O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, julho 25, 2012

Recuperar a mãe verdadeira




A MÃE COMO ELEMENTO DETERMINANTE DA SOCIEDADE


“Recuperar a mãe verdadeira pressupõe então recuperar o coletivo de mulheres e a sua função coletiva dentro dum determinado grupo social. A recuperação da mãe não é uma recuperação individual (embora tenha uma dimensão individual e corporal), mas a recuperação do feminino coletivo, de todas nós.”

“Com a frase “Dai-me outras mães e eu vos darei outro mundo”, Santo Agostinho revelava o ponto débil do seu projeto de sociedade e a necessidade que tinham de transformar duma vez por todas as mães. Transformar as mães para vencer a natureza humana e a sua predisposição para se organizar e viver como o fez durante muito tempo, sem dominação nem escravatura, em paz e em cooperação (a arqueologia já afastou qualquer dúvida a este respeito, provando que a Idade de Ouro não é um mito mas uma realidade).

Novas mães para reproduzirem os “filia” continuadores das empresas guerreiras, humanos aptos para fazerem a guerra ou para aceitarem tornar-se escravos. Não se podia criar este mundo sem mudar a mãe. A sociedade patriarcal foi erguida sobre um matricídio, acabando com as gerações de mulheres com cujo desaparecimento se sumiu também a paz sobre a Terra (Bachofen). É esta a civilização que perdura ainda hoje, continuando a destruir a vida e a corromper a condição humana, mais competitiva, mais fratricida, mais belicista e mais desapiedada que nunca. Do meu ponto de vista, não é a economia que está em crise, é o modelo de civilização.

Na encruzilhada na qual a humanidade se encontra, o que precisamos de fazer se queremos acabar com este sistema de dominação e sobreviver é recuperar a verdadeira mãe, e com ela as qualidades básicas dos seres humanos, que nos capacitam para a concórdia e nos incapacitam para o fratricídio. Recuperar a mãe verdadeira é recuperar o habitat que a rodeia. Bachofen criou um termo em alemão para o definir: é o Muttertum, sendo que o sufixo “tum” (equivalente ao “dom” em inglês) significa o sítio, o lugar da mãe.

Não se trata apenas dum espaço físico, mas antes dum conjunto de relações travadas com o seu fluxo libidinal específico, o fluido feminino-materno, o hálito materno, porque a produção do nosso sistema orgânico libidinal, desenhado para organizar as relações humanas, é a matéria-prima do tecido social humano original. O Muttertum é assim como a urdidura da tela social, como lhe chamou na sua preciosa metáfora Martha Moia: um conjunto de fios, porque um fio sozinho não consegue fazer a urdidura.
Recuperar a mãe verdadeira pressupõe então recuperar o coletivo de mulheres e a sua função coletiva dentro dum determinado grupo social. A recuperação da mãe não é uma recuperação individual (embora tenha uma dimensão individual e corporal), mas a recuperação do feminino coletivo, de todas nós. Segundo Malinowski, as mulheres trobriandesas dum clã (in The Sexual Life of Savages in the Western Melanesia) tinham um nome coletivo, “tábula”, a “tábula” é que se ocupava do parto das mulheres do clã.

Em castelhano há uma aceção do nome "mãe" que é um vestígio dessa mãe ancestral, que se encontra na expressão "salirse de madre", "sair da mãe", que seria sair do Muttertum, que nos faz amadurecer e nos torna consistentes. Há também uma aceção em que a palavra significa "fonte originária de algo" ("a mãe do vinagre", por exemplo), ou como a raiz de algo, quando dizemos que encontrámos a "mãe do cordeiro". Se um rio sai da "madre", tudo se inunda e é o desastre. Pois assim anda a humanidade, "fora da mãe", em permanente estado de esquizofrenia e cada vez com mais ataques de violência..."

Cacilda Rodrigañez Bustos
(copiado de a deusa no coração da mulher - de luiza frazão)
(quadro no colo da mãe de lena gal)

A FALTA DE CUMPLICIDADE ENTRE AS MULHERES...

O EXTERMÍNIO DAS MULHERES...

“No séc. XVII, desencadeou-se, como se sabe, uma campanha de extermínio contra estas mulheres, que passaram à história convertidas em bruxas. A natureza sexual dos jogos e círculos femininos foi também estudada a partir das letras das suas canções que chegaram até nós (1). O hábito quotidiano das mulheres se juntarem “para bailar”, e para se banharem, é ancestral e universal, e dá-nos um vislumbre do espaço coletivo de mulheres impregnado de cumplicidade e baseado na intimidade natural entre mulheres, que hoje apenas prevalece em recônditos lugares do mundo. Em África, existem aldeias onde as mulheres ainda se reúnem à noite para dançar (bailes claramente sexuais, como se pode ver numa reportagem do Sudão (2). A imagem das mulheres do quadro “o Jardim das Hespérides”, de FredericK Leighton (séc. XIX) é outro vestígio dessa relação de cumplicidade e de intimidade entre mulheres.

Os hábitos sexuais das mulheres remetem-nos para a sexualidade não falocêntrica das mulheres; para a diversidade da sexualidade feminina, e a sua continuidade entre cada ciclo, entre uma etapa e outra. Uma sexualidade diversa e que se diversifica ao longo da vida, cujo cultivo e cultura perdemos. (…) Vivemos num ambiente em que o sistema libidinal humano, desenhado filogeneticamente para travar relações humanas, está congelado. Hoje as mães vivem longe das suas filhas e as avós vão de visita a casa d@s net@s; a pessoa de família que nos dá a mão quando adoecemos vive no outro extremo da cidade, e mal conhecemos o vizinho ou a vizinha" (…) 

 Cacilda Rodrigañez Bustos



AS MULHERES QUE NÃO SÃO...

 OU A FALTA DE CUMPLICIDADE ENTRE AS MULHERES...

Será que algum dia as mulheres se vão recompor de tudo aquilo que os homens escreveram sobre elas ao longo de séculos?
Dos pais, dos padres, dos médicos, dos psicanalistas, dos filósofos, dos escritores, dos sexólogos, dos maridos e dos amantes...
Será que algum dia as mulheres se vão realmente libertar de milhões de ideias e conceitos sobre a sua natureza e serem elas mesmas?
Será que algum dia a mulher vai ter voz própria, sem ser para falar do pai e do filho e de Jesus Cristo?


Ainda hoje as mulheres não conseguem escrever ou pensar por si mesmas. Ainda hoje as mulheres pensam que sem "deus" e sem sexo não são ninguém... (e pensam..."coitadas daquelas que são velhas ou não têm um macho que as cubra" - ainda ontem li uma frase assim de uma escritora...) Quando uma mulher não se identifica com o seu feminino essencial, porque vive uma cisão interna como mulher, que desconhece, e portanto não se conhecendo por si mesma como mulher na sua totalidade, ela olha-se com os olhos dos homens com quem aprendeu a falar e a escrever… Ela nunca diz A Mulher, mesmo quando fala de si; ela diz O Homem e deixa-se aglutinar ao verbo. Não tem existência sequer na palavra…


Ela é e foi sempre o que o homem quis que ela fosse.

Há escritoras porém, como é o caso da Camille Paglia, que sendo uma mulher muito lúcida, senhora de uma cultura portentosa, deixa antever toda uma ideia do ctónico e do afastamento do homem das forças da natureza, e do consequente rebaixamento e anulação da mulher, mas a forma como ela abarca o conhecimento em geral não deixa de ser masculina, e sendo ela uma intelectual pura, como é mulher, por outro lado, acaba por estar muito perto intuitivamente da verdade da Natureza e da Mãe – evocando a importância das forças ctónicas, do feminino recôndito, mas a sua perspectiva freudiana, sexualizada ao extremo, não lhe permite sentir como mulher integrada e continua a ser uma mulher-homem pela sua cultura e racionalidade excessiva…

Talvez negando-se essa sensibilidade feminina a si mesma e sem fazer essa fusão das duas mulheres cindidas pelas religiões, o que faria com que SENTISSE as outras mulheres a partir de dentro de si mesma, ela não teria de considerar as mulheres poetisas todas como lésbicas...

