O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quinta-feira, maio 30, 2002
A UM POETA
Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,
Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afuguentou as larvas temulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faz espada de combate!
ANTERO DE QUENTAL
O LIVRO DE PROFESSIAS DO MILÉNIO
A NOVA MULHER
A Era do Aquário também tem sido considerada o periodo em que, relativamente a levantamentos, revoluções e mudanças, a mulher apareceria no palco mundial com um papel completamente novo.
...A mulher tem de estar na frente de todos os assuntos da vida pública.
Não hesito ao dizer que nenhum homem resistirá por muito tempo à corrente de pensamento que, para bem ou para mal, está a levar as mulheres ao poder.
CHEIRO (1926)-conde Louis Hamon
As mulheres de todo o mundo terão cada vez maisoportunidades e previlégios. Juntamente com esta nova liberdade virá a tolerância social da conduta sexual antigamente só permitida aos homens. Além disso, devido à maior oferta de emprego, mais mulheres optarão por não ter filhos.
GLMPS
O MISTÉRIO FRENTE À OBJECTIVIDADE: SALTO QUÂNTICO
A ciência materialista receberá um golpe mortal...um a um, os factos e os processos das oficinas da Natureza encontrarão o seu caminho para as ciências exactas, enquanto alguns raros indivíduos receberão uma ajuda misteriosa para desvendar os arcanos.
MADAME BLAVATSKY (c.1888)
terça-feira, maio 28, 2002
nota á margem...
Hoje, numa fotografia da catástrofe ferroviária em Moçambique, no meio de trapos ensaguentados e lixo, via-se uma linda bonequinha loura, branca e diáfana, talvez o sonho dourado de uma pretinha que a agarrava quando morreu.
Hoje, “o tráfico de interesses”, como uma droga alucinante, domina o mundo e os valores de vanguarda e os sentimentos profundos desaparecem para dar lugar ao mundo virtual das imagens estereotipadas e falsas.
Hoje o Tráfico Humano, nomeadamente de mulheres e crianças é mais rentável e com menos riscos do que a droga - ouvi nas notícias da nove...
AINDA AS CARTAS
Dizia eu que tinha saudades destas trocas tão genuinas entre grandes almas, mulheres marcantes de uma determinada época, grandes poetisas, as primeiras do século, que apesar da "prisão" dos maridos e sobrecarga das famílias, conseguiram uma obra demarcada da banalidade o que não acontece nos dias de hoje, em que o embuste, a farsa social e as aparências, contam mais do que os estados de alma e do que as amizades verdadeiras.
“A MORTE É A CURVA DA ESTRADA.
MORRER É SÓ NÃO SER VISTO”
F.Pessoa
Continuação de “Cartas para Além do Tempo”
Do Livro com o mesmo título, de Fernanda de Castro - carta a Cecília Meireles
(...)
Seguiram-se anos difíceis que, de momento a momento, o tempo foi suavizando. As tuas filhas cresceram, encontraram o seu lugar ao Sol.
Tu reencontraste a poesia e um belo dia, anos decorridos, anunciaste o teu próximo casamento com alguém que te deu finalmente a paz, a estabilidade, a alegria que tão longe andava de ti.
O tempo foi andando, andando e, forçosamente, as nossas cartas deixaram de Ter a mesma regularidade pois qualquer de nós tinha agora obrigações sociais, compromissos a que nos obrigavam os cargos oficiais dos nossos respectivos maridos. A amizade, porém, foi sempre a mesma, nunca baixou de temperatura. Os silêncios agora eram maiores, já não sabíamos uma da outra como dantes mas eu lia, com admiração sempre crescente, os livros que me mandavas de longe, a tua fulgurante vida literária. Tu também sabias de mim, dos meus livros, dos meus filhos, das minhas viagens.
Só não te perdoo que não me tenhas dito nada da tua doença. Quiseste poupar-me e afinal só conseguiste tornar maior a minha dor. Foi por um amigo que soube que estavas doente. O meu filho, Fernando, que vivia então no Rio, foi um dia ver-te e tu mandaste-me este recado:
- “Diz à tua mãe que o último livro que li foi a “Ilha da Grande Solidão”, e que gostei muito”.
Poucas semanas depois partiste, deixando atras de ti uma Estrada de Santiago cujas estrelas eram e são, os teus poemas.
P.S. Acabo de reler esta carta. Cheguei ao fim com a sensação de não Ter dado de ti a ideia exacta. Talvez tenhas razão. Tinhas de facto um fundo de melancolia cuja causa, dizias tu, eram as tuas raízes açorianas, a tua insularidade. Mas havia em ti outra faceta, que era o teu espírito irónico e brincalhão que aparecia de repente, sem pedir licença a ninguém. Passavas frequentemente do desânimo ao entusiasmo, da palavra exacta e precisa ao imprevisto e até ao cómico. Tenho na minha frente uma carta verdadeiramente maluca que parece escrita não por um grande, extraordinário poeta, mas por um louco correndo à solta por uma folha de papel, como um cavalo que tivesse tomado o freio nos dentes. (...) (Continua)
domingo, maio 26, 2002
CONTINUAÇÃO “DE CARTAS ALÉM DO TEMPO”
de Fernanda de Castro a Cecília Meireles
(...)
Terminada a tua primeira visista a Portugal, voltaste para o rio de Janeiro nem mais pobre nem mais rica, ou antes mais pobre, pela desilusão de Penajoia pois esperavas que o reencontro com a família tivesse dulcificado a alma atormentada do Fernando. Voltaste para o Rio e recomeçou a tua vida dura, às vezes difícil, superior à tua força que contudo, era imensa. Falavas-me muitas vezes das tuas filhas e dizias-me:”são fortes, bonitas, “vorazes” e estudam bem. Que mais posso desejar? Sim, desejo ainda e isto é o principal, que sejam felizes. Serão? Espero que sim.”
Outras vezes confessavas:”Há dias em que chego a casa tão cansada de mim e dos outros, sobrtudoi de mim que me atiro deseperada para cima do meu sofá azul, a coisa mais bonita que tenho em casa”.
A respeito do Fernando falavas pouco mas, de vez em quando, numa ou noutra frase, eu ouvia a tua queixa silenciosa, a tua voz secreta. Com o tempo, Cecília acabei por compreender o mal do teu marido. Por razõees incompreensíveis que têm a ver com o fado, o destino, a sorte, o Fernando não conseguiu no Rio o trabalho regular necessário para manter a casa, pagar os colégios, aliviar-te a ti, que mal podias ler, escrever, quanto mais pensar na tua Poesia. E isto que te atormentava a ti atormentava-o mais a ele. O Fernando tinha, como pintor e sobretudo como desenhador, bastante talento mas, talvez devido ao seu feitio tristonho e cismático não conseguia abrir o seu caminho a que tinha direito, por razões fàcilmente compreensíveis: isolava-s, fugindo dos cafés, das exposições, das redacções dos jornais, de todos os lugares enfim onde se arranjam amigos e clientes. Sentia-se frustrado e cada dia se tornava mais amargo e, por vezes sarcástico, o que não melhorava a situação.
Um dia recebi um bilhete lacónico em que me dizias:
“O Fernando morreu. Agora sei que está em paz, que não sofre e isso ajuda-me a continuar o meu trabalho, cada vez mais necessário. Não me queixo, aceito sem revolta mais esta provação e agora todo o meu tempo livre, por sinal bem pouco, consagro-o às minhas filhas. Nem sequer me apetece ler, quanto mais escrever”.
Foi mais ou menos isto que me disseste no cartão.Mas, tempos depois, alguém me contou com pormenores a tragédia que foi essa morte, tragédia de que não quero falar pois não creio que seja benéfica a recordação desses dolorosos momentos . (...) ( Continua)
A VERDADE VEM SEMPRE À SUPERFÍCIE
Esta tarde ouvi um documentário sobre a depressão nos bebés...como a depressão das mães afecta as crianças mesmo antes de nascer...as angústias e os medos....Nascemos marcados por sentimentos adversos que herdamos mesmo antes de nascer...Eu sempre disse que a minha infelicidade era congénita!...E tudo o que fiz em toda a minha vida nada mudou essa predisposição...Com isto já perdi todos os amigos e todas as festas. Resta-me rir sòzinha e escrever para mim mesma! A infelicidade e o sofrimento é o mais natural na nossa humanidade, não sei porque é que agora se inventou esta mentira de se ser feliz e a vida ser cor de rosa...R.L.
O DESASSOSSEGO DA VIDA
Há máguas íntimas que não sabemos destinguir pelo que contêm de subtil e de infiltrado, se são da alma ou do corpo, se são o mal estar de se estar sentido a futilidade da vida, se são a má disposição que vem de qualquer abismo orgânico - estômago,´fígado ou cérebro. Quantas vezes se me tolda a consciência vulgar de mim mesmo, num sedimento torvo de estagnação inquieta! Quantas vezes me dói existir, numa náusea a tal ponto incerta que não sei destinguir se é tédio, se um prenúncio de vómito! Quantas vezes...
Fernando Pessoa
Ontem adormeci naquela ideia desistir ou não do Blog e hoje tive a surpresa agradável... de ler uma notícia que diz que os Blog's menos frequentados vão ser anulados! Selecção natural das espécies...Ficam de certeza os "rapidinhos"... os mais visitados, claro.
Eu não me sinto despeitada, fico é com pena de andar sempre fora da onda... Mas paciência! Fica quem sabe andar na superfície...
E eu a sonhar com a Internet das Profundidades ou da Dimensão Espacial...outras Galáxias...
sábado, maio 25, 2002
LIVRO DO DESASSOSSEGO
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade vasta aos grandes espaços da matéria viva.
Mas recolho-me e abrando. "Sou do tamanho do que vejo!" e a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.
Fernando Pessoa 24 -3 -1930
25 - 5 - 2002
Há momentos em que me pergunto se a Internet é mais um meio meramente alienatório e superficial de trocas rapidinhas, de lugares comuns ou se por acaso terá alguma coisa a ver com consciência humana e psicológica, com intervenção e contribuição para um mundo melhor... Se é uma viagem em transatlântico com viajantes de primeira classe a divertir-se num mundo fictício, com "diário de bordo" muito animado onde se contam as aventuras e desventuras de uns tantos previligiados... "Oh! eu ontem dancei com o lord inglês e a princesa ficou furiosa ou a estrela de cinema Bibi Bubu estava linda de morrer ou então o meu maridinho nadou com a vizinha na piscina...que foi noutra encarnação a Tatiana da Rússia". Enfim, ontem estava um lindo dia de sol e eu fiquei o tempo todo a bronzear...
Não sei, pergunto...se isto é uma aventura de dentro do ser à procura de uma nova linguagem ou se não conseguimos sair das trivialidades da vida...Neste caso, por minha parte prefiro ficar em terra! O balanço do mar faz-me vomitar...
Eu sou uma bucólica e estou fora de contexto, admito. Mas se alguém conhecer um Site que me fale da aventura do SER e em que se respire o ar do campo, então deixe uma nota...
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade vasta aos grandes espaços da matéria viva.
Mas recolho-me e abrando. "Sou do tamanho do que vejo!" e a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.
Fernando Pessoa 24 -3 -1930
25 - 5 - 2002
Há momentos em que me pergunto se a Internet é mais um meio meramente alienatório e superficial de trocas rapidinhas, de lugares comuns ou se por acaso terá alguma coisa a ver com consciência humana e psicológica, com intervenção e contribuição para um mundo melhor... Se é uma viagem em transatlântico com viajantes de primeira classe a divertir-se num mundo fictício, com "diário de bordo" muito animado onde se contam as aventuras e desventuras de uns tantos previligiados... "Oh! eu ontem dancei com o lord inglês e a princesa ficou furiosa ou a estrela de cinema Bibi Bubu estava linda de morrer ou então o meu maridinho nadou com a vizinha na piscina...que foi noutra encarnação a Tatiana da Rússia". Enfim, ontem estava um lindo dia de sol e eu fiquei o tempo todo a bronzear...
Não sei, pergunto...se isto é uma aventura de dentro do ser à procura de uma nova linguagem ou se não conseguimos sair das trivialidades da vida...Neste caso, por minha parte prefiro ficar em terra! O balanço do mar faz-me vomitar...
Eu sou uma bucólica e estou fora de contexto, admito. Mas se alguém conhecer um Site que me fale da aventura do SER e em que se respire o ar do campo, então deixe uma nota...
sexta-feira, maio 24, 2002
MÃE
Mãe - que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas ate o frio
Do meu pobre existir, meio partido...
Que me leve consigo adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o seu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!
ANTERO DE QUENTAL
Poeta do século XIX, nasceu em Ponta Delgada , Açores, em 1842 e suicidou-se no mesmo lugar em 1881
CARTAS PARA ALÉM DO TEMPO
Continuação da carta de Fernanda de Castro a Cecília Meireles
A resposta vinha imediatamente e assim, por culpa tua, estava sempre em dívida contigo porque pelas razões expostas, não escrevia na volta do correio, o que me valia dias depois, uma série de injúrias epistolares. Imagina tu que um dia chegaste a dizer-me, e eu acreditei, “se passarem mais de dez dias sem que tenhas notícias minhas, a razão é simples: não tive dinheiro para os selos.
Sabia que lutavas desesperadamente para que não faltasse às tuas filhas o necessário nem mesmo o supérfluo. Em dado momento o teu marido teve uma terrível depressão: não podia trabalhar, passava os dias sentado numa cadeira com a cabeça entre as mãos, não queria sair de casa nem ver os amigos, nem sequer receber os que o procuravam.
- “É horrível, Fernanda, agora tenho quatro filhos e o mais velho dá-me mais trabalho de que as três filhas juntas”. -
A primeira vez que vieste a Portugal, vieste convidada pela S.P.N. (...)
O nosso encontro foi aparentemente cordial mas não efusivo, quando na realidade os nossos corações palpitavam e os nossos olhos encontraram-se com uma ternura que, sem exagero, nos prendeu uma à outra para toda a vida. Tu costumavas dizer que éramos parecidas e efectivamente tínhamos algumas semelhanças: a cor da pele, os dentes pequenos e muito brancos, os olhos claros, azuis os meus, verdes os teus, os cabelos escuros, mas, sobretudo, tínhamos almas sensíveis e um amor comum à Poesia.
O Fernando o teu marido (o pintor português Correia Dias), vinha ainda doente, taciturno, pessimista, inadaptado. Tu fazias de conta que não percebias e falavas com ele como se tudo corresse às mil maravilhas, consultando-o para tudo, não aceitando convites, sempre disposta a suportar pacientemente as suas teimosias e as suas caturrices. Logo no primeiro dia disseste-me:
-“A minha cruz é pesada, mas tenho de aguentar porque ninguém tem culpa de estar doente.” (continua)
Continuação da carta de Fernanda de Castro a Cecília Meireles
A resposta vinha imediatamente e assim, por culpa tua, estava sempre em dívida contigo porque pelas razões expostas, não escrevia na volta do correio, o que me valia dias depois, uma série de injúrias epistolares. Imagina tu que um dia chegaste a dizer-me, e eu acreditei, “se passarem mais de dez dias sem que tenhas notícias minhas, a razão é simples: não tive dinheiro para os selos.
Sabia que lutavas desesperadamente para que não faltasse às tuas filhas o necessário nem mesmo o supérfluo. Em dado momento o teu marido teve uma terrível depressão: não podia trabalhar, passava os dias sentado numa cadeira com a cabeça entre as mãos, não queria sair de casa nem ver os amigos, nem sequer receber os que o procuravam.
- “É horrível, Fernanda, agora tenho quatro filhos e o mais velho dá-me mais trabalho de que as três filhas juntas”. -
A primeira vez que vieste a Portugal, vieste convidada pela S.P.N. (...)
O nosso encontro foi aparentemente cordial mas não efusivo, quando na realidade os nossos corações palpitavam e os nossos olhos encontraram-se com uma ternura que, sem exagero, nos prendeu uma à outra para toda a vida. Tu costumavas dizer que éramos parecidas e efectivamente tínhamos algumas semelhanças: a cor da pele, os dentes pequenos e muito brancos, os olhos claros, azuis os meus, verdes os teus, os cabelos escuros, mas, sobretudo, tínhamos almas sensíveis e um amor comum à Poesia.
O Fernando o teu marido (o pintor português Correia Dias), vinha ainda doente, taciturno, pessimista, inadaptado. Tu fazias de conta que não percebias e falavas com ele como se tudo corresse às mil maravilhas, consultando-o para tudo, não aceitando convites, sempre disposta a suportar pacientemente as suas teimosias e as suas caturrices. Logo no primeiro dia disseste-me:
-“A minha cruz é pesada, mas tenho de aguentar porque ninguém tem culpa de estar doente.” (continua)
quinta-feira, maio 23, 2002
Ontem na conversa com o tal escritor meu conhecido e talvez desconhecido do grande público - com três ou quatro livros de ficção histórica publicados - ele referia-se à amargura dos meus artigos que andam à volta do "tráfico" milenar de mulheres, mas que ele romanticamente me anunciava acabado e que as mulheres já estariam em paridade com os homens... e portando eu não só seria exagerada como a minha amargura não se justificaria nos dias de hoje...Esse comentário gerou em mim um certo desanimo pois eu sei que é assim que os homens ficcionam a nossa realidade e que não vêm razão nenhuma para alarme de uma coisa “natural”! A escravidão das mulheres e a prostituição estão ao abrigo das mentes (e leis) masculinas e não constitui razão de revolta nem de alarme!
Os Estados Unidos e outros países “civilizados” estão muito aflitos com o terrorismo, mas eles são todos coniventes com a escravidão das mulheres e com a prostituição pois que nunca deram qualquer relevo ao facto e tudo isto não passa de números e estatísticas muito bem intencionadas mas que ficam nas gavetas dos arquivos do Mundo inteiro.
Dizia-me esse meu conhecido escritor que me ofereceu dois dos seus livros, onde as personagens das mulheres aparecem “legitimamente” como parte desse “tráfico” como meros objectos de prazer e uso de mafias religiosas e políticas neste caso, não é apenas uma ficção ao acaso, mas o imaginário masculino senhor da sua supremacia milenar, o mesmo que o leva à criação da ficção leva-o à exploração e venda das mulheres na prática. É esse espírito no homem que o leva a usar a mulher com toda a “legitimidade” em todas as sociedades, ditas civilizadas ou de terceiro mundo, porque elas são negociadas de uns países para os outros - uns vendem e outros compram - e ninguém faz nada! Mas dizia eu, que ele me dizia, que as mulheres se odeiam e não se suportam umas ás outras e de facto ele até fez uma coisa espantosa: criou duas mulheres amigas e solidárias ....e deu-me o livro pois pensou que eu iria gostar, mas não pensou que os dados lançados à partida são os dados adquiridos da degradação da condição da mulher no mundo e nas mentalidas e que nada muda há milhares de anos. A prová-lo este excerto de hoje no jornal diário de maior tiragem em Portugal.... Mas ninguém vai dar por ele. Todos (os homens) querem é saber da Selecção Nacional e do Mundial de Futebol ! Preocupa muito mais se a selecção tem Figo ou Romário e Jardel não... Uma das Coreias vai dar milhões de euros de prémios aos jogadores se vencerem a Taça e na outra, ali mesmo ao lado, vão morrer de fome milhares de mulheres e crianças no próximo ano! Agora digam-me que eu sou chata e amargurada sem razão.
Assim sendo, leiam com atenção:
O MERCADO DE SERES HUMANOS
“Neste início do Século XXI, o tráfico de mulheres parece continuar a crescer. Uma prática ancestral que é hoje denunciada, às 22 horas, no canal Odisseia.”
(Excerto de artigo publicado hoje no Diário de Notícias, pag.53.)
(...)
“Todos os dias, crianças e adolescentes são vendidos num negócio que rende milhões às mafias internacionais. Um documento, baseado num estudo das Nações Unidas que revela o número que ascendeu a 30 milhões nas últimas três décadas.
Os objectivos do tráfico variam. As mulheres são usadas para trabalhos e casamentos forçados. No entanto, a verdadeira força do negócio reside na prostituição do sexo. O documento denuncia ainda a utilização de crianças. Meninas entre os 12 e os 14 anos estão na mira dos traficantes. Todos os dias raparigas são roubadas ou vendidas e geram um lucro de milhões. (...) Países como o Nepal, Brasil ou República Dominicana “exportam” mulheres para países mais desenvolvidos, como o Japão, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.”
NOTA A MARGEM:
Seria extravagante eu dizer que uma porcentagem mínima dessas mulheres embalam talvez em promessas e sonhos de Hollywood? E será obsceno eu afirmar que os mitos de Sharon Stone e outras estrelas cadentes do nosso céu de ilusões, ajuda este tráfico e que todos colaboramos nele?
Muita gente fica mais escandalizada por eu dizer isto do que com a realidade dos factos...Não é verdade?
quarta-feira, maio 22, 2002
...Cartas para além do tempo...
Ás vezes tenho saudades desta troca epistolar entre poetas e escritores, em que o tempo não se media nem se ligava a calendários...Tempo em que se interiorizavam as relações e se trocavam de afectos com profundidade e empenho...Tão longe desta avidez de protagonismo e egocentrismo...Hoje, quase não reconhecemos o valores intrínseco de cada um, as suas qualidades, mas julgamos apenas as aparências e só queremos tirar beneficio para o nosso exclusivo proveito, lisonjeamos quem não merece, adulamos os medias, vendemos todos ou quase todos a alma ao diabo, na traição dos nossos valores, se é que os temos, para vender apenas e ter sucesso...
Hoje, um escritor meu conhecido, lendo um artigo meu acabado de publicar, disse-me que eu era amarga... e eu fiquei a pensar...de facto estou algo fora deste tempo...
R.L.
Ás vezes tenho saudades desta troca epistolar entre poetas e escritores, em que o tempo não se media nem se ligava a calendários...Tempo em que se interiorizavam as relações e se trocavam de afectos com profundidade e empenho...Tão longe desta avidez de protagonismo e egocentrismo...Hoje, quase não reconhecemos o valores intrínseco de cada um, as suas qualidades, mas julgamos apenas as aparências e só queremos tirar beneficio para o nosso exclusivo proveito, lisonjeamos quem não merece, adulamos os medias, vendemos todos ou quase todos a alma ao diabo, na traição dos nossos valores, se é que os temos, para vender apenas e ter sucesso...
