um único povo russo-eurasiano, que agora existe - que continuámos através dos séculos.
É importante notar que as pessoas não são um conceito estático. Um grupo de pessoas pode proclamar-se a si próprio um povo, mas isto não é suficiente. Um povo é um destino comum, antepassados comuns, descendentes comuns, um vector comum de desenvolvimento, um sangue derramado comum; por vezes este sangue é derramado em batalhas fratricidas.
Se nos voltarmos para o tempo presente, veremos como não há muito tempo os russos estavam em guerra com os chechenos, e agora os chechenos já se chamam a si próprios russos, nós chamamos-lhes russos. E quando o nosso inimigo diz: "Os russos vieram", ele também se refere aos chechenos. Quando os nossos civis ouvem: "Akhmat é poder", eles compreendem: "Os russos vieram!" Assim, o sangue comum que foi derramado na nossa terra tem uma influência unificadora. Sim, isto é uma tragédia. Sim, muitas vezes não acontece pacificamente, mas dá grandes rebentos.
Por conseguinte, um destino comum, guerras comuns, um objectivo histórico comum deve ser tratado de maneira muito responsável. É precisamente nisto que os eurasianos insistem e é aqui que surge a nossa terceira tese específica. E se quisermos ser chamados eurasianos, temos de a aceitar.
- Conclusão -
Regressemos ao início. Identificámos três teses. Se, depois de ler isto, quiserem tornar-se eurasianos, têm de aceitar não só a terceira, mas também as primeiras duas. Quais são elas?
1. A Rússia é uma civilização independente, original, irredutível a outras: não pior e não melhor, uma delas.
2. A vontade de espaço (espaço de desenvolvimento/mestorazvitie) determina o destino histórico do povo.
3. O Império Russo é o resultado da etnogénese, durante a qual teve lugar a união dos eslavos, dos turcos, dos fino-úgricos e de outros grupos étnicos, que constituíram um único povo russo em toda a sua diversidade.
[...]
Zhar Volokhvin


sábado, novembro 05, 2022

ARTE BELEZA E VIDA...

A humanidade está entrando na Era da Transformação , uma nova era da civilização humana, com a Consciência Integral subindo em sua vanguarda. Nossos membros não usam o Integral Life como apenas mais uma assinatura de mídia que usam semanalmente ou descartam. Em vez disso, a maioria fica conosco por anos, usando a Vida Integral para aprender Filosofia Integral e construir uma mente integral lentamente, metodicamente e quando precisar . Estamos aqui para ajudá-lo a moldar o futuro que está surgindo, não importa onde sua vida o leve.

Esta é uma daquelas perguntas perenes que temos feito e reaplicado em todas as etapas da jornada humana, desde os primeiros desenhos em cavernas até o surgimento de algoritmos sofisticados de inteligência artificial como MidJourney, que estão mais uma vez borrando as linhas entre arte, beleza, significado e perspectiva, forçando novas formas de pensar sobre essa questão atemporal.Veja como Ken e Corey dão uma olhada divertida e fascinante na interseção entre arte, semiótica e tecnologia.

Escrito e produzido por Corey deVos
Tem havido muito burburinho ultimamente – e um pouco de consternação – sobre uma série de novas plataformas de arte de inteligência artificial que permitem que as pessoas insiram uma série de prompts, e o algoritmo então reconstrói imagens com base nesses prompts, muitas vezes levando a alguns resultados interessantes. e ocasionalmente impressionantes peças de arte.

Por exemplo, esta imagem, que acabou de ganhar o primeiro lugar no concurso de arte Colorado State Fair, resultando em uma certa controvérsia entre artistas e entusiastas da arte:
Exemplo

Eu mesmo me diverti muito brincando com essas plataformas, e até tenho usado uma em particular (MidJourney, o mesmo software que foi usado para criar todas as imagens acima e no episódio) para ajudar a projetar imagens para muitos dos meus recentes discussões sobre a Vida Integral.

É uma experiência interessante brincar com essas plataformas – você insere seus prompts e parâmetros em um campo de texto, pressiona “enter” e espera que a IA responda com uma variedade de imagens. A experiência realmente parece um pouco dialógica , como se a arte que está sendo gerada estivesse emergindo de uma conversa entre homem e máquina. Mas é claro que não há nenhum fantasma nessa máquina, nenhuma interioridade real ou consciência por trás da cortina e, portanto, nenhum significado genuíno está sendo transmitido diretamente através da arte. Qualquer que seja o significado que possamos ver, está sendo gerado pelo usuário e/ou observador, não pela própria máquina. As imagens produzidas podem ser belas, mas não tenho certeza de que se tornem “arte” até que a beleza seja então representada e habitada por uma perspectiva.

