O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 30, 2016

MULHERES MEDICINA?




NÃO NOS DEIXEMOS ILUDIR PELA FARSA NEW AGE...

Fico cada dia mais estarrecida com a proliferação das "mulheres medicina" que nascem como cogumelos,  assim como das supostas xamãs e outras especialistas-parasitas e curandeiras-oportunistas que inventaram círculos e cursos e práticas antigas com que exploram a ignorância e a fragilidade das outras mulheres, submetendo-as a processos desvirtuados e de risco para a sua saúde, e que são, além de alienatórias e prejudiciais ao desenvolvimento de  um psiquismo saudável da mulher moderna que busca resgatar o seu feminino profundo - estas mulheres acabam por cair  nas malhas dessas ditas terapeutas e iluminados que controlam a cena e o mercado e só contribuem para o seu atraso.
Nalguns casos admito a boa fé...mas na maioria dos casos é apenas gente oportunista e falsa que se promove à custa de mentiras e manipulação das mentes fracas - normalmente as mulheres - sempre sujeitas ao controlo e a exploração dos outros, em nome seja lá do que for. Pode ser deus deusa ou um qualquer facilitador inspirado que lhes rouba o coração e a carteira, prometendo-lhe  um oásis...uma boa cama e a ascenção a curto prazo...
Há igualmente espaços de difusão de produtos e imagens e ideias muito cheias de amor e de boa vontade, oferecendo todo o tipo de curas e paliativos para todas as dores - mulheres que exibem uma ar sorridente e sempre positivo, falinhas mansas e coraçõezinhos...Abrem por todo o sitio Espaços onde vendem não importa o quê...meditações e reiki e leituras energéticas e cujo discursos do "amo-te muito" tentam convencer o comprador enquanto destilam raiva pura por dentro e uma ignorância  constrangedora a raiar o imbecil...bem piores do que as das madames videntes e as bruxas a que as nossas avós recorriam para manter os maridos presos e afastar as amantes...
Para além das mezinhas e dessa conversa fiada (digo bem cara) temos ainda os "enteógenos" (drogas visionárias) que prometem a libertação...e uma realização acelerada...de histéricas...

Mas passo a palavra a uma amiga "anonima" cuja lucidez me traz uma enorme alegria de não me sentir tão sozinha neste desmistificar tanta mentira que se espalha por ai, cada dia mais...


Anónimo disse...




Sobre os "enteógenos" também há tanto a dizer... enteógenos entre aspas porque apesar de originalmente (quando usados de forma correcta e no contexto adequado) terem a capacidade de revelar o divino que há em nós, na era do narcisismo parece-me que expandem mais o ego do que a consciência...

Por exemplo (entre tantos possíveis!), as "mulheres medicina" que surgem agora como cogumelos em Portugal. Basta uma irresponsável vir do Brasil munida de "medicinas" e dar um curso, para passados três ou quatro meses termos uma leva de "mulheres medicina". Mais uma vez temos o "condão mágico" da new age: O que antigamente demorava três décadas (ou quatro ou cinco, ou uma vida!) a conhecer e integrar, agora demora três meses! E porquê? Porque estamos na Nova Era, e quem dita o que é verdadeiro ou falso, o certo e o errado, é o comandante da nave estelar, ou arcanjo, ou o ser de "luz". O que os antigos e genuínos guardiões das tradições aconselhavam: calar! estas mulheres decidem arrogantemente ignorar, e anunciar aos quatro ventos no facebook que são "mulheres medicina" (quando não o são!!). E isto tem um nome: charlatanice, fraude espiritual. Movidas pela vaidade, auto-iludem-se, iludem os outros, e tratam com leviandade o que deve ser tratado com extrema seriedade. Torna-se, assim, num perigo para os outros pois estas medicinas são tudo menos inócuas.

Esta mentalidade tornou-se numa epidemia nos últimos anos, e os resultados não tardaram a surgir: Já não é rara a notícia da morte de alguém, ou de abuso sexual por parte do "xamã", ou notícias de pessoas com problemas psíquicos de diversa ordem resultantes da participação nestas cerimónias (mortes e abusos esses abafados pelas autoridades locais na América do Sul enquanto o filão der...).

E assim continuarão... algumas iludidas de que se estão a curar, outras convencidas que ouviram o "chamado" para se tornarem mestres "espirituais", outras ficarão com a vida num caco, e ninguém fará nada... porque buscam sempre fora e porque tudo aceitam sem questionar.

Sónia

"A palavra enteógeno significa literalmente: "manifestação interior do divino", deriva de uma palavra grega obsoleta, que se refere à comunhão religiosa com drogas visionárias, ataques de profecia, e paixão erótica, e está relacionada com a palavra entusiasmo pela mesma raiz."

segunda-feira, novembro 28, 2016

QUANDO AS PESSOAS JULGAM QUE SÃO SINCERAS...

 

"Este mundo de insinceridade que existe dentro de nós, é uma coisa assustadora – nas nossas células, nas…oh! …"  - Mère

"Nos pálidos confins onde a Matéria e a Vida se reencontram…um sinistro mundo pigmeu…Onde esse maldito feitiço tem a sua origem" - Sri Aurobindo

domingo, novembro 27, 2016

Uma nova Amazona?


A NOVA MULHER...

“No tempo actual, a voz da mulher junta-se ao coro de vozes discordantes da humanidade, tendo outras raízes - é uma flor gritante que vai dar frutos, mas tem de se aperceber disso e pensar melhor na relação com o Outro. Já nenhuma parede de vidro a protege. Agora, o diálogo das vozes é um novo e duro corpo a corpo: uma batalha que se desenha. E no fundo, ela quer vencer, ser uma nova Amazona, mas não deseja perder um seio. Nem deve. Não deve perder a feminilidade, a singularidade do seu ser, a origem da sua criatividade específica. O seu contributo é o espírito. Mesmo quando se transforma em acto, a sua mão não deve esquece-se de que existe para colher e acolher. Essa é a capacidade específica da mulher: produzir, mas não reproduzir apenas. E o homem não pode ser o seu modelo”


ANA HATHERLY

O MEDO DAS MULHERES...



 COMO O MUNDO OLHA A MULHER...


EM TODO O OCIDENTE O HOMEM - "Suprimindo a noção de Mãe-Divina, ou submetendo à autoridade de um deus-pai, desarticulou-se o mecanismo instintivo que fazia o equilíbrio inicial: daí advém todas as neuroses e outros dramas que sacodem estas sociedades paternalistas." *


POR ISSO O ÓDIO AO QUE HÁ DE MAIS FEMININO...

“As mulheres encarnam o desejo sem limites, e os homens temem não poder satisfazê-las. Aos olhos deles, o feminino das mulheres surge como uma reprovação potencial, desencadeia um processo de castração contra o qual os homens se rebelam. Eles não toleram as mulheres senão quando já mataram o que há de feminino nelas e as reduziram a seu status de esposa e mãe.
Nesses dois estados, a sexualidade feminina deixa de ser perigosa: confinadas ...à casa, pertencentes a um macho, reduzidas a assegurar a educação das crianças no lar, com uma jornada dupla de trabalho, elas não têm mais tempo ou oportunidade de ter desejo imperioso. São essas angústias de castração sublimadas que geram a codificação religiosa. E o monoteísmo é insuperável no ódio ao que há de feminino na mulher e na celebração da virgem ou da esposa que gera filhos”.

Michel Onfray

*   Jean Markale  LA FEMME CELTE,

sexta-feira, novembro 25, 2016

O LIXO TELEVISIVO


Neste vido está tudo a mostra - não há nada que enganar-se...só não vê quem é cego...

AS MULHERES QUE SEGUEM UMA CARREIRA NA TELEVISÃO, NÃO FALO DAS JORNALISTAS, MAS EM GERAL, AS QUE PROMOVEM O ESPECTÁCULO E AS AUDIÊNCIAS, ATRAVÉS DA SUA IMAGEM - SEXO,  SÃO O SUPORTE DO MACHISMO E DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA QUE SE ESTENDE A TODAS AS MULHERES QUE SE DESPEM E SE EXIBEM  - ELAS DÃO CORPO À GRANDE MISÉRIA QUE SE TRANSFORMOU A MULHER SIMBOLO NESTE PLANETA...

Pergunto como é que há mulheres que acham que ter fama e a qualquer preço mesmo que subam a pulso e na vertical, sendo honestas e trabalhadora, uma vez  sujeitas ao Sistema e dentro dele, como acham que podem ter alguma verticalidade e dignidade?