Hoje, um escritor meu conhecido, lendo um artigo meu acabado de publicar, disse-me que eu era amarga... e eu fiquei a pensar...de facto estou algo fora deste tempo...
R.L.
CARTAS PARA ALÉM DO TEMPO
de Fernanda de Castro (carta a Cecília Meireles)
"Minha querida Cecília:
Tenho pensado em ti estes últimos tempos que isto quer dizer concerteza qualquer coisa. Quer dizer, pelo menos, que estás a reclamar, a chamar-me coisas feias, a dizer que sou preguiçosa, ingrata, volúvel, coisas que sabes perfeitamente injustas. A verdade, a verdadinha é que tu sempre foste uma criatura metódica, arrumadinha, com horas para tudo - até para não fazer nada - e eu continuo um bicho selvagem que funciona por entusiasmos, por impulsos, por emoções, em suma uma pessoa que nunca teve relógio, deita fora os calendários, que é capaz de trabalhar horas a fio mas incapaz de trabalhar seja no que for, meia hora por dia à mesma hora.
Não te lembras do que disse o Johan Bojer naquele dia em que fomos passear ao campo?
- "Você Cecília, tem mais calor, e você Fernanda, mais fogo!"
Questão de signos talvez, mas a verdade é que a minha suposta inconstância era apenas a natural reação à tua desesperante regularidade. por exemplo tu escrevias-me um cartão com meia dúzia de linhas e eu respondia-te, se estava de maré, com uma carta de seis páginas em que te dizia tudo o que se podia dizer e em que tu, espertinha como és, lias tudo o que se não diz, todo o indizível" (...) (continua)
LIVRO DO DESASSOSSEGO
Fernando Pessoa
Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subtergúgios da digestão e do esquecimento, gente remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido. 27-7-1930
Fernando Pessoa
Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subtergúgios da digestão e do esquecimento, gente remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido. 27-7-1930
segunda-feira, maio 20, 2002
Por preguiça de transcrever fui roubar no Blog do FOTES...
(amanhã copio o endereço)
Voz Que Se Cala
Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...
Florbela Espanca
(amanhã copio o endereço)
Voz Que Se Cala
Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...
Florbela Espanca
A PROPÓSITO DAS ROSAS, SUBROSAS OU DIVINAS...
" Rosa é flor feminina que se dá toda e tanto que para ela só resta a alegria de se ter dado. Seu perfume é mistério doido. Quando profundamente aspirada, toca no fundo íntimo do coração e deixa o interior do corpo inteiro perfumado. O modo dela se abrir em mulher é belíssimo. As pétalas têm gosto bom na boca – é só experimentar. Mas rosa não é it. É ela. As encarnadas são de grande sensualidade. As brancas são a paz de Deus. É muito raro encontrar na casa de flores rosas brancas. As amarelas são de um alarme alegre. As cor-de-rosa são em geral mais carnudas e têm a cor por excelência. As alaranjadas são produtos de enxerto e são sexualmente atraentes.
COM CLARICE LISPECTOR E COM A ANA...
Y yo todas las rosas te daria...
MADRE
Madre que acune mi vivir dolido,
que me vele esta noche de tal frio,
que com mano piedosa el hilo mío...
Que me lleve consigo, adormecido,
mientras cruzo el parje más sombrío...
Y que me lave el alma en ese rio...
Mi orgullo varonil podria dar
y aun mi ciencia daría muy sereno
por mi débil niñez recuperar.
Y tranquilo, feliz, dócil seria,
se pudiera dormir sobre tu seno,
si tú fueras, amada, madre mia!
ANTERO DE QUENTAL
domingo, maio 19, 2002
É, de vez em quando sinto assim uma espécie de revolta de mim mesma e apetecia-me ser tão simples como uma borboleta...
E dizer apenas que hoje é domingo, o gato anda pela casa e na televisão dá em directo a independência de Timor Lorasai...
Esquecer os anjos e os demónios... e o Papa que ontem fez anos...
E dizer apenas que hoje é domingo, o gato anda pela casa e na televisão dá em directo a independência de Timor Lorasai...
Esquecer os anjos e os demónios... e o Papa que ontem fez anos...
sábado, maio 18, 2002
"Afasta-te das pessoas que te procuram conquistar, aparentando nobreza e bondade e que parecem conhecer tudo.
No momento em que precisares de sua ajuda, elas se mostrarão como os teus opositores mais rancorosos e opressores, pois sempre colocarão em primeiro plano a execução daquilo que julgam como seus direitos e prioridades. Entre os pobres, estes são os miseráveis."
( do livro "Os Anjos Protectores")
A PRIMEIRA ELEGIA
Quem, se eu gritasse, me ouviria dentre as ordens dos anjos?
e mesmo que um me apertasse de repente contra o coração:
eu morreria da sua existência mais forte. Pois o belo não É senão
o começo do terrível, que nós mal podemos ainda suportar,
e admiramo-lo tanto porque, impassivel, desdenha destruir-nos. Todo o anjo é terrivel
E assim eu me reprimo e engulo o chamamento dum soluçar escuro. Ai! de quem nos
poderiamos então valer? Nem de anjos, nem de homens,
e os bichos perspicazes reparam já que nós não estamos muito confiantes em casa
neste mundo explicado.
(...)
AS ELEGIAS A DUINO - Rainer Maria Rilke
MANUAL DE ASCENÇÃO
(...)
Os corpos físicos dos seres humanos são entidades milagrosas, com consciência própria, que se auto-regulam de uma forma extraordinária. E tu passas a vida arquitectando a consciência de acordo com as opiniões, tuas e alheias, acerca do teu corpo físico. De facto, através da ressonância, os pensamentos e as emoções que tu manténs acerca de ti mesmo possuem um enorme impacto sobre a consciência do teu corpo: o medo da doença ou da morte pode, literalmente, programá-lo para que adoeça. Estes processos são responsáveis pela corrupção do ADN (o que, com frequência, gera o cancro) e das condições normalmente atribuídas ao envelhecimento. Escusado será dizer que, ao invés, pensamentos de saúde e de bem estar programam o corpo físico para que desencadeie os seus próprios mecanismos de cura.
Estas explicações só muito ao de leve afloram a complexidade do que realmente se passa; se te explicasse como procedes para assegurar o crescimento do teu corpo, ficarias totalmente assombrado! Mas trata-se apenas de informações básicas, à guisa de curso, cuja intenção é mostrar que o corpo físico é, na realidade, energia ordenada de ondas estacionárias... apesar de parecer um contínuo sólido de partículas sub-atómicas, átomos, moléculas e órgãos que se vão organizando até formarem o corpo completo.
Neste processo, cada unidade de energia está plenamente consciente do seu papel e colabora gostosamente na estrutura daquilo que, de acordo com a tua noção de realidade, conheces como corpo físico.
Talvez fiques surpreendido por teres aprendido que os corpos físicos são conscientes; não me refiro, todavia, àquilo que costumas entender por consciência. O corpo sabe, por exemplo, o que deve fazer para que o coração bata, para que a digestão seja feita, para que se possa curar a si mesmo; também conhece os ciclos da lua, dos planetas e das estrelas, e constantemente se serve e se adapta a eles. Todavia, como é composto da energia consciente que foi «colhida» do imenso campo planetário... convém dizer que o planeta e o ESPÍRITO desempenharam um papel muito mais preponderante no teu nascimento do que os teus pais biológicos!
O que consideras ser a tua consciência é, realmente, uma mistura de vários tipos distintos de consciência, o que não impede que formem a unidade subjacente à tua existência:
· a consciência sub-atómica, que conhece os imensos campos cósmicos e nos quais interage com as outras consciências sub-atómicas;
· a consciência celular, baseada na matriz do ADN, que contém a gravação das experiências da tua vida, dos teus pensamentos e das tuas emoções;
· a consciência do corpo, isto é, a consciência celular relacionada com algumas ideias próprias, apesar de o corpo físico depender bastante das crenças que o corpo mental tem em relação à sua própria imagem;
· a consciência das emoções que fluem em cada momento, sobrepostas às emoções do passado... às quais te aferras em vez de as deixares partir;
· a consciência dos pensamentos e das crenças com estruturas a realidade; consciencializa-te, porém, de que uma crença não passa de uma opinião acerca da realidade;
· a consciência espiritual, intuição ou conhecimento directo. Este tipo de consciência está relacionado com o que tem sido denominado frequentemente como Mente Universal, mas, na verdade, per-tence a uma matriz oculta a partir da qual a realidade flui. É este tipo de consciência que contém, entre outras coisas, os arquétipos da tua espécie os aspectos heróicos da humanidade. Através desta «interface» com a realidade física, tu podes aceder a outros tempos, outros lugares e outras dimensões.
SERAPYS
sexta-feira, maio 17, 2002
quarta-feira, maio 15, 2002
Hoje era um dia em que eu não devia escrever e seguir o conselho do poeta...
FERNANDO PESSOA
E acho que todo o poeta
Deve ter cara para isso.
Passo deante do espelho,
Sorrio a mim um conselho:
Olha para ti e não escrevas.
ou ainda...
"Não sei que diga. Pertenço à raça dos navegadores e dos creadores de impérios. A falar como sou, não serei entendido, porque não tenho portuguezes que me escutem. Não falamos, eu e os meus compatriotas, uma linguagem comum. Calo. Falar seria não me compreenderem. Prefiro a incompreensão pelo silêncio."
É claro que eu não sou o poeta...
Quem é belo é belo de ver, e basta;
mas quem é bom subitamente será belo
Nem eu sei o que fazer: o pensamento dividido
SAFO -
Fragmentos do que penso...
De cada vez que abro o ecran ou um caderno e me deparo com o papel branco ou o ecran vazio, percorro a memória em busca de uma palavra única que resumisse tudo o que sinto... e vêm-me palavras sem sentido como "amor, paz, justiça"...Os homens estão tão longe da sua natureza e essência que tudo o que dizem soa a vazio e está oco de sentimentos...
Quando os advogados acham que um advogado é tão importante e necessário como um médico é porque não só a sociedade está doente, como evidentemente corrupta e isso para eles é natural...É "natural" as pessoas estarem doentes é "natural" as pessoas serem enganadas...é natural haver prostituição... é natural haver guerra...
O Mundo tem de estar doente mesmo!
Eu tento seguir os discursos ou ouvir os ministros e deputados na Assembleia Nacional e tenho vergonha dos disparates que dizem, dos conluios, das agressões, do compadrio...Mais parece uma arena romana ou um circo onde se degladiam por palavras os partidos...É isto a política? De um lado os palhaços pobres, do outro os palhaços ricos...e as trapezistas, claro...RL
mas quem é bom subitamente será belo
Nem eu sei o que fazer: o pensamento dividido
SAFO -
Fragmentos do que penso...
De cada vez que abro o ecran ou um caderno e me deparo com o papel branco ou o ecran vazio, percorro a memória em busca de uma palavra única que resumisse tudo o que sinto... e vêm-me palavras sem sentido como "amor, paz, justiça"...Os homens estão tão longe da sua natureza e essência que tudo o que dizem soa a vazio e está oco de sentimentos...