Uma mulher que não goste de si no sentido de um saber-conhecer profundo da sua alma, que não tenha integrado essas duas mulheres cindidas pelo patriarcado e faça a apologia secular do lado masculino e apolínio da vida na arte e na cultura, o que significa um apagamento secular da Mulher AUTÊNTICA, ela não pode ter empatia com outras mulheres porque não deve conseguir gostar de si como mulher SEM O OLHAR DO HOMEM QUE LHE DÁ SIGNIFICADO...e portanto também não consegue gostar das outras mulheres.

Assim, pelo facto de as mulheres não se sentirem como mulheres e não viverem a sua essência feminina faz com que as outras mulheres sejam as suas rivais, em competição com o homem (que elas querem ser ou amar, pois se preenchem e vivem em função exclusiva do homem ), assim dizia eu, vêem as outras mulheres como seres alheios a si mesmas e por isso estranham que a haver outras mulheres que gostem de mulheres terão de ser forçosamente “lésbicas”, uma vez que o padrão dos afectos e elos entre si só podem ser de ordem sexual – não esqueçamos de que ela é freudiana.

Sentir amor por si e pelas outras mulheres não faz de uma mulher lésbica; desejar ser mulher ainda que por vezes reflectindo esse desejo na ternura ou no espelho de "outra" mulher que se admira não significa ser lésbica.

É aqui que começa uma nova visão do ser mulher...AMAR outra mulher a partir de si mesma não é ser lésbica...é ser Mulher...Uma Mulher que se aprenda a amar a si mesma e a SER ELA MESMA uma pessoa inteira, uma alma e não apenas um corpo de encher…um sexo de prazer…ela pode e deve amar as outras mulheres e isso não significa que as tenha de amar sexualmente!

Isto não nega a homossexualidade feminina, mas mais rara do que se possa pensar. É por isso mesmo que a homossexualidade feminina não tem a visibilidade que a masculina…quase sempre o amor de uma mulher por outra é projecção do que a mulher que deseja (inveja?) na outra e que gostaria de ser…mas a maior parte das vezes, tal como em geral acontece com o homem, que quase sempre procura na mulher amada a mãe, ela procura também a mãe que não teve…o colo da mãe…e não é também por acaso que uma mulher pouco feminina deseje uma mulher muito feminina…aliás tal como o homem que busca a sua anima…busca o seu outro lado e não parte de si como ente masculino. O homem não está dividido na sua psique nem nas suas emoções enquanto homem. Ele pode se menos masculino ou mais masculino mas não por ter sofrido a mesma cisão que a mulher.

Fala-se muito de que a mulher procura no homem também o pai, mas isso é só verdade em parte, quase sempre a mulher procura sim, o filho…é o filho que ela mais deseja…porque ela pensa que o filho é que lhe vai dar identidade…e razão de ser na vida…Porque à mulher falta-lhe uma metade mas é uma metade de si para ser uma mulher inteira. Quando a mulher reunir as duas mulheres divididas nos vários estereótipos em que ela está cindida, a mãe, a amante, a filha, a prostituta etc., ela será então una em si mesma e capaz de amar outras mulheres como iguais, assim como amar o homem sem depender dele para ser nem do filho e sem se anular, sem se reduzir a um corpo e a um sexo.


Esta é uma ideia minha a desenvolver...depois voltarei a questão.

 ROSALEONORPEDRO

segunda-feira, julho 23, 2012

OS MESTRES ASCENÇOS...?


CORAÇÃO ARDENTE



AQUI NA TERRA COMO NO CÉU…


A mim, como ser humano neste planeta, e neste plano terráqueo, não me foi dado aceder NATURALMENTE a nenhum outro plano ou dimensão fora do tempo e do espaço linear; e creio que eu me recuso a isso...tudo o que a minha compreensão humana alargada não possa abranger e descodificar de forma inteligível e eu não digo de forma razoável, mas sensível ou até extra-sensorial,   sinto que de pouco ou nada me serve tudo isso; enquanto o meu ser não esteja preparado para abarcar outras formas de linguagens, de vida e planos de existência, de forma natural e equilibrada e sem o risco de ruptura com este plano, eu não quero nenhuma visão especial. E não é por não aceder a esses mundos que eu os nego. Primeiro nem os nego, mas sou eu que não quero o que sei que não posso abranger dentro dos limites da minha compreensão humana.  Claro, ninguém sabe bem o que é a INTELIGÊNCIA ou sabemos que apenas usamos uma percentagem mínima do nosso potencial…Mas eu recuso-me a simulacros…a andar a cantar as glórias de outros mundos e eu estar a a braços com os piores sentimentos, a falar de Amor universal e a odiar os seres humanos que estão mais perto.
Eu creio no potencial divino das mulheres e dos homens, na sacralidade da Vida, mas que ele se perdeu através das crenças e dessas fantasias e alegorias e tabus com que as religiões aprisionaram os seres humanos. E que em vez de estarmos a dedicar o nosso tempo a desvendar e a acordar esse potencial em nós, a PARTIR DA BASE,  buscamos novas formas de alienação do que é humano. Ignoramos as questões fundamentais para o a nossa evolução e branqueamos as soluções possíveis a curto prazo.

De facto, admito e sei até um certo ponto, sim, posso percepcionar outros mundos e outras dimensões, e nessa expansão de consciência há grandes probabilidades de alargar o nosso conhecimento através da alteração do nosso ADN etc., mas note-se, por exemplo, esse não é  o caso  da maioria das canalizações  ou outras formas exteriores a nós de aceder a informações, digamos, de aceder a outros planos, pois quem o faz em si mesmo não denota nenhuma consciência nem grandeza de alma. Bem pelo contrário: em quase todos estes processos, por exemplo, as mulheres continuam alheias ao seu ser enquanto indivíduos, sem identidade, alheadas das suas capacidades inatas e natureza profunda. Nesse campo como em outros seguem cegamente os homens e tentam ser "iguais"...

A questão principal deste texto é que eu não quero nem preciso de informações transcendentes  que eu não possa processar eu própria, que eu não possa integrar neste plano ao nível da minha psique e tornar real na minha vida, consequentemente. De que me servem informações e conhecimentos se eu os não puder equilibradamente validar e expressar? E fazer delas uma realidade aqui? Para que viveria eu, como tanta gente que conheço, totalmente desfasadas deste mundo real (Maya, pois) e desses universos paralelos de que falam – luz amor e plenitude - em completa contradição com eles e em completa alienação de si como seres humanos?  

Para mim É uma questão de “bom senso” sem o qual se perde a noção dos limites e das fronteiras: a mim nada me garante a certeza dessas informações nem  de tudo o que tenho lido e ouvido, pois elas são tão contraditórias por vezes como as fontes e tão absolutamente antagónicas que não me é possível acreditar nelas como plausíveis...

Não. Ninguém tem garantias desses universos paralelos, ninguém...e eu não estou a duvidar de quem diz que sim, mas dos processos para lá chegar sem ser pela evolução da própria consciência a nível individual...e porque mais simplesmente e na prática de vida aqui não sei para que servem, sinceramente. Essas mesmas pessoas que se dizem "inspiradas e iluminadas" por fontes superiores, estão tão desestruturadas humanamente, tão sem saber do mais básico de si mesmas, tão perdidas sexual e emocionalmente, sem nenhuma consciência psicológica individual, que não podem ter qualquer crédito, no entanto lelas querem chegar a mundos perfeitos e inatingíveis...no cosmos!

Quase todas elas em risco de alienação e de loucura…mais não seja de insanidade...

O meu ponto de partida é este, de que me serve ter acesso a esses mundos e até fazer contactos com seres de luz ou extraterrestres, mestres ascenços ou naves espaciais …se eu continuo um ser humano limitado em si mesmo, sem capacidade de me elevar ao mais alto da minha condição apenas como ser humano, coerente, coeso e amoroso…

A minha estada na terra é para cumprir uma elevação da matéria, respeitar a vida humana e espiritualizar o meu corpo; o meu objectivo em vida é  elevar-me na minha condição humana e ser fiel à minha verdadeira dimensão, de ser humano e de Mulher e a dimensão do meu coração é a única a que tenho acesso e se não for por ela eu aqui na terra não vou a nenhum lado! Sim, de que servem todos esses dons, visões e revelações …se as pessoas continuam a rejeitar este mundo ou odiar a Terra? Odeiam-se umas às outras, invejam-se tão visceralmente, são predadoras, vampiros de energia, exploram e mentem-se umas às outras totalmente desequilibradas e sem “suporte vibratório” para as energias que dizem receber e o óbvio é sem dúvida o risco de loucura...E nada acrescentam de “melhor” ao mundo senão ao seu próprio ego espiritual INSUFLADO que é o de se convencerem de que são seres excepcionais, os “escolhidos”, e dão-se nomes pomposos...Tudo “lhes é dito” vem de cima ou “revelado” – pensar por si não pensam…e elas convencem-se de tudo o que a sua mente macabra lhes diz enquanto se alienam da terra…e do propósito de estarem vivos, aqui e agora.

Sim…o meu ponto de honra  é que de nada me serve os dons e as visões e os contactos e as revelações, se não me tornar mais humana…mais amorosa…mais verdadeira, mais eu mesma AQUI NA TERRA!
De resto, aconteça o que acontecer Eu tenho tempo quando partir de chegar onde é suposto eu chegar, desde que o meu CORAÇÃO esteja em Paz comigo mesma porque é só ele  que é meu mestre e me guia.

rosaleonorpedro

UMA MENSAGEM PARTICULAR


Ando há dias para vos deixar uma mensagem particular...
A mensagem seria de facto perguntar-vos qual é  importância deste Blog e qual a ressonância que os textos aqui apresentados têm para as mulheres que os lêem.  
Gostava sinceramente saber qual é a vossa opinião e a razão de ninguém comentar...
Será que o Facebook e Twitter ou qualquer outro meio mais imediato de interacção vos afastou do blog ou serão os textos  demasiado complicados ou aborrecidos?
Eu sei que eu própria acabo por me  aborrecer e muitas vezes deixo de parte o Blog para me entreter com alguma superficialidade, diga-se de passagem, na Internet e no  Facebook onde  a interacção é realmente maior e mais rápida...Isso é verdade sim, mas a profundidade e a qualidade do que se sente perde-se muitas vezes em lugares comuns e banalidades... 

Espero que alguma de vós se sinta com coragem para me responder e com disposição para me dizer algo nem que seja para discordar de alguma coisa...que eu escrevo...

Fico à espera das vossas opiniões...
Ou quem sabe estamos a precisar todas de um bom Interregno?

rlp

sexta-feira, julho 20, 2012

FEMINITUDE:


O RESGATE DA ALMA E DA ESSÊNCIA FEMININA



Vamos lá encarar os factos: As mulheres não gostam das mulheres, sentem-se quase sempre confrontadas umas com as "outras"...e se são intelectuais então ainda menos porque se acham elas as inteligentes e cultas e as "outras" para além de potenciais rivais se forem mais bonitas do que elas, estúpidas ou fúteis...essas mulheres dão sempre preferência à amizade dos homens, claro e acham natural que assim seja...afirmam-no categoricamente. Sem dúvida que assim é, trata-se de uma cultura secular...e daí o facto de haver uma mulher a fazer a apologia ou a elegia de outras mulheres resultar estranho e até suspeito. Eu sei do que falo porque não raramente isso acontece-me…Nem o que eu digo nem o que eu escrevo tem muita ressonância nas mulheres.

AS MULHERES em geral são de facto GINOFÓBICAS...

Elas não se sentem à vontade quando sentem afecto ou admiração por outras mulheres. Claro que eu falo sempre regra geral e podem acusar-me de generalizações, mas é isso que importa. Eu sei, como é óbvio, que existem mulheres que são amigas e se admiram e nutrem profundo afecto por outras mulheres. E não precisam de ser mães nem irmãs…nem precisam de ser amantes de mulheres, não precisam de ser “lésbicas” – pois porventura, estas podem mesmo ser das mulheres que menos gostam de mulheres apesar de as desejarem…Aliás o desejo tem sempre ou quase sempre fundamento na Inveja…


”Envier”* desejar, querer ser como a outra…e muito comum e não é por acaso que uma mulher que goste de mulheres, na mera acepção sexual, procure quase sempre uma mulher mais feminina que ela e o contrário…E também no ódio à rival há amor…desejo inconsciente. E não será também a atracção dos sexos opostos uma certa inveja do outro? A mulher do homem e o homem da mulher? Claro que os psicanalistas atribuíram à mulher a inveja do pénis, mas não mencionaram a inveja do útero e dos seios que leva tantos travestis a mudarem de sexo e a tomarem hormonas ou a usar silicone…Dir-me-ão que não são só os afectos e as emoções que contam…que há as hormonas a partida…e eu não nego que haja seres indefinidos ou homossexuais, andróginos, num plano mais místico, pois esse é um princípio inerente a todos os sexos (todos os seres humanos) a um nível mais elevado de consciência. E há também signos astrológicos hermafroditas psiquicamente falando. Como há seres que tendo o feminino e masculino integrados – os que lidam com a alquimia e a integração dos contrários) não encontram expressão sexual facilmente nesta sociedade que reduz tudo a macho e fêmea e o sexo ocupa um papel preponderante e alienante, para não dizer mesmo degenerado e promíscuo.

Não sou feminista nem lésbica (haverá sempre quem pense que sim), nem faço apologia de nenhuma sexualidade. Por um lado, o meu trabalho sobre mim mesma em mais de meio século e a integração dos opostos em mim, e por outro a idade ou a fase de anciã, a colmatar uma experiência de vida, permitem-me a libertação de certos ditames de ordem sexual e assim hoje ter essa consciência de que eu sou UM SER HUMANO E NÃO UMA PERSONA SEXUAL…No entanto continua a preocupar-me metade da humanidade às avessas...metade da humanidade ferida...

Os espiritualistas, escritores e mestres em geral, inclusive autoras mulheres que falam tanto da "criança ferida", esquecem sempre as MULHERES FERIDAS, por suposto todas elas todas as mães, por uma cultura secular que as antagoniza entre si, as separa e divide em estereótipos...E esta é a minha maior preocupação humana, este é hoje o Foco do meu trabalho assim como o foco da minha vida.


A FERIDA DA MULHER, a ferida da alma do mundo, é o que impede as criaturas, todos os seres em geral, que não são amados por uma Mãe dignificada e amada, de atingirem uma maturidade e um equilíbrio que só o amor maternal pode dar. E não me venham falar da importância dos pais, pois eles só se tornaram importante numa sociedade patriarcal e por toda uma psicologia de homens que no fundo desejariam ser mães…e voltamos atrás à inveja do Útero e dos seios…


No fundo É o Mistério da Mulher, o Mistério da Vida e da Natureza em que eles ocupam tão pouco espaço e pequeno papel, que os faz enfatizar e relevar o amor do pai e tudo anda à volta do Pai e do Filho sem ver que a Mãe, sem querer ver que a Mãe, é a nutridora por excelência e que se ela falha, falha tudo na vida de um ser à nascença, pois esse amor e cuidado maternal é fundamental para o desenvolvimento afectivo e humano da criança, tal como durante o período de gestação acontece que ele depende da placenta para viver …


Eu não digo que o pai não é importante, na medida em que ele pode representar a autoridade, a força, mas só se for uma autoridade benéfica que quase nunca o é, pois o AMOR maternal representa para a criança uma mais-valia na vida e para todo o ser humano que em nada é comparável com o amor do pai - um pai que nas sociedade ocidentais é infantil e tem normalmente ciúmes do filho e o penaliza. Digo que é por isso que agora se exacerba tanto e enfatiza o papel do pai amoroso ao mesmo tempo que tentam apagar a importância do papel da Mulher e da Mãe e no caso da mãe solteira a desprezam. Falo obviamente de uma sociedade ocidental e patriarcal que antes ainda tinha lugar para a mãe negando a mulher mas que agora tenta a todo custo apagar também o papel da mãe.

Assim, na sociedade ocidental e de influência religiosa “cristã”, considero que é da maior importância devolver à mulher a sua natureza primeira, antes de mais e depois o seu legítimo papel de Mãe e de amante na vida da sociedade, sem essa divisão milenar da esposa legítima e da prostituta. E não é com deveres e direito iguais dentro de um Sistema injusto à partida e cruel, um Sistema que explora os seres e a mata em guerras, que usa armas mortíferas e impiedosas contra os seus próprios povos, que reduz a nada as mulheres, que as viola e abusa de crianças, em todos os sentidos que o vamos conseguir. Daí divergir inteiramente das feministas e das suas pretensões de uma igualdade das mulheres. Não é essa condição “igualitária” que, se recusando a ver as diferenças de natureza existentes entre os seres, chega a atribuir às mulheres um papel propriamente masculino, o que está aliás manifestamente na raiz de todo o “feminismo” contemporâneo”. (René Guenon)

Não é isso que nos interessa, uma mulher masculinizada, com os defeitos e qualidades dos homens…mas a nossa completude, a nossa dignidade enquanto seres femininos em essência. É a Mulher mística por excelência que urge resgatar através desse feminino essencial, relevar sim a nossa FEMINITUDE…o que há de mais profundo e sagrado no SER MULHER!

Essa é a nossa tarefa e de forma tão mais abrangente e transcendente quanto possível. A Mulher é a origem da vida e toda a vida na Terra se manifesta através da MÂE…e não há lugar para um “transfemismo” aberrante baseado na divisão das mulheres e alimentado por estereótipos masculinos.

É A Mãe do Mundo, a Alma Mundi, essa Alma e essa Mãe e Mulher que todAs temos de resgatar dentro e fora de nós para poder salvar o Planeta e a Terra…

Rlp


*(em francês envier é simultaneamente desejar, querer e invejar, depende do sentido que se lhe dá)

quarta-feira, julho 18, 2012

A MASCULINIZAÇÃO DA MULHER E O FEMINISMO


MULHERES ACORDEM!

UMA MULHER NASCE MULHER, NAO SE CRIA...

O QUE NÓS NÃO QUEREMOS...

Não queremos ser masculinizadas nem igualdade...
Não queremos ir a guerra nem ser polícias...
Queremos ser mulheres inteiras, sem divisão entre nós, sem rivalidade, sem antagonismos.
Queremos respeito e dignidade!

Porque a mulher autêntica, a Mulher primordial, que se encontra  há muito em extinção, não sabe hoje nem evoca de  forma alguma o feminino essencial, tirando a maternidade e a sexualidade mecânica  no seu papel de "esposa" ou mulher de ...ou por outro lado o da prostituta que exerce igualmente uma sexualidade mecânica,  usando o seu corpo que "entrega" para ganhar dinheiro, enquanto a esposa o faz por obrigaçaão e dever marital e social...No meio destas duas mulheres há um modelo de mulher que não é nada...e que é a mulher que o cinema e a moda construiram ao longo do século e não têm essência alguma.
Assim, a mulher é dividida e separada em duas espécies de mulheres ao longo dos séculos, vivendo ora para uma ou para outra dessas duas funções e mantida  nesses limites que a moldam psiquicamente até ao século XX em que se iniciam (sec. XIX) os movimentos feministas em busca de igualdade, ou da paridade, sem que nunca essa divisão  psíquica  na mulher  tenha sido equacionado.  Durante décadas falou-se e tentou dar-se "dignidade" às prostitutas na "profissão" de vender o corpo, como se fosse o acto mais natural do mundo, assim como se acrescentou à vida da mulher comum todos os deveres da casa e dos filhos mais o trabalho ou o emprego.

Nestes moldes, defendem as feministas, terem conseguido vitórias e sucesso, garantias e direitos...o que é uma redundância pois efectivamente se a mulher conquistou algumas vantagens e aparentemente até parecem imensas,  em relação a sua escravidão de antes, ela foi catapultada para o mundo de produção e consumo, e para além de ter sido sobrecarregada com uma vida dupla em nome de uma pseudo liberdade, ela foi completamente desviada da sua essência, afastando-se cada vez mais do seu SER ESSÊNCIAL. Levada a criar uma imagem absolutamente virtual e fictícia dela mesma - o que na verdade foi o homem e o cinema, as revistas e a moda em paralelo que criaram (de acordo com as classes socias e poder económico), - ela apenas passou a servir exclusivamente de modelo para os homens fosse em nome do desejo fosse em nome da liberdade sexual. As pílulas e anticoncepcionais foram outra marca de "liberdade" que a afectou no corpo quimicamente a níveis desconhecidos e que hoje se revelam em doenças graves  - sem que a mulher se tivesse sequer apercebido de como estava ainda a ser usada - ao serviço do homem e da espécie.

É difícil fazer entender isto às feministas e intelectuais de hoje, que se consideram livre e senhoras de si...mas a verdade é que caminhamos para esta aberração que é o TRANSFEMINISMO, em consequência dessa alienação do SER MULHER. E se os pressupostos das feministas eram baseados na masculinação da mulher, negando a sua natureza PROFUNDA E CTÓNICA, alienando-a da sua substância primeira de Dame Nature, reduziram a mulher a estereótipos da mulher virtual a que se ligaram os homossexuais  (gays e lésbicas) que agora querem ser "Mulheres" sendo homens à partida...e as lésbicas que à partida querem ser homens, e assim não se percebe então porque se identificam com o transFeminismo. Entendemos por TRANS - Um feminismo radical em que além de gays e lésbicas se  incluim travestis e transformistas que por sua vez correspondem aos esterótipo de um  "feminino" que não é de todo O FEMININO...
Os homens que querem "ser mulheres"...eles não copiam a mulher real, a trabalhadora ou a mulher normal comum, mas a prostituta, a Mulher plastificada, com silicone, operada, a mulher do cinema e da ribalta...Agora, tirem-lhes os artifícos, saltos altos, maquilhagem, adornos, lingerie sexy e vestidos  sofisticados...e eles voltam a ser O QUÊ?.

SER HUMANO NÃO IMPLICA TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS NEM FÍSICAS.
SER MULHER OU HOMEM NÃO SIGNICA A SUA APARÊNCIA.
SER HOMOSSEXUAL NÃO SIGNIFICA O SEU SEXO...NEM MUDAR DE SEXO!

A partir de aqui e utilizando a expressão que as marxistas e positivistas racionalistas adoram eu sei  que me considerarão a mim uma reaccionária ou uma fachista, mas a verdade é que a mulher perdeu completamente a noção da sua identidade profunda, a pouca que lhe restava,  e não sabe nem sonha O QUE É SER REALMENTE UMA MULHER. e ESSE É QUE É O NOSSO DRAMA. Afinal com tudo isto A MULHER MODERNA pouco mais ganhou  do que dinheiro...e trabalho a mais. Não lhe foi dada nem mais dignidade, nem mais valor nem mais respeitO, nem mais "poder"...e a MULHER tem em si um poder que é interior e é justamente esse PODER INTERIOR  que lhe está a ser tirado mais uma vez no meio de toda esta confusão de "narizes"...
O grave nesta questão toda é a DESTRUIÇÃO DO SER MULHER!!!
E É POR ISSO QUE AS MULHERES PRECISAM MAIS DO QUE NUNCA DE ACORDAR PARA A SUA NATUREZA PROFUNDA, PARA A SUA DIMENSÃO ONTOLÓGICA, SENÃO A MULHER PERDE-SE MAIS UMA VEZ NESTE LABIRINTO INFERNAL EM QUE O PATRIACALISMO CENTENÁRIO  FEZ A MULHER PERDER-SE E COM ELA O FILHO, O HOMEM

RLP
***

SOMOS CONTRA  " ... a concepção “igualitária” que, se recusando a ver as diferenças de natureza existentes entre os seres, chega a atribuir às mulheres um papel propriamente masculino, o que está aliás manifestamente na raiz de todo o “feminismo” contemporâneo (3)."

