O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 19, 2023

PORQUE TEIMAM OS HOMENS EM DEFINIR A MULHER?




O QUE AS MULHERES NÃO QUEREM VER...

“ ...ela explicou que as mulheres, mais do que os homens, são os verdadeiros sustentáculos da ordem social, e que, para cumprir este papel, elas foram educadas, uniformemente em todo o mundo, para estarem a serviço do homem.
- Não faz diferença se elas são criadas como escravas ou se são mimadas e amadas—observou ela.—A finalidade e o destino fundamental das mulheres continuam sendo os mesmos: nutrir, proteger e servir os homens." - taicha abelar

A CONFUSÃO DOS SEXOS...

Voltando à Profundidade da Mulher..,

Sem a Mulher das profundidades não pode haver compreensão do verdadeiro feminino, nem da essência, logo do papel da Anima, …e mais uma vez, não só nas velhas religiões como na psicanálise moderna, os homens do “conhecimento racional” inverteram o sentido das essências masculino e feminino atribuindo o animus à mulher e à anima ao homem…
A NATUREZA DESCONHECIDA DA ANIMA É A NATUREZA OCULTA DA MULHER, é a sua natureza escondida e negada nos séculos de religião e cultura que desnaturou a mulher em prol ds ideias religiosas ou ideias masculinas, e mais tarde de filosofias e da arte apolíneas, que provocaram um branqueamento da mulher original, da mulher ctónica; séculos de desmembramento e desfragmentação do ser mulher em si, da mulher inteira - a partir do momento em que a mulher foi desvinculada da sua maternidade visceral e mais tarde dividida em duas pela Igreja com a mulher a do lar e a da rua, e se tornou uma função mais do que um ser individual, esse apagamento e essa aculturação causaram uma ausência total do sentido do que é ser mulher como ente, projectando uma metade mulher, “ideal”, “moral” religiosa, artística, romântica, a mulher fragmentada que sobrou das muitas divisões seculares entre Eva, cada vez mais asséptica e vazia de entranhas …e Lilith, completamente esquecida e relegada para os infernos, pelo único deus reinante dos patriarcas, suprimidas todas as deusas, assim como o poder vivificante e destruidor das forças ctónicas a elas associadas. 
É dessa mulher anima varrida do consciente humano, soterrada nas memórias mais arcaicas que os homens da psicanálise e da psicologia das profundidades buscaram sem compreender que a mulher que eles conheciam era uma pálida imagem dessa mulher anterior ao paleolítico, da Mulher original , da deusas do neolitico abundantes em formas e evocativas da Mulher mãe da Origem…
Assim, os melhores autores, e os mais conceituados, abordaram o tema da Anima como o feminino do homem e o Animus como o masculino da mulher sem perceber que a verdadeira Anima, o seu feminino profundo, estava completamente desligado da mulher dos nossos dias…e que tanto homens como mulheres não poderiam sequer equacionar a questão do feminino/masculino sem que a mulher resgatasse o seu eu profundo das profundezas do seu ser, do mais abissal da sua memória…e esse é um trabalho da Mulher e não do homem! Penso que por isso mesmo estamos completamente e culturalmente confusos/as com a identidade do ser humano e a função de cada um dos sexos.
Os escritores e ainda mais grave os homens da psicologia e da psicanálise tentaram resolver o seu problema do feminino em si sem nunca entender a própria mulher, porque a mulher foi destituida das suas forças originais e vitais, secundarizada e por fim dividida e fragmentada pelos imensos estereótipos que lhes eram atribuídos pela cultura secular, ou por persistirem em ver apenas a mulher que a sua cultura e a “ciência” em que foram beber o seu conhecimento, lhes permitia ver; não entenderiam nunca que sem essa percepção da divisão interna e secular da mulher em dois estereótipos fundamentais, os homens não entenderiam nunca uma METADE DA HUMANIDADE, relegada para um plano funcional e como instrumento, dado que a mulher assim abordada não é senão uma metade de uma metade…e por isso incompreensível a nível da psique e do intelecto.
Por outro lado, a mulher cindida não pode compreender a sua própria natureza a verdadeira dimensão do seu ser, sem se fundir à sua natureza instintiva e inicial, associada as deusas primordiais, a grande Deusa e as sacerdotisas de outrora. Ela não pode ser inteira sem se unir à "outra" mulher...que é ela mesma!
Esse desconhecimento da Mulher de si mesma e da sua essência, e do seu passado, levava o homem e o psicólogo a encontrar um vazio na mulher (dividida) chamando-o de Animus não realizado, (a sua própria experiência de vazio de anima) quando afinal o que sucede nas nossas sociedades foi ter-se "fabricado" uma mulher gravemente "animus" pelas ideias dos homens, as mulheres por si idealizadas, as puras e as perversas as fatais e as inocentes etc., as duas mulheres que conviviam nas suas sociedades, uma esposa e outra a prostituta basicamente, ou a concubina, com um animus que hoje é ainda mais mais acentuado e um yang elevadíssimo. O que nos falta de facto é a mulher Anima, a mulher essência, uma mulher inteira que inclusive possa reflectir ao homem a sua própria Anima e então sim poder ela realizar o seu animus de forma equilibrada e vice-versa.

SÃO ESSES DOIS LADOS DA MULHER DIVIDIDA EM SI QUE OS HOMENS NÃO CONSEGUIRAM PERCEBER AS RAZÕES....  


E eu pergunto-me como é que ainda há homens, escritores, esotéricos ou místicos, que tem o desplante de querer definir a mulher, escrever sobre a MULHER - eu tinha vergonha na cara e ainda tenho mais vergonha das mulheres que vão atrás dessa conversa hermética e idealizante dos estereótipos românticos que delas eles inventam porque são incapazes de pensar por si e terem discernimento próprio e de serem realmente mulheres conscientes!
Não há homem algum, por mais ilustre e culto ou iluminado que seja que possa dizer a uma Mulher quem ela é de verdade ou para a poder definir, quando muito idealizá-la como sempre fizeram os poetas...os padres misóginos e os pedófilos...
Teria de dizer para essas mulheres imbecilizadas e infantilizadas por séculos de mentiras e odio da Mãe, as enjeitadas, e que tanto precisam do papá que aceite a menina e lhes dê umas palmadas no rabinho e ...diria como Natália Correia:
 
Não, “Não és uma verdadeira mulher. Se o fosses saberias que és mais velha do que o homem.” Saberias que nenhum homem jamais te poderá definir sem te conspurcar na essência e na grandeza do ser Mulher; não precisarias que te dissessem quem és na verdade, é só porque não sabes o que é a mulher que aceitas esse suborno, essa mistificação, essa amputação do teu ser e veres-te retalhada pelo seu falo literário...
rlp


segunda-feira, setembro 18, 2023

A CEGUEIRA COLECTIVA ...





“Apesar da "epidemia" chegar a um grau tão extenso, acabando por atingir toda a população do local, a mulher do médico é a única pessoa que ainda consegue enxergar e assim registar todo o horror e provação que os cegos enfrentam.”


In O ensaio sobre a cegueira de J. SaramagO

sábado, setembro 16, 2023

A MULHER DO HOMEM




PODEM AS MULHERES LIBERTAR-SE DESTE OLHAR DO HOMEM
 QUE LHES "DÁ" (E TIRA ) A VIDA??

"O facto da menina viver a relação com a pessoa do seu sexo apenas através do homem, com essa espécie de filtro que existe entre ela e a mãe, é a razão mais profunda da divisão que encontramos entre uma mulher e outra mulher; nós as mulheres estamos divididas na nossa história desde sempre, não apenas porque cada uma de nós está unida socialmente ao marido, às e aos filh@s – este é apenas o aspecto visível da separação – a divisão dá-se a um nível mais profundo, ao não conseguirmos olhar-nos uma à outra, ao não sermos capazes de contemplar o nosso corpo sem termos sempre presente o olhar do homem. 
(…)
Num artigo em “L’Erba Voglio”… insistia na relação interrompida com a mãe, ou no mínimo deformada desde o começo precisamente porque a mãe não é a mulher, apenas “a mãe”, ou seja, a mulher do homem. Do facto de que a mulher não encontra na relação com a mãe o reconhecimento da sua própria sexualidade, do seu próprio corpo, procede depois toda a história sucessiva da relação com o homem como relação onde a negação de tudo aquilo que tu és, da tua sexualidade, da tua forma de vida, já se produziu.”

Lea Melandri, La Infamia Originaria (excertos),
citada por Cacilda Rodrigañez Bustos em El Assalto al Hades


AS TEORIAS DOS HOMENS SOBRE AS MULHERES



AS TEORIAS DOS HOMENS SOBRE AS MULHERES

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“O verdadeiro problema com as mulheres é terem sempre de tentar adaptar-se às teorias dos homens sobre as mulheres, como sempre fizeram.
Quando uma mulher é totalmente ela mesma, está a ser o que o seu tipo de homem quer que ela seja. Quando uma mulher está histérica é porque não sabe muito bem o que ser, que padrão seguir, a que imagem masculina de mulher se ajustar.
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Porque, é claro, assim como existem muitos homens no mundo, existem muitas teorias masculinas sobre o que as mulheres deveriam ser. Mas os homens tendem para grupos, e é o grupo, não o indivíduo, que produz a teoria, ou 'ideal' de mulher.
(...)
E assim, pobre mulher, o destino captura-a. Não é que ela não possua uma mente — possui. Ela tem tudo que o homem tem. A única diferença é que ela procura um padrão. Dêem-me um padrão a seguir! Será sempre este o grito da mulher. A menos, é claro, que já tenha escolhido o seu padrão muito jovem; então, ela vai declarar que é absoluta, e nenhuma ideia de homem sobre as mulheres terá qualquer influência sobre ela.
(...)
O homem está disposto a aceitar a mulher como semelhante, como um homem de saias, como um anjo, um demónio, uma cara de bebé, uma máquina, um instrumento, um seio, um útero, um par de pernas, uma criada, uma enciclopédia, um ideal ou uma obscenidade; a única coisa que ele não aceita é que ela seja um ser humano, um verdadeiro ser humano do sexo feminino.”
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David Herbert Lawrence ou D. H. LAWRENCE

UM POEMA QUE ILUSTRA BEM o que o autor citado diz...

ADORAÇÃO, 
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Eu não te tenho amor simplesmente. A paixão
Em mim não é amor; filha, é adoração!
Nem se fala em voz baixa à imagem que se adora.
Quando da minha noite eu te contemplo, aurora,
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E, estrela da manhã, um beijo teu perpassa
Em meus lábios, oh! quando essa infinita graça
do teu piedoso olhar me inunda, nesse instante
Eu sinto – virgem linda, inefável, radiante,
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Envolta num clarão balsâmico da lua,
A minh'alma ajoelha, trémula, aos pés da tua!
Adoro-te!... Não és só graciosa, és bondosa:
Além de bela és santa; além de estrela és rosa.
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Bendito seja o deus, bendita a Providência
Que deu o lírio ao monte e à tua alma a inocência,
O deus que te criou, anjo, para eu te amar,
E fez do mesmo azul o céu e o teu olhar!...
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in 'Poesias Dispersas' de Guerra Junqueiro
(15 de Setembro de 1850 — 7 de Julho de 1923).


sexta-feira, setembro 15, 2023

A MULHER EM NEGAÇÃO DE SI MESMA...



A MULHER MODERNA: " encontra-se desde o princípio sem uma forma própria de existir"


É Esta negação de si mesma enquanto mulher integral que esta interiorizada em níveis tão profundos...da sua psique...que impede a mulher de se realizar na sua plenitude e por mais que repita a si mesma que é igual ao homem mais se afasta do cerne mulher..
Não, à mulher de hoje não basta seguir uma Deusa ou "integrar" o seu lado masculino para realizar a dinâmica dos dois em um (Yin e yang) porque a mulher moderna está amputada de uma parte de si mesma, o feminino essencial, porque ela usa exclusivamente o ego masculino e parte desde logo inferiorizada na sua relação com o homem seja em que caminho for. 

Por isso, “É necessário reconstruir a contradição homem-mulher a partir da negação do corpo da mulher, e portanto aquilo que na Psicanálise tradicional aparece como enfermidade, neurose, desadaptação, etc. converte-se numa contradição material.
A mulher encontra-se desde o princípio sem uma forma própria de existir, como se o existir da mulher já se encontrasse numa forma de existência (mulher, mãe, filha, etc.) que a negam enquanto mulher. Ser mãe significa existir e usar o corpo em função do homem, e por isso uma vez mais carecer de sentido e de valor do próprio corpo e da própria existência a todos os níveis.
Esta negação de si mesma esta interiorizada em níveis tão profundos que é como se as mulheres, ao longo de toda a sua história, não tivessem feito mais do que repetir esta história de autodestruição. Por consequência, o discurso sobre a violência masculina, sobre o vexame, a dominação, sobre os privilégios, etc. continuará sendo um discurso abstracto se não tivermos em conta o aspecto interiorizado desta mesma violência, a violência como auto-negação, negação duma existência própria. A negação de si mesma é posta em marcha a partir do nascimento, a partir da primeira relação com a mãe, onde esta já não se encontra presente como mulher com o seu corpo de mulher, estando ali como mulher do homem e para o homem. 
(…)
O facto da menina viver a relação com a pessoa do seu sexo apenas através do homem, com essa espécie de filtro que existe entre ela e a mãe, é a razão mais profunda da divisão que encontramos entre uma mulher e outra mulher; nós as mulheres estamos divididas na nossa história desde sempre, não apenas porque cada uma de nós está unida socialmente ao marido, às e aos filh@s – este é apenas o aspecto visível da separação – a divisão dá-se a um nível mais profundo, ao não conseguirmos olhar-nos uma à outra, ao não sermos capazes de contemplar o nosso corpo sem termos sempre presente o olhar do homem. 
(…)
Num artigo em “L’Erba Voglio”… insistia na relação interrompida com a mãe, ou no mínimo deformada desde o começo precisamente porque a mãe não é a mulher, apenas “a mãe”, ou seja, a mulher do homem. Do facto de que a mulher não encontra na relação com a mãe o reconhecimento da sua própria sexualidade, do seu próprio corpo, procede depois toda a história sucessiva da relação com o homem como relação onde a negação de tudo aquilo que tu és, da tua sexualidade, da tua forma de vida, já se produziu.”*
rlp 
*Lea Melandri, La Infamia Originaria (excertos),
citada por Cacilda Rodrigañez Bustos em El Assalto al Hades




segunda-feira, setembro 11, 2023

 


de que se trata este blog?

"A deificação das imagens de mulher neolíticas é também uma estratégia para que tais imagens não possam chegar a constituir um paradigma que provoque e propicie la reconexão de nossa mente com as nossas entranhas. " Cacilda Rodriganes Bustos 


EM BUSCA DA MULHER INTEGRAL


 ACTUALIZANDO 


Às vezes pode ser importante redefinir um pouco este Blog de tanta matéria e tão diversificadas origens, que convém que diga o seu propósito, se é que não é ainda claro de tão exaustivo o tema das mulheres, mas de que mulheres trata e mais complicado ainda, que deusas, que origens foram ou eram e que mulheres e deusas que nós aqui estamos a considerar?


Há tanta confusão acerca da Mulher e as definições da Mulher variam de acordo com os estereotipos e as épocas e ainda as modas, mas não sei se a confusão não é ainda maior acerca da Deusa  ou quem foram as deusas as mais antigas - as deusas das mitologias Egipcia, Hindu e Celta, agora que qualquer actividade relacionada com mulheres e grupos se diz ser sagrada e se propaga uma fé numa deusa a par de um deus e se fala de feminino sagrado com alguma conectação religiosa; por essa razão convém realmente redefinir o que é "o feminino sagrado" aqui neste espaço, uma vez que nós não queremos uma Deusa igual a Deus nem uma deusa lenitiva que nos vem salvar ou que nos ajuda e dá força, porque isso nunca existiu...essa é agora a minha Fé - salvaguardar a minha liberdade de ser e responsabilidade humana - e por isso tenho de clarificar a minha posição quanto a idea de uma Deusa ou deusas que nem foram humanas e sim seres de outras dimensões e mesmo extraterrestres, isto a luz de uma visão cosmologica fora do contexto obscuro e e dogmatico da Religião católica e mesmo do paganismo que parece as deusas imitam....
Quando falava de Mulheres e deusas, já me referia a uma dimensão do feminino original ligado a Mãe e a Natureza e neste caso, refiro agora a ideia de mulheres integradas, mulheres que buscam essa completude dentro de si e que têm consciência da sua cisão (versus integralidade) e vivem de acordo com isso, em busca de um Feminino Ontológico, verdadeiro e simbiótico com a Mãe e a Natureza. Mulheres que por suposto já não estão nem vivem cindidas dentro de si e não se fragmentam tão facilmente em duas espécies (o modelo da santa virgem e da maria madalena, a pecadora do catolicismo) e  entre os estereotipos que as separa e faz digladiar à imagens das deusas do Olimpo tão aclamadas como variantes da mulher de acordo com a psicologia junguiana e  aquilo que os homens e a sociedade normalmente exigem delas. Refiro-me a Afrodite e Hestia e Atena ou Deméter...etc.
Falo de  Mulheres que já não seguem a Moda (gay) nem aquilo que lhes impõem como padrão de beleza, todos os artificios a que chamam "femininos" e que nada significam em relação a verdadeira essencia da Mulher.
Não gosto do termo "mulheres emancipadas", porque não corresponde a verdade nem é real, nem aprecio a ideia feminista da igualdade entre os sexos - que os padroniza por igual - embora seja apologista de direitos iguais e universais, os direitos Humanos. Não há porém igualdade entre o homem e a mulher no que diz respeito ao ser especifico de cada um, quer ao nível sexual ou fisico e menos ainda ao nivel psiquico e ontológico. Cada um dos sexos é muito diferente um do outro à partida e expressam qualidades intrínsecas próprias (de acordo com os hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, masculino e feminino) específicas da sua natureza interior (a mulher tem utero, ovários e gera dentro dela vida) e a grande confusão existente é resultado dessa ideia ficticia e redutora da mulher de uma  igualdade entre os sexos em que as mulheres devem fazer tudo o que os homens fazem e que têm vindo a confundir cada vez mais a sociedade e as próprias mulheres e já nem homem nem a mulher sabem quem é quem...
O facto de a mulher ter sido reconstruída ou "recriada" culturalmente pelo homem a partir de dogmas religiosos e outros, e sendo portanto um subproduto de uma sociedade patriarcal e falocrática, que domina todos os meios de expressão e de comunicação e ser ele ainda e desde há séculos aquele que define a mulher na literatura e a tem retratado na arte e no cinema, por exemplo, faz com que a mulher se tenha completamente perdido de si mesma ao perseguir imagens e padrões de suposta feminilidade seja a do sacrificio seja o da libertetinagem e que nada têm a ver com o feminino na sua essência. Tão pouco a sua sexualidade é a verdadeira porque não é coital mas simbiotica e é de todos estes apectos e questões que Mulheres e Deusas, agora MULHER MATER, MATRIZ  se ocupa e preocupa...

