ONTEM E HOJE
Neste mundo eu sou todas as mulheres que neste planeta sofrem há milénios.
Sou a vagabunda, a prostituta, a estrangeira e a louca, sou a inválida,
a doente, a desgraçada e a hetaira.
Sou a mulher abandonada pelos pais e irmãos, desprezada pela sociedade!
Sou todas as mulheres perseguidas e queimadas nas fogueiras da Inquisição!
E no debaldar deste novo século, ajoelho-me e peço à nossa Mãe eterna
em nome das mulheres do mundo inteiro que sofrem e choram, que nos liberte
da canga secular dos sacerdotes que usurparam os nossos direitos e liberdade
e em nome dos seus deuses da guerra, vieram com a espada,
destruindo civilizações pacíficas violando a filha e matando a mulher indefesa,
destruindo o seu culto na origem Deusa-Mãe!
Vergaram-nos com o peso do pecado e de um mal que eles inventaram
para nos dividir e melhor repartir entre eles...
São eles ainda os talibans e os padres, os juizes, os soldados,
os fanáticos, maridos e donos, os senhores deste mundo, os patriarcas...
Senhora dos Oráculos, dá-me a tua Visão, de Paz e de Amor,
ouve a minha prece, vem a este mundo e impera!
Ó vem e salva a terra, os animais e as plantas e a nós mulheres,
desta barbárie que ainda perdura...
"Antes do Verbo era o Utero"
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
Sem comentários:
Enviar um comentário