QUEM VIVE DENTRO DO PANTANO...É CONSPURCADO POR ELE...
NINGUÉM SAI LIMPO...A TELEVISÃO E O CINEMA SÃO O PANTANO  DA MAIOR CORRUPÇÃO E ALIENAÇÃO HUMANA AO CIMO DO PLANETA. ...

quinta-feira, novembro 24, 2016

A CHARADA TELEVISIVA...


DE QUE SE ALIMENTAM
AS MENTES BÁSICAS DO PLANETA...lixo...só lixo!


Estas são as personagens mais grotescas de maior sucesso da televisão portuguesa. Não, não é a "BELA E O MONSTRO"- essa história já não se usa...agora é A BICHA E O TRAVESTI, o casal perfeito do sucesso mediático...os dois gostam muito de homens assumidamente...daí o casamento perfeito e a caricatura actual que se projecta nos canais televisivos e que alimentam os pacóvios e as pessoas de mais baixo nível e isto passa-se a nível mundial onde os espectáculos são igualmente degradantes como  A casa dos segredos e outro semelhantes .
Quanto a personagem Cristina Ferreia tirando essa questão da sua denuncia (no livro) de assédio sexual depois explorada pelos media, o que digo não tem nada a ver com as suas qualidades pessoais nem de trabalho, do seu sucesso etc., apenas estou a ver a forma  como esta mulher na verdade se expõe e provoca e vive do Sistema; por isso não entendo que as mulheres em geral se espantam com os comentários horríveis e estúpidos, quando ela está bem dentro desse mundo e a trabalhar para ele e que portanto, só tem o feed back próprio do mundo onde tem sucesso - temos de pensar nisto...e não cair na ilusão de que todas as mulheres são inocentes ou simples vitimas. A questão é, as opções e mundos em que se vive, que linguagem se fala, como nos projectamos...pelo corpo, pelo sexo...então é ai em que se é agredido...E este é o drama da mulher moderna. A mulher convenceu-se de que era livre e emancipada, mostrou tudo o que quis...ousou foi tão longe quando quis, mas não percebeu que o Homem NÃO PENSA ASSIM...Ela, neste caso,  não consegue ver que tudo isso faz parte do sistema corrupto e baixo astral e nele não tem outra saída - a não ser que ela saia dele . Como não sai, vive dele e a sua conta também, então este é sem duvida o preço a pagar pela fama e vã glória ...da mulher fatal ou da barbie.

A SEXY GENITALIDADE PRIMÁRIA

Realmente um mundo todo ele invertido onde os valores mais fundamentais são omissos e tudo se resume a uma charada sexual - já não assistimos a versão do homo sapiens, mas do homo sexualis - uma nova espécie que se espalha como uma peste...a linguagem é toda ela sexualizante diria, homossexualizante, faz-se gaudio de gostar de homens e as mulheres são reduzidas a um corpo sexo de revista...bum-bum e silicone...

Não, estes seres que vivem disto e para isto, que fazem da vida um espectáculo tão degradante e pobre (não, não é a CM tv ou o Correio da Manhã),  não são humanos - não se lhes vislumbra senão ao longe uma alma - e se a tinham venderam-na ao diabo. Eles não se  pautam por um sentir superior, digo um mínimo de qualidade essencial, por uma dignidade qualquer, mas por uma estrutura de plástico e folclórica toda ela construída pela moda pela roupa pelo artificio ...em tudo o que dizem está sempre implícito o sexo o dinheiro e a fama...um Mundo alienado e pervertido. São eles que diariamente alimentam a populaça ávida de escândalos e sexo implícito ou ilícito...Os escravos do Sistema adoram os seus heróis palhaços e as suas estrelas barbies -

UPS! NÃO ADMIRA QUE TRUMP TENHO GANHO AS ELEIÇÕES NA AMÉRICA...

NÃO É SÓ A MISOGINIA DOS HOMENS É DAS MULHERES TAMBÉM

Não, a Cristina não andava a pedi-las - por Lucy Pepper


    Quando a Cristina Ferreira denuncia o assédio sexual de que terá sido vítima, a imprensa devia tratar o caso seriamente, e não ilustrar a notícia com frases brejeiras e fotos ousadas.
    Sexta-feira passada, o Correio da Manhã destacou na capa a página do livro de Cristina Ferreira em que ela revela um episódio de assédio sexual no trabalho. O destaque, porém, era confuso. Primeiro, por causa da citação: “ele queria comer-me”; segundo, por causa da fotografia: uma imagem em que Cristina parece estar numa publicidade de iogurte (não esqueçamos que nas publicidades de iogurte, as mulheres estão sempre prestes a chegar ao orgasmo… porque, claro, o iogurte é óptimo). Ou seja, o jornal decidiu ilustrar uma história de assédio sexual com uma frase brejeira e uma foto ousada. E isso tem consequências, como as reacções à notícia provam.
    (...)
    Aceito que tivesse sido essa a intenção, mas o facto é que a foto e a citação contaram outra história, que acabou por tornar o artigo inútil – e até prejudicial – na campanha contra o assédio sexual no lugar de trabalho, ao permitir que muitos leitores e pessoas que viram a capa do Correio da Manhã nos quiosques dissessem: “mas o que é que ela estava à espera, a fazer estas poses provocantes?”

    Se pensam que estou a exagerar, vejam as reacções nas caixas dos comentários do Facebook e de outros lugares. São vergonhosas, mas previsíveis. Eis uma seleção (entre centenas) do Facebook, na própria página do Correio da Manhã, onde leitores publicaram estes comentários com os seus nomes reais (não eram trolls, portanto):


    “O problema é que uma grande parte das mulheres gostão (sic) de ser assediadas, e quando não são fazem tudo para isso, depois vem dizer que forão (sic) vitimas ate parese (sic) que não gostão (sic), por favor isto e so treta, ainda não disse que foi violada, tambem so falta isso.” (enfim, tudo sic).

    “Uma peixeira destas na TV aposto que não ficaram só pela tentativa !… “

    “é assim que elas ficam famosas, abrindo as pernas!!”

    “MAIS UMA A FAZER-SE DE VITIMA….POR ISSO EU GOSTO TANTO DE MIM”

    Qual é o espanto. ..O mundo dela é assim. …aguenta !

    Não mostres tanto as cuecas …

    “É, não aproveitou.?????”

    “Ó CRISTNA só a querem seduzir porque você e uma mulher muito atrente ,o que naõ acontecia se gorda e feia. Qra bem”

    “Tenta de tudo para vender o livro…vergonha.”

    “SORTE TEVE ELA. QUAL E PROBLEMA???”

    “Com esses olhinhos estás à espera de quê.”

    “Sem assedio sexual,nemhuma de voces tem hipoteses de subir na carreira,nao conheco nenhuma jornalista feiosa,que trabalhe nas estacoes publicas,so isto diz tudo,troca de gajo e divorcios e todos os meses”

    “Porca”

    “Mulheres… E a sua demanda pelo assédio sexual :/ tristeza !!! Todas se queixam e queixam do mesmo, tem que começar a ter ideias novas e mais originais …”

    É horrível, não é? É horrível que quando alguém conta um episódio como este, tanta gente tire as facas da liga. É horrível que muitos destes comentários tenham sido escritos por mulheres, mulheres que, presumo, nunca sofreram assédio (felicito-as por isso, mas não pela sua falta de imaginação), ou mulheres que acham que é feio contar porque elas nunca contaram, ou mulheres tão cheias de inveja por outra mulher estar numa posição melhor do que a delas que não conseguem conter o ódio e, sim, a misoginia (porque não são só os homens que são misóginos).

    É horrível que essas reacções tenham sido provocadas pelo jornal mais vendido no país quando deu a entender na capa, fosse ou não essa a sua intenção (e quero acreditar que não tenha sido), que “a Cristina estava a pedi-las”.
    (...)
    Pense o que pensar da Cristina Ferreira — se fica confundido pela mistura da “miúda engraçada” na televisão de dia com as imagens altamente sensuais na sua revista, se a adora ou a odeia – tudo isso é irrelevante. O que o Correio da Manhã fez ao publicar esse artigo com essa fotografia foi vergonhoso e pouco diferente de um advogado ou juiz no tribunal a dizer a uma mulher que andava a “pedir para ser violada” por ter bebido uns copos ou estar vestida com pouca roupa. Essa mensagem foi colocada nos quiosques todos, a dizer a todos os que passavam: olhem, vejam como a Cristina andava a pedi-las! E se não acha que essa espécie de mensagem pode entrar nas mentes de toda a gente, e não “apenas” dos leitores do Correio da Manhã, então não percebe o efeito que têm em toda a gente a comunicação social e a publicidade, incluindo os anúncios de iogurte de pernas abertas."


    nota à margem

    "E já agora, peço-vos que não leiam isto só para concluir: “ah, sim, os tablóides e os seus leitores!… É o povo que temos…” Não, não é o “povo”, nem são os “tablóides”. É toda a gente, e é em toda a parte. Porque isto acontece sempre que uma mulher levanta a cabeça acima do parapeito, e especialmente quando se atreve a denunciar um feio delito masculino."