Iniciação feminina e iniciações de ofício

 René Guénon

"Fazem-nos frequentemente observar que parece não existir para as mulheres, nas formas tradicionais ocidentais que subsistem actualmente, nenhuma possibilidade de ordem iniciática, e muitos se perguntam quais poderiam ser as razões desse estado de coisas, que é certamente muito lastimável, mas que será sem dúvida muito difícil de remediar. Isso deveria aliás dar o que reflectir aos que pensam que o Ocidente concedeu à mulher um lugar privilegiado que ela nunca teve em nenhuma outra civilização; é talvez verdade sob certo ponto de vista, mas sobretudo nesse sentido que, nos tempos modernos, ele a fez sair de seu papel normal lhe permitindo atingir funções que deveriam pertencer exclusivamente ao homem, de modo que não é senão um caso particular da desordem de nossa época. Sob outros pontos de vista mais legítimos, ao contrário, a mulher está em realidade em maior desvantagem que nas civilizações orientais, onde sempre lhe foi possível notadamente encontrar uma iniciação que lhe convenha desde que ela possua as qualificações necessárias; é assim, por exemplo, que a iniciação islâmica tem sempre sido acessível às mulheres, o que, notemos de passagem, é suficiente para reduzir a nada alguns dos absurdos que se tem o hábito de debitar na Europa a respeito do Islão.

Para voltar ao mundo ocidental, nem se precisa dizer que não pretendemos falar aqui da antiguidade, onde teria certamente havido iniciações femininas, e onde algumas o eram mesmo exclusivamente, da mesma maneira que outras eram exclusivamente masculinas; mas, como teria sido na Idade Média? Não é seguramente impossível que as mulheres tenham sido admitidas então em algumas organizações, possuindo uma iniciação que dizia respeito ao esoterismo cristão, e isto é mesmo muito verosímil (1); mas como estas organizações são daquelas que, depois de longo tempo, não resta mais nenhum traço, é muito difícil falar disso com certeza e de maneira precisa, e, em todo caso, é provável que não tenha havido aí jamais senão possibilidades muito restritas. Quanto à iniciação cavaleiresca, é muito evidente que, por sua natureza mesma, ela não poderia de modo nenhum convir às mulheres; e é o mesmo para as iniciações de ofício, pelo menos das mais importantes dentre elas e daquelas que, de uma maneira ou de outra, continuaram até nossos dias. Aí está precisamente a verdadeira razão da ausência de toda iniciação feminina no Ocidente actual: é que todas as iniciações que subsistiram são essencialmente baseadas em ofícios cujo exercício pertence exclusivamente aos homens; e é por isso que, como nós dizíamos acima, não vemos como esta deplorável lacuna poderia ser preenchida, a menos que encontremos algum dia o meio de realizar uma hipótese que iremos considerar em seguida.

Sabemos bem que alguns de nossos contemporâneos pensaram que, no caso onde o exercício efectivo do ofício desapareceu, a exclusão das mulheres da iniciação correspondente tinha por isso mesmo perdido sua razão de ser; mas é um verdadeiro absurdo, pois a base de uma tal iniciação não é de nenhum modo mudada por isso, assim como já explicamos (2), este erro implica um completo desconhecimento da significação e do alcance real das qualificações iniciáticas. Como dizíamos então, a conexão com o ofício, completamente independente de seu exercício anterior, permanece necessariamente inscrita na forma mesma desta iniciação e no que a caracteriza e a constitui essencialmente como tal, de maneira que ela não poderia em nenhum caso ser válida para quem quer que seja inapto a exercer o ofício do qual se trata. Naturalmente, é a Maçonaria que temos particularmente em vista aqui, visto que, para o que diz respeito ao Companheirismo, o exercício do ofício não cessou de lhe ser considerado como uma condição indispensável; de resto, não conhecemos nenhum outro exemplo de um tal desvio senão a “Maçonaria mista” que, por esta razão, não poderia nunca ser admitida como “regular” por nenhum daqueles que compreendam um pouco mais que seja os princípios da Maçonaria. No fundo, a existência desta “Maçonaria mista”(ou Co-Masonry, como ela é chamada nos países de língua inglesa) representa simplesmente uma tentativa de transportar, do domínio iniciático propriamente dito, o que lhe deveria mais do que qualquer outra coisa estar ausente: a concepção “igualitária” que, se recusando a ver as diferenças de natureza existentes entre os seres, chega a atribuir às mulheres um papel propriamente masculino, o que está aliás manifestamente na raiz de todo o “feminismo” contemporâneo (3).

René Guénon

(Tradução de Luiz Pontual)

terça-feira, julho 17, 2012

DAME NATURE


DAME NATURE

Relativamente à obra alquímica exterior, a Natureza é a força motriz de todas as transmutações, a "energia potencial" das coisas. Do mesmo modo, vem também a intervir na alquimia interior em virtude dessa força primitiva maternal que permite à alma libertar-se da sua existência estéril, existência ferida de fragilidade congénita.
(...)

A natureza é sempre mulher, DAME NATURE, inclusive no seu aspecto terrorífico de grande dragão que serpenteia entre todas as coisas.

 IN ALQUIMIA - de TITUS BURCKHARDT

A "noite escura da alma" - a ausência secular da Anima nas Escrituras e da Mulher oculta pelo tenebroso patriarcado durante milénios resultou na mulher dividida em dois esterótipos antagónicos (esposa e concubina), de onde nascem a prost...ituta e o travesti...e agora como se não bastasse querem meter tudo num panelão...e fazer uma tremenda e macabra mistela...
Quando a Obra nasce do integração dos opostos, sol e lua, simples e limpo...como a Mãe Natura...
 

O PERIGO DE UM NOVO ATENTADO AO FEMININO SAGRADO

NÃO AO "TRANSFEMINISMO"

- PORQUE AS MULHERES NÃO SÃO MULHERES AINDA...
HÁ MUITO QUE AS MULHERES NÃO SÃO MULHERES, FALTANDO-LHES SER APENAS MULHERES AUTÊNTICAS. ESTA É A NOSSA LUTA, POR UMA CONSCIÊNCIA E NÃO POR PODER...


E Agora vem AÍ O MAIOR PERIGO: o "Transfeminismo" - ele tinha que ser inventado pelos homens claro...
Ainda são os homens trans que se valem das "mulheres" fora do Sistema, esta "escória" (que se denigre a si própria) que são as mulheres não integradas pelo sistema que as criou e despreza e que sobram para fora do SistemA... mas que em vez de quererem SABER DE SI E SER MULHERES apenas....elas querem...ser trans...porque, dizem:
"O sujeito do feminismo “mulheres” nos parece pequeno, é excludente por si mesmo, deixa de fora as sapatonas, xs trans, as putas, as de véu, as que ganham pouco e não vão para a universidade, as que gritam, as sem papeis, as maricas…"
E eu digo-vos: O FEMININO É GRANDE, é imenso, a mulher é imensa, elas é que não sabem pois o "feminismo radical" é que as transformou em pequenas, "IGUAIS AOS HOMENS"...e essas mulheres, todas elas, as do lado de fora da barricada e as que pertencem ao Sistema, ELAS NÃO REPRESENTAM O VERDADEIRO FEMININO.
 
ASSIM, tudo isto não passa de uma manobra do próprio Sistema para impedir as verdadeiras MULHERES de serem MULHERES! Porque o perigo para o sistema vem da Mulher Verdadeira, da Mulher profunda, das forças ctónicas e telúricas, do Sagrado Feminino e não destas "vítimas" do sistema patriarcal...que o alimenta numa luta errática.