PORQUE É ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL REDESCOBRIR A VERDADEIRA MULHER DENTRO DA MULHER  E DEVOLVÊ-LA INTACTA AO MUNDO e por isso urge rejeitar todas as falsas imagens do feminino criado pelo homem assim como das deusas que nunca foram mulheres.

RLP

"O primeiro objecto de amor para mulheres e homens é a mãe;



O PRIMEIRO OBJECTO DE AMOR É A MÃE


..." Kundalini-a serpente vital, a mãe do mundo é uma força eletromagnética. O sopro ardente do dragão é um poder real que, quando despertado em ação, pode facilmente destruir como pode criar. O que é verdadeiro de qualquer potência natural, fogo, água, vento, também é verdade do poder espiritual: grande energia também é grande perigo. Com a deusa, tudo é real. O Espírito e a matéria são forças igualmente poderosas, e a sua acção de entrelaçamento é constantemente mágica, constantemente real.

Ao separar o espírito e a matéria, a ideologia patriarcal reduziu a existência física a um mero mecanismo observável, chamada " realidade prática enquanto a existência espiritual é descartada ou abstrato em " a imaginação " ou " o ideal Ou, como nos cultos solares apolonianos - e nas tendências teológicas do Budismo, Judaísmo, islamismo e cristianismo - espírito torna - se ' puro ser ' ou ' pura existência na eternidade ' ou ' bem absoluto ' ou alguma outra abstração intelectual totalmente unrooted Em processo cósmico. Totalmente extraído da vida, como um dente sublime.

O Espírito, na religião matriarcal, não nega a sua ligação com a mãe. É gerada fora do processo de vida no tempo e no espaço: Ela cria, dissolve e transforma-se como ela vai. O Espírito e a matéria em espiral são ambos iguais e igualmente reais. E esta é a realidade espiritual da evolução, em que a matéria se cria na consciência, uma vez que a consciência espiritual se criou em matéria."

"O primeiro objecto de amor para mulheres e homens é a mãe; mas no patriarcado, o filho tem de rejeitar a mãe para ser capaz de dominar a esposa como "um homem ...de verdade" - e a filha deve traí-la para se "submeter a um homem". Na sociedade matriarcal, esse duplo fardo de traição biológica e espiritual não ocorre. Tanto para as mulheres quanto para os homens, existe uma estreita identificação com o grupo coletivo de mães, com a Mãe Terra e com a Mãe Cósmica. E, como os psicanalistas continuam a repetir, essa identificação é propícia à bissexualidade em ambos os sexos. Mas a homossexualidade em homens tribais ou pagãos não se baseava na rejeição da Mãe, ou da mulher, como na cultura patriarcal; era baseada no amor de irmão, irmão-afinidade, como filhos da mãe. E o lesbianismo entre as mulheres não se baseava no medo e rejeição dos homens, mas no desejo da filha de restabelecer a união com a Mãe e com sua própria feminilidade. O coletivo de mães, identificado por filhas e filhos, era formado por mulheres fortes, criativas, produtoras, sexualmente livres e visionárias. E assim o ideal da feminilidade, para ambos os sexos, não era a submissão forçada e estúpida dos oprimidos, como na cultura patriarcal."


Do livro A Grande Mãe Cósmica de Mónica Sjoo e Bárbara Moor


domingo, setembro 10, 2023

A VIRGEM - A MÃE PATRIARCAL É UMA IMPOSTORA


O TABU DO SEXO 

E A REPRESSÃO DO FEMININO VISCERAL

(...) 

A Imaculada Conceição da Virgem Maria é um dogma da Igreja Católica. 

5. A Igreja reconhece explicitamente  que a Virgem é a escrava do Senhor e além disso enfatiza acrescentando Faça-se em mim segundo a tua palavra.

6. De todas as formas, a Virgem cumpre o rito da purificação, para limpar o corpo do mal da maternidade e da oxitocina.(Oxitocina é conhecida como a hormona do amor, promove a empatia e as relações sociais)

7. Finalmente ela assiste resignada à tortura e morte do seu filho, em sacrifício do Pai, para quem oferece o seu próprio sacrifício.

8. As imagens da Virgem são feitas com um coração desenhado no peito, do qual algumas vezes desprendem-se uns raios que representam o ‘amor’, querendo copiar o estilo das representações neolíticas, porém trocando o seu conteúdo: porque, neste caso, trata-se de um tipo de amor cuja qualidade vem definida do lugar de onde sai e onde se sente: da cintura para acima e por isso essa imagem não representa o fluido do amor verdadeiro, que sai do ventre, desde a pulsação das chamadas zonas e órgãos erógenos, e o que acontece é uma sublimação que as emoções sofrem quando ficam desconectadas da pulsão visceral que as origina e que permanecem  perdidas  produzindo ansiedade, até que sejam requalificadas e ‘recolocadas’ de acordo com a visão dogmatica da Igreja. Essa sublimação é o ‘amor’ espiritual que querem fazê-lo localizar-se no coração, que não é um órgão que produz prazer nem impulsiona  nem dá satisfação. Trata-se de uma compensação imaginária, como diria Jesús Ibánez, do verdadeiro fluido amoroso que nasce da maternidade. No corpo que está auto regulado (pela maternidade) à nascença a emoção não está focalizada no peito, mas no ventre porque se sente em tudo o corpo e além disso, a mulher sente-se unida ao prazer e à emoção que nasce no ventre, onde se sente verdadeiramente o amor, com toda a sua força, e de onde se expande em todas as direções até alcançar toda a nossa carne viva que por isso toda ela é pulsátil. E quando se pretende desenhar-se o amor a sair diretamente do coração, está-se a ocultar a sua condição natural, a sua força, a sua origem e a sua verdade. Essa mudança tem um impacto simbólico muito importante, porque desvirtua o amor; é uma fixação na corrupção do amor verdadeiro para manter a validade e a implementação moderna do Tabu do Sexo; a corrupção e a  diminuição que falávamos da capacidade de amar.

A diferença entre o amor verdadeiro e o ‘amor’ espiritual, é que o primeiro é visceralmente  prazeiroso; é um derramamento em que o prazer e  a satisfação se tornam e são, uma mesma coisa.

As mulheres neolíticas representavam o amor materno com serpentes enroscadas no ventre, que logo subiam e se enroscavam nos peitos: duas imagens e duas simbologias muito distintas, de antes e depois do Tabu do Sexo, de antes e depois da consolidação do patriarcado.

Também algumas vezes são flechas e punhais que atravessam ao coração da Virgem, para expressar a dor pela morte do seu filho: a imagem do tradicional destino de sofredoras das mulheres.

ESSA VIRGEM ASCENDIDA É A  IMAGEM ASSEPTICA DA MULHER SEM PRAZER E QUE  PISA A SERPENTE A SEUS PÉS...