E é assim que a arte sempre funcionou, mais ou menos – um pôr do sol por si só é lindo, mas não é arte – pelo menos não até que alguém apareça, emoldure com sua perspectiva e tire uma foto.
Exemplo

A IA é simplesmente outra nova ferramenta artística que as pessoas usam para ajudar a aumentar seu processo criativo, e sempre há um grande número de luditas esperando nas margens para denunciar imediatamente essas ferramentas como inautênticas. Como sempre, tudo se resume a como usamos essas ferramentas – estamos apenas substituindo nossa criatividade por conveniência, ou permitimos que essas conveniências nos levem a novos níveis de expressão criativa que não seriam possíveis antes?

Ao mesmo tempo, realmente há algo um pouco diferente com esse tipo de arte gerada por algoritmo. Não é exatamente o mesmo que um novo tipo de pincel ou instrumento musical, porque de muitas maneiras a própria ferramenta está gerando a obra de arte - guiada não pela mão de um artista individual ou talentos cuidadosamente cultivados, mas pelas instruções verbais do usuário, combinadas com o rede neural do software que está compilando e amalgamando qualquer número de imagens e artefatos que já existem na internet. De certa forma, esses algoritmos estão conectando a consciência individual do usuário com a criatividade coletiva da comunidade, cultura e sociedade maiores do usuário, enquanto usam uma série de heurísticas estéticas LR (composição, simetria, teoria das cores, etc.) uma imagem que os seres humanos podem então reconhecer como “bonita”.

Tudo isso levanta algumas questões fundamentais sobre a natureza da arte, da consciência e da tecnologia, que provavelmente só podem ser respondidas de maneira satisfatória com um olhar mais integral:O que exatamente é arte?
O que é “arte integral”?
Qual é a relação entre beleza e arte?
A arte genuína requer algum grau de “intenção do artista”?
A arte pode ser criada por processos não sencientes?
Como tudo isso informa nossa promulgação da arte gerada por IA?
Os próprios algoritmos de IA são algo que devemos considerar “arte”?

Ken e eu estamos esperançosos de que perguntas como essas nos levem a uma maior compreensão e apreciação da arte, seu propósito e sua execução.Exemplo
A relação entre “arte” e “beleza”

Muitas vezes gostamos de discernir entre a “inteligência estética” (nossa capacidade de perceber e representar a beleza) e a “inteligência criativa” (nossa capacidade de criar beleza através de uma variedade infinita de expressões artísticas). Ambas as linhas de desenvolvimento são críticas, pois consideramos as diferenças importantes entre a beleza como uma qualidade inerente do universo e a arte como um esforço criativo deliberado.

Eu usei o exemplo de um pôr-do-sol anterior - um fenômeno natural que resulta da auto-organização da massa-energia, que muitas vezes gera uma beleza incrível, mas não é em si uma expressão artística, porque não há artista do outro lado que está criando deliberadamente ou comunicar esta beleza. (É claro que sempre podemos ter uma visão de “Espírito em 2ª pessoa ”, reconhecendo um Deus pessoal como o artista supremo que está criando todo o universo a cada momento – mas talvez seja melhor manter essa conversa focada em artefatos produzidos por hólons humildes como você e eu.)

O pôr do sol em si não é arte. Mas no momento em que enquadro a beleza com minha perspectiva, ela se torna arte.

Parece que a matemática é realmente bastante direta aqui:

beleza + perspectiva = arte

Como Ken diz, arte é “qualquer coisa em uma moldura”. É a beleza refletida através de uma perspectiva, um ponto de vista, um quadro de referência.

A arte requer intenção consciente?



Acho que essa é uma das questões mais interessantes e desafiadoras levantadas pela arte gerada por IA – algo pode realmente ser considerado “arte” se não houver a intenção do artista a ser encontrada?

Uma das características da arte pós -moderna é que ela quase elimina completamente a “intenção do artista”. A intenção original é irrelevante - tudo o que importa é a experiência do observador da obra de arte e o que essa obra de arte pode representar para uma cultura ou subcultura específica. O que faz um certo sentido, pois ainda temos acesso a obras de arte maravilhosas da história que continuam a gerar significado e agitar algo dentro de nós, mas cuja intenção original há muito se perdeu com a passagem do tempo, apesar de alguns significantes universais (linguagem corporal, estados emocionais , etc.) que ainda hoje nos falam diretamente.