O Feminino profundo não vem nem tem nada a ver com essas caricaturas de mulheres, desses travestis, dessa cópia generalizada, antiga, dessa tragédia shakespeariana, que deu todas essas personas sexualis que reclamam "direitos" em vez de HUMANIDADE simples e total e um novo PARADIGMA SOCIAL.
SOU TRANSFÓBICA SIM, LUTO POR UMA VERDADEIRA HUMANIDADE!

 

O FEMINISMO nunca SERÁ TRANSFEMINISMO... 

DIGAMOS SIM Á FEMINITUDE...
O que nós queremos aqui é uma nova Consciência do SER MULHER inteira e não dividir mais a mulher em vários estereótipos, em  classes e em personas sexuais,  em caricaturas de mulheres. Acreditamos que a MULHER é um SER imenso e criativo e que a sua essência sagrada é mais do que suficiente para Ela ser ela própria... Não estou contra  nem a favor de grupos nem de opções sexuais, mas do lado apenas do sagrado e do eterno, do essencial, do autêntico da mulher que foi destruido pelo patriarcado. Saudemos o eterno feminino em nós ainda por descobrir, mas nunca uma luta exterior por imitações plásticas de uma mulher inventada pelo Sistema e pelos homens...A mulher verdadeira nada tem a ver com o travesti que fizeram dela e quanto às "lésbicas" ninguém foi mais Mulher do que Safo e elas, estão muito longe de a representarem em essência, em beleza, em grandeza e em dignnidade, em transcendência...
A VISÃO MATERIALISTA E REDUTORA DA VIDA, a visão positivista ou marxista das feministas levou-as a esta loucura de um mundo de alienação do SER profundo e da nossa natureza sagrada, pela luta de poder dentro do próprio Sistema que as exclue...
rlp 

Deixo-vos a leitura indesgesta do maifesto transFeminista...

"Vimos do feminismo radical, somos as fufas, as putas, xs trans, as migrantes, as negras, as hetero-dissidentes… somos a raiva da revolução feminista, e queremos aguçar os dentes; sair dos gabinetes do género e das políticas correctas, e sermos guiadas pelo nosso desejo sendo politicamente incorrectas, amolando, repensando e resignificando as nossas mutações. Já não vale sermos só mulheres. O sujeito político do feminismo, “mulheres”, ficou pequeno, é exclusor por sim próprio, deixa de fora as fufas, as/os trans, as putas, as de véu, as que ganham pouco e não vão à universidade, as que berram, as sem-papéis, as marikas…

Dinamitemos o binómio género e sexo como prática política. Sigamos o caminho que começámos, “não se nasce mulher, tornamo-nos”, continuemos a desmascarar as estruturas de poder, a divisão e hierarquização. Se não aprendemos que a diferença homem-mulher é uma produção cultural, da mesma forma que o é a estrutura hierárquica que nos oprime, reforçaremos a estrutura que nos tiraniza: as fronteiras homem/mulher. Todas as pessoas produzem género, produzamos liberdade. Argumentemos com infinitos géneros…

Apelamos à reinvenção a partir do desejo, à luta com os nossos corpos diante de qualquer regime totalitário. Os nossos corpos são nossos!, tal como o são os seus limites, mutações, cores e transacções. Não precisamos de protecção quanto às decisões que tomamos sobre os nossos corpos, transmutamos de género, somos o que nos apetece, travestis, fufas, superfem, butch, putas, trans, usamos véu e falamos wolof, somos rede: somos manada furiosa.

Apelamos à insurreição, à ocupação das ruas, dos blogues, à desobediência, a não pedir permissão, a gerar alianças e estruturas próprias: não nos defendamos, façamo-nos temíveis!

Somos uma realidade, operamos em diferentes cidades e contextos, estamos conectadxs, temos objectivos comuns e já ninguém nos cala. O feminismo será transfronteiriço, transformador, transgénero ou não será, o feminismo será TransFeminista ou não será…

Queremos-vos

Rede PutaBolloNegraTransFeminista."
in panteras rosas

sábado, julho 14, 2012

Ninguém vê a tua coroa de cristal,..



A Rainha



Nomeei-te rainha.

Há maiores do que tu, maiores.
Há mais puras do que tu, mais puras.
Há mais belas do que tu, há mais belas.

Mas tu és a rainha.

Quando andas pelas ruas
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a tua coroa de cristal, ninguém olha
a passadeira de ouro vermelho
que pisas quando passas,
a passadeira que não existe.


E quando surges
todos os rios se ouvem
no meu corpo,
sinos fazem estremecer o céu,
enche-se o mundo com um hino.


Só tu e eu,
só tu e eu, meu amor,
o ouvimos.


Pablo Neruda,
in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"


“Na alma reside o mistério..."


Ser "vidente", fazer-se "vidente" de todas as maneiras, para chegar a ser conhecedor de si mesmo, da "alma universal".


“Na alma reside o mistério. E vale a pena pagar todos os preços, mesmo o do crime, mesmo o da loucura, para se chegar a ele. Desvendar o mistério é chegar ao "desconhecido", e poder contemplá-lo e exprimi-lo é a suprema realização. O além ("là-bas") é o verdadeiro domínio do poeta, e a formalização dos conteúdos desse além a sua verdadeira missão." (...)




Y.K.Centeno

segunda-feira, julho 09, 2012

A NEGAÇÃO PATRIARCAL DA FEMINILIDADE




A BUSCA DE IDENTIDADE FEMININA


"A mulher busca a sua identidade (...) mas o referencial interno, que é a sua própria terra psíquica, é negado. Ao fazer a substituição do seu ego feminino pelo ego masculino, fica desorientada e esquece que possui como potencialidades dentro de si mesma um princípio masculino que a pode ajudar"


"Na ansiedade de ser aceite socialmente, ela recusou a vivência dos princípios femininos, vistos como qualidades secundárias e inferiores, embora necessárias. "

"Pelo não reconhecimento da sua feminilidade (essencial) a mulher se afirma, como indivíduo, muito timidamente diante do homem. Ela procura vestir a máscara da objectividade masculina para ser aceite no seu mundo. E ele se impõe prepotentemente diante dela, exibindo a sua luz solar"


IN O Casamento do Sol e da Lua - Raissa Calvacanti

sábado, julho 07, 2012

Mulheres & Deusas: O DESEJO DO HOMEM DE SER MULHER É VELHO COMO OS TE...

Mulheres & Deusas: O DESEJO DO HOMEM DE SER MULHER É VELHO COMO OS TE...: Eu Queria ser Mulher Eu queria ser mulher para poder me estender ao lado dos meus amigos, nos cafés. Eu queria ser mulher para poder p...

SER MULHER É SER MULHER…


NÃO UMA REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO FEMININO  TRAVESTIADO
E QUE TAMBÉM CRIOU A "TRANSEXUALIDADE" - UMA "MULHER" FICTÍCIA...

SER OU NÃO SER?
AFRODITO OU AFRODITE?
OU É ... TER OU NÃO TER FALO?...

“ Creio que pela delicadeza e crueza da questão, além de polémica, está longe de ser consensual... da minha parte, mantenho "o egoísmo" e não divido o género... oxalá pudessem ser os trans, os hermafroditas de Pessoa,  e tantos outros pensadores, os seres andróginos da paz... Quanto a mim, OS TRANS, não os considero como mulheres, como género feminino... podem se maquiar, andar de salto alto, vestir de mulher, cortar o pénis, pintar as unhas, até falar mal dos homens... NADA DISSO jamais os fará mulheres... Pode fazer deles uma mulher patriarcal, isso não me faz diferença... Eu não me visto de mulher, não uso saltos, não pinto as unhas, não uso maquilhagem... então essa mulher inventada não passa de manobra... isso é só uma caricatura, não é a verdadeira mulher... Portanto se falamos da caricatura, da mulher inventada pelo patriarcado, ora, nesse caso, os trans são mais mulher do que eu... mas falo da essência do Feminino... da Natureza Feminina... isso os trans não podem alcançar, nem mesmo Gaia Lil, e sobre isso já falamos muitas vezes... e quando cito Gaia Lil, falo de uma honrosa excepção no meio trans...