    Não, não se trata de só uma mulher levantar a cabeça acima do parapeito, depende de como o faz...nem é simplesmente por fazer uma denuncia quando por outro lado se expõe e seduz e lida frontalmente com o sexo, não dos anjos, mas de jogadores de futebol...e ai o futeboleiros é à bruta, não perdoam...
    Está certa portanto a autora do texto até um certo ponto só é pena que não perceba que este mundo de tabloides que os media divulgam e promovem e que se alimenta disto - enredos de faca e alguidar -  e que portanto  as mulheres que dele fazem parte  também, estão dentro do seu universo que não conhece outra linguagem nem o respeito e muito menos a dignidade humana. Assim o prova não só o nível dos comentários de um publico ordinário, machista, constituído por homens misóginos e mulheres invejosas e frustradas, gente sem instrução e de baixos instintivos que  vivem e se alimentam destes tabloides. Quando a autora diz que não são trolls, eu digo que são bem piores do que trolles; são a escória humana que não tem mais nada para pensar nem ser e a TELEVISÃO LIXO alimenta este nível degradante, fomentando este tipo de alienação, sim, bem sei à escala global...


    rlp

    PALAVRAS DE OIRO...


    "UMA NOVA MODA?": OS CIRCULOS E GRUPOS DE MULHERES

    Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem. Destaco este comentário de uma leitora,  por ser de uma precisão impressionante e de uma clareza única e rara na sua objectividade. É bom saber que não sou só eu que vejo e que penso assim ...

    "Mas isto faz parte da matriz de controlo. Isto é o que sempre tivemos durante séculos com a igreja católica mas com outras vestes, são essas vestes que dão a ilusão de que há algo novo, mas as mulheres continuam a ser manipuladas e anuladas pelo mesmo! Elas falam em poder mas o único poder é o seu, porque todo o seu trabalho é precisamente usar e desempoderar as outras mulheres!


    Temos a líder que afirma ter contacto privilegiado com a deusa, com arcanjos ou com seres de outra galáxia, sem nunca ser questionada (!!!). Líder essa que se comporta em público de forma totalmente diferente de como se comporta em privado, em privado é egomaníaca, em público finge falsa modéstia e humildade, etc., rodeada pelas ovelhinhas obedientes iludidas que se encontram no bom caminho. Quando uma das ovelhinhas se tresmalha por algum motivo (por não suportar que mentirosos ensinem sobre a verdade, por exemplo), é ostracizada pelas restantes ovelhinhas. Temos, também, a comunhão em grupo, cerimónia oca e vazia de significado, porque simplesmente não se apropriam cerimónias alheias, e misturam com outras numa mistela bizarra só porque sim, porque "o ser da outra galáxia, ou os "seres de luz" me estão a dizer que sim e portanto vou fazer, e eu é que sei porque fui a escolhida". Temos as mulheres que buscam "algo" e que se deixam enganar pela manipulação e publicidade enganosa dos facebooks e afins... porque tudo isto é fotografado e apresentado publicamente como se fosse algo extraordinário e uma experiência transcendental, tão mágico que tudo é! (Um perfeito engodo!). Temos, portanto, a doutrina inquestionável, o padre ou bispo hipócritas, os acólitos cegos e obedientes, a ilusão de pertença a uma comunidade com a missa e festividades, e a propaganda para as massas!

    Daqui fica a tristeza de mais uma vez o padrão se repetir, a tristeza de ver as mulheres a enganarem-se e a serem enganadas e usadas, de ver que a mentira vende e é o que a maioria quer. Numa nota positiva, para algumas de nós fica a consciência de que o caminho definitivamente NÃO É este! Pode-se estar sozinha mas está-se acompanhada pelos valores maiores, esses que não se vendem nem se compram..."


    Sónia

    O REINO DAS MÃES



    AS MÃES...

    "O inconsciente colectivo não tem fundo, não tem forma, não pode conhecer-se a não ser nas suas manifestações, imagens arquetípicas, ou primordiais, mitos, e símbolos.
    É o reino das Mães (…), onde não existe espaço nem tempo, e para o qual não há caminho. É o reino de solidão, de vazio. Onde não se ouve o passo que se dá, onde nada de sólido permite que se pare.

    “No que tu chamas Nada”, diz Fausto, “espero encontrar o Tudo”(…) O Nada onde se encontra o Tudo, o inferno (o abismo) que é o céu, é o símbolo do inconsciente, matriz (daí a ideia das Mães), da realidade criada. O inconsciente, como o reino das mães, é o espaço indefinível “das formas possíveis” “Formação e transformação” é a isso que assiste, com as Mães, que não veem as coisas, veem somente “esquemas”...
    (…)
    LITERATURA E ALQUIMIA
    Yvete K.Centeno

    quarta-feira, novembro 23, 2016

    UMA NOVA MODA?




    SOU MUITO CÉPTICA 

    AS NOVAS HIPPIES...

    Nos anos sessenta, uma década após a 2ª guerra mundial mal refeitos das feridas e de muita dor e luto, em reação ao consumismo e ao capitalismo, tivemos da parte das gerações mais jovens na Europa e na América a explosão dos movimentos Hippies (mais tarde havia os pobres e os hippies chiques - que eram só ornamentação) por toda a parte. Toda a gente falava de paz e amor, "make love not war" etc. Fumava-se muito, bebia-se de tudo e criaram-se comunidades livres  onde se vivia sem ordem nem regras, "tudo ao molho e fé em deus", com se diz na gíria, por isso foram geradas  muitas crianças e muitas nem sabiam quem... eram os pais e outras eram irmãos sendo filhos de vários pais...era a plena liberdade sexual com qualquer parceiro...Fumava-se charros e tomava-se LSD e a musica levava tudo...Grandes concertos ao ar livre e tendas por todo o lado...Surgiram nomes incontornáveis da musica como os Beatles os Rolling Stones e por ai afora...e depois, não muitos anos depois, veio o fim de tudo isso e a grande desilusão de tudo também, e tudo voltava ao normal, ficaram muitos flipados e loucos e a pedir esmolas nas rua, alguns morreram abandonadas pelas famílias - sim depois  veio o inútil e o vazio, a confusão geral - cresceram entretanto as crianças desses hippies que reagiram aos pais e que se tornaram "wippies" (jovens empresários de fato e gravata computadores, negócios etc.) Entretanto vieram também os Gurus da India, o orientalismo e Buda e Lao Tse´ pegaram moda...Só depois surgiram os ecológicos e uma consciência da Terra...um certo paganismo, bruxaria etc, sem consequências. Depois e muito recentemente então surgem por todo o lado os grupos e círculos de mulheres...em busca da Deusa Perdida nos confins do tempo...e aí também eu entrei, já há mais de 20 anos...quando escrevi o meu 1º livro e depois este blog. 

    Isto é uma breve resenha de tempos vividos...e porque o fiz...porque há algo que me diz que estamos de novo diante de uma nova moda que é a mistura disso tudo que eu já vivi só para mulheres - a história dos círculos e do sagrado feminino, as deusas e as sacerdotisas, primeiro as de Avalon e depois mais próximas da nossa cultura celta, mas depois tudo se começou a misturar  - as xamãs e as tendas vermelhas, o Tamazcal...a ayahuasca...os tambores etc.
    E o que eu me apercebo  agora é que  nós importamos estas tradições sem ter nada a ver connosco, a nossa psicologia e as nossas vivências de ocidentais e corremos o grave risco dada a ligeireza como tudo isso é encarado, que tudo possa  acabar na mesma como tudo começou com os hippies - um dejá vue - e afinal a única coisa que conta que é a  evolução do ser humano e ter uma verdadeira consciência da mulher perdeu-se mais uma vez, porque a alienação e o lúdico é sempre mais fácil do que o trabalho o esforço e olhar a realidade tal como ela é à nossa volta...e eu não auguro nada de bom para tudo isto, sinceramente.
    Sim sou céptica e vejo afinal que tudo não passa de um balão de ar geracional para iludir as pessoas, neste caso mais particularmente as mulheres, e tudo continua na mesma e o mundo um descalabro...porque domina a matriz de controlo...