Quando os advogados acham que um advogado é tão importante e necessário como um médico é porque não só a sociedade está doente, como evidentemente corrupta e isso para eles é natural...É "natural" as pessoas estarem doentes é "natural" as pessoas serem enganadas...é natural haver prostituição... é natural haver guerra...
O Mundo tem de estar doente mesmo!
Eu tento seguir os discursos ou ouvir os ministros e deputados na Assembleia Nacional e tenho vergonha dos disparates que dizem, dos conluios, das agressões, do compadrio...Mais parece uma arena romana ou um circo onde se degladiam por palavras os partidos...É isto a política? De um lado os palhaços pobres, do outro os palhaços ricos...e as trapezistas, claro...RL
terça-feira, maio 14, 2002
Como pràticamente ninguém le o meu Blog, um ilustre desconhecido em Portugal, e no resto do mundo de língua portuguesa...ah, ah, ah, (é assim que se ri por escrito?) pouco ou nada embora no Brasil (bem) hajam algumas almas interessadas nestes dizeres complicados da minha própria alma desajustada das realidades de consumo e interesses generalistas, tanta faz que escreva duas linhas um parágrafo ou mil e tal palavras por isso aí vai um artigo extenso e pesado! AH! AH! AH! (confesso que não sei rir na Internet!)
Sim eu bato sempre na mesma tecla...
A PROSTITUIÇÃO O QUE É ?
“Actualmente a exploração comercial da sexualidade feminina, oferece uma ideia superficial, desvinculada do afecto, sustentada em modelos descartáveis, consumistas, estereotipados e preconceituosos, com a imposição da estética e como prerrogativa exclusiva da juventude.
Mas, a quem interessa a permanência desta concordância colectiva? Quem se beneficia de tudo isto? Há interesses económicos na questão? Certamente que sim, e em prejuízo da saúde psíquica de muitas mulheres, divididas em categorias: as que dão lucro, as santas e as outras... Assim, conflituada entre opiniões maniqueístas, onde o bem e o mal se degladiam por um espaço reconhecido, as mulheres geralmente submetem-se às regras do jogo, geridas por poderes seculares diversos.” *
Fala-se em oficializar a prostituição em Portugal tal como em países de terceiro mundo um presidente qualquer falava em mais valia da prostituição como apoio “lúdico” ao casamento, assim como um bispo português, também concorda como sendo um “bem”, a legalização dos Bordéis. Para além da bestialidade do mesmo princípio, em que ao longo dos séculos e das revoluções nunca se considerou em termos sociais e psicológicos, não concordo que seja uma solução para as mulheres que se vêm obrigadas a vender o corpo por misérias várias, a legalização da prostituição a título de se lhes dar “protecção”. Importante era antes Uma Campanha Mundial que fizesse desencadear uma NOVA CONSCIÊNCIA desse estado de coisas e promover uma mudança nunca antes feita na forma de encarar o problema, uma “revolução” feita por mulheres a exigir condições e nível de vida para as mulheres sem as confinar ao casamento ou à prostituição. Devia existir “Um Instituto de Defesa da Integridade da Mulher”. Defender só “os direitos do homen” é pouco uma vez que as mulheres por pressuposto sempre ficaram prisioneiras dessa herança. Precisamos de uma revolução sexual-cultural nunca feita, não em defesa de uma liberdade sexual qualquer ou cultura, mas em defesa da integridade e dignidade da mulher, de todas as mulheres e acabar com este monstro que nos afecta há milhares de anos. O grande problema é que não há mulheres que se revoltem por haver prostitutas neste mundo porque elas são as suas piores inimigas na luta da conquista e domínio do macho e aceitam essa sua divisão em duas partes...! Não há mulheres para quem o facto de haver outra mulheres sujeitas às maiores infâmias as comovam ou sejam solidárias justamente porque os conceitos de bem e mal estão tão enraizados que elas próprias se odeiam umas outras na disputam dos homens. Seguem os pais os maridos e os padres! Esta SUJEICÇÃO é secular e mantida ainda na pregação dos padres. A Igreja sustenta milhares de padres que pregam contra o “vício e o pecado” (subentendido como das mulheres...) e é certamnerte por isso que o Bispo de Viseu concorda com a legalização das “casas de putas”, mas não pensa (felizmente!) em casas de apoio “cristão” a essas mulheres porque essa divisão nasceu no seio da própria Igreja. Sim é uma “velha profissão” resultante da divisão e cisão da mulheres em duas, a santa e a puta, perpetuada pela religiões e mantidas pelos estados e governos como se fosse uma ordem natural das coisa e não é! Era aqui que era preciso intervir e dizer que a prostituição não é uma ordem natural nem é inerente à mulher, mas foi-lhe imposta por sociedades dominadores de ordem patriarcal em que a mulher sempre foi explorada e considerada inferior e é este o ponto da questão.... È aqui que a mudança tem de ser feita e para isso devia-se instituir “Casas de Suporte e Ajuda Humanitária” às mulheres, não de “reabilitação” preconceituosa, por senhoras católicas, mas de educação e apoio às mulheres numa nova consciência da integridade da mulher, e nunca casas de prostitutas, Bordéis ou Lupanares! Os estados que sustentam exércitos de párias para um fantasma bélico de guerra não sustentariam um Instituto de Educação e Suporte às mulheres sem rumo e sem consciência nenhuma do seu ser, como vítimas seculares dessa divisão bárbara que domina nas sociedades “civilizadas” sem que nunca os seres humanos se lembrassem que essa não é uma condição natural de certas mulheres infelizes, mas de mulheres vitimadas pelas famílias, a pobreza e ignorância ou mesmo a “ambição do poder” que as projectou “na má vida” ou ainda o consumismo e alienação do seu ser como um todo nas sociedades modernas! Sim, sustentar essas mulheres e dar-lhes uma alternativa que não seja serem os objectos de degradação da mulher, não lembra a ninguém! Os homens nunca se importaram com o facto de que tiravam directamente proveito e as mulheres subalternas são coniventes com a situação, mesmo intelectuais e políticas nunca se lembraram duma solução mais humana porque elas próprias não têm consciência da sua totalidade e tomam partido das “soluções” patriarcais. E se me vierem dizer que as próprias prostitutas são elas quem mais querem essa condição porque são viciosas e condenadas ou ambiciosas, à partida eu direi, por exemplo, que a revolução napolitana foi abortada em favor da monarquia pelos “lazzaris”- os mais miseráveis e degradados dos seres humanos da sociedade napolitana de 1799 sob a bandeira do cardeal Ruffo e dos Bourbons. Os mais miseráveis e degradados estão sempre do lado do poder seja ele temporal ou religioso!
Mas chegou talvez o momento de salientar e constatando que a prostituição das mulheres já não interessa tanto ao “macho” porque nasce outra prostituição: a do próprio homem... E se estes argumentos não chegarem, podemos inferir que a crescente pedofilia masculina no mundo e nomeadamente no seio da Igreja, passa por essa divisão e rebaixamento das mulheres, ao longo dos séculos e nas sociedades modernas, pela saturação da pornografia, pela profanação do corpo e dos valores essenciais da mulher que o homem que os usa e explora acaba por se enjoar e rejeitar a mulher ele próprio! Convém portanto saber quem serão os utentes desses futuros lugares de “lazer”(os “lazzaris”?) e bestialidade se já não há grandes frequentadores pois me parece que cada vez mais são os travestis quem desfrutam da procura e do interesse antes vetado às prostitutas, seja por homens casados, celibatários ou divorciados... dos mais delicados aos mais machões. Nós sabemos que os travestis ganham vantagem crescente sobre as prostitutas pois não precisam de “chulos” (continuando a ser “homens” e por isso com algumas das vantagens de machos) e que as mulheres apenas são exploradas por proxenetas que acabam eles por sua vez também preferir “homens”.
Eu acho que é tempo de acabar com esta hipocrisia. A nossa sociedade devia consciencializar-se de que “a crise económica” e global do mundo, não é nada comparada com a crescente “homossexualização”- um mundo sem mulheres - camuflada em todos os sectores da sociedade tal como na igreja estiveram os padres durante centenas de anos. Na base disto tudo está o ódio ancestral à mulher como elemento diabolizante e perverso (a que o travesti acaba por emprestar o corpo e exacerbar numa atroz caricatura de mulher...) e o medo consequente e inconsciente que domina a mentalidade masculina, a inferioridade social da mesma, a forma como é tratada a sexualidade nos meios mais baixos e não só, acrescido com o acesso à pornografia esta desenfreada ou ao sado-masoquismo por meio de filmes e com acesso fácil e constante na televisão. Eu digo e afirmo que a consequência desta segregação e divisão social e sexual da mulher e a sua inferioridade nas sociedades é a causa directa da violência sexual, da maior promiscuidade e das doenças de foro sexual que afectam todos os povos. Se houvesse inteira paridade e respeito pela diferença entre o homem e a mulher à partida, e AMOR verdadeito (aqui sim estou mesmo a ser utópica!) o mundo mudaria de face e não haverá nenhuma justiça no mundo enquanto os seres humanos, não os homens em geral, mas os homens e mulheres não desfrutarem de igual tratamento. Não poderia haver uma sociedade sem classes se havendo um ser humano inferior e outro superior e foi aí que todos os ideais falharam na prática, pois continuaram a abusar e a explorar o ser-mulher em beneficio dos seus interesses privados e sociais e guerras. Nunca na História dos homens esta questão foi equacionada do ponto de vista da integridade da Mulher! A mim espanta-me como é que nunca esta questão foi evidenciada e tratada como um problema de fundo. De tal modo ficou de parte, que nos parece utopia haver uma solução para a Prostituição senão legalizá-la...Como se fosse um mal necessário para o mundo, um cancro no seio da sociedade e da família, para fazer persistir o tabu da Igreja e do Estado. Quer no mundo ocidental que pouco evoluiu, quer no mundo oriental, continua a invadir-nos a sombra da idade média a pairar e um retrocesso assustador para as mulheres em geral, nuas na pornografia ou com Burka!
* excerto de - autor desconhecido
segunda-feira, maio 13, 2002
AS MULHERES E A IGREJA
Tendo em conta a minha natureza contemplativa, tendência para me interiorizar, e luta constante contra este mundo de aparências e vaidade, quase seria de desejar ser devota de um credo, e caso fosse devota de Cristo às vezes penso, poderia ir para um Convento... Mas a lembrança íntima que me ilumina o espírito das Sacerdotisas da Grande-Mãe, livres e vestidas de branco, ligadas à natureza, a clausura das freiras de hábitos negros, com ar sinistro, longe do culto da natureza, relegadas para os cláustros e afastadas das cerimómias públicas como que ostracisadas pela própria Igreja que elegem, causa-me viva repulsa! Na realidade o catolicismo tem um peso e obscuridade ancestral de castração da alma da mulher reduzindo-a à sua face negra. Acredito que o culto da Deusa, anterior ao Cristianismo, era um hino à Natureza-Mãe e propício à natureza da mulher - inteira. Uma mulher senhora da sua sensualidade e segura da sua maternidade. O conceito do “pecado original”- falsificada a interpretação do mito e a carga fatal que trouxe à mulher, reduziu-a a uma sombra de si mesma. São tantas e tão nefastas as consequências da pregação religiosa contra as mulheres ao longo dos séculos que eu não sei quando nos libertaremos deste manto de negritude e sofrimento!