É claro que uma análise integral da arte não exclui a intenção do artista como os pós-modernistas costumam fazer – mas também não faz da intenção o único meio de entender a arte. Em vez disso, o significado de uma obra de arte pode ser encontrado em todos os quatro quadrantes – na intenção do artista, no conteúdo da obra em si, na resposta do observador e nas condições e circunstâncias sociais totais que cercam o artista e a obra de arte.

Mas e se a obra de arte estiver sendo criada por um artista que não possui nada como uma “intenção”? Esta é a pergunta curiosa que enfrentamos agora na era da arte gerada por IA.

Obviamente, não há “intenção do artista” quando se trata dos algoritmos em si – não há interiores a serem encontrados lá. No entanto, há intenção quando se trata das pessoas que realmente projetaram e programaram esses algoritmos em primeiro lugar. Incluiríamos a intenção deles ao encenar a arte gerada pelos algoritmos que eles criaram? Devemos talvez considerar os próprios algoritmos como arte?Exemplo
A arte exige comunicação?


Muitas vezes penso em certos pássaros tropicais, cuja plumagem é adornada com cores vibrantes e belas, e que então compõem uma série de canções e danças de acasalamento intrincadas para comunicar sua beleza e atrair um parceiro. Este exemplo parece chegar às diferenças centrais entre beleza e arte – as penas do pássaro são lindas, mas não são “arte”, são simplesmente parte do endereço cósmico único daquele pássaro . No entanto, o canto e a dança que o pássaro executa é uma expressão artística, uma comunicação da beleza do pássaro e endereço cósmico dentro do espaço de 2ª pessoa que ele compartilha com outros pássaros em seu ambiente.

O que torna a arte um mecanismo essencial do que Ken chama de “Milagre de Nós”. Escolhemos um conjunto de significantes exteriores para comunicar um referente particular em nossa própria consciência interior, atravessando o vazio infinito de nossa própria subjetividade absoluta para entrar em contato com outro sujeito. E então esse significante aterrissa em algum lugar em seu próprio horizonte subjetivo , onde você o aborda, examina e tenta decifrar seu significado. Se esse significante corresponde com sucesso a um referente interior semelhante dentro de cada um de nós, uma nova realidade compartilhada emerge entre nós. Isso é realmente um milagre, eu acho.

Outro exemplo: Ryan Oelke e eu recentemente fizemos um show juntos chamado Inhabit: Your Bardo , onde falamos sobre a percepção de que cada momento é uma transição e uma oportunidade de transcender o carma de nosso condicionamento e adicionar um pouco de nova criatividade. Então, eu tinha um tema específico em mente – viajar pelo reino do bardo – e queria gerar uma imagem de IA para ajudar a ilustrar esse tema. E depois de um pouco de tentativa e erro, acabei com esta imagem:


E ao fazer a imagem, algo interessante aconteceu. Uma das coisas que discutimos foi a ideia de que, neste mundo da forma, nunca há nenhum “terreno sólido” real sob nossos pés, estamos constantemente mudando de um terreno temporário para outro – todas as gratificações substitutas do único terreno permanente que temos. pode encontrar, o próprio Fundamento do Ser. Quando vi esta imagem, imediatamente notei o que parece ser uma série de tapetes empilhados no chão, que imediatamente tomei para simbolizar essa coleção de pedaços temporários de chão aos quais nos agarramos no mundo relativo. Não entrei em nenhum prompt específico que resultaria naqueles tapetes, mas imediatamente ressoei com a imagem, percebendo como a IA me deu um significado surpreendente para um referente muito particular em minha própria cabeça,

Mas esse significado não foi gerado pela IA, foi fornecido por mim – a imagem era uma constelação acidental de padrões aleatórios que se alinhavam com algo que discutimos no programa.


Que, pelo menos para o meu próprio quadro de referência, foi o momento em que a “beleza” se transformou em “arte” – tornou-se um significante que comunicava algum significado interior. O algoritmo criou algo bonito, eu adicionei minha própria perspectiva a ele, e então se tornou arte. E no momento em que seleciono essa imagem e a uso no episódio para comunicar um tema geral para o programa, ela se torna “arte” para todos os outros também. A imagem não é mais um artefato inerte , é agora um significante psicoativo que comunica significado de um sujeito para outro.

Beleza mais perspectiva é igual a arte.

Então, o que esses algoritmos estão realmente fazendo? Eles são “geradores de arte”, ou são mais como “geradores de beleza”, criando uma variedade infinita de “pôr do sol” que as pessoas podem então representar como arte, no exato momento em que trazem sua própria perspectiva para as formas criadas pelo algoritmo?

É uma conversa muito rica, divertida e fascinante, e esperamos que gostem!