O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, novembro 23, 2023

Hermafroditas; Andróginos; Monstros; Transgênero"


O HERMAFRODITA

"A figura do hermafrodita ou andrógino foi fundamental para todo o discurso médico-moral-espiritual sobre sexo e gênero em nossa cultura, desde a Antiguidade até o século XVIII. Com a mudança epistemológica que ocorre a partir do século XVI, o antigo hermafrodita, associado ao mundo mágico e religioso, perde seu lugar nas classificações modernas. A partir do século XIX nasce uma nova entidade conceitual no Ocidente: o pseudo-hermafrodita da medicina, não mais "maravilha" da natureza, mas um erro desta; filho do racionalismo iluminista e do positivismo, vindo a tornar-se o pai - e mãe - das futuras identidades transgêneras."
 

"A Bissexualidade nos Mitos Gregos

Na mitologia grega aparecem três casos principais e diferentes entre si de bissexualidade: a história de Tirésias, que muda de sexo por decisão divina; o caso de Hermafrodita, que evoca a bissexualidade no sentido de ser haver os genitais de ambos os sexos e, por último, no que diz respeito a sentimentos amorosos, aquele que Aristófanes evoca em seu elogio a Eros, no banquete de Platão.
No estudo da mitologia grega, percebe-se também que muitos deuses estão envolvidos em amores bissexuais. Zeus, o marido de Hera, seduziu o mortal Ganimedes; Poseidon, marido de Anfitrite, se envolve em relações homossexuais
com Pélope; Apolo seduziu muitas mulheres, mas também se relacionou com homens jovens, como Jacinto e Cipariso.
No banquete de Platão, Aristófanes relata um mito platônico que tem uma relação grande com a bissexualidade. Segundo tal mito, originalmente, havia três tipos de seres humanos: machos, fêmeas e andróginos. Cada em desses seres tinha dois sexos, isto é, o macho tinha dois pênis, a fêmea duas vaginas e o andrógino possuía ambos os sexos. Num dado momento, querendo se rebelar contra os deuses, esses seres são cortados em dois por Zeus, como forma de punição. Compadecido da raça humana, Zeus pede a Apolo para tratá-los, para que não morram dessa ferida.
Apesar de curados, os seres humanos, agora separados em dois, passam, portanto, a procurar sua completude através da união sexual. Essa narrativa explica, assim, a existência de uma possível atração dos homens pelos homens, das mulheres por mulheres e de homens por mulheres e de mulheres por homens."

5. Um paralelo entre a bissexualidade originária de Freud e a da Grécia Antiga

O tema da bissexualidade constitutiva originária chamou nossa atenção. Isso porque, ao partirmos do pressuposto que todos nós somos seres originariamente bissexuais, resta muito mais fácil lidar com as complexidades derivadas da sexualidade, existentes em todos nós. Pergunto-me se, sendo assim, não seria natural a aceitação de que todos os tipos de relações estejam presentes dentro de nós, sejam elas heterossexuais, homossexuais ou bissexuais, e, por conseguinte, que todas sejam encaradas de forma mais natural, sem que se constituam objeto de censura, de preconceito e de traumas.
Vimos que na Grécia Antiga, o que era importante era a atração por outra pessoa (bela aos olhos do atraído), independentemente se de mesmo sexo ou não. Assim, os gregos já sabiam, de forma claramente institiva, que o sujeito tinha em si, na sua origem, ambos os desejos, ambas as opções, e isso era encarado de forma plenamente natural, sem que se configurasse, em hipótese alguma, qualquer espécie de problemática ou conflito. Essa bissexualidade era aceita, institucionalizada e foi, inclusive, amplamente retratada na mitologia e na produção
literária e artística da época.
Os gregos antigos não apenas desconheciam a separação entre o comportamento homossexual e o heterossexual, mas provavelmente nunca o teriam entendido.
Termino questionando em que parte da história o homem perdeu essa liberdade sexual, já que constitutiva e originária, e quando isso deixou de ser natural e livre, tornando-se excepcional, inabitual e incomum, aos olhos da sociedade."





A diferença biológica do Hermafroditismo:

Hermafroditismo é uma condição genética em que a pessoa apresenta órgãos masculinos e femininos, simultaneamente.


O difícil está quando os genitais externos não estão logo à nascença visíveis e por exemplo só se detecta esta condição na adolescência quando no caso de um rapaz começa a menstruar e a desenvolver as mamas ou numa rapariga desenvolve um pénis.
Assim o Hermafodismo pode dividir-se de 3 formas:

Hermafrodita verdadeiro: condição mais rara em que a criança nasce com os órgãos sexuais, a genitalia feminina e masculina internos e externos bem formados, embora somente um se desenvolva normalmente, deixando o outro atrofiado.

Pseudo-Hermafrodita masculino: a pessoa nasce com a genitália externa feminina, porém sem os ovários e o útero, mas os testículos encontram_se alojados dentro da cavidade pélvica;

Pseudo-Hermafrodita feminino: a pessoa nasce com a genitalia externa masculina bem definida devido ao desenvolvimento anormal do clítoris, que passa a ter formato semelhante ao pênis mas tem útero e ovários.

Texto retirado da net.

 

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