No mais, finalizando: se os trans não querem ser homens, entendo perfeitamente, também eu não o desejaria... agora, só porque não querem ser homens não significa que possam ser mulheres... não podem e não são... podem ser andróginos, como cultuam, isso sim... tudo bem... mulheres não, não são nem jamais serão... Portanto, fica claro para mim, e, se isso faz de mim transfóbica: SOU e assumo, sem problema nenhum...

Trans= androginia, tudo bem, pode até ser uma evolução além... mas trans= mulheres não apra mim... e aqui faço um divisor de águas... para mim, defender o renascimento do Feminino é uma coisa sagrada, e misturar com isso, no mesmo saco, questões trans é completamente antagónico... Que  fique  bem claro que uma coisa não tem ligação nenhuma com a outra... o renascimento do Feminino tem a ver com a energia das mulheres, que tem útero, menstruam, gestam, parem, amamentam, recomeçam os ciclos, entram na menopausa e no tempo das anciãs sagradas... um trans pode participar disso tanto como um homem sensível à causa... na comunhão, na partilha, na construção junto com as mulheres... há um sagrado masculino, há... e a sua função nesse momento é sair do centro e dar lugar às mulheres e ao Feminino, para que seja restituída a harmonia novamente... quem não é capaz disso nesse momento, seja homem ou mulher: VOLTA PARO O MAR OFERENDA!” - NANA ODARA

Além de assinar por baixo…

ENTÃO EU TAMBÉM  SOU TRANSFÓBICA… mas que eu saiba, também não há trans-andróginos...Os andróginos não se transvestiam...são-no naturalmente, são o que são...

Nana Odara - eu sinto o seu grito de mulher, o seu GRITO DE ALERTA, de mulher com entranhas, com plena intuição, não conceitos nem ideias modernas, cheia de bonitinhos e falsas justiças, nem democracia falocrática, contra ou a favor de pénis...
Longe da loucura de um mundo que transforma tudo em sexo e que só pensa em sexo e tem o sexo na testa e já não são só os homens que pensam com ele mas também essas mulheres que eles fabricaram…
A aberração do culto secular apolíneo do "rapaz bonito" e da anulação da mulher ctónica gerou um distúrbio generalizado entre os sexos...e criou personas sexualis fictícias...que vem culminar no trasexualismo...

As coisas são exactamente como você coloca sem tirar nem por. E se alguém quiser discutir o assunto discuta...mas longe do feminino essencial e menos ainda do SAGRADO porque sagrada é a natureza e não a mão do Homem que tudo destruiu e agora até quer ser mulher num corpo de homem...e é essa mulher falsa que você não comprou nem eu nem muitas mulheres e que eles nos venderam que os trans...querem ser?..Senão, como você diz, tirem-lhe então todas as bugigangas, brincos, colares, malinhas, maquilhagens, as unhas longas pintadas, as roupas de moda, os sapatos altos e o que é que resta?
Se querem ser mulheres...descubram o seu feminino primeiro, que o tem...e não queiram ser esse fantoche que os homens/gays fizeram da mulher em todo o mundo. Eles primeiro vestiram as mulheres com a sua loucura fantasia de mulheres/rapazes, de meninas e mulheres fatais e agora querem eles mesmos meter-se num SUPOSTO corpo de mulher para responder a essa imagem falsa da mulher (ao centro)?


A QUESTÃO É ESTA, NÃO É A VERDADEIRA MULHER QUE ELES QUEREM "SER" E QUE ELES NEM SONHAM O QUE É...ELES QUEREM SER É ESSA IMAGEM ESTEREOTIPO QUE ELES MESMO CRIARAM…

E esta confusão MENTAL e bem argumentada é total e muito perigosa generalizada – e esclareço que isto a nível pessoal, nada tem a ver com acusar nem defender ninguém nem nada em particular, nem géneros ou trans...génicos...porque o que eu defendo e sempre defendi É SÓ E APENAS  O SER HUMANO TAL COMO ELE É, como ele/ela nasce...e em vias de ser MAIOR…
O que devia estar em causa para as pessoas sérias que debatem este assunto como se fosse uma urgência mundial e absoluta, era qual é a ESSÊNCIA DO SER HUMANO, qual a razão da vida humana, como chegamos a este caos, e repensar todos os processos de vida natural e voltar ao original e não por este foco excessivo e falacioso em tudo o que seja mais uma construção fictícia do “humano”, na desconstrução do humano inato em busca de um 3º sexo...Porque a curto prazo estamos a defender a clonagem, a cortar mãos e pés, criar uma falsificação qualquer, uma aberração humana, como defendemos agora a mutilação dos órgãos  e tantas aberrações que já abundam neste mundo fictício de consumo e alienação.

Não podemos ir CONTRA NATURA, basta de falsas causas, falsas soluções.

Se temos de defender alguma coisa, defendamos pois OS DIREITOS de todos os HUMANOS E O DIREITO DE SER-SE HUMANO (o que inclui homo e trans…) em todo o mundo e para que todos os seres tenham uma vida natural e aí sim temos uma causa justa e universal. Porque o nosso drama é que ainda não se resolveu o que é o humano simples. Não somos humanos ainda...somos semi-humanos e daí todas estas divisões ao nível dos conceitos e ideias sobre a identidade do corpo/sexo. Falta-nos a dimensão da Alma e do Espírito.

Nadamos todo no Pântano do Inconsciente colectivo, ao sabor de instintos e pré-conceitos, medos, ódios e raivas…sem descortinar alinda a dimensão do divino, nem a própria grandeza do SER HUMANO na terra.
O MAIS GRAVE É que se está a cair mais uma vez na armadilha do Sistema que nos desvia para questões fracturantes da sociedade para sobreviver quando se caminha para uma Consciência plena. Dando espaço a discussões estéreis sobre os transexuais e homossexuais, adopção gay e barrigas de aluguer, desviam-nos da verdadeira questão que se põe como fundamental: o que é o SER HUMANO.  

Está o homem e a mulher na posse da sua totalidade como SER HUMANO?
NÃO! E a mulher? É a Mulher A VERDADEIRA MULHER?
NÃO!!!
Esta mulher que a sociedade/Homem e até a sua ciência criou e afastou da sua natureza verdadeira, não é a Mulher…  Nós não  somos a mulher que eles retratam e  que nós vemos nas revistas e nos filmes nem nas telenovelas. Essa é a mulher ficcionada e dividida em estereótipos, fragmentada, vendida e explorada pelo patriarcado. O que está em perigo agora e mais uma vez é a Mulher perante a integração de uma nova consciência do ser mulher original e desse modo poder obstruir o Sistema e o poder do masculino bélico, e o patriarcado vem de novo desconstruir a mulher, combater a mulher, negar a mulher na sua essência, mas desta vez criando, do lado do poder, usando o lobby gay e o mesmo poder falocrático, para recriar um homem-mulher – o transexual -  que não é nada senão uma ficção macabra de nem homem nem mulher…mas apenas um desvio cirúrgico a uma questão essencial e de foro espiritual anímico tratado na superfície e de forma redutora, monstruosa mesmo, como o fazem pela religião fanática contra a mulher no Irão…Operam os homens homossexuais para lhes dar “identidade feminina” para não confrontarem o Corão e os seus tabus…É isto que o Ocidente também quer?

- O que para mim está aqui em causa e motivo deste texto é principalmente tratar-se de um ataque da matriz de controlo (o Sistema e os poderes da Sombra) para mais uma vez desconstruir a verdadeira Mulher que está a caminho de integrar-se...esse é que é o perigo real, e a Nana viu muito bem, instintivamente, ela viu o PERIGO de a mulher acabar por ficar ainda mais dividida...Eles quiserem ficcionar uma mulher... aquela que foi criada pelo medo da Mulher integral, criada pelo ódio da mulher verdadeira, eles não querem essa que foi retirada da arte e da história, que foi aglutinada pela lingua e transformada em serva e esposa e de quem eles são os filhos?


