“O planeta Terra encontra-se envolvido num conflito sem fim. A vida colocou o homem e a mulher como eternos rivais, digladiando-se na arena da vida. Estamos na era atómica, o mundo está quase a desabar. Outro aviso ao criador: se tiver que reconstruir o Éden que todos os seres sejam completos, incluindo a humanidade. Que sejam hermafroditas. Masculino e feminino no mesmo ser, para se atingir a perfeição suprema e com ela a paz por todos nós desejada, sem disputas, nem desilusões, nem desgostos de amor.”
In O SÉTIMO JURAMENTO
DE PAULINA CHIZIANE Ed. CAMINHO – uma terra sem amos
«««««««««««««
O ANDRÓGINO NÃO É UM MITO, MAS A COMPREENSÃO DA AMBIVALÊNCIA SEXUAL E A SUA LUTA "CONTRA" O OUTRO, DENTRO OU FORA DE SI ...
"O andrógino não tenta submergir as diferenças, pois reconhece que as polaridades existem no tempo linear, mas que são ilusórias quando o tempo é concebido como cíclico e eterno. O andrógino aceita os paradoxos, e os vive, sabendo que, como criatura finita, muitas vezes não poderá ver além das aparentes contradições que nos assediam a cada passo. Portanto o andrógino pode viver o presente imediato sem perder o senso de eternidade. "
June Singer "Androginia - rumo a Nova Teoria da Sexualidade"
5 comentários:
Um texto interessante, encontrado num site.
(...)Medo de mulher
Ricardo Kelmer 2007 - www.ricardokelmer.net
Homens que agridem mulheres... Homens que atacam prostitutas, saem na rua atirando em travestis... O que leva um homem a cometer coisas tão deploráveis? Diversos fatores podem estar envolvidos. Mas, dentre todos, há um fator mais profundo que todos, mais antigo... É o medo da mulher.
Instintivamente todo homem teme a mulher. É claro que a maioria dos homens, se perguntado, certamente negará, ou levando a coisa para o lado da piada jocosa ou se irritando com o que ele pensa ser um questionamento de sua masculinidade, oh, a sagrada masculinidade. Calma, meu amigo macho. Esse medo não tem necessariamente nada a ver com homossexualidade. Trata-se do velho temor do feminino, um sentimento arquetípico, que sempre fez parte de nossa psique, tão natural quanto o desejo sexual que sentimos pela mulher.
Esse medo existe, sim, e se não o reconhecemos, o danado nos acompanha vida afora, se refletindo em nossa relação com as mulheres. Pior que isso: o medo do feminino faz surgir religiões e sociedades machistas, que reprimem violentamente as mulheres, negando-lhes direitos básicos, tornando-as propriedade dos homens e até mesmo queimando-as em fogueiras. Mas... por que esse temor?
A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará. É o mistério sagrado da própria vida. É através do corpo feminino que a vida se concretiza no plano físico. A mulher é a Natureza humanamente representada em suas curvas, saliências e reentrâncias: ela é o rio sinuoso que hipnotiza o olhar, montes que graciosamente se elevam da superfície, cavernas escuras que guardam segredos... É feita de ciclos a mulher, renovando-se a cada lua para em seguida oferecer-se novamente fértil e receptiva. Como não temer algo que tem o poder de gerar e nutrir a vida? E, caramba, como não temer um bicho que sangra durante dias e não morre?
É bem antigo o medo da mulher. Milhões de anos atrás percebemos que viemos todos de dentro dela - e até hoje isso nos maravilha e assusta. Percebemos também que ela se comporta como a Natureza em suas estações, alternando ciclos, e isso nos fez entender que o masculino é Sol enquanto o feminino é Lua. Se aquele é o mesmo todos os dias, esta não cansa nunca de se experimentar em sua natureza mutante. Se elas são naturalmente iniciadas pela vida, eles não, eles precisam inventar iniciações.
Ao menstruar, a mulher está a repetir, mesmo sem consciência disso, seu íntimo ritual sagrado de fertilidade. Isso tem o poder de conectá-la com a sabedoria instintiva de seu corpo e com os ciclos naturais do planeta. O sangue é o fluxo da vida, que vem da caverna escura, lá onde se guarda o feminino misterioso e profundo. E são poucos, bem poucos, os homens que têm coragem de ir lá. Fisicamente eles vão, sim, mas apenas tocam o feminino, nunca dançam com seu mistério. Homens fazem guerra porque a guerra vem do Sol. Mas poucos, bem poucos, são homens o suficiente para fazer amor com a Lua.
E no entanto... a Lua sempre esteve dentro deles!, desde o momento em que os princípios masculino e feminino se uniram para gerá-los. São homens simplesmente porque neles é a porção masculina a dominante, e é isso que os faz mais agressividade e razão e menos suavidade e sentimento - mas se não houvesse também em sua alma a porção feminina, não seriam pessoas mas uma inconcebível aberração psicológica. Ao negar o feminino em si, esses pobres homens negam também, sem perceber, sua própria totalidade, e assim buscarão inutilmente mil coisas pela vida, sem que nada os possa completar, e morrerão frustrados, sem sequer entender o que lhes faltou. E o que lhes faltou foi sua própria alma inteira.
Homens agridem mulheres porque elas são o próprio princípio feminino encarnado diante de seus olhos fascinados e temerosos. Sua presença os faz lembrar, inconscientemente, do que eles mais temem admitir. Sim, temer o feminino é normal, é humano. Mas negá-lo não. O homem que nega o feminino, meu amigo macho, declara guerra a si próprio. Bem melhor, mas muuuito melhor, é fazer amor com o feminino.
Ricardo Kelmer é escritor, letrista e roteirista e mora em São Paulo, Terra, 3a. Pedra do Sol
(...)
Somos uma energia dentro de um corpo físico... e gostamos das outras energias que estejam na mesma sintonia que a nossa...
estejam elas em corpos masculinos e/ou femininos... então eu penso que é 'normal' ser bissexual, andrógino ou outro nome qualquer... A repressão da sexualidade é um dos pilares do patriarcado, homens sexualmente livres não pegam em armas, nem "chupam o 'piiii' do sargento, do tenente, do general, do ministro, do presidente,do patrão, do esse ou aquele, na escala das hierarquias... E homem livre significa mulher livre tbm... por isso mesmo são reprimidos sexualmente, pelo menos do lado de fora do armário... Meu amigo ucraniano, foi soldado do exército soviético, e ele me contou como eles eram "castrados" dentro da formação militar... dá até pena deles... são vítimas tbm...
Obrigada por deixado o texto e o site. Achei mito interessante o que ele escreve. Um homem diferente com o feminino integrado, coisa rara...
abraço
rosa leonor
Pois é Juliana, há muita coisa terrível neste mundo de homens machos que fazem a guerra e como você diz o seu amigo tambem era vítima... "O falocratismo" começa num sexo de afronta e no culto do falo de que a arma é uma extenção...eles se matam ou se...?
Não consigo ser tão directa como você. Cultura portuguesa é diferente da brasileira...isto é português é inibido, brasileiro é solto...
Abraço rleonor
Se vc fosse mais solta e mais direta, seu blo era um terremoto minha linda... o povo é que ainda não tem preparo pra te ouvir e te entender... mas qualquer dia "cai a ficha" como se diz e essa p****a vai mudar... vou para de comentar pq estou muito obscena hj... rs...
Enviar um comentário