    ONDE NÃO HÁ CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL NÃO HÁ RESPONSABILIDADE HUMANA.
    rlp


     

    domingo, novembro 20, 2016

    NÃO ESQUEÇAMOS


    A MISOGINIA DAS MULHERES

    E não esqueçamos que as mulheres tal como os homens sofrem de profunda misoginia...elas são ainda as principais inimigas umas das outras - são capazes de tudo perdoar aos homens. Elas perdoam os agravos e ofensas dos pais, os mais graves,  perdoam aos filhos e maridos,  suportam a violência verbal e psicológica ou a violência doméstica, mas às outras mulheres, por muito amigas que se digam, nunca...e a ilusão de que há alguma união ainda que temporária acaba sempre quando se tira o verniz da convenção e do interesse porque se dizem e são amigas etc.
     

    Foi assim que Trump foi eleito... na verdade e não é preciso ser-se feminista para não ficar horrorizada com a cumplicidade das mulheres na sua própria opressão.(...) Se uma mulher  cresce numa cultura na qual a sua auto-estima é medida somente no sentido de agradar aos homens, então a sua energia é totalmente consumida por esta competição horizontal com as outras mulheres e deste modo nunca poderão ser cúmplices entre si", e muito menos amigas.

    A DOR FECUNDA...



    "A dor só é realmente fecunda quando a amamos, quando a vemos como indispensável à escultura que se está fazendo na nossa alma. (…)
    E há-de haver ainda a gratidão pelos destinos que a concederam a nós e o amor pelos golpes que nos desfere; o que inclui, naturalmente, a compreensão, e o amor também, daqueles de que o destino se serve para despedir as grandes marteladas que vão forjando o metal"



    Agostinho da Silva, Sete Cartas a Um Jovem Filósofo, pág. 74

    sábado, novembro 19, 2016

    CONSCIÊNCIA DE QUÊ?



    A CONSCIÊNCIA DE SI COMO MULHER

    De facto não tenho um método nem uma técnica nem um processo X para transmitir o meu projecto de Conhecimento da Mulher em si…o que eu tenho - e não saio deste raio de acção - é apenas a Consciência clara de uma Cisão que afecta todas as mulheres no mundo e sei, que enquanto essa cisão não for tida em conta pelas mulheres, todas as mulheres, enquanto não houver uma consciencialização desse facto e isso não for encarado por si para que se possa entrar no processo de integração das duas mulheres divididas dentro de si mesma…bem podem as mulheres do sagrado feminino falar do seu resgate ou apelar à Deusa e a todas as deusas ou as deusas de todos os tempos…Podem até apelar a todas as forças do cosmos…que lhes valham… que isso não acontecerá! Porque só unindo essas duas partes de si  cindidas ela poderá ser a mediadora das forças cósmico telúricas...Só a Mulher Integral, a Mulher primordial, poderá ser a representante da Deusa na Terra.

    Assim, minhas amigas, espero que não se sintam a desperdiçar o vosso tempo  e pelo vosso FOCO aqui e a tratar dessa ferida emocional, dessa fissura energética (que atravessa todos os vossos corpos, principalmente o físico e emocional) pois sem uma coesão do ser mulher em si, sem a fusão das duas mulheres antagónicas, que dentro de nós, se odeiam e rivalizam projectando o ódio na “outra”, dificilmente ou nunca poderão chegar a um ponto de união com a Deusa que não é senão o ponto de encontro em que as duas mulheres cindidas pela religião patriarcal, a “santa e a puta” em nós, casam…e dão o nó górdio que a torna uma mulher integral ou faz LIlith renascer das cinzas da nossa memória…
    Minhas amigas, sem esse matrimónio interior, não há casamento com os opostos, feminino e masculino, sol e lua, yin e yang, porque a mulher não tem a sua feminilidade integrada, e sem essa completude de si e vivência…ela não está em contacto com a sua Anima. Porque o engano Junguiano vem de se pensar que o animus é o representante da mulher e a anima do homem…essa inversão psicológica dos contrários a partida, baseada numa realidade das mulheres analisadas por Jung e Freud que na época estavam totalmente presas do Pai e do Mestre, educadas em estritas regras de comportamento, numa projecção parcial de si, ou seja exclusivamente regidas por padrões do masculino, sem qualquer sentido da sua identidade profunda enquanto mulher-fêmea, impede ainda hoje que a mulher em vez de animus que é o aspecto oposto que nela foi desenvolvido e em que ela se expressa neste sistema, chegue à sua anima uma vez que a vai procurar fora e no homem sistematicamente…
    Portanto e para concluir, julgo que e em definitivo   a coisa principal, a mais urgente que a mulher  pode e deve fazer por ela, é tomar consciência da sua cisão interior, vendo como cada mulher é apenas uma metade de si, e procurar integrar a totalidade dessa natureza divida na sua psique de forma consciente e natural num trabalho permanente de atenção e intenção de se tornar uma mulher integral.
    Resta-nos saber SE as terapias ou curas e outros meios ao nosso dispor podem ajudar a curar as feridas profundas dessa parte do feminino anulado…sim, digo que sim, podem ser muito úteis e necessárias, mas sem essa consciência activa e a atenção permanente na sua própria divisão ela será constantemente presa nas armadilhas que a sociedade lhes apresenta de uma mulher continuamente estereotipada e as emoções contraditórias que essa divisão interior acarreta…Porque, por mais que a mulher faça e ande, ela será sempre ou agirá sempre como uma metade de si… deixando a outra parte nos esconsos da sua psique…e projectando-a fora na “outra” ou contra a “outra”…a rival e a inimiga, eternamente separadas e perdidas no mito do amor romântico á espera de que o homem a complemente…sem nunca poder colmatar o grande vazio de si mesma!
    Rosa Leonor Pedro
    rlp
    in Mulheres & Deusas - 2008
    rosaleonorpedro

    JOUMANA HADDAD ~ poetisa libanesa




    "Honrada e lisonjeada. O Compositor grego Iosif Vallette escolheu o meu poema "Lilith ' s return" para a sua próxima secção opera, com a incrível soprano Marilena Chrisohoidi"
    Joumana Haddad

      "Difamem-me para que os meus perfumes me inflamem...
      Agudizem o meu apetite para que eu me transvase
      É o tempo do terno fruto
      Rebelde como uma granada
      Queimem-me
      E enxuguem com o óleo dos meus poemas os pés
      das mulheres virtuosas."



      in Le Retour de Lilith

      Joumana Haddad

      sexta-feira, novembro 18, 2016

      ENTRE DEUS E A DEUSA




      Como nos diz Jean Markale no seu livro LA FEMME CELTE,


      "Suprimindo a noção de Mãe-Divina, ou submetendo à autoridade de um deus-pai, desarticulou-se o mecanismo instintivo que fazia o equilíbrio inicial: daí advém todas as neuroses e outros dramas que sacodem estas sociedades paternalistas."

      Foi assim que as mulheres foram impedidas de aceder ao seu lado instintivo-intuitivo-sagrado, e portanto os homens, impedindo-as de ter acesso às forças telúricas da Terra também cortaram o seu acesso às forças do cosmos que ela liga e é a mediadora, não o homem; Por essa razão  elas eram as sacerdotisas por inerência e destino uma vez que  a mulher é a responsável da encarnação* e portanto representante da Deusa Mãe, criadora, geradora e Matriz de toda a Manifestação. Falar de Deus é deslocar o foco da Terra Mãe e da Natureza para a transcendência, para o Ceu, para o Além. Desta forma, o homem incapaz de enfrentar a natureza instintiva da mulher, a dor do nascer e do morrer, projectou-se no absoluto-deus em vez de viver na Terra deusa. Privou assim a mulher de ser ela mesma, desapossando-a dos seus dons e força, condenando-a ao descrédito e vendo nela a pecadora e causa da Queda...nesse sentido todas as mulheres do mundo cumprem apenas uma função de servir o Homem e Deus sendo anuladas como ente autónomo, que decide de si, do seu sexo e do seu útero e da sua vida, tendo o Estado e a religião gerido e controlado a sua expressão de ser Mulher pelo casamento instituição, reduzida a reprodutora ou mulher de prazer.