9. A história do culto à Virgem Maria começa após os primeiros séculos de evangelização na Europa, quando a Igreja percebeu que havia a necessidade de criar uma  representação da mulher e de uma mãe sexualmente asséptica. Por isso no começo, a maior parte das suas imagens ainda tinham o menino Jesus no colo, até  nalgumas, entre as mais antigas, aparece a Virgem dando-lhe o peito. Mas a pouco e pouco vão desaparecendo essas imagens do aleitamento, e a imagem da Virgem apresenta-se já sem o menino. Isso deve-se a que o papel inicial da imagem da Virgem Maria foi manipulada para haver a conversão do desejo materno, que ainda as mulheres sentiam ou percepcionavam, e desviadas para  um "amor’ racional, espiritual e de submissão, compatível com o exercício da repressão sobre as criaturas, alegadamente feito ‘pelo seu próprio bem’ para educá-las para a escravidão, a resignação, e o ‘sucesso social’ do fratricídio.

As imagens de mulher do paleolítico e neolítico, ou seja da época de antes do Tabu do Sexo, que a arqueologia foi encontrando, geraram um problema, tanto pela sua quantidade tão abundante -sobretudo em comparação com as imagens dos homens - como pela sua corporeidade explícita. Logicamente essas imagens refletem a imagem de mulheres de uma sexualidade plena, não devastadas, corpos de mulheres  abundantes e cheias.

A deificação das imagens de mulheres neolíticas é também uma estratégia para que tais imagens não possam chegar a constituir um paradigma que provoque e propicie la reconexão de nossa mente com as nossas entranhas. A edição em castelhano do livro de Henri Desporte, onde se faz uma recompilação das imagens de mulheres paleolíticas, com critério quase exclusivamente geográfico e cronológico, sem qualquer interpretação deificante, tem um prólogo de Gómez Tabernera que adverte que o livro pode ser utilizado por ‘feministas fanáticas´; deixando assim a descoberto o temor que tais imagens por si mesmas podem efetivamente evocar e, ao mesmo tempo, as verdadeiras razões para promover a deificação da mulher paleolítica e neolítica.

Assim chegamos à apresentação da Virgem Maria, Mãe de Deus, como a continuação das Deusas Mães neolíticas, para revalidar o modelo patriarcal de mulher libidinalmente asséptica e emocionalmente resignada (mulher escrava e mãe que sacrifica o filho ao pai) de uma humanidade como o desejo materno suprimido, compatível com a sublimação e desvirtualização do amor, e com a repressão gera da sexualidade. Trata-se de eliminar à mãe (Odent) e que a humanidade esteja órfã de mãe verdadeira (Sau). E trata-se de criar uma noção do ‘amor’ e da capacidade de amar desligados das pulsões carnais e da capacidade orgástica; até já quase não saber que dar o peito com desejo também produz orgasmos.

Para fazer  o amor compativel com a repressão e a dominação, há que corrompê-lo, desnaturalizá-lo, sublimá-lo. Porque o amor que em verdade sai das entranhas, é aquele que gera a satisfação incondicional o que é o contrário do que acontece com a dominação patriarcal. A dominação requer corpos desvitalizados, com a capacidade orgástica atrofiada, sem capacidade de prazer nem de amor verdadeiro.

 No que refere-se à ordem simbólica, a Virgem Maria não somente é o símbolo da mãe impostora  como também da impostura em si que Sau fala, da ocultação da matrofagia* à prole, e da desnaturalização do amor.

As vezes nas correntes eco-feministas e outras, reivindica-se a Ordem Simbólica da Mãe, sem especificar a que ‘mãe’ se está a referir, o que produz uma ambiguidade muito perigosa, fortemente aproveitada pelos que elaboraram os discursos compatíveis com o Tabu do Sexo e a falocracia. De facto a mãe patriarcal atual, a impostora, tem uma importante representação na Ordem Simbólica do Pai; uma representação muito consolidada e profundamente introduzida no imaginário coletivo das mulheres, e é a mãe de Deus, sofredora por excelência, cheia de dor e de angustia, etc. (A Nossa Senhora das Angustias, das Dores, etc.). E a nós mulheres nos dão a batismo com os nomes dessa mãe que representa a Lei do Pai: Imaculada, Dores, Purificação, Solidão, Angustias… para que nos  embebamos bastante da sua Lei e das Sua Ordem Simbólica e chegue bem fundo até a medula. A apresentação da Virgem Maria como uma continuidade das ‘deusas’ neolíticas é sem dúvida, uma mentira tecida com um objetivo preciso: manter e reforçar a ordem simbólica da impostora, do cansaço, da matrofagia (aleitamento), ou como bem quisemos chamar à mãe patriarcal.

AMAR A MÃE VERDADEIRA

O mesmo ocorre com a proposta de ‘amar a mãe’ como prática política de Luisa Muraro. Já em A repressão do desejo materno se falava que para amar a mãe real, haveria que se separar e distinguir o que houvesse nela de mãe verdadeira, e do que houvesse de mãe patriarcal que reprimiu e esmagou os nossos desejos de amor. Porque amar aquela imagem que nos reprime é perpetuar o que já dura há muito tempo. Victoria Sau vai mais longe, e assegura que para amar a mãe verdadeira há que odiar a mãe patriarcal que nos esmagou, que ignorou os nossos desejos vitais, e as nossos anseios profundos e genuínos de amor e de liberdade."


*La matrofagia es una forma de canibalismo embrionario que ocurre en animales donde los embriones comen el tejido de la madre. As Mães em certas espécies servem de alimento aos filhos após o nascimento.

DO LIVRO a rebelião de edipo - de Cacilda Rodrigánez pág.: 88-91

terça-feira, setembro 05, 2023

A democracia nasceu morta desde o início...

 " DESPOVOAMENTO DEMOCRÁTICO 


Os últimos anos mostraram uma coisa: o Estado não existe para o seu povo. Um passo em frente global sob a direcção da OMS, que é conhecido por ser largamente financiado pelos super-ricos e, portanto, está nas suas mãos. Multinacionais como a Blackrock e a Vanguard tomaram o poder sob o pretexto da democracia. Claro, com a ajuda da quinta coluna de ideólogos e seguidores que se instalou nos governos e nas grandes empresas ao longo das últimas décadas. Os governos tornaram-se executores de um programa de despovoamento global. Mas não foram sempre?

A democracia é uma invenção dos poderosos para se protegerem da raiva popular.

A democracia nasceu morta desde o início. A burocracia pendurou o cadáver no pescoço, adornou-se com ele e roubou o voto do povo. Em nenhum momento as populações das regiões tiveram realmente uma palavra a dizer nos assuntos governamentais. Como assim, porque a democracia é o manto que as altas finanças e as famílias poderosas vestiram para se manterem fora da linha de fogo. Só assim poderão ser realizadas grandes mudanças na sociedade de acordo com os seus planos, sem que elas próprias se tornem alvo da população. Lições aprendidas com a Revolução Francesa.

Numa democracia, a culpa é do povo se algo correr mal. Não há mais um rei para culpar pelas políticas fracassadas. O eleitorado é o culpado hoje se as coisas vão por água abaixo. Tal como o consumidor, ele também é culpado quando a terra é envenenada, explorada e destruída. E é claro que a culpa também é do indivíduo no que diz respeito ao clima. É sempre o mesmo ponto. Os lucros são privatizados e a dívida é socializada. Em todas as áreas. O indivíduo é sempre o culpado pela miséria e só ele pode fazer algo a respeito. Então, vamos todos salvar o mundo juntos e aqueles que não participarem ganharão uma estrela judaica.

São as empresas multinacionais dos ricos que exploram excessivamente a terra, poluem o ambiente e não demonstram interesse em produzir produtos sustentáveis, duráveis ​​e inofensivos. Desta forma, uma agenda ideologicamente religiosa pode ser levada a cabo em segundo plano, sem que os próprios manipuladores tenham de estar no centro das atenções. Durante décadas, os seus capangas têm falado publicamente sobre a redução da população. Há demasiadas pessoas na Terra e as alterações climáticas causadas por tantas pessoas estão a forçá-las a prosseguir uma agenda de redução populacional. Mentiras embaladas em belas palavras - trazidas ao povo por egocêntricos corruptos e em busca de carreira, num ciclo interminável de repetição.

Como você pode ver, esse truque ainda funciona hoje. A propaganda continua feliz e muitas pessoas estão tão convencidas da democracia como a melhor forma de governo que nem sequer percebem como foram enganadas, enganadas e roubadas durante décadas. É o sistema escravista perfeito onde ninguém sabe quem são os proprietários de escravos. 

Os poderosos que estão nos bastidores e a sua ideologia não aparecem neste cálculo, porque desde a introdução da democracia eles têm todos os cordões nas mãos. Todos os meios de comunicação, multinacionais e grupos de capital são propriedade do mesmo grupo, tal como as organizações, fundações, universidades e organismos académicos supostamente sem fins lucrativos. A política, um espectáculo de marionetas para aqueles que nunca querem crescer, também está sob o controlo dos poderosos nos bastidores, não apenas num país, mas em todo o mundo. Os Estados foram transformados em empresas. O mundo é uma holding e a política é cinema para as massas. Os políticos hoje são pessoas com formação ideológica e apoiadas financeiramente, que são colocadas à frente da população nas eleições e que seguem a agenda conforme as instruções. Não importa quem ganha. Não há nada, absolutamente nada de democrático nisso. A autodeterminação da população existe, se é que existe, apenas numa escala muito pequena, o que é completamente irrelevante para o quadro geral. 

A Terra ainda pode acomodar mais alguns bilhões de pessoas. Não existe superpopulação, apenas os super-ricos têm muito, porque se a riqueza fosse distribuída uniformemente, o problema desapareceria no ar. Esta crise é provocada por aqueles que não se cansam de zelo, poder e controlo religioso. E ainda afirmam que estão fazendo a obra de Deus..."

CHOPFLOCH (traduzido do alemão)

sexta-feira, setembro 01, 2023

A "culpa" do homem se estar a "feminilizar"...



Quando um só polo é exaltado ou outro decai e é o seu oposto que se inverte.

A "culpa" do homem se estar a "feminilizar" ou a querer ser "mulher" não é do "emponderamento" da mulher, que mais não foi, por um lado, do que a sua masculinização, e aí sim, mas do outro, pelo falso feminino, promovido pelos homens ao longo de décadas através do cinema, do mito romântico e  da pornografia e dos Midea em geral.

A masculinização da mulher foi paulatina - obedeceu a Agenda do feminismo promovida pelas elites há quase um séculos e deu-se a muitos niveis antes do começo da feminilização do homem, quer a nivel dos novos costumes e modas, quer na construção comercializada da imagem de uma mulher ficticia, a começar pela moda de uma mulher sem formas e depois a unisexo, e agora da sua inversão, como pela exacerbada racionalização das mulheres ditas intelectuais, em detrimento do seu lado emocional e que são ainda mais machistas que os homens e agressivamente contra as outras mulheres em nome de uma suposta igualdade que nunca existiu.
Hoje, mais do que nunca temos uma falta gritante são só de mulheres verdadeiras, com substância, como de homens reais e autênticos. Confunde-se o macho latino agressivo com a virilidade de um homem o que é a visão tradicional do seu papel, mas isso deve-se a esta negação da essência do verdadeiro feminino, ancestral e atávico,  e agora por consequência das novas ideologias, resulta na negação das caracteristicas do masculino, postas em causa pela exacerbação dos polos, para além da agenda LGBT+ merdes...
O polo masculino exacerbado no mundo desde há séculos e uma falsa emancipação e igualdade dos sexos levou a esta inversão dos polos por falta de um dos polos da Matriz formadora do Homem e da Mulher Original. Quando um só polo é exaltado ou outro decai e é o seu oposto que se inverte.

Não é tudo culpa da A.genda x ou y, mas culpa da mulher e do homem que nuncapuderam ou souberam ser fiéis à sua alma e aos principios que os regia, Yin e Yang...que acabaram todos por cair do buraco de Pan Ku - confusos, doentes e dementes...

As mulheres religiosas há muito tempo e hoje as intelectuais continuam fieis ao deus pai e ao patriarcado assim como aos valores do sistema capitalista=socialista=comunista e hoje só põem em causa o sistema que é intermitente, mas não os seus valores de base, seculares. Esquerda e Direita são facções fanáticas e redutoras da realidade Humana. Ambas as ideologias se pautam pelo dogma ou pelo facciosismo.
rlp

Todas a

domingo, agosto 27, 2023

A PSIQUE INSTINTIVA DA MULHER

"Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência – e isso realmente é algo poderoso. A raiva é um dos meios inatos de que ela dispõe para começar a criar e a manter o equilíbrio que necessita, tudo o que ela realmente ama. É seu direito e, em certas horas e sob certas circunstâncias, é seu dever moral."*



 
"Difamem-me para que os meus perfumes me inflamem...
Agudizem o meu apetite para que eu me transvase
É o tempo do terno fruto
Rebelde como uma granada
Queimem-me
E enxuguem com o óleo dos meus poemas os pés
das mulheres virtuosas."

ACORDAR LILITH

Precisamos de fazer acordar em nós Lilith, mas Lilith não é compatível com nada desde mundo pervertido nem pertence a nenhuma corrente que a elege de forma demoníaca, sexualizada, de forma pervertida quase sempre ou de maneira especulativa à mistura com deuses e demónios. Ela não pertence ao xamanismo nem ao paganismo nem tem ligação directa com as deusas do Olimpo, nem é nenhuma deusa. Seria talvez um demiurgo... mais do que humana ...
Lilith será o Mito porventura o mais antigo da História a par de Pandora ou contemporâneas...
Mas para mim Lilith É a Mulher antes do começo e que vem do Futuro...Ela é a Mulher do futuro...Ela é a Mulher Total...livre e jamais submetida ao homem.

E Lilith só será abordável devidamente, em muitos casos, por mulheres depois dos 50 anos e muitos...ou depois da menopausa. Antes disso ela é tomada como fêmea em cio, depravada, diabólica e a sua energia sufocada por medos e preconceitos religiosos atávicos; mas Ela não se pode definir nem dominar, não cabe em nenhuma escola negra ou necrófila  ou grupo esotérico, nem se controla com ritos e mantras, nem com moral ou conceitos religiosos cristãos ou outros; ela  nunca foi consensual ou pertenceu a algum culto e lugar. Lilith vai para lá de todas as ideias e práticas e modas...Lilith é indomável e reveladora da grande força e potencial que está adormecido na Mulher desde Eva...ela está em todas as mulheres, ela é a semente e também o estigma que marca a mulher desde a origem, por isso  poucas ou raras mulheres lhe terão acesso de forma cabal ou serão capazes de a representar fidedignamente, porque ela é pura e límpida e o seu fogo ardente queima todas as impurezas, mas antes de a expressar sequerem palavras a mulher tem de a merecer dando-se de corpo inteiro e alma...

ROSA LEONOR PEDRO

CITAÇÃO DE MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS de CLARISSA PINKOLA ESTES
Poema de Joumana Haddad Le Retour de Lilith


sábado, agosto 26, 2023

UM SIMPLES BEIJO?



PEDIRAM-ME PARA ESCREVER SOBRE ISTO - O BEIJO

NINGUÉM QUER VER O ABUSO DO HOMEM - porque como é obvio se fosse no caso um jogador e a não ser que fossem gays, um presidente não o iria beijar na boca sem mais... mas é o facto de haver uma posse implícita que todos os homens afinal tem sobre as mulheres - sejam presidentes de futebol sejam presidentes ou mesmo professores catedráticos e iminentes figuras pardas que em todo o lado tem esse tipo de arrogância e posse sobre a mulher que continua a ser um ser secundário e insignificante perante o poder patriarcal e assim é tratada desde há seculos. O sentimento de posse que o homem chefe, pai e padre ou médico, tem sobre as mulheres é abusador - ver como os médicos por exemplo tratam com displicência as mulheres doentes e até colegas e sobretudo as enfermeiras, padece do mesmo mal e ele é secular e NADA MUDOU nos dias de hoje e o facto fica PATENTE e é relevante porque foi publico.

Realmente há muita HIPOCRISIA da parte de quem julga e da parte de quem relativiza o facto ou acha desproporcionada a extensão de um "SIMPLES BEIJO" - Não é um simples beijo, mas um simples sinal da prepotência e domínio dos homens sobre as mulheres.

Mesmo que agora, face a catástrofes e crimes graves contra a humanidade, e estarmos perante males maiores e perigos imensos para a espécie, ESTE DRAMA DA MULHER NÃO DESAPARECEU e apesar de ninguém falar muito desses males maiores - como a degeneração da educação sexual das crianças nas escolas - é evidente que há todo um falso aproveitamento dos Midea para fugir a esses males maiores. Mas as pessoas que se acham conscientes desses males maiores não podem fazer tábua rasa de algo como a violência sobre as mulheres e o abuso sexual em todo o mundo e considerar que NÃO EXISTE. Ele EXISTE E É GRITANTE, NÃO MENOS QUE O ABUSO DAS CRIANÇAS... e os males que se abatem sobre as populações que vivem esta guerra absurda...