Mesmo no Culto Mariano e com a Ascenção da Nossa Senhora e a sua Consagração tardia e um pouco forçada, nunca as mulheres na Igreja desfrutaram ou desfrutam ainda do seu culto, mas só os padres que se “vestem de mulher”, segundo certos autores, a imitar as antigas sacerdotisas da Grande Mãe, ficando as mulheres, neste caso as freiras, longe dos Santuários e dos púlpitos e das festas, castigadas pela sua dupla natureza, o estigma de um pecado que nunca as liberta!
É desta oração que derivou a versão atual do "Pai-Nosso".
Ela está escrita em aramaico, numa pedra branca de mármore, em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, na forma que era invocada pelo Mestre Jesus. O aramaico é um idioma originário da Alta Mesopotâmia, (séc VI ac), e era a língua usual do povo, enquanto o hebraico era mais utilizado em ritos religiosos. Jesus sempre falava ao povo em aramaico.
A tradução direta do aramaico para o português, (sem a interferência da Igreja), nos mostra como esta oração é bela, profunda e verdadeira, condizente com o Mestre Jesus.
Oração
" Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos !
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana de Você.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
para que caminhemos como Reis e Rainhas
com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só,
em toda a Luz, assim como em todas as formas,
em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência
das coisas do mundo nos iluda,
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento
de que Você é o Poder e a Glória do mundo,
a Canção que se renova de tempos em tempos
e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.
AMÉM.
"Abvum d'bashmaia
Netcádash shimóch
Tetê malcutách Una
Nehuê tcevianách aicana
d'bashimáia af b'arha
Hôvlan lácma d'suncanán
Iaomána
Uashbocan háubein uahtehin
Aicána dáf quinan shbuocán
L'haiabéin
Uêla tahlan l'nesiúna.
Êla patssan min bíxa
Metúl dilahie malcutá
Uaháila
Uateshbúcta láhlám.
ALMÍN. "
Ela está escrita em aramaico, numa pedra branca de mármore, em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, na forma que era invocada pelo Mestre Jesus. O aramaico é um idioma originário da Alta Mesopotâmia, (séc VI ac), e era a língua usual do povo, enquanto o hebraico era mais utilizado em ritos religiosos. Jesus sempre falava ao povo em aramaico.
A tradução direta do aramaico para o português, (sem a interferência da Igreja), nos mostra como esta oração é bela, profunda e verdadeira, condizente com o Mestre Jesus.
Oração
" Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos !
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana de Você.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
para que caminhemos como Reis e Rainhas
com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só,
em toda a Luz, assim como em todas as formas,
em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência
das coisas do mundo nos iluda,
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento
de que Você é o Poder e a Glória do mundo,
a Canção que se renova de tempos em tempos
e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.
AMÉM.
"Abvum d'bashmaia
Netcádash shimóch
Tetê malcutách Una
Nehuê tcevianách aicana
d'bashimáia af b'arha
Hôvlan lácma d'suncanán
Iaomána
Uashbocan háubein uahtehin
Aicána dáf quinan shbuocán
L'haiabéin
Uêla tahlan l'nesiúna.
Êla patssan min bíxa
Metúl dilahie malcutá
Uaháila
Uateshbúcta láhlám.
ALMÍN. "
Vem e embala-nos, vem e afaga-nos,
Vem cuidadosa, Vem maternal...
AVE MARIA, AVE
Senhora este dia e todos os dias da minha vida eu te consagro.
Plena de fé a minha alma assiste a este único evento:
A tua vinda ao mundo, a tua invisível presença que ninguém vê.
Como dizer-lhes quem és e sempre foste,
Que nunca nos abandonaste, que sempre te manifestaste?
Que tu és a alma e a essência de cada um de nos?
Sei que despertar é difícil e acordar para ti às vezes doloroso,
Mas sei também que o teu amor infinito é o elixir da vida,
O remédio do mal, o Santo Graal e a Espada da Justiça...
Tu és o Nome que está debaixo da minha língua
Vem cuidadosa, Vem maternal...
AVE MARIA, AVE
Senhora este dia e todos os dias da minha vida eu te consagro.
Plena de fé a minha alma assiste a este único evento:
A tua vinda ao mundo, a tua invisível presença que ninguém vê.
Como dizer-lhes quem és e sempre foste,
Que nunca nos abandonaste, que sempre te manifestaste?
Que tu és a alma e a essência de cada um de nos?
Sei que despertar é difícil e acordar para ti às vezes doloroso,
Mas sei também que o teu amor infinito é o elixir da vida,
O remédio do mal, o Santo Graal e a Espada da Justiça...
Tu és o Nome que está debaixo da minha língua
e no céu da tua boca,
o Nome que pronunciei logo que nasci, Lilith
in "Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio"
13 de MAIO
"OSSANA RAINHA DE PORTUGAL"
Cantam milhares de vozes em Fátima... e milhares de lenços brancos acenam à passagem
de uma Imagem Branca da Nossa Senhora, Mulher Eterna, traida pelos homens e pela guerra...
E os padres rezam por uma nova Humanidade à Mãe de Deus, quando Uma Nova Humanidade depende não das crianças
mas das mães e das mulheres vendidas e prostituidas neste mundo que as não podem cuidar. São as mulheres do mundo inteiro que deviam ser veneradas na imagem da Senhora e elevadas à sua dignidade e isso nenhum padre quer ver ou considerar e continua a dividir as mulheres da rua e a casta esposa. Eu digo: basta de hipocrisia e de mentira e de se servirem da mulher, seja na imagem da Deusa seja da mulher no lupanar!!! Hoje eu rezo por todas as Mães e mulheres do Mundo sacrificadas e que sofrem este crime secular!
Fátima é o reino da Mulher e da Deusa que se tem de celebrar.
o Nome que pronunciei logo que nasci, Lilith
in "Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio"
13 de MAIO
"OSSANA RAINHA DE PORTUGAL"
Cantam milhares de vozes em Fátima... e milhares de lenços brancos acenam à passagem
de uma Imagem Branca da Nossa Senhora, Mulher Eterna, traida pelos homens e pela guerra...
E os padres rezam por uma nova Humanidade à Mãe de Deus, quando Uma Nova Humanidade depende não das crianças
mas das mães e das mulheres vendidas e prostituidas neste mundo que as não podem cuidar. São as mulheres do mundo inteiro que deviam ser veneradas na imagem da Senhora e elevadas à sua dignidade e isso nenhum padre quer ver ou considerar e continua a dividir as mulheres da rua e a casta esposa. Eu digo: basta de hipocrisia e de mentira e de se servirem da mulher, seja na imagem da Deusa seja da mulher no lupanar!!! Hoje eu rezo por todas as Mães e mulheres do Mundo sacrificadas e que sofrem este crime secular!
Fátima é o reino da Mulher e da Deusa que se tem de celebrar.
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma. F.P.
"Prayer to a woman's body" - Fernando Pessoa
AVE MARIA
Avé Maria cheia de graça...
Benditas sejam as mulheres
Bendito seja o fruto da sua consciência,
Corpo alma e espírito, Amen.
Rezo por uma unidade do ser mulher
Dividido e repartido em partes desiguais.
Rezo para que a alma seja una
e o espírito seja fecundo,
para que o corpo seja vaso!
Ave Maria, mar, Maria sombra, Anima minha, amar-te!
Ave Eva, ave Lilith, Shekinah e Histhar.
tantas vezes maldita, tantas vezes abençoada!
Tantas quanto a história do avesso foi contada.
Avé Maria cheia de graça,
Rainha dos Céus e da Terra
Nascida do mar: Vénus-Afrodite,
Artemísia e Hecate.
Ave Virgínia Woolf, Leonor Pimentel,
Marguerite Yourcenar, Clarice Lispector,
Meg, Ana, Sandra, Dulce, Mariana, Analu, Tania, Caroline
e todas as mulheres que eu ainda hei-de cantar...
"MULHER INCESTO - sONATA E pRELÚDIO"
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma. F.P.
"Prayer to a woman's body" - Fernando Pessoa
AVE MARIA
Avé Maria cheia de graça...
Benditas sejam as mulheres
Bendito seja o fruto da sua consciência,
Corpo alma e espírito, Amen.
Rezo por uma unidade do ser mulher
Dividido e repartido em partes desiguais.
Rezo para que a alma seja una
e o espírito seja fecundo,
para que o corpo seja vaso!
Ave Maria, mar, Maria sombra, Anima minha, amar-te!
Ave Eva, ave Lilith, Shekinah e Histhar.
tantas vezes maldita, tantas vezes abençoada!
Tantas quanto a história do avesso foi contada.
Avé Maria cheia de graça,
Rainha dos Céus e da Terra
Nascida do mar: Vénus-Afrodite,
Artemísia e Hecate.
Ave Virgínia Woolf, Leonor Pimentel,
Marguerite Yourcenar, Clarice Lispector,
Meg, Ana, Sandra, Dulce, Mariana, Analu, Tania, Caroline
e todas as mulheres que eu ainda hei-de cantar...
"MULHER INCESTO - sONATA E pRELÚDIO"
domingo, maio 12, 2002
13 de MAIO
CONCEPÇÃO IMACULADA
Senhora,
Que ferida é essa no teu coração?
Que chama arde onde pousas a mão?
Que estigma é este? porque te amo tanto eu,
Porque me arde assim o peito?
Porque vivo as tuas chagas,
porque me arde a mim também o coração?
Senhora,
Não sei se a tua ferida é maior do que a minha,
Mas se porventura eu enlouquecer de tanto te amar
E o mundo por isso me condenar,
Não deixes, mesmo que morra de sede,
Que de mais ninguém beba a presença e o sorrir...
Ó minha Mãe que destino é este o meu?
Só de te pensar, desfaleço à espera do milagre,
De poder esconder no teu peito o meu rosto e chorar:
Sem ti, Senhora, neste mundo não concebo mais viver...
(Ladaínhas)
(...) mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas. A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento, apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem mediaval transmite mais do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser senão de natureza feninina. Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a incarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo.
(...) É o que emana da própria tradição cristã, no que ela vai aurir ao Antigo Testamento. “ Eu fui criada desde o início e antes dos séculos”, segundo o Eclesiastes.
In A GRANDE DEUSA de Jean Markale
sábado, maio 11, 2002
Eu te evoco, imóvil e exausta, sofredora e tua escrava;
Guarda-me senhora, acolhe a minha prece,
Escuta-me ó benigna, ouve a minha súplica.
Piedade! reclama por mim, o teu ânimo está desenfreado.
Piedade! para o meu corpo todo em gemidos,
desmaiando .
Piedade! Pelo meu coração enfermo, cheio de lágrimas
Suspirando.
Piedade! Pelos meus pressentimentos confusos
que me atormentam.
Piedade! Por minha casa apreensiva que geme em pranto
Piedade! Por meu ânimo conturbado entre lágrimas
Contínuas...
Ishtar, (...) teus olhos benignos, pousem sobre mim,
Com teu rosto sorridente, olha-me com bondade.