      Por todas estas razões a Terra enfrenta hoje um caos cada vez maior e o maior descalabro humanitário jamais visto, com a Globalização...
      Face a este descalabro humanitário e planetário em que a Terra inteira e a Natureza se encontram, em que continuamente ela é destruída pela mão do homem, assolada  por guerras étnicas, ódios raciais e assassínio de mulheres, caberia as mulheres olharem de outra forma a Historia e o seu papel no Mundo e fazer tudo para  DESPERTAR PARA SI MESMAS e focarem-se  no Principio feminino e na Deusa Mãe  a fim de  resgatar essa essência Mulher e ser capaz de expressar o seu potencial e tornar-se assim um pilar do mundo e não deixar tudo nas mãos e controlo do deus homem, como aconteceu durantes estes milhares de anos...
      Esta é sem duvida a minha visão das coisas e por isso falo exclusivamente da Deusa e da Mulher a fim de que recuperemos terreno - bem no sentido da palavra TERRA. Recuperar a natureza primordial da mulher é resgatar também a Terra Mãe da Incúria e da sua devastação pela mão predadora do homem...e dar-lhe a expressão de abundância equitativa e a paz inerente à sua dádiva suprema que é a Vida na Terra.
      rlp


      *"A mulher potencialmente está ligada ao conhecimento e à sabedoria que são duas forças complementares na grelha de base. A mulher realizada domina a dualidade e ajuda o homem a transcendê-la. Enquanto o homem tem acesso ao conhecimento que está no início de tudo e além disso tem a vontade. (...)
      Chegarei mesmo a dizer que, nessa evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas não tenho a certeza se ela sabe disso. Ainda mais que em ralação à situação actual ela se choca com o poder do homem. Sejamos claros: constitutivamente, não existem relações de superioridade ou inferioridade entre homem e mulher. Tudo depende do contexto sociocultural da época considerada cujas consequências extremas se manifestam nas sociedades do tipo patriarcal e matriarcal. (...)
      A mulher já é portadora do mundo transcendental - a Virgem Maria, Ísis, as Virgens negras. O homem, em contacto com a mulher, teria acesso ao germe da iluminação. E o casal alquímico exteriorizaria isso."*

      * Étienne Guillé

      A MULHER COMO ENTE...

      (...)
      Tu és a primeira forma e matéria,
      inteligente matéria que cresce e o espírito modela.
      Tu és o ventre sagrado de onde eu vim,
      tu és a primeira porta e a chave do meu coração....
      Tu és a minha aura
      e a glória da minha história
      A marca com que nasci.


      O CAMINHO ESPIRITUAL DA MULHER
      E aquilo que os espiritualistas new age não querem ver: a MULHER COMO SER INDIVIDUAL e que foi amalgamada ao homem......

      (escrito em 2007 - republicando)

      Eu sei minhas amigas que por vezes os excertos ou textos que aqui publico parecem nada ter a ver com a Consciência do Feminino Sagrado ou as "causas da mulher", mas a Deusa é a Consciência da Unidade dos Princípios, do Céu e da Terra e o caminho individual do homem ou da mulher é uní-los, é unir os seus dois polos, dentro e fora, é unir os dois Princípios feminino e masculino, é integrar as duas partes que o constituem. E esse é o Caminho da Espiritualidade o caminho do Espírito Uno. Unir o corpo a alma e o espírito.
      Eu sei que cada Ser, homem ou mulher tem de SER UNO em si.
      A questão principal neste momento é que a Mulher para seguir a via do espírito e da sua unidade, precisa antes de mais unir-se ao seu feminino cindido, deve unir as duas mulheres separadas em dois estereótipos para assim poder unir-se ao seu masculino, tanto dentro como fora...Não se trata tanto de saber que Deusa é e a Deusa que se lhe opõe por conflito com Zeus, o dominador do Olimpo. Isso é uma história de homens e guerras e da usurpação do poder das deusas pelos gregos e romanos. É mais urgente agora essa integração das duas mulheres dentro de cada mulher, cindida na sua natureza humana e divina, ela vai reflectir essa divisão sobre o filho, seja ele homem ou mulher. Os dois perderam a consciência da sua totalidade, porque a mulher perdeu a sua integridade. Mas é a mulher quem mais sofre essa divisão porque a sofre na pele a nível do seu ser mulher e o homem não...

      Trata-se agora e é de suma importância reconhecer a cisão que o "cristianismo", digo, a igreja de Roma - e essa é a nossa história actual - impôs à mulher, reprimindo a sua sexualidade e natureza instintiva, a sua intuição e poder pessoal, para a fazer passivamente submeter-se à autoridade religiosa e ao homem e mesmo ao estado, e perpetuar sobre ela as maiores infâmias.

      Deste modo, creio que o caminho espiritual da mulher passa imperiosamente pela integração e consciência desse feminino fragmentado, separado e antagonizado secularmente na mãe e na filha, na esposa e na "outra", na imagem da mulher séria e na sua sombra, a mulher "promíscua" - a que tem mais de um homem ou não é casada - a solteira e a divorciada - a prostituta...
      Esta consciência não se opõe ao trabalho de evolução espiritual da mulher mas ela precisa de ter consciência que trava uma batalha dentro e fora de si mesma o que torna as coisas mais árduas.
      Sem essa Consciência ontológica a mulher pode ousar ser mais do que a sociedade lhe permite, mas adoece e sofre terrivelmente a dor separação de si mesma...
      Penso que neste contexto cultural do último século a mulher ainda não se libertou desse estigma e continua a sofrer de múltiplas formas as suas consequências consciente ou inconscientemente. Continua a sentir-se a boa ou a má filha esposa ou mãe...a fada do lar ou a bruxa perseguida... Muitas vezes ela intelectualmente pensa-se liberta de tudo isso mas no íntimo essa fragmentação mata-a pois mina-a o medo ancestral, o complexo de culpa, que a anula na sua vontade e liberdade de ser um Ser Completo, mesmo que se atreva a romper barreiras assumindo as suas duas ou mais Faces da Lua...
      rlp
      *in mulher incesto
      Rosa Leonor Pedro

      O "cosmos, terra e homem"...


      O QUE É A MEDIUNIDADE
      E COMO ESTÁ SER REALINHADA NESTA ETAPA DE EVOLUÇÃO em 2016 ?

      Para compreendermos o campo energético da mediunidade, deveremos compreender como se processa esta ligação direta com a Fonte...
      Muitos confundem intuição com mediunidade, a intuição nasce de um trabalho entre os dois hemisférios, analise (hemisfério esquerdo) e síntese da analise (hemisfério direito), este último por sua vez responde ao corpo emocional , ou seja as emoções ativam a sensibilidade que analisa e encontra uma síntese que se está a processar entre o racional e o emocional...
      Leva-nos então a outro plano de integração, se o corpo emocional se encontra com ecos energéticos de divisão, busca do bem e do mal, vai intuir sob o domínio inconsciente da busca da validação das suas crenças embora este processo seja inconsciente ainda está a ser dominado por a crença do bem e do mal e desta forma intui o que o seu ego de divisão ainda formata... dificuldade em encontrar um centro de consciência que enquanto em si houver a validação que está no bem, não quer se confrontar com a sua sombra, pois ela é escondida de si próprio e rotulada de má…
      A mediunidade já não tem um registo racional, entra em todos os campos energéticos sem barreiras e sente a realidade sem haver análise ...
      Mas que realidade é esta ? ...
      Ora é aqui que quero vos falar agora sobre o tempo atual e crucial para despertar a sensibilidade que conduzirá à mediunidade...
      Não existiu ainda na terra um tempo onde houvesse uma consciência para além da guerra do bem e do mal, da divisão e nesta medida a sensibilidade etérica humana está ainda condicionada, nem tem como não estar...
      O asteroide kiron energiza a mediunidade e a telepatia, ele esteve no sistema solar da terra durante a civilização da atlântida e onde a humanidade vivenciou na verdade a consciência total da capacidade de mover energia , a consciência da capacidade de ser Deus, ou seja de criar o que quisesse, de conectar -se em todas as dimensões não havendo barreiras físicas ou energéticas...
      Aquando da queda da atlântida o asteroide kiron deixou de ser avistado no nosso sistema solar, perdemos a ligação com a Fonte, com o holograma cósmico, ele serviu para iniciar no plano físico da terra a materialização do mesmo que ecoa em embates energéticos em todo o cosmos, para que se possa criar uma nova frequência de energia tem que haver o confronto de duas forças opostas e assim nascer uma nova...
      Onde é que o ser humano foge deste movimento?...
      Não se querendo confrontar com o que considera mal em si… de seguida projeta que esse mal vem de fora, ora o fora só está a materializar o dentro, a guerra consigo próprio e o que não quer sentir de si, pois é mau…
      A Atlântida foi a civilização na Terra que deu o primeiro impulso para a ligação direta com a fonte de criação, mas plasmou na terra aquilo que ainda fazia parte de um holograma cósmico, a divisão entre uma realidade de bem e outra de mal, era necessário que a terra tivesse esta vivência, para que houvesse esta realidade física plasmada no holograma da humanidade e assim estivesse a participar na CRIAÇÃO...
      Embora não soubessem estavam simplesmente a responder ao movimento evolutivo do cosmos…
      Sermos um eco cósmico que está a reproduzir ecos de frequências onde por embate se recriam de novo numa nova frequência...
      A guerra entre os magos brancos e negros, onde duas forças estavam a criar a realidade de que algo da fonte estava dividido e que teriam que provar quem era mais forte, quem tinha mais poder, na verdade esse era o holograma cósmico a ressoar na terra e onde o ego do poder Divino experienciou , deu vida, forma física a esta frequência..
      Nada estava errado, era apenas uma etapa de experiência de poder dividido, onde uma das partes deveria vencer e outra destruída para que a manifestação etérica toma-se forma física, pois essa era a realidade cósmica a reproduzir-se por eco, embate, destruição, renascimento, nova frequência ...
      Este é o eco holográfico que ainda ressoa dentro de cada um de Nós, que existe uma parte má e outra boa e que uma tem que ser derrubada, destruída...
      Mas estamos a conectarmo-nos de novo com esta memória atlante, para de novo reproduzirmos o eco cósmico e criar-se uma nova frequência , onde a energia está cada vez mais subtil e cristalina, pois a era de aquário é a era da mediunidade, da telepatia, ligarmo-nos à Fonte de novo, onde a barreira física é transposta e conectarmo-nos com todos os campos energéticos, etéricos, cósmicos ...
      Voltando à questão inicial, onde é que a mediunidade está a ser realinhada, pois é aqui que deveremos nos focar agora, existe um alinhamento com o passado para que possamos criar uma nova realidade, mas será que o ser humano tem consciência de que está a conectar-se com o passado e onde ainda se conecta no campo astral do desejo de provar que existe o bem e o mal?
      Na mesma micro escala que cada um de nós ecoa no presente o passado de todas as vivências de outras vidas, de outras realidades , assim também a humanidade na sua macro escala está a reproduzir no presente a realidade de todas as vivências do passado...
      O asteroide kiron foi avistado de novo pelos astrónomos em 1981, ou seja de novo a terra iniciou uma nova integração da capacidade de conectar-se sem barreiras com todos os planos energéticos do cosmos , da terra...
      Desde aí iniciou -se a ligação de novo, imensas pessoas começaram a conectar-se e a trazer informação , a captar realidades que eram necessárias ser relembradas e até aos dias de hoje tem sido um despertar gigantesco...
      Onde nos deveremos focar agora para estarmos alinhados com a Fonte de Criação mas na nova energia ?
      Onde está a consciência em cada um que desperta a ligação? No impulso de criar para além da divisão ou no corpo astral do desejo de controlar o poder do bem e do mal...
      É aqui que deveremos ter atenção, pois para que a ligação seja isenta de corpo astral, de necessidades do ego Divino de ser algo, deverá se processar uma purificação pessoal do ego da divisão...
      Cada ser humano que iniciar uma limpeza purificadora do seu campo astral , do seu desejo de vencer o mal dentro de si , estará a reproduzir o novo campo energético e a participar na nova frequência cósmica...
      Todos estamos neste novo holograma e para participarmos individualmente nesta reprogramação deveremos estar conscientes que estamos a iniciar uma purificação do desejo de ser algo que ainda é produto do passado energético, o mal tem que ser destruído ...
      Este é o trabalho de ativar os dois hemisférios numa nova frequência, como o fazer???
      Dentro da vivência humana quotidiana, na sua vida , começar a analisar, usar o hemisfério esquerdo , para sentir, ou seja intuir, hemisfério direito, onde dentro de si ainda ecoa a divisão, onde tem dificuldade em ver/sentir aquilo que não quer ser, pois o velho holograma ecoa que isso é fazer parte da realidade que tem que ser destruída e dessa forma não pode ser vivenciada, experimentada de novo... cria a vida consciência sentida e desconectasse do holograma da destruição...
      Ao iniciar este mergulho , ativa uma sensibilidade amorosa, na verdade está a conectar-se com o seu ser para além da divisão do bem e do mal, está a aceitar descobrir-se sem necessidade de fugir a nada ... este é um trabalho de ativação da desprogramação do velho holograma...
      A sensibilidade nasce da consciência sentida de que nada está mal, está a aceitar vivenciar o velho programa para puder iniciar a nova frequência cósmica e isso passa por entregar-se a si próprio, não querer fugir de nada que se está a passar dentro de si, não rotular nada de bem ou mal que está a acontecer consigo, na sua vida, no seu corpo; a recusa a esta entrega é que produz o velho holograma, destruição, quer seja por a destruição de situações na sua vida, quer seja manifestações no seu corpo físico, por isso é o próprio que está a criar essa realidade, o velho holograma de que o mal tem que ser destruído é reproduzido na sua vida, no seu corpo...
      Agora começamos a percecionar onde somos os criadores da destruição , pois não aceitamos sair desse holograma de que o mal tem que ser destruído, não nos aceitamos na totalidade, ainda temos medo de olhar profundamente a nossa sombra, pois a célula ecoa registos de divisão, eu não posso ser isto ...
      O asteroide Kiron encontra-se em peixes , passado da humanidade , peixes quer unir, não se dividir de nada , as crenças do passado da humanidade que para unir tem que algo ser destruído, porque não é puro, não é o eco de perfeição que temos inconscientemente registado que queremos ser, para que o bem vença algo deve ser banido, punido, esta é a ferida da humanidade que está a ser purificada, para que o ser se possa unir com tudo em si e criar vida e não destruição na sua vida , no seu corpo, nas suas relações , agora entendem porque tanta destruturação está a acontecer nas vossas vidas, nos vossos corpos ???
      Está a ser reprogramada uma nova frequência do velho holograma , mas este tem um corpo vivo , uma identidade própria onde o corpo astral, o corpo do desejo, se conecta com a necessidade de destruir o mal , eu não aceito ser isto, eu não quero sentir e compreender aspetos de mim...
      Como essa realidade tem milénios de vivências, criou vida própria , é uma identidade com energia própria …
      Esta destruturação está a ser impulsionada por plutão em capricórnio para que haja um renascer de uma nova vida, deverá processar -se uma purificação da crença de algo tem que ser destruído e na mesma escala que lutarmos contra esta destruturação , criamos o holograma da destruição, quando na verdade é o despertar de uma nova sensibilidade para além da divisão, de uma nova consciência que se entrega sem medo de sentir, de ser, pois só por essa entrega sem rotular, sem dividir, sem julgar que pode reprogramar-se na nova frequência cósmica...
      Nessa entrega nasce a sensibilidade intuitiva que vai sentindo, fazendo novas sínteses de consciência de si, harmonia dos hemisférios que não se ligam a um corpo de dor que acredita na destruição do mal, na resistência a aceitar contatar com esses “monstros” que por não serem aceites tomaram vida própria , não se negam a descobrir , sentir, intuir onde se divide dentro de si, onde não se permite ser na totalidade, pois partes de si tem vida própria , são uma identidade presa na clausura do mal e sem ter consciência já está na nova energia cósmica, já está a ressoar a nova frequência ... Assim o corpo astral vai de desligando do velho holograma de destruição , o corpo de dor vai sendo liberto por nova vida, nova sensibilidade e aproximando-se da ligação com a essência superior, recebe da fonte cristalina, sem eco de divisão, de destruição, esta é a forma como se processa a Ligação com o EU SUPERIOR...
      A mente por ora vai aprendendo a equilibrar-se, utilizar os dois hemisférios numa nova vibração de consciência, até já não ser necessária, a Fonte foi restaurada para além do velho holograma cósmico e recebe da Fonte essência da nova frequência, é aqui que ao se processar este profundo resgate da sombra sem a rejeitar e senti-la na totalidade que fica Uno contudo em si e conecta-se com o eu superior, a partícula da Fonte que é…
      Esta ligação já ressoa como mediunidade, este é a caminho para encontrar a conexão com a essência que é, partícula consciente ligada ao fluxo de criação…
      Enquanto isso muitos estão a despertar a mediunidade mas ligando-se ao holograma velho da divisão cósmica e assim vão encontrar informação de identidades de mal que vêm de fora e que nos querem destruir, velho holograma cósmico , cabe a cada um de Nós , sair deste registo de encontrar o mal fora, pois ele nem se quer existe, mas se nos ligarmos a esta frequência, corremos o risco de materializar na terra de novo a divisão do bem e do mal, REPETIÇÃO…
      Saturno em sagitário está a fazer uma quadratura a neptuno empeixes, o que impulsiona a tensão do velho tempo holográfico de crenças de punição se não formos só luz , de guerras entre o bem e o mal, mas pela purificação individual que cada um participe no seu próprio processo , podemos criar na Terra um novo tempo… materializar uma nova realidade, um tempo onde cada um vai ser responsável pela sua purificação…
      Agora existe o livre arbítrio, onde cada ser humano pode reproduzir o velho holograma e materializar na sua vida , no seu corpo a resistência, claro que é uma escolha, mas será ele o criador da destruição e nada de fora, nem eventos / acontecimentos , pessoas, identidades extra físicas …
      Estes impulsos planetários estão a energizar a transição, mas o trabalho interno de cada um só a si cabe fazê-lo e desta forma acompanhar a criação de realidades mais leves e não destrutivas…
      Também estão a decorrer durante o ano de 2016 , quatro eclipses que irão devolver exatamente a mesma realidade energética, já traduzi os 1ºs dois eclipses e irei estar a traduzir os outros dois ao longo do ano, todos eles ativam o eixo peixes / virgem, a necessidade de deixar para trás esta luta interna de resistência a aceitar a sombra, de tomar consciência de que temos medo até de a sentir e sim criamos um fluxo oposto ao movimento cósmico , esse fluxo contrário vai manifestar-se em dor e sofrimento, mas é apenas o holograma velho a dominar e somos nós o criador dessa realidade…
      SOMOS UMA PARTÍCULA DA CRIAÇÃO E ESSE É O NOSSO PODER…
      De que forma queremos conectar com ele?
      Pelo velho holograma, ou pelo novo?
      Como Astróloga Transpessoal tenho uma consciência do movimento síncrono e paralelo entre cosmos, terra e homem…
       (...)
      Ruth Fairfield