Não importa sequer o que a rapariga - a jogadora - disse ou desdisse - nos estamos perante factos: QUE AS MULHERES TEM DE SE CALAR SE QUISEREM garantir os seus postes de trabalho ou subir na vida; elas tem de o fazer sempre na horizontal... seja pelo abuso do professor catedrático, seja do ministro, seja do chefe de departamento, se não for gay, claro. Conheço muitas mulheres normais que não são feministas nem sofrem de nenhum ismo que passaram por isso ou ficaram sem emprego... e são cinicas as mulheres que apontam o dedo às outras como se elas estivessem acima e incólumes ou apenas não se importaram nada de passar pela cama do chefe ou pela secretária de forma distraida ou a cena muito sexy depois do jantar com o professor...e até ficam muito orgulhosas disso! 
Isto é usual e comum AINDA e EM TODO LADO e se diminui é em parte porque há cada vez mais homens homossexuais - e cuja causa pode bem ser também a perda do feminino e a superficialidade das mulheres hoje em dia - mas, regra geral e seja como for qualquer mulher que não vá ao castigo - está condenada a não ter trabalho ou perdê-lo...ou como vulgo se diz "a não subir na vida" - pode ser o editor o medico ou chefe de redação ou mesmo o dono do canal... e é claro o branqueamento da questão passa muito pela forma como as mulheres jovens hoje em dias se vendem ou se dão sem qualquer problema e vão para a cama com qualquer sujeito sem qualquer sentimento e lhes basta ter tesão ou ganhar alguma coisa. Esta é a realidade do que evoluímos na questão...



ADENDA - um homem certamente e não uma mulher, anónimo, fez um comentário ao meu texto que me obriga a reflectir de outro angulo, e que não concerne o caso nem a situação que vivemos actualmente, mas que tem toda a legitimidade e achei perfeitamente pertinente e por isso respondo com muito prazer ao facto de neste texto eu não ter tido em conta os homens conscientes que evoluíram num sentido de uma maior sensibilidade e que veem e tratam a mulher de uma forma mais amorosa e respeitosa, digamos. Isso sim eu vejo. E conheci e sei que há homens merecedoras de todo carinho e respeito, mas eu nunca fiz considerações sobre igualdade, superioridade ou inferioridade do homens ou da mulher. O que eu digo é que a nível básico, social e cultural, motivados pelo lado instintivo/sexual, a generalidade dos homens comuns - os macho alfa, neste caso um futebolista estilo macho ibérico promovido a presidente - agem como predadores assim como as fêmeas ao nivel do instintivo básico também reagem ao nivel primário que é o das forças da natureza e do inconsciente colectivo, que é o da sujeição da mulher e a condição de todas as mulheres em quase todo o mundo (em que a emancipação foi uma mera fraude assim como a sua liberdade), pois não pode haver educação para o instintivo/sexual, nem para a natureza ou o biológico, a não ser pelo lado espiritual da parte do homem consciente e portanto isso implicaria uma evolução nesse sentido, e, nessa caso, eu não considero evoluídos os intelectuais, ou professores, doutores etc. cujo comportamento é no campo sexual idêntico aos de jogadores de futebol. 
Espero ter respondido à sua questão que agradeço imenso!
  
RLP

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM SIMPLES BEIJO?":

Olá, Rosa.
Acho injusto a sua conclusão de que se esta tendência diminuir é porque há mais homens homossexuais. Porque não podem haver mais homens conscientes e que pretendem mudar o paradigma social? Pela forma como se expressa, parece que os homens estão condenados a ser brutos sem carácter, respeito ou empatia para com as mulheres. Porque faz uma generalização destas no que toca aos homens? Não vê nenhum exemplo na sua vida de homens que vêm a mulher como um ser humano como eles próprios, nem inferior nem superior mas em pé de igualdade?

A ALIENAÇÃO DA LIBIDO MATERNAL ...




O MITO DO PAR COMPLEMENTAR OU DA ALMA GÉMEA, OU SEJA - “O mito da meia laranja destaca o engano inconsciente no qual vivemos, e que é alimentado de modo subliminal com todas as imagens audiovisuais de nossa cultura, para produzir em nosso imaginário coletivo, a mudança  do par mãe-filh@, é uma mudança da libido (original e maternal) para o par-casal, que ao produzir-se de maneira coletiva e inconsciente, ganha uma consistência impressionante, porque retro-alimenta-se por todas as partes, inclusive por tudo o que surge da Falta Básica.

A mudança da libido dirigida para o  o par-casal canaliza o anelo e a ansiedade do desejo materno reprimido, e o coloca num impasse.
Paralelamente o desejo genuíno simbiótico torna-se uma vergonha, é insultado e caluniado, como sendo o pior dos vexames e desprezo, o que significa retirar-lhe o seu direito à existência, ignorá-lo e qualificá-lo de coital, enganando as mães com uma falsa interpretação das suas emoções, e às crianças retirando delas o significado do seu pranto, ou seja anulando-lhes o seu único mecanismo de resistência e de aviso, para que permaneçamos insensíveis a ele.

Como o desejo materno é tão forte, trata-se de suprimi-lo da melhor maneira possível e assegurar que nada seja filtrado. Por isso, como diz Michel Odent no “O bebé é um mamífero” todas as culturas patriarcais inventaram estratégias para reprimir a marca (ou estigma) que é o grande momento da pulsão do desejo materno. Entre as estratégias milenares para manter a mãe separada da criança estava a de proibir a sucção do colostro (o primeiro leite da mãe) porque fazia mal (e a medicina ayurveda, por exemplo, recomenda como substituto um caldo com mel), a que a mulher estava impura e/ou tinha o demónio (a oxitocina) dentro, que entrava com a leite dentro da criatura; e por isso a mãe, antes de passar pelo rito da purificação o do churching* (a bênção da igreja católica que considerava a mãe impura e culpada) que costumava ser feito depois de oito dias do nascimento, quando precisamente a marca e as grandes descargas de oxitocina tinham sido reabsorvidas), não podia dar de mamar nem ter a sua criança com ela. Toda uma estratégia servia para amortecer a força e a paixão do desejo materno. Esse procedimento esteve vigente até há pouco tempo em Inglaterra. Segundo Odent faz falta fazer uma revolução colostral* para mudar o mundo.

E assim promove-se socialmente um “amor materno” espiritual, desconectado das pulsões corporais, para canalizar a criança para uma via libidinalmente asséptica, muito diferente do amor materno verdadeiro que segue o ritmo cego e todo poderoso do mundo visceral (Leboyer, “Por um nascimento sem violência”); e é assim que acontece uma robotização da fisiologia da criatura que de facto compromete seriamente a lactância materna. Ao mesmo tempo normaliza-se o sofrimento do parto, sobre o qual Leboyer declara: é puro invenção, já que o parto sem dor está aí, a despeito dos autoritários de dos violentos procedimentos (Ibidem).

Tudo isso implica necessariamente a construção de uma falsa consciência de nossos corpos de mulheres, uma representação dos mesmos que é uma mentira, e uma socialização de facto numa grande desconexão interna. Ainda que não tenhamos noção disso, o útero imobilizado nos decompõe, nos desintegra por dentro, deixa-nos em pedaços.

E essa mentira socialmente estabelecida sobre o corpo da mulher, complementa-se com essa calúnia, também socialmente normalizada, apesar de ser incrivelmente falsa e mentirosa, que considera as pulsões sexuais do bebé incestuosas e possessivas, e como se elas tivessem o mesmo sentido e significado que as pulsões adultas.

Desse modo corrompe-se não só o amor materno simbiótico como da criança também. A mãe torna-se uma impostora quando diz sim a todas as mentiras somatizadas e socialmente instituídas que ela absorveu nela. Ao longo de séculos fez-se acreditar às mulheres que elas tinham que parir com dor e que as criaturas nascem de um pecado original, ou dizendo de outra forma, com impulsos perversos que precisam serem controlados. Essa é a presunção de inocência da criatura humana!

As mulheres, no caso de sentir prazer durante a maternidade, não o dizem e sentem vergonha por isso. Se elas sofrem com a separação das suas crianças, calam-se e ocultam os seus sentimentos, porque pensam que não há razão para isso, que é normal que levem as crianças a passar pela inspeção médica e a metê-la nos seus cubículos.

A sexualidade da mulher que não é coital (ela é a sexualidade do movimento do útero), é auto erótica (danças do ventre) e vinculada à maternidade, mas não se fala disso, não se define, (Groddeck) e ela desaparece; e em vez dela constrói-se um modelo de mulher impostora, que por suposto deve comprazer-se pelo desejo falocêntrico do macho ao mesmo tempo que é capaz de reprimir e infligir sofrimento às suas crianças, seja mudando o seu sentir inicial (alterando a sua predisposição emocional natural) (pela perda da empatia maternal), seja, nos casos de haver insuficiente desconexão e insensibilização, aceitando resignadamente a inibição (repressão) do seu desejo materno e do bebé.