Afasta os males perversos do meu corpo e
Deixa que eu veja a tua clara Luz.
(Excerto de uma prece milenar à Deusa Ishtar da Babilónia...)
PEREGRINAÇÃO
Queria tanto que neste mundo houvesse, um lugar de peregrinação e culto que não tivesse sido profanado, onde pudesse pedir ajuda do fundo do coração e rezar à a Grande Mãe da antiguidade.
Ela, Cibele, a grande Deusa venerada pelos nossos ancestrais, perseguida pelos cristãos, misóginos judeus, pelos fariseus; escondida em grutas e cavernas à espera do novo mundo, oculta da sua glória e da sua beleza eterna. Ela, aquela que é tão bela, Mãe dos místicos e dos poetas, seja ela Istar, Venus-Afrodite, Artémis, Inana, Atargatis, Labbatu, Kali, Anaht, Sheela-na-Gig, Wicca e todas as sacerdotisas e feiticeiras ou mulheres inocentes, perseguidas s queimadas nas fogueiras da Inquisição pelos padres! A Senhora de todos os nomes, de todos os tempos, expulsa dos seus templos sagrados pelo malditos kurgans...
Ela é a Mulher que foi separada da sua essência e dividida em duas, Maria a Virgem que não dependia senão do céu e Maria Madalena, Suma Sacerdotisa da Grande Mãe no Templo de Magdala.
Mas Ela virá e será uma só, indivisível: Isis Eterna e sem Véu.
LADAÍNHAS PAGÃS
Não me apetece escrever mais nada senão uma reza, como uma promessa, uma peregrinação a caminho de Fátima como de Delfos há milhares de anos, ou de um qualquer outro lugar consagrado à Grande Deusa, à Grande Mãe desde todos os tempos consagrada e a que todos apelamos, eu farta de mundanidade, de exposições e filmes e mentiras e guerras, peço-te como o poeta:
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,
Vem cuidadosa
Vem maternal,
(...)
Ó Mãe eterna Tudo o que mais anseio neste mundo é tornar-te presente, substancial, alimento.
Tudo o que mais queria era saber se sabes dos meus passos e os segues...
Como o Anjo segue a criança de cada vez que se encontra à beira do abismo, e não sabe que corre perigo de cair...
Tudo o que eu queria era ver-te aparecer de novo na Terra, Luminosa e radiante, cheia de amor,
livre e Senhora de ti como na aurora dos tempos, durante os milénios em que reinaste sem culpa nem pecado!
Queria, converter o Mundo ao teu culto pagão, sem credos nem padres, sem mais divisões e lutas entre nós... mulheres.
Não me apetece escrever mais nada senão uma reza, como uma promessa, uma peregrinação a caminho de Fátima como de Delfos há milhares de anos, ou de um qualquer outro lugar consagrado à Grande Deusa, à Grande Mãe desde todos os tempos consagrada e a que todos apelamos, eu farta de mundanidade, de exposições e filmes e mentiras e guerras, peço-te como o poeta:
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,
Vem cuidadosa
Vem maternal,
(...)
Ó Mãe eterna Tudo o que mais anseio neste mundo é tornar-te presente, substancial, alimento.
Tudo o que mais queria era saber se sabes dos meus passos e os segues...
Como o Anjo segue a criança de cada vez que se encontra à beira do abismo, e não sabe que corre perigo de cair...
Tudo o que eu queria era ver-te aparecer de novo na Terra, Luminosa e radiante, cheia de amor,
livre e Senhora de ti como na aurora dos tempos, durante os milénios em que reinaste sem culpa nem pecado!
Queria, converter o Mundo ao teu culto pagão, sem credos nem padres, sem mais divisões e lutas entre nós... mulheres.
Nossa Senhora
Das coisas impossiveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter connosco ao crepúsculo, à janela,
dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca os realizaremos...
Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raizes todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida.
Vem soleníssima
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar.
Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Erbúrnea das Tristezas dos Desesperados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido
Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
O domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
Vem cuidadosa,
Vem maternal,
Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste
À cabeceira dos deuses das fés já perdidas,
E que viste nascer Jeová e júpiter,
E sorriste porque tudo te é falso e inútil.
Vem, Noite silenciosa e extática,
Vem envolver na noite manto branco
O meu coração...
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranquilamente como um gesto materno afagando,
Com as estrelas luzindo nas tuas mãos
E a lua máscara misteriosa sobre a tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
Quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes,
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe,
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul
Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem,
A lua começa a ser real.
Das coisas impossiveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter connosco ao crepúsculo, à janela,
dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca os realizaremos...
Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raizes todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida.
Vem soleníssima
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar.
Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Erbúrnea das Tristezas dos Desesperados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido
Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
O domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
Vem cuidadosa,
Vem maternal,
Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste
À cabeceira dos deuses das fés já perdidas,
E que viste nascer Jeová e júpiter,
E sorriste porque tudo te é falso e inútil.
Vem, Noite silenciosa e extática,
Vem envolver na noite manto branco
O meu coração...
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranquilamente como um gesto materno afagando,
Com as estrelas luzindo nas tuas mãos
E a lua máscara misteriosa sobre a tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
Quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes,
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe,
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul
Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem,
A lua começa a ser real.
sexta-feira, maio 10, 2002
quarta-feira, maio 08, 2002
Ó minha Mãe de Creta, perdi-te nos escombros
a que os bárbaros invasores reduziram a civilização micénica...
Ah! eles vieram os Kurgans, incendiaram e saquearam as cidades,
violaram e mataram as nossas mulheres.
Levaram com eles as virgens para vender e prostituir, a seu belo prazer.
Dominaram os nossos homens que eram dóceis e pacíficos
que sabiam as artes e os oficios e respeitavam as suas mães e mulheres.
Ah! Senhora eu renego esta “civilização” construída nas tuas ruínas
e com os restos de uma cultura e sabedoria que na essência deturparam.
Não, nada quero dos gregos nem dos romanos e odeio os seus heróis
déspotas e violentos contra as mulheres.
Odeio os seus imperadores assassinos e facínoras
que impuseram a lei da espada e mais tarde a Cruz negra da morte
com que reinam na terra há milhares de anos.
Ah! malditos sejam para sempre os invasores,
que destruíram o teu culto de paz e amor.
"Antes do Verbo era o Utero"
(...) “Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento.” (...)
Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher.”(...)
A Mulher e o seu Mistério não é mais do que a dupla natureza da mulher, diferente da dicotomia estabelecida pelo preconceito religioso que reside em dividir a mulher justamente nos aspectos que a tormam integra: sensualidade e erotismo, maternidade e doçura, numa alteridade desses mesmos aspectos e nunca numa sisão da sua natureza que foi o que as religiões patriarcais fizeram ao longo dos séculos. Separar a mulher da sua sensualidade em função de uma quase casta ou forçada maternidade cria um fosso e uma enorme divisão nas opções das mulheres que são obrigadas a corresponder aos esteriótipos que lhes preconizaram: ser a esposa fiel ou a prostituta... No ocidente o homem casa com uma só mulher "sem sexo" apenas como procriadora a mãe dos filhos e depois tem a prostituta para conspurcar com o seu desejo de macho... No Oriente os homens têm logo à partida várias mulheres, a primeira esposa e as concubinas...todas elas fechadas em casa; enquanto que os ocidentais têm as prostitutas no Bordel ou na rua...Há alguma diferença? Há, as mulheres ocidentais ganham dinheiro... e as orientais talvez só pancada...mas todas são inferiorizadas e maltratadas. Depois há os filhos não legítimos e há os filhos da puta...e esses são a grande maioria dos homens que neste mundo usam a violência e fazem as guerras. São esses os fanáticos de todos os géneros, fruto dessa divisão de que a primeira vítima é a mulher... Paradoxalmente o homem é o grande mutilado dessa grandeza da mulher como ser Total de que foi privado como filho e amante pois é filho e amante de só metades de mulheres...cada uma para o seu lado.
R.L.
(...)” E nunca mais devemos esquecer que o nome de Alá substitui o de uma antiga deusa da Arábia pré-islamita, deusa solar cujo simulacro era a célebre pedra Negra de Caaba, em Meca, um meteorito, portanto um Dom do céu caido sobre a terra, e que simbilozava maravilhosamente, de maneira inteiramente abstracta, a grandeza e o poder da dinvindade.”
- Excertos entre aspas do livro importantíssimo: " A Grande Deusa" de Jean Markale.
terça-feira, maio 07, 2002
Da Anima
"Eu sou a flor do campo, o lírio do vale. Eu sou a mãe do amor e do medo e do conhecimento e da esperança sagrada. (...) Sou a mediadora dos elementos, fazendo com que combinem um com o outro; o que é quente faço frio e vice-versa e o que é seco faço húmido e o que é duro amoleço. (...) Sou a lei no sacerdócio, a palavra no profeta e o conselho no sábio. Mato e faço viver..."
JUNG
A Grande Deusa
(...) mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas. A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento, apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem mediaval transmite mais do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser senão de natureza feminina. Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a incarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo.
(...) É o que emana da própria tradição cristã, no que ela vai aurir ao Antigo Testamento. “ Eu fui criada desde o início e antes dos séculos”, segundo o Eclesiastes.
In "A GRANDE DEUSA " de Jean Markale
(...) mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas. A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento, apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem mediaval transmite mais do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser senão de natureza feminina. Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a incarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo.
(...) É o que emana da própria tradição cristã, no que ela vai aurir ao Antigo Testamento. “ Eu fui criada desde o início e antes dos séculos”, segundo o Eclesiastes.
In "A GRANDE DEUSA " de Jean Markale
ONTEM E HOJE
Neste mundo eu sou todas as mulheres que neste planeta sofrem há milénios.
Sou a vagabunda, a prostituta, a estrangeira e a louca, sou a inválida,
a doente, a desgraçada e a hetaira.
Sou a mulher abandonada pelos pais e irmãos, desprezada pela sociedade!
Sou todas as mulheres perseguidas e queimadas nas fogueiras da Inquisição!
E no debaldar deste novo século, ajoelho-me e peço à nossa Mãe eterna
em nome das mulheres do mundo inteiro que sofrem e choram, que nos liberte
da canga secular dos sacerdotes que usurparam os nossos direitos e liberdade
e em nome dos seus deuses da guerra, vieram com a espada,
destruindo civilizações pacíficas violando a filha e matando a mulher indefesa,
destruindo o seu culto na origem Deusa-Mãe!
Vergaram-nos com o peso do pecado e de um mal que eles inventaram
para nos dividir e melhor repartir entre eles...
São eles ainda os talibans e os padres, os juizes, os soldados,
os fanáticos, maridos e donos, os senhores deste mundo, os patriarcas...
Senhora dos Oráculos, dá-me a tua Visão, de Paz e de Amor,
ouve a minha prece, vem a este mundo e impera!
Ó vem e salva a terra, os animais e as plantas e a nós mulheres,
desta barbárie que ainda perdura...
"Antes do Verbo era o Utero"
Neste mundo eu sou todas as mulheres que neste planeta sofrem há milénios.
Sou a vagabunda, a prostituta, a estrangeira e a louca, sou a inválida,
a doente, a desgraçada e a hetaira.
Sou a mulher abandonada pelos pais e irmãos, desprezada pela sociedade!
Sou todas as mulheres perseguidas e queimadas nas fogueiras da Inquisição!
E no debaldar deste novo século, ajoelho-me e peço à nossa Mãe eterna
em nome das mulheres do mundo inteiro que sofrem e choram, que nos liberte
da canga secular dos sacerdotes que usurparam os nossos direitos e liberdade
e em nome dos seus deuses da guerra, vieram com a espada,
destruindo civilizações pacíficas violando a filha e matando a mulher indefesa,
destruindo o seu culto na origem Deusa-Mãe!
Vergaram-nos com o peso do pecado e de um mal que eles inventaram
para nos dividir e melhor repartir entre eles...
São eles ainda os talibans e os padres, os juizes, os soldados,
os fanáticos, maridos e donos, os senhores deste mundo, os patriarcas...
Senhora dos Oráculos, dá-me a tua Visão, de Paz e de Amor,
ouve a minha prece, vem a este mundo e impera!
Ó vem e salva a terra, os animais e as plantas e a nós mulheres,
desta barbárie que ainda perdura...
"Antes do Verbo era o Utero"
segunda-feira, maio 06, 2002
És tu o Templo e o altar em que me ajoelho e rezo.
Rezo em silêncio com os lábios que pouso no teu corpo
quando suavemente te beijo o rosto e as mãos.
São sagradas as tuas mãos na minha cabeça que,
com um só gesto,
me libertam de todas as dores medos e receios...
São doces os olhos com que me olhas, serena,
como numa iniciação...
Imensa a tua aura, quando me envolves
nesse manto de estrelas e luz
e eu completamente mergulhada na tua paz
renasço para ti ó minha Mãe!
IN "ANTES DO VERBO ERA O ÚTERO"
(livro por publicar)
MAIO O MÊS DAS ROSAS....
Nota especial:
"Paixão e expressão não são inseparáveis. A paixão tem a sua origem nesse impulso do espírito, que de resto faz nascer a linguagem. Desde que ultrapasse o instinto, desde que se torne verdadeiramente paixão, tende, pelo mesmo movimento, narrar-se a si própria, quer seja para se justificar, se exaltar ou simplesmente para se manter..."
Denis de Rougemont - "O amor e o Ocidente"
Pois é Ana, é por isso que sem paixão não há expressão...
Já quando se trata de Sabedoria, como dizia Lau Tsé:"aquele que fala não sabe e aquele que sabe não fala"...
Eu sempre me sinto perdida entre estes dois lados do meu ser...
(Isto faltava à minha resposta do outro dia...)
Nota especial:
"Paixão e expressão não são inseparáveis. A paixão tem a sua origem nesse impulso do espírito, que de resto faz nascer a linguagem. Desde que ultrapasse o instinto, desde que se torne verdadeiramente paixão, tende, pelo mesmo movimento, narrar-se a si própria, quer seja para se justificar, se exaltar ou simplesmente para se manter..."
Denis de Rougemont - "O amor e o Ocidente"
Pois é Ana, é por isso que sem paixão não há expressão...
Já quando se trata de Sabedoria, como dizia Lau Tsé:"aquele que fala não sabe e aquele que sabe não fala"...
Eu sempre me sinto perdida entre estes dois lados do meu ser...
(Isto faltava à minha resposta do outro dia...)
“ Eu transferi o meu pensamento para a eterna Isis, a mãe e a esposa sagrada; todas as minhas aspirações, todas as minhas orações se confundem nesse nome mágico; eu sentia-me reviver nela, e, por vezes, ela aparecia-me sob a figura de Venus antiga, por vezes, também, nos traços da Virgem dos cristãos. (...) Parecia-me que a deusa me aparecia, dizendo-me: Eu sou a mesma Maria, a mesma que tua mãe, a mesma também que sob todas as formas tu sempre amaste. Em cada uma das tuas provações, eu deixei uma das máscaras com que cubro os meus traços, e dentro em breve verás como eu sou” .
in Aurélia de Gèrard de Nerval.
"Isis fut mise au monde par Apit la veritable sous la forme d'une femme noire et rose, douée de vie, douce d'amour.
Il lui fut dit par sa mère Apit - un autre nom de Nout - lorsqu'elle la vit pour la première fois:
Sois légère pour ta mère.
Tu es plus ancienne que ta mère.
C'est pourquoi ton nom a été ISIS"
LES DÉESSES DE L' ÉGYPTE...
in Aurélia de Gèrard de Nerval.
"Isis fut mise au monde par Apit la veritable sous la forme d'une femme noire et rose, douée de vie, douce d'amour.
Il lui fut dit par sa mère Apit - un autre nom de Nout - lorsqu'elle la vit pour la première fois:
Sois légère pour ta mère.
Tu es plus ancienne que ta mère.
C'est pourquoi ton nom a été ISIS"
LES DÉESSES DE L' ÉGYPTE...
domingo, maio 05, 2002
Tu és o templo e a chave da minha imagem,
tu és a esfinge de todos os enigmas,
o estigma que me marca a nascença prematura,
o erro cósmico, da Mãe eterna por encontrar.
Tu és o oráculo e a Pitonisa morta por Apolo,
a grande Serpente traída, reduzida á mentira dos homens.
Tu és a Deusa da Verdade e da Justiça incarnada,
Maat, a Mãe primordial, renegada pelas religiões
e do mundo esquecida.
Tu és aquela que nos foi negada,
esmagada pela barbárie que ainda domina o mundo,
em nome de um deus de guerra.
Tu és Isis em mim reencontrada,
a amada de todos os cantos e de todas as dores também.
Tu és a nova Deusa na terra, a Mãe da vida e da morte,
num só culto consagrada, Amen
E REPITO A ODE E O CANTO E DIGO COM O POETA
VEM, DOLOROSA,
MATER-DOLOROSA DAS ANGÚSTIAS DOS TÍMIDOS
TURRÍS-ÉRBURNEA DAS TISTEZAS DOS DEPREZADOS,
MÃO FRESCA SOBRE A TESTA EM FEBRE DOS HUMILDES,
SABOR DE ÁGUA SOBRE OS LÁBIOS SECOS DOS CANSADOS.
VEM LÁ DO FUNDO
Do horizonte lívido, vem e arranca-me
Do solo da angústia e de inutilidade
Onde vicejo.
Apanha-me do meu solo, malmequer esquecido,
E desfolha-me para teu agrado,
Para teu agrado silencioso e fresco.
Uma folha de mim lança para o Sul,
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira a Oriente,
Ao Oriente de onde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que nunca vereei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nos temos,
Que tudo o que nós não somos,
Ao Oriente onde - quem sabe? - Cristo talvezainda hoje viva,
Onde Deus talvez exista realmente e mandando em tudo...
Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os os mares sem horizonte precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
Ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
VEM, DOLOROSA,
MATER-DOLOROSA DAS ANGÚSTIAS DOS TÍMIDOS
TURRÍS-ÉRBURNEA DAS TISTEZAS DOS DEPREZADOS,
MÃO FRESCA SOBRE A TESTA EM FEBRE DOS HUMILDES,
SABOR DE ÁGUA SOBRE OS LÁBIOS SECOS DOS CANSADOS.
VEM LÁ DO FUNDO
Do horizonte lívido, vem e arranca-me
Do solo da angústia e de inutilidade
Onde vicejo.
Apanha-me do meu solo, malmequer esquecido,
E desfolha-me para teu agrado,
Para teu agrado silencioso e fresco.
Uma folha de mim lança para o Sul,
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira a Oriente,
Ao Oriente de onde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que nunca vereei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nos temos,
Que tudo o que nós não somos,
Ao Oriente onde - quem sabe? - Cristo talvezainda hoje viva,
Onde Deus talvez exista realmente e mandando em tudo...
Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os os mares sem horizonte precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
Ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
NOTA À MARGEM
Hoje, dia cinco de Maio é dia da Mãe em Portugal... É um data alterada que já nada tem com a data inicial que era o dia da Nossa Senhora também. Mas por motivos sempre políticos, comerciais e outros, desviam-se as datas e os sentidos das coisas para se Vender apenas "presentes" e "comemorar" o lado banal e comercial dos interesses vários do dominante Capital e Impérios monetários para onde caminhamos todos a passos galopantes enterrados no lodo da vida - dinheiro, dinheiro, dinheiro...Só interessa o dinheiro como antigamente se matava por Ouro! Tudo se vende tudo se compra e tudo custa dinheiro e a "troca" humana já de nada vale nem as pessoas se não tiverem uma choruda conta bancária... Respeito, dignidade, amor? A Mãe também se compra com um presente... ou se contenta com um cheque...O dia da mãe é um dia meramente comercial e de burgueses que vão ao Centro Comercial Vasco da Gama comprar "topo de gama"?...
"Ó minha mãe minha amada ... quem tem mãe tem tudo ...quem não tem mãe não tem nada" -
Sim eu fiquei muito zangada quando mudaram a data do feriado e se preparam para mudar outros, porque a classe política é a mais insensível e cretina que existe ao cimo da terra. Vivem para a sua vanglória e para o seu ego miserável, faminto de honras e de poder a fingir que cuidam de um País...o País de que eles se servem para ter honras e poder, e brincar às guerras uns com os outros (meninos!) mais nada. Não há qualquer sentido de Humanidade nem de verdade ou consciências por aí. Há trinta anos atràs tentei mudar o regime faschista e de direita... depois fui obrigada a mudar de País, agora só se mudasse de Planeta...
Sim, estou muito zangada com o que vai pelo mundo...
Mas ainda me pergunto: será que esses "filhos da mãe" os que fazem política e as guerras tiveram mesmo Mãe?
"Uma senhora na sala e uma puta na cama?", como diz a anedota! (não a mesma, claro!)
Voltando ao ponto de que parto sempre, eis o nó da questão: penso, consistentemente, que se os Homens tivessem Uma Mãe verdadeira e inteira, não dividida (insisto, insisto!) a mulher em duas: uma para ter em casa guardada ou a trabalhar por conta e outra para gozar à farta na rua... Talvez os homens fossem mais humanos e mais Homens também e houvesse mais sentido de Verdade e Justiça, quer na política quer em casa ou na vida em geral.O fosso é cavado sempre na inferioridade social e sexual da mulher e só quando o homem é "gay" se torna igualmente inferior e igual à mulher! Porque será?
Bom eu devia estar a falar do "dia da Mãe" e não dos "filhos da mãe"... mas é que todos os dias são deles e eles depois ainda mudam um dia ou outro que por suposto nos pertenceria...Não é para ficar irritada?
Hoje, dia cinco de Maio é dia da Mãe em Portugal... É um data alterada que já nada tem com a data inicial que era o dia da Nossa Senhora também. Mas por motivos sempre políticos, comerciais e outros, desviam-se as datas e os sentidos das coisas para se Vender apenas "presentes" e "comemorar" o lado banal e comercial dos interesses vários do dominante Capital e Impérios monetários para onde caminhamos todos a passos galopantes enterrados no lodo da vida - dinheiro, dinheiro, dinheiro...Só interessa o dinheiro como antigamente se matava por Ouro! Tudo se vende tudo se compra e tudo custa dinheiro e a "troca" humana já de nada vale nem as pessoas se não tiverem uma choruda conta bancária... Respeito, dignidade, amor? A Mãe também se compra com um presente... ou se contenta com um cheque...O dia da mãe é um dia meramente comercial e de burgueses que vão ao Centro Comercial Vasco da Gama comprar "topo de gama"?...
"Ó minha mãe minha amada ... quem tem mãe tem tudo ...quem não tem mãe não tem nada" -
Sim eu fiquei muito zangada quando mudaram a data do feriado e se preparam para mudar outros, porque a classe política é a mais insensível e cretina que existe ao cimo da terra. Vivem para a sua vanglória e para o seu ego miserável, faminto de honras e de poder a fingir que cuidam de um País...o País de que eles se servem para ter honras e poder, e brincar às guerras uns com os outros (meninos!) mais nada. Não há qualquer sentido de Humanidade nem de verdade ou consciências por aí. Há trinta anos atràs tentei mudar o regime faschista e de direita... depois fui obrigada a mudar de País, agora só se mudasse de Planeta...
Sim, estou muito zangada com o que vai pelo mundo...
Mas ainda me pergunto: será que esses "filhos da mãe" os que fazem política e as guerras tiveram mesmo Mãe?
"Uma senhora na sala e uma puta na cama?", como diz a anedota! (não a mesma, claro!)
Voltando ao ponto de que parto sempre, eis o nó da questão: penso, consistentemente, que se os Homens tivessem Uma Mãe verdadeira e inteira, não dividida (insisto, insisto!) a mulher em duas: uma para ter em casa guardada ou a trabalhar por conta e outra para gozar à farta na rua... Talvez os homens fossem mais humanos e mais Homens também e houvesse mais sentido de Verdade e Justiça, quer na política quer em casa ou na vida em geral.O fosso é cavado sempre na inferioridade social e sexual da mulher e só quando o homem é "gay" se torna igualmente inferior e igual à mulher! Porque será?
Bom eu devia estar a falar do "dia da Mãe" e não dos "filhos da mãe"... mas é que todos os dias são deles e eles depois ainda mudam um dia ou outro que por suposto nos pertenceria...Não é para ficar irritada?
sexta-feira, maio 03, 2002
ODE À NOITE (início)
(áLVARO DE cAMPOS)
Vem, Noite, antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite
Com estrelas lantejolas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.
Vem, vagamente
Vem, levemente,
Vem sòzinha, solene com as mãos caídas
Ao teu lado, vem,
E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas,
Funde num campo teu todos os campos que vejo,
Faze da montanha um bloco só do teu corpo,
apaga-lhes todas as diferenças que de longe vejo,
Todas as estradas que a sobem,
Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe
Todas as casas brancas com fumo entre as árvores,
E deixa só uma luz e mais outra,
Na distância imprecisa e vagamente perturbadora,
Na distância subitamente impossível de percorrer.
quinta-feira, maio 02, 2002
A MAIS BELA E A MAIS LONGA DAS ODES,
O MAIS BELO DOS POEMAS DE FERNANDO PESSOA
(...)
Nossa Senhora
Das coisas impossiveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter connosco ao crepúsculo, à janela,
dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca os realizaremos...
Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,
Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raizes todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida.
Vem soleníssima
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar.
Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Erbúrnea das Tristezas dos Desesperados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido
(...)
Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
O domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
Vem cuidadosa,
Vem maternal,
Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste
À cabeceira dos deuses das fés já perdidas,
E que viste nascer Jeová e júpiter,
E sorriste porque tudo te é falso e inútil.
Vem, Noite silenciosa e extática,
Vem envolver na noite manto branco
O meu coração...
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranquilamente como um gesto materno afagando,
Com as estrelas luzindo nas tuas mãos
E a lua máscara misteriosa sobre a tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
Quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes,
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe,
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul
Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem,
A lua começa a ser real.
quarta-feira, maio 01, 2002
MEMOIRES D'ETERNITÉ...
Oh! mon amour, que j'ai envie de te dire,
te faire frémir d'un seul mot, magique,
toute la bonté du monde...
Te donner tout d'un seul geste,
si pur si agreste
comme la nature elle-même;
t'aimer de mon corps physique,
t'adorer de mon âme active,
te faire ressentir la douleur et la douceur
dans le même calice,
melange étrange et divin de mon coeur si intime...
Oh! mon amour je voulait tant te dire,
te faire frémir d'un seul mot, magique...
L'amour est ma bonté seule devant ta beauté
(Por editar)
MAAT
is the goddess of Ancient Egypt
that represents the cosmic harmony,
the force that maintains the world in its continuity,
the universal order. Justice and truth, Maat is the law
through which the world escapes from primeval chaos.
The symbol of Maat is the feather situated on the plate of the balance
at the moment of the judgment of the dead
like a counterbalance to his heart.
VI.2 - O MITO DA VERDADE
Outro grande mito do plano físico é que existe algo denominado «A Verdade»!
Este mito, em particular, tem causado mais guerras e conflitos que todos os outros mitos juntos. A noção de que é possível expressar conceitos multidimensionais em inglês, alemão, ou qualquer outro idioma, é ultrajante (embora o hebreu seja o que mais se presta a isso!).
Não, meu amigo, no plano físico, tudo o que ouves não passa de opiniões, frequentemente baseadas em outras opiniões recebidas de terceiros, e com as quais acabas por contactar em algum ponto do teu caminho.
Portanto, procura tratar o que ouves, vês ou lês como uma opinião... incluindo as ideias deste li-vro! Só existe uma pessoa capaz de julgar o que é verdadeiro para ti: tu mesmo!
Se crês que o mundo é um lugar inóspito, regido por um deus iracundo e vingativo, assim será.
Quero dizer, assim será... para ti! Mas se acreditas que o Universo é benévolo e que o Espírito te guia a cada passo, será isso o que experimentarás.
in Seraphys - "Manual de Ascenção"
DULCE DIAS NO EURONEWS
Então Dulce? Depois da nossa longa conversa, parece que o tempo voltou atràs...Penso que podes estar às portas de uma espécie de Maio 68. Hoje mesmo aí, nessa França de sempre...
A Besta do Fachismo ou do Nazismo ou qualquer outro "ismo", volta sempre, porque a besta existe em cada um de nós e não só no outro. Trinta e tantos anos depois é tudo o que eu sei...Portanto, enquanto a não suprimirmos de dentro de nós ela vai ciclicamente manifestar-se fora... no medo ou na revolta de "LES UNS ET LES AUTRES".
O Mito do amor
(...)
O medo não é o oposto do amor; é o guardião vigilante do portão que, muito simplesmente, impe-de que sintas, nos teus campos, altas frequências de energia.
O medo encontra-se enraizado nos sistemas de crenças ou nas opiniões acerca da realidade, embora não tenham qualquer relação com a realidade em si mesma.
O amor consiste em te permitires sentir esta energia em relação a ti mesmo, em relação aos outros e ao Universo em geral. O amor começa com a aceitação do direito de ser, pessoal e alheio, uma aceitação que vai crescendo até se converter num apreço por ti mesmo e pelos outros, pelas suas qualidades, dons e bondade básica. E continua a crescer até se transformar numa alegria e numa fascinação que envolve tudo e todos.
Então Dulce? Depois da nossa longa conversa, parece que o tempo voltou atràs...Penso que podes estar às portas de uma espécie de Maio 68. Hoje mesmo aí, nessa França de sempre...
A Besta do Fachismo ou do Nazismo ou qualquer outro "ismo", volta sempre, porque a besta existe em cada um de nós e não só no outro. Trinta e tantos anos depois é tudo o que eu sei...Portanto, enquanto a não suprimirmos de dentro de nós ela vai ciclicamente manifestar-se fora... no medo ou na revolta de "LES UNS ET LES AUTRES".
O Mito do amor
(...)
O medo não é o oposto do amor; é o guardião vigilante do portão que, muito simplesmente, impe-de que sintas, nos teus campos, altas frequências de energia.
O medo encontra-se enraizado nos sistemas de crenças ou nas opiniões acerca da realidade, embora não tenham qualquer relação com a realidade em si mesma.
O amor consiste em te permitires sentir esta energia em relação a ti mesmo, em relação aos outros e ao Universo em geral. O amor começa com a aceitação do direito de ser, pessoal e alheio, uma aceitação que vai crescendo até se converter num apreço por ti mesmo e pelos outros, pelas suas qualidades, dons e bondade básica. E continua a crescer até se transformar numa alegria e numa fascinação que envolve tudo e todos.
1 DE MAIO
Hoje é feriado penso que mundial...talvez não na India ou no Japão? Pràticamente em todo o mundo se festeja de algum modo a festa do Trabalhador o que já foi a festa pagã, festa da Vida e da Natureza, festa da Deusa! Depois as mulheres tornaram-se escravas e os homens mais fracos também. Da escravidão do indivíduo ao trabalho impôs-se ao longo dos séculos a necessidade de justiça da remuneração e condições de trabalho, o que acaba numa outra escravidão: o dinheiro.O dinheiro é a grande causa da alienação do mundo aos seus valores de princípio. Tudo se tornou "mais valia" e os homens escravos. Até o "nosso" (salvo seja) governo queria mudar os feriados por causa das "pontes" para melhorar a produção, alienando o cidadão da sua História e do seu culto e ainda que superstição para uns e ignorância para outros não é a economia que define uma nação, mas a sua memória e a história. Digam-me que a "miséria" é um mal, mas eu sei que enquanto a Besta não for encarada de dentro e extirpada por cada um de nós ela vai manifestar-se ciclicamente no medo e na revolta em qualquer ponto do globo em qualquer povo! oS RICOS CONTINUANDO MAIS RICOS E OS POBRES MAIS POBRES...mesmo todos com carros e telemóveis e casas e auto-estradas e pontes, escravos dos Bancos!!!
Hoje é feriado penso que mundial...talvez não na India ou no Japão? Pràticamente em todo o mundo se festeja de algum modo a festa do Trabalhador o que já foi a festa pagã, festa da Vida e da Natureza, festa da Deusa! Depois as mulheres tornaram-se escravas e os homens mais fracos também. Da escravidão do indivíduo ao trabalho impôs-se ao longo dos séculos a necessidade de justiça da remuneração e condições de trabalho, o que acaba numa outra escravidão: o dinheiro.O dinheiro é a grande causa da alienação do mundo aos seus valores de princípio. Tudo se tornou "mais valia" e os homens escravos. Até o "nosso" (salvo seja) governo queria mudar os feriados por causa das "pontes" para melhorar a produção, alienando o cidadão da sua História e do seu culto e ainda que superstição para uns e ignorância para outros não é a economia que define uma nação, mas a sua memória e a história. Digam-me que a "miséria" é um mal, mas eu sei que enquanto a Besta não for encarada de dentro e extirpada por cada um de nós ela vai manifestar-se ciclicamente no medo e na revolta em qualquer ponto do globo em qualquer povo! oS RICOS CONTINUANDO MAIS RICOS E OS POBRES MAIS POBRES...mesmo todos com carros e telemóveis e casas e auto-estradas e pontes, escravos dos Bancos!!!
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