      quinta-feira, novembro 17, 2016

      não se assuste...



      "Oh, não se assuste, às vezes, a gente mata por amor, mas eu juro que um dia a gente esquece, juro."

      clarice lispector
       

      quarta-feira, novembro 16, 2016

      AS MULHERES VIRADAS UMAS CONTRAS AS OUTRAS



      A DIVISÃO E O ANTAGONISMO ENTRE AS MULHERES
      É DE RAIZ RELIGIOSA, SOCIAL E POLÍTICA...

      "A luta da mulher proletária por libertação não pode ser similar à luta que as mulheres burguesas travam contra homens da sua classe, pelo contrário deve ser uma luta conjunta com os homens de sua classe contra toda a classe dos capitalistas. Ela não precisa lutar contra os homens da sua classe para romper as barreiras que foram levantadas contra sua participação na livre competição do mercado de trabalho… Seu objetivo final não é livre competição com os homens, mas a conquista do rumo político do proletariado. A mulher proletária luta punho a punho com o homem de sua classe contra a sociedade capitalista. "
      (Zetkin 1984)

      A Igreja divide a mulher em duas psicologicamente dentro de si (a santa e a prostituta) - sejam ricas pobres ou remediadas - a política divide as mulheres socialmente, no capitalismo economicamente e o comunismo é igual, só que trabalham mais...Mas sempre dividindo as mulheres umas contra as outras, gerando rivalidades e ódios entre si e de classe - ainda e sempre como servas do homem quer de uma ideologia quer de outra. Como se os comunistas não explorassem, não usassem e não batessem nas mulheres da sua classe...tal como os burgueses! Sim, eles violam e matam as mulheres como qualquer homem...e em qualquer sociedade!
      O ódio à mulher é transversal a todas as classes e regimes. Igual em todas as guerras. E enquanto as mulheres se dividirem umas contra as outras elas servem o patriarcado que é tanto capitalismo como comunismo, idade media ou idade moderna. Nada muda em relação à mulher! No século passado ainda eram cegas as feministas...hoje não há razão para isto!
      Esta citação é pura demagogia e aproveitamento político das mulheres socialmente menos esclarecidas.
      rlp

      a coragem de ver para além do medo



      "Nos dias de hoje, em que as pessoas estão a tentar assustar-se umas às outras e a tentar manipular-se umas às outras, longe da paz , usando o medo, tu podes compreender o que o medo faz às pessoas; o medo pega na visão do um ser humano e fá-la muito muito estreita, para que então, vivendo no medo, as pessoas não vejam nada mais senão uma ínfima (limitada) parcela daquilo que existe.
      Torna-se muito importante não nos deixarmos influenciar por esse medo, pois existe algo que é tão incrível dentro de cada um de nós, que é a coragem de ver para além desse medo, a coragem de ver para além deste tempo, e de finalmente compreender que, como seres humanos, temos a possibilidade de sermos  capazes de estar em paz."

      Prem Rawat

      terça-feira, novembro 15, 2016

      Sob os auspícios da Serpente,



      Eu sou Lilith, o segredo dos dedos que insistem. Quebro caminhos divulgo sonhos rebento as cidades do macho com o meu dilúvio. Não reuno dois de cada espécie na minha arca Em vez disso, volto a eles, para que o sexo se purifique de toda a pureza. Eu, versículo da maçã, os livros escreveram-me, ainda que não me tenham lido. Prazer desenfreado esposa rebelde o cumprimento da luxúria que leva à ruína total. Na loucura se entreabre a minha camisa. Os que me escutam merecem morrer, e aqueles que me não escutam morrerão de despeito.

      Eu não sou nem a rebelde nem a égua fácil.
      Antes o desvanecer do pesar último.

      Eu Lilith o anjo devasso. Primeira fuga de Adão e corrompidora de Satanás. O imaginário do sexo reprimido e o seu mais alto grito. Tímida pois sou a ninfa do vulcão, ciumenta pela doce obsessão do vício. O primeiro paraíso não pôde suportar-me. E caçaram-me para que eu semeie a discórdia na terra, para que governe nos leitos os assuntos dos meus sujeitos.
      Sorte dos conhecedores e deusa das duas noites. União do sono e do despertar. Eu, o feto-poetisa, ao perder-me ganhei a vida. Regresso do meu exílio para ser a esposa dos sete dias e as cinzas do amanhã.
      Eu sou a leoa sedutora e volto para cobrir as submissas de vergonha e para reinar sobre a terra. Venho para curar a costela de Adão e liberar cada homem da sua Eva.
      Sou Lilith
      Regresso do meu exílio
      Para herdar a morte da mãe a que dei vida.


      DE Joumana Haddad
      O Feitiço da Serpente

      "O manto escorregou-lhe ao longo das costas nuas em direcção ao chão, no entanto, parecia que ainda continuava sobre si. Quase se poderia contar o ar partícula a partícula. Havia uma electricidade no ambiente semelhante àquela que se sente antes de uma trovoada. Os seus pés caminhavam através das lajes pretas e brancas, como uma peça de xadrez que desliza ao longo do tabuleiro. Silencioso e inexorável como a Torre e, contudo, directo e fatal como a Rainha.

      O som oco do bambu tocava a melodia ordenada pelo vento quente que se esgueirava por uma janela no extremo oposto, e era quebrado por pesadas cortinas de veludo cor de sangue, que se moviam subtilmente revelando fantasmagóricas formas femininas que dançavam à sua passagem.

      Toda a sala parecia um útero profundo, macio e enigmático, que aguardava a sua chegada com a inevitabilidade de uma velha profecia. O fumo do incenso serpenteava à sua volta, entontecendo-o, embriagando-o. As imagens começaram a aparecer em flashes, inexplicavelmente sincronizadas com o pulsar do sangue nas suas veias dilatadas pela mistura da excitação e do medo.

      Através das cortinas de fumo, revelou-se o corpo de uma mulher, que se movia de forma sinuosa como uma serpente, dançando lentamente ao ritmo dos bambus. A Deusa. A Bruxa. Aquela que Tudo Vê. Sentiu-se capaz de sacrificar a sua própria vida para poder perpetuar aquela visão, de se oferecer para ser seu escravo. De matar ou de morrer.

      Engoliu em seco, enquanto uma gota salgada de suor lhe escorria pelas têmporas. Os olhos ardiam-lhe e desfocavam-se numa névoa que mal lhe permitia ver. Totalmente submisso, de corpo nu, transpirado e a latejar de medo e desejo, mal conseguia pensar com clareza.