Na cultura ocidental cristã, esse modelo de mulher e de mãe está representado pela Virgem Maria mãe de Deus, que se converte no paradigma da corrupção do amor materno e da mãe impostora:

1. Para ser ‘pura’ e ‘imaculada’, e construir o modelo de mulher sexualmente assética, diz-se que a Maria concebe sem desejo sexual, sem conhecer homem, por obra e graça do Espírito Santo.

2. Logo dá à luz milagrosamente, ao sair Jesus do seu ventre como um raio de sol pelo cristal sem rompê-lo nem manchá-lo (Catecismo do Padre Ripalda) sem que o útero se abra e sem a criatura ter que tocar o trato vaginal processo que torna numa mulher impura.

3. A imagem da Virgem Maria apresenta-se como a Nova Eva que não se deixa tentar pela la serpente (símbolo ancestral da sexualidade da mulher) senão que calca a sua cabeça (‘Imaculada ‘ de Rubens, etc.)

4. A assepsia da sexualidade (podemos perceber que a assepsia é uma espécie de limpeza que ocorre preventivamente) e ela explica-se como Maria Concebeu sem pecado original; tão importante é esse aspeto que se tornou a saudação cristã convencional:

“Ave Maria puríssima/sem pecado concebida.” O adjetivo ‘puríssima’ faz referência expressa à ausência de pulsões sexuais. A Imaculada Conceição da Virgem Maria é um dogma da Igreja católica."


in A SEXUALDIADE 
E O FUNCIONAMENTO DO DOMINIO PATRIACAL
A  Rebelião de Edipo - de Cacilda Rodrigáñes Bustus 

Pag 85-88

*colostro ou ao primeiro leite das fêmeas dos mamíferos, logo depois do parto (ex.: anticorpos colostrais

Tradução do espanhol por  Sabine Carlotti



quinta-feira, agosto 24, 2023

O MITO DO AMOR E A ESCRAVIDÃO DA MULHER




O QUE EU PENSO DO AMOR SOFRIDO DAS MULHERES...

A PERDA E O SOFRIMENTO QUE LHES É INFLIGIDO ATRAVÉS DE UM MITO - O AMOR


Este mal que assola o mundo de hoje ainda vem e é perpetuado desde sempre tendo a mulher como vitima de todas as tiranias e opressões ao longo do séculos. Se a Mãe do Homem é e foi destituída de valor em si, se a Mulher ainda é escrava sexual do homem e a humanidade reduzida a uma metade que domina a outra metade, nunca o Homem poderia respeitar outro ser humano se a sua própria Mãe o não foi...

Pergunta-se frequentemente porque sofrem tanto as mulheres que amam?

E EU RESPONDO QUE É Porque não se amam nem se sabem a si mesmas. Falta-lhe a substância  vital, que lhe era própria e que se perdeu nos tempos. Falta-lhes têmpora, fogo e essência feminina e a consciência da sua força e da força do seu Utero. As mulheres foram alienadas da sua força e génese e as Mães outrora veneradas e respeitadas foram reduzidas há séculos a escravas e concubinas. Nos nossos dias essa escravidão é ideológica e virtual, aparentemente tudo é diferente, mas no intimo e no inconsciente colectivo tudo continua igual e todas as ideias difundidas pela religião e cultura trazem essa informação subliminar de que a mulher não vale nada se…não amar, isto é, servir o Homem!
Esta escravidão é comum a todos os seres humanos mas muito especialmente da mulher e deve-se a ao facto de termos sido assim induzidas pela forma como somos educadas, pois nascemos dentro dessa premissa patriarcal para ser servas, marcadas como fêmeas para procriar, tal como se faz com o gado, mas ao nivel do inconsciente. Isso é feito desde que nascemos de forma subliminar pela educação familiar e porque a par da crueldade da vida em si e da sua falta de sentido digno, existe essa outra escravidão que chamamos amor... porque é aquilo - uma poção amarga e doce - que nos "abre o coração" vazio e nos dá um sentido embriagante – as vezes funcionando como alucinógeno - no meio de toda a nossa ignorância e medo de ser, inventou-se um sedativo para a separação a que se chama amor…
Mas como é que ainda não vemos que esse amor NÃO É nem pode ser AMOR?

Como poderia isso que sentem e e que só traz apego, dor, sacrifício e destruição da individualidade, sofrimento sem par ser AMOR a ponto do suicídio e a aviltação que os seres humanos praticam de si mesmos em seu nome, para não falar do acto sexual que em si se tornou brutal e de domínio do homem sobre a mulher e que se tornou  sinal da violência sexual normalizada a do abuso perpetrado que tantas vezes resulta no assassínio de mulheres pelos maridos e amantes?

Mas porquê então o sofrimento da mulher em termos de paixão-amor pelo homem é tão grande?

Porque ele é proporcional ao seu vazio interior e existencial - falta de consciência de si como mulher votada ao serviço-escravidão da espécie e do homem. Ele é proporcional portanto à sua ignorância e falta de auto-estima e anulação do principio feminino.

Como não vem isso ainda as mulheres nos nossos dias e se submetem ainda a essas aviltações?

Porque as mulheres foram de tal forma esvaziadas dessa essência feminina e valor próprio que morrem por amor num acto de sacrificio e auto-destruição de si mesmas como indivíduos e tudo em nome do amor do outro que é afinal o sinal de desprezo por si mesmas uma vez que cometem as maiores atrocidades para consigo próprias em função desse amor tornando-as indignas e farrapos aos seus pés de vermes e acabando sendo desprezadas e abandonadas por eles.

Ah, mas o sofrimento pela rejeição de tanto amor doi tanto!

Mas qual rejeição se não há reciprocidade? Não há tal coisa como amor recíproco! Isso é mais uma invenção! É a a inferioridade e necessidade de amor e a falta de amor próprio da mulher que as faz humilharem-se e chorar de dor...por ânsia, por ego, raiva e complexos, tudo junto é pólvora para o seu coração, veneno tomado a conta gotas ao longo de anos de sacrifícios em  vão...
Não, o amor nunca é ou raramente é recíproco e portanto é apenas um sinal de escravidão do que acha que ama ao que não ama mas aceita a escravidão submissão do outro/a por conveniência ou vaidade...
O amor é a manifestação da nossa doença congênita e incompletude humana, da nossa imperfeição como seres humanos, e Eros aparece a tentar minimizar a crueldade do criador Javé dando a possibilidade a raça humana de ter prazer em compensação do seu instinto de predação e conflito entre si e os outros.
Quem julga que ama mais e mais sofre é sempre o elo mais fraco, por suposto a mulher educada para amar e servir o seu homem ou o seu senhor, pai e filho. No casal há sempre um predador e um perdedor. O que mostrar mais vulnerabilidade - a mulher sem individualidade - é a primeira vitima. Raramente é o homem porque este tem vida própria e a sociedade dá-lhe valor por si só... mas se houver uma amante cruel e fatal – as mulheres perdidas as putas - e o abandonar e trair ele também morre de paixão. VEJAM O JOGO!!!
O amor humano é neste aspecto uma armadilha para a espécie para se procriar e manter alguma coesão senão todos se destruiriam porque essa é a natureza humana e dos deuses que os criaram.
Agora olhem bem para a mulher como ela sofre e enlouquece só porque está presa ao macho provedor, ao amor romântico e à ideia do par e ser a metade da laranja que o outro é a outra metade ou cara-metade. Uma grande mentira que só serviu para manter a escravidão da mulher. A sexualidade do homem nada tem a ver com a da mulher e só se encontram para procriar. A mulher tem necessidade de ser valorizada e o homem tem necessidade de fornicar…e é simples pois é da natureza animal.
A mim dá-me raiva que as mulheres não percebam esse logro e estão sempre a inventar amores e corações e devoções e cultos e heróis - e aqui eu dizia uma palavrão mas como sou uma senhora não digo. Felizmente sou agora a Velha e por muito que me custe sê-lo a grande vantagem e o milagre é não mais acreditar nessa espécie de amor - simples pulsão animal que gera atracção e destitui o ser pensante de toda a capacidade de ser e pensar.
Na verdade, há duas escravidões, o trabalho forçado, romantizado como um valor em si, e há a escravidão do amor-paixão que tira a pessoa de uma escravidão para outra e assim passar a vida sem nunca serem nada!!
É um erro pensar que HÁ SINTONIA e reciprocidade nesse amor - isso é só um sonho e ilusão, o maior mito jamais inventado, mesmo quando as pessoas o dizem sentir... tudo isso faz parte da grande mentira que é o amor romântico. Uma auto-sugestão, uma quimera. E são os complexos e carências extremas do ser humano e a de falta de amor próprio das mulheres que as leva a sofrer o horror do abandono, porque na realidade ninguém ama ninguém, é apenas uma convenção social e económica, fabricada juntamente com a religião, para explorar os seres humanos sendo uma formatação psiquica/emocional a que as mulheres são induzidas para se sacrificarmos à espécie e ao criador.

Há outro AMOR?

Sim, há um amor maior e de outro nível, raramente atingível porque exige uma consciênia e uma elevação do ser que não existe ainda na Terra. Mas por outro lado, neste amor sexual e de atracção, sente-se  algo é certo que parece ser a chave da  existência, que dá a sensação de completude, porque esse amor-mito é uma energia congregadora que nos ilude pela atração sexual e o desejo... mas não une e porque  o outro ser nunca é o par nem a outra metade... É apenas outro ser humano que responde a um apelo da libido ou sente tesão em si ou pelo outro, e também pode ser que seja a sede de fusão ou a sua própria sede de união visceral com a mãe ou com a origem... Mas há em toda essa circunstância dita "amorosa"  uma enorme falta de amor próprio e de dignidade humana, elevação dos sentidos embora haja também na mulher à partida realmente uma capacidade de dar de si inerente à sua natureza como Mulher e Mãe mas que só se manifesta de forma correcta e digna se a mulher se elevar acima de toda essa fantasia-farsa que vivemos há séculos, digo há décadas.

Se olharmos bem à lupa a história deste mito do amor romântico ele é relativamente recente, porque nunca houve esse amor tão romantizado pelos romancistas precisamente, e pelos poetas, porque no fundo apenas se trata à partida de uma pulsão-atracção animal libidinal (vulgo tesão) e sabemos que a mulher, ao longo dessa história, só era uma mais valia como serventia ao macho e vendida pelo pai (rei aristocrata pobre ou rico ou bandido) a uma homem que lhe desse dote na maior parte das culturas ou obrigada, se não casasse, a prostituir-se para sobreviver. Romantizamos tudo hoje – sim inventaram tudo e criaram-se fantasias sobre a vida humana e a realidade que nos cerca.
Mulheres enxerguem a realidade de hoje tal como ela é, tirem essa venda dos olhos (Eros é cego) e deixem de inventar o que não existe. A solidão criada pelo vazio existencial da criança mulher pela falta da Mãe geradora de afecto e ternura, causou o trauma e o medo e essa monumental mentira do amor projectada no outro/a é o que nos trama e tramou desde sempre. Esta sociedade é totalmente falsa e hipócrita nos seus costumes e moral…por isso chegamos ao caos que hoje se vive a todos os níveis. Em conclusão temos o resultado de toda esta montagem: mulheres que amam demais…e sofrem como burras…
ACORDEM MULHERES porque já é tarde...

rosa leonor pedro



terça-feira, agosto 22, 2023

UMA NOVA VISÃO, A MAIS ANTIGA...




UMA  NOVA VISÃO DO MUNDO E DA MULHER 


Há mais de  22 anos que mantenho este blog fiel a sua matriz de Mulheres & Deusas, buscando nas mulheres e nas deusas fonte de entendimento para a minha busca incessante do Ser Mulher Original, tendo sido publicado um livro baseado nele, e depois, mais recentemente, ter publicado Lilith A Mulher Primordial, algo mudou na minha visão do mundo ancestral e acabei hoje de fazer a mudança que vinha já se anunciando na minha linha de pensamento sobre as deusas e mulheres e sempre em busca da verdadeira MATRIZ de uma verdadeira mulher que foi suprimida das histórias das religiões, que apagaram todas as fontes de saber e conhecimento mais antigo e nos deixaram seculos na maior  ignorância e obscurantismo, presos a dogmas e fanatismos brutais em que a mulher foi sempre vitima e sacrificada a esses deuses, a começar por Javé... 

Nos nossos dias  ainda nos são contadas muitas histórias quer do passado quer do futuro...e imensas versões dos Mitos, os reais e os inventados e inventaram-se novos dogmas, como a "Ciência" e a Economia e por isso, Hoje, demarco-me de todos eles assim como dos "deuses ou deusas" que ainda reinam com imensas capas e nomes, sabendo que esses deuses caidos dos céus - que deram origem a todos os mitos e religiões e cultos na terra -, eram apenas seres doutros planetas e dimensões  e que se  serviram dos humanos como escravos e bodes expiatórios de lutas mitológicas grandiosas e inacreditáveis. Tendo a convicção de que eram com certeza  seres extraterrenos e outros não humanos e portanto resolvi viver o meu próprio Mito sem depender de nenhum outro. 

Creio o que creio e vivo como Mulher na minha pele desde que me lembre em busca do maternal original e o retorno dessa Mãe  original fonte de todo o prazer equilíbrio e harmonia.

Assim,  resolvi assumir a nova fase da minha vida em relação a minha visão Cósmica do Universo e do Mundo, mudando o nome deste Blog para o que me parece ser o FOCO do meu trabalho e escrita a partir de já algum tempo. Porquê MULHER MATRIZ? 
PORQUE MAIS DO QUE NUNCA URGE  encontrar essa MULHER MATRIZ em nós mesmas e recuperar a manifestação da sua força ancestral, resgatadas na nossa memória Pandora como de facto foi a Deusa que se transformou na primeira mulher na carne e Lilith a mulher primordial sua repercussora e Eva igualmente, fiel à génese de liberdade que marcou a história da Humanidade como espécie ao dar a Adão pensamento próprio., sem sombra de pecado! 
rlp

O ABUSO DA MULHER

 




O QUE MUDOU PARA A MULHER DEPOIS DE 1926 ATÉ 2023?

“A alma feminina jaz adormecida dentro dos trapos, das jóias, do império da moda – a eterna sultana desse harém de civilizados que ainda compram, vendem, exploram, seduzem, abandonam por imprestável a mesma mulher, cuja posse exclusiva consiste a sua preocupação única. É deprimente a situação da mulher neste meio de cafetismo social em que os homens não sabem olhar uma mulher senão desrespeitando-a.”* 



ESTAVA A PENSAR NAS MULHERES e parece que nada mudou mesmo! Continuam sendo vistas e olhadas como mero OBJECTOS de consumo sexual, o abuso do nu, mulheres sempre tidas como atração dos varios circos televisivos, olhadas como meros objectos sexuais, sempre, seja da tela, do cinema ao romance e à pornografia, usadas e abusadas até a exaustão pelos homens e ainda ao serviço da espécie, esposas ou barrigas de aluguer, prostitutas e acompanhantes de luxo, e como hoje de forma estranha tantos homens se estão a tornar "femininos" (o artificial feminino criado por eles) e querem ser mulheres...

Talvez cansados do estupro, do abuso e da violência doméstica, do seu papel de machos alfa...

Talvez...
Mas cansada estou eu de ver o quanto as mulheres foram vitimas destas atrocidades ao longo da história e da cultura e agora ainda são...vitimas de si mesmas, alienadas de uma Mulher Matriz e contra elas próprias, pedem mais sexo e fazem tábua rasa desta história que as anula e reduz a um mero sexo de prazer e um corpo de alterne...
E o que eu vejo e me doi na pele e na alma é saber que o que as mulheres precisam mesmo é de respeito e carinho, consideração e amor sim, mas sem competição, nem apegos, nem obsessões ou romantismos...
Tudo o que falta a mulher é esse respeito e amor da mãe que lhes faltou logo em menina e não sofrer o abandono egoísta dessa mãe narcisista e também doente e mal amada desprezada pela sua mãe...e o ciclo é vicioso, desde há seculos de mulheres contra mulheres.
Parar este ciclo vicioso de odios entre mulheres e rivalidade mãe e filha - há tanto a fazer pelas mulheres e por nós, tanto que podemos trocar e dar sem querer ensinar nada, nem inventar soluções nem remédios.
Vivemos uma vida apenas em busca de afirmação porque fomos abandonadas e abusadas e inseguras procuramos saidas sem nos encontrar verdadeiramente... agora o que precisamos é de verdade e sinceridade e apoio na velhice seja que idade tivermos. E não conversas sobre sexo...nem dicas, nem erotismos - sinceramente, penso que o respeito e a dignidade é o que mais faz falta entre mulheres...porque lhes falta a elas mesmas esse respeito e dignidade por tanto terem vivido dependentes do amor romântico sempre a espera das migalhas dos homens, amantes e filhos...sem nunca conseguirem ser elas mesmas, e entre amantes e traições se digladiarem e odiarem umas as outras.
rosa leonor pedro

*Maria Lacerda de Moura, Religião do amor e da beleza (1926)