 NÃO, NÃO  É A MULHER VERDADEIRA QUE ELES QUEREM IMITAR,  MAS UMA "NOVA" "mulher" FEITA À SUA IMAGEM...  Eles querem uma mulher como existe no cinema e na publicidade ou na moda e que já quase  não passa de uma mera aparência estapafúrdia, de uma boneca insuflada de silicone, seios, lábios, ancas e bunda artificiais, para agradar aos machos...
E que se calhar os machos até vão preferir...dá menos trabalho, não tem menstruação e não engravida...e se quiserem filhos arranjam "uma barriga de aluguer" anónima como os futebolistas milionários...

ONDE ESTÁ ENTÃO A MULHER? - ERA O QUE DEVIAMOS PERGUNTAR TODOS/AS.

Agora, partir para especulações mentais sobre a identidade macho/fêmea e novos conceitos em vez de velhos sem ver que são mais pré-conceitos novos, pré-conceitos novos contra os velhos e as mesmas ideias só que por sinal invertidas porque a “religião” agora é a do sexo…pelo sexo e é aí que o fanatismo da moda e do consumo se exacerba, assim como todas as violências psíquicas e físicas!  

Não! Não, não se constrói nem fabrica um 3º Sexo...não se fabrica nem constrói por mão humana aquilo que a VIDA teceu nas nossas células, no nosso coração misterioso...e em todos os seres EXISTE a possibilidade de TRANSCENDÊNCIA, de elevação, de saída, de metamorfose INTERIOR...de Mutação interior, de complementação do Ser…de integração dos pólos opostos, de Amor interior, de ligação com o Cosmos. Mas nunca poderemos atingir o nosso cerne, nem o cerne da questão se não for a nível da CONSCIÊNCIA ONTOLÓGICA.

NÃO HÁ UM 3º SEXO. Há um 3º caminho, uma 3ª Visão, há o ESPÍRITO, há a Alma que redimensiona a vida e o SER e não apenas esta vivência de loucos, só física, de corpo sexo e mente... A resposta não está no corpo! Quem não tem problemas de identidade - TODOS TEMOS OU NÃO? Então devemos começar por procurar dentro de nós a chave e não destruir ou construir um novo corpo... Nós não somos deuses...não somos os criadores...fazemos parte de plano onde tudo se cria e se transforma e morre naturalmente…
Há porém alquimicamente mutações da espécie, naturais e legítimas, a questão do ANDÒGINATO SIM, é uma delas através da UNIÃO DOS DOIS EM UM, um trabalho interior de transformação do nosso ADN, como há esse ser iluminado e transfigurado que responde a todos os dramas e insuficiências do humano “imperfeito” que ainda não despertou para si mesmo...mas nunca esteve tão próximo disso…
As leis da natureza e a ordem do Cosmos não permitem a mão humana interferir de fora para dentro,  a não ser pela destruição de tudo o que a mão do homem já destruiu e quer ainda destruir, a começar pelo próprio homem e de todas as maneiras mas isso não é a resposta nem nunca foi aos problemas do SER HUMANO, mas do Homem como força bruta a impor a desconstrução dessa ordem em função do seu egoísmo e primarismo, pela ambição e poder material. E nisto tudo foi a Mulher a primeira a ser desconstruída...e esta torna-se  a questão fundamental porque a Mulher é a Mãe do homem e é essa Mulher que se tem de resgatar pois só a verdadeira MULHER essa sim, a Mulher integral, Mãe e Amante, poderá salvar o homem de tanta alienação e perda de identidade.

Agora, se OS GAYs criaram a moda feminina e fizeram da mulher essa coisa que eles querem ser...sim, se eles são os seus autores e repercussões em todo o mundo...é "justo" que agora queiram ser eles os protagonistas dessa invenção...estão no seu direito. Mas deixem as mulheres em paz e de uma vez por todas. Sejam trans e tudo, tudo, mas TUDO o que tem “direito”, mas NÃO MULHERES! Porque isso, eles não sabem nem sonham o que seja!

rosaleonorpedro

terça-feira, julho 03, 2012

MULHER COM PAISAGENS DENTRO...



TRÊS EXCERTOS DE O OVO E A GALINHA
(...)

“Faço parte da maçonaria dos que viram uma vez o ovo e o renegam como forma de protegê-lo. Somos os que se abstêm de destruir, e nisso se consomem. Nós, agentes disfarçados e distribuídos pelas funções menos reveladoras, nós às vezes nos reconhecemos. A um certo modo de olhar, há um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor. E então, não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade, também não é necessário dissimular. Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio, por isso não envaidece, amor não é prêmio, é uma condição concedida exclusivamente para aqueles que, sem ele, corromperiam o ovo com a dor pessoal. Isso não faz do amor uma exceção honrosa; ele é exatamente concedido aos maus agentes, àqueles que atrapalhariam tudo se não lhes fosse permitido adivinhar vagamente.”

 (...)

 ...“viver é extremamente tolerável, viver ocupa e distrai, viver faz rir.

 E me faz sorrir no meu mistério. O meu mistério é que eu ser apenas um meio, e não um fim, tem-me dado a mais maliciosa das liberdades: não sou boba e aproveito. Inclusive, faço um mal aos outros que, francamente. O falso emprego que me deram para disfarçar a minha verdadeira função, pois aproveito o falso emprego e dele faço o meu verdadeiro; inclusive o dinheiro que me dão como diária para facilitar a minha vida de modo a que o ovo se faça, pois esse dinheiro eu tenho usado para outros fins, desvio de verba, ultimamente comprei ações na Brahma e estou rica. A isso tudo ainda chamo de ter a necessária modéstia de viver. E também o tempo que me deram, e que nos dão apenas para que no ócio honrado o ovo se faça, pois tenho usado esse tempo para prazeres ilícitos e dores ilícitas, inteiramente esquecida do ovo. Esta é a minha simplicidade.”
(...)

"Mas durmo o sono dos justos por saber que minha vida fútil não atrapalha a marcha do grande tempo. Pelo contrário: parece que é exigido de mim que eu seja extremamente fútil, é exigido de mim inclusive que eu durma como justo. Eles me querem preocupada e distraída, e não lhes importa como. Pois, com minha atenção errada e minha tolice grave, eu poderia atrapalhar o que se está fazendo através de mim. É que eu própria, eu propriamente dita, só tenho mesmo servido para atrapalhar. O que me revela que talvez eu seja um agente é a idéia de que meu destino me ultrapassa: pelo menos isso eles tiveram mesmo que me deixar adivinhar, eu era daqueles que fariam mal o trabalho se ao menos não adivinhassem um pouco; fizeram-me esquecer o que me deixaram adivinhar, mas vagamente ficou-me a noção de que meu destino me ultrapassa, e de que sou instrumento do trabalho deles. Mas de qualquer modo era só instrumento que eu poderia ser, pois o trabalho não poderia ser mesmo meu. Já experimentei me estabelecer por conta própria e não deu certo; ficou-me até hoje essa mão trêmula. Tivesse eu insistido um pouco mais e teria perdido para sempre a saúde. Desde então, desde essa malograda experiência, procuro raciocinar desse modo: que já me foi dado muito, que eles já me concederam tudo o que pode ser concedido; e que os outros agentes, muito superiores a mim, também trabalharam apenas para o que não sabiam. E com as mesmas pouquíssimas instruções. Já me foi dado muito; isto, por exemplo: uma vez ou outra, com o coração batendo pelo privilégio, eu pelo menos sei que não estou reconhecendo! Com o coração batendo de emoção, eu pelo menos não compreendo! Com o coração batendo de confiança, eu pelo menos não sei."
(...)

clarice lispector