      Talvez fosse tudo um sonho, uma alucinação, ou uma obsessão que foi longe demais. Os cabelos longos, escuros e ondulados da mulher beijavam-lhe provocadoramente os seios como serpentes vivas, lânguidas e famintas.

      Deu um passo em frente, movido pelo desejo que não se consegue conter e nos leva a saltar para o abismo só pelo prazer de voar. É na loucura que está a razão.

      Beijou com devoção os seus pés brancos e suaves como uma delicada flor de lótus. Ousou olhá-la nos olhos de ágata-de-fogo, que o aprisionaram num transe hipnótico. Entregou-se. Sentiu-se asfixiar, enquanto o prazer lhe invadia o corpo. Estava a ser devorado pela serpente. O seu sibilar penetrava-lhe os ouvidos como uma corrente eléctrica. Nada mais importava. Ali estava tudo.
      O Alfa e o Ómega. A Grande Iniciação.

      Gradualmente, todos os seus dedos foram sendo sugados, os lóbulos das orelhas, o pescoço, os mamilos, o sexo, a ponta da língua. E tudo ficou completamente escuro.

      ...

      Quando acordou, tinha os seus lençóis enrolados à volta das pernas. Sentou-se na beira da cama, confuso. Teria sido tudo um sonho?

      O seu coração disparou quando olhou para baixo e se deparou com uma pequena tatuagem de uma serpente que apareceu misteriosamente no interior da coxa esquerda..."

      - Fim -

      Sob os auspícios da Serpente,

      TEXTO gentilmente cedido por Hazel Claridade

      UM MISTÉRIO

      A MULHER É UM IMENSO MISTÉRIO

      "A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará. É o mistério sagrado da própria vida. É através do corpo feminino que a vida se concretiza no plano físico. A mulher é a Natureza humanamente representada em suas curvas, saliências e reentrâncias: ela é o rio sinuoso que hipnotiza o olhar, montes que graciosamente se elevam da superfície, cavernas escuras que guardam segredos..."


      Ricardo Kelmer

      segunda-feira, novembro 14, 2016

      A LIBERTAÇÃO DA MENOPAUSA





      Dar à luz "outra vez"
       
      As moléstias físicas e emocionais que muitas experimentamos na perimenopausa são com efeito as dores do trabalho de dar à luz novas e melhores.
      Em vez de usar a nossa energia em tudo e todas as pessoas que nos rodeiam, como fazíamos quando estávamos a criar os nossos filhos e em conformidade com a nossa profissão, agora estamos chamadas biologicamente a focar essa energia em nós mesmas...
      Ao nos darmos à luz novamente pode fazer virar um pouco o barco. Poderia exigir alterar a ordem estabelecida, opor-se à tradição, e dizer " não " quando poderíamos ter dito " Sim " (ou o contrário). Grande parte desta transição é abandonar o que se tornou  demasiado pequeno para nós e já não nos serve, as funções e as relações que nos  limitam e tiram mais energia do que a que nos dão...
      É necessário deixar de lado o que for que não nos alimente a alma ou não nos faça sentir vibrantes de vida. Já não há espaço em nossa vida para essas coisas inúteis. A partir deste momento, tudo o que pensamos, dizemos e fazemos ou nos manterá ocupadas em viver apaixonada e pacificamente, ou nos apressará na degeneração e nos irá aumentar os riscos de sofrer de doença ou de má saúde. Nós escolhemos.
      Sabe também que esta limpeza de casa emocional não é algo que se faz uma vez e já está; torna-se uma forma de vida.

      Christiane Northrup - in  "os prazeres secretos da menopausa"
       

      UM TEXTO MAGNIFICO...



      Curar a ruptura mãe / filha

      Para muitas mulheres que cresceram no seio de uma sociedade patriarcal, verificou-se uma ferida que vai além da relação de uma mulher com a mãe dela pessoal. Vai para o coração do desequilíbrio de valores na nossa cultura. Enterramos a nossa alma, os nossos verdadeiros sentimentos, a nossa ligação com o nosso corpo e a nossa imaginação; nos separamos de tudo o que faz com que a vida seja vital e criativa. Estamos ansiosas dessa profunda conexão. Desejamos a filiação e a sensação de comunidade, as qualidades positivas, fortes e enriquecedoras do feminino que faltaram em nossa cultura.
      Quando a mulher tem uma relação difícil com sua mãe e reconhece como se tem subestimado o feminino na nossa cultura, tem que enfrentar o desafio de introduzir a compreensão e a reconciliação nessa relação. Tanto faz se a tua mãe pessoal era nutridora ou fria, se te lhe dava confiança em si mesma ou a manipulava, se estava presente ou ausente, a sua relação interna com ela está  inserida no seu dna psicológico como "Complexo de mãe". Se a sua psique tem Assumido a sua mãe, de uma forma negativa ou destrutiva,  divorcia-se da  sua natureza feminina positiva e  vai ter que fazer um grande esforço para recuperá-la.
      Se as atitudes da sua mãe ameaçavam a sua própria sobrevivência como mulher, talvez você se tenha identificado intimamente com o masculino, buscando nele a salvação. Muitas mulheres têm encontrado em seus pais o aspecto espontâneo, divertido e nutridor do feminino.
      A natureza da ruptura mãe / filha é determinada também pela forma como a mulher integra o arquétipo da mãe em sua psique, o que inclui a mãe terra e a deusa, e a visão cultural de o feminino. A nossa psique coletiva teme o poder da mãe e faz todo o possível por denigrarlo e destruí-lo. Não damos valor aquilo que nos nutre; usamos, abusamos e dominamos a matéria (Mater) sempre que podemos. AS nossas igrejas têm enterrado durante séculos o rosto feminino de Deus, destruindo a sua imagem e a usurpar o seu poder em favor dos deuses masculinos. Como podemos estar conectadas com  o feminino quando a cultura que nos rodeia faz todo o possível para que esqueçamos isso?
      Curar a cisão mãe / filha representa chorar a separação inicial da sua mãe ou sua rejeição, assim como o teu próprio rejeição, e então começar a entender o feminino. O aspecto mais importante desta etapa é deixar crescer uma mãe interna ao ser você  mesma   uma mãe nutridora.
      Chegou a hora de  identificar  e reivindicar os valores femininos:
      - renda homenagem a sua criatividade.
      - viva os valores do seu coração.
      - expresse todas as suas emoções.
      - Cerque-se de imagens que celebrem a vida.
      - use uma linguagem que evoque ideias de inclusão.
      - renda homenagem a sua sabedoria, a sua misericórdia, a sua capacidade criativa, e reconheça os mesmos valores em todas as outras mulheres da sua vida.
      - abrace o poder da mulher, o que significa que tome a iniciativa, fale e se dirija a outras mulheres, e que assumam o seu  poder não para seu próprio engrandecimento mas sim no bem  de todas.
      As mulheres que sofreram uma ferida profunda na relação com as mães pessoais muitas vezes procuram sua cura na experiência do quotidiano. Para muitos, esta experiência assume a forma de divina em coisas pequenas: ver o sagrado em todos os atos do dia a dia, como lavar os pratos, limpar o banheiro, ou trabalhar no jardim. A mulher alimenta-se e é saudável arranjando-se no quotidiano. Muitas vezes, durante este período de reclamar o feminino interno, encontrarár-se-à imersa na aprendizagem sobre deusas antigas para encontrar a mulher sábia que vive no interior.

      Maureen Murdock
      A jornada heróica da mulher

      domingo, novembro 13, 2016



      OS DOIS POLOS DO CONHECIMENTO

      "Os pequenos homens deste mundo nomearam um dos Polos: VIRTUDE e o outro: VICIO; o homem que para obedecer a este critério escolhe um desses aspectos e nega o outro encontra-se suspenso sem apoio no vazio; porque suprimir um Polo, é também suprimir o outro; é a negação da vida e a recusa de redenção pela apreensão da falta!
      Todo o gesto libertador da gaiola, todo o acto que te pode levar a ultrapassar a ti mesmo, comporta necessariamente um ponto excessivo, sem o qual não haverá esse poder, pois ele ficará preso na "norma"; como poderás aceitar viver a audácia se a tua prudência te fecha no medo constante de evitar o erro?"

      L' OUVERTURE DU CHEMIN
      Isha Schwaller De Lubicz

      Assim o masculino sem o feminino o bem sem o mal o sol sem a lua, o dia sem a noite...