O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 30, 2022

Ossianis - Arte Onírica Etérea - V1. Princesa do Lago de Lys.

Quanto custa a busca da felicidade ?



DANÇAR EM PONTAS...


Todos/as nós de uma maneira geral, achamos que temos de ser felizes, buscamos o prazer e tendemos a ir apenas ao encontro das chamadas "coisas boas"...das coisas bonitas, das coisas agradáveis...e com isso, devido a uma cultura/religião, a meu ver totalmente hipócrita e falsa, esquecemos e omitimos o verdadeiro ou desviamo-nos das coisas complicadas e difíceis, do que está por detrás das aparências do que é belo… 
Com esta estranha perseguição da "felicidade prometida" como de um oásis no deserto, tod@s nós nos demitimos das coisas complexas e profundas ou problemáticas, paradoxais, nomeadamente da nossa Sombra e tudo o que concerne o nosso inconsciente porque é perigoso ver a realidade e por isso guardamos a 7 chaves os nossos segredos e dores e misérias...como fazemos com tudo o mais que não nos agrada aos olhos e varremos para debaixo do tapete julgando que com isso avançamos e estamos a ir ao encontro de deus do céu...ou dessa felicidade sempre longínqua e fugaz, ou em termos mais religiosos, vamos em busca de luz e de paz?
Vamos na onda de tudo o que é leve e que nos promete virgens no céu ou a felicidade ilusória que as religiões e o comércio vende...e nós compramos tudo a alto preço pelo que são os nossos desejos de amor e alegria e beleza, raramente alcançadas. 
Ah, somos assim modelados e condicionados a não ver o que sangra... por detrás de todos os esforços em vão para sermos felizes!
Sim, dançamos em pontas sobre o nosso sofrimento e o dos outros… num mundo inventado!
rlp


de que tendes vós orgulho, ó gentes?...



"O olhar de um bicho comove-me mais profundamente que um olhar humano. Há lá dentro uma alma que quer falar e não pode, princesa encantada por qualquer fada má. Num grande esforço de compreensão, debruço-me, mergulho os meus olhos nos olhos do meu cão: tu que queres? E os seus olhos respondem-me e eu não entendo... Ah, ter quatro patas e compreender a súplica humilde, a angustiosa ansiedade daquele olhar! Afinal... de que tendes vós orgulho, ó gentes?..."


FLORBELA ESPANCA - Diário


"Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse..."



O FIM DE QUÊ?

"Orwell nos alertou sobre um mundo em que os livros eram banidos. Huxley nos alertou sobre um mundo em que ninguém queria ler livros. Orwell nos alertou sobre um estado de guerra e medo permanentes. Huxley nos alertou sobre uma cultura de prazeres do corpo."



Novo Ano

"Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra. Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada; peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em colectividades emocionais; guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz. Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano ...para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas; energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afectivo é mais forte do que a acção; paz para os homens de boa e de má vontade."

 
(31 de Dezembro de 1979)
Agustina Bessa-Luís, in 'Caderno de Significados'


segunda-feira, dezembro 19, 2022

QUE REALIDADE?

O OCIDENTE E O ORIENTE...
(Estes textos foram escritos quando os talibans tomaram o poder)

De repente toda as mulheres que se acham "conscientes" (de quê, pergunto?) embalaram no drama – sim, a tragédia das mulheres afegãs...
Sim, o que se vai passar no Afeganistão (nada de novo) é dramático e terrivel mas é incontornável face a uma realidade milenar arreigada e miséria total e está totalmente fora das nossas mãos fazer o que quer que seja pelas suas mulheres em perigo... e esta questão só serve mesmo para nos afastar da NOSSA REALIDADE AGORA, aqui, neste continente, pois nos estão a desviar de todo o nosso drama real humano e familiar e as pessoas obcecadas com os Midea nem sequer percebem das manobras mundiais de domínio das sociedades e aquela que vai ser a nova invasão migratória, mais um vez, em nome da solidariedade, vamos acolher nas nossas famílias os refugiados afegãos… Serão mesmo refugiados? Não há mulheres nas imagens, nada de mulheres. Nada de mulheres nos aviões... nada de crianças nos aviões... apenas homens jovens... robustos, que virão minar o ocidente de fundamentalismo islâmico e que nas primeiras levas atacaram as mulheres e as violaram na Europa onde são acolhidos como irmãos... caso da Suécia e Dinamarca…

Eu sei por mim, sou sempre solidária num primeiro impulso – se eu pudesse -  convidar uma mulher afegã como se fosse uma guerra e acolhê-la na minha casa…mas depois vi a manobra e vi que tudo já estava previsto, que o que aconteceu faz parte da manobra mundial de controlo das pessoas… E vi que se insere na perfeição na continuação da crise pandémica e manipulação mediática mundial: criar mais terror e medo ao mesmo tempo que disfarça a perda das nossas próprias liberdades e inseguranças. Que ingénuas que somos nós as mulheres cheias de bondade no coração mole…que pena elas têm do inimigo das mulheres – o Islão e os seus seguidores. Vão-lhe abrir as portas e talvez esse coração…e receberão punhaladas e pedradas na cara!
Não, não há mudança nem milagres para os fundamentalistas… nem para os cristãos. Chegamos ao fim da linha. Só uma consciência individual e do feminino integrado nos pode salvar do desaparecimento da Mulher!
Mas as mulheres são cegas e não querem ver nada desta realidade – elas querem sonhar – e assim vejo essas mulheres do feminino sagrado e da dita espiritualidade todas elas viradas agora para um pais longínquo e desconhecido onde o poder patriarcal é total e não há qualquer possibilidade de mudança – e que nós aqui não temos qualquer poder de intervenção. Mas lá vem aquela veia revolucionária idealista e fazem do tema a sua principal acção… como se a opressão secular – com intervalos de décadas as vezes - que essas mulheres sofrem tivesse mudado alguma coisa senão para meia dúzia de mulheres privilegiadas e AGORA todas falam das burkas e das pobres afegãs que vão perder a pouca liberdade que adquiriram neste anos... e nem sequer sonham ou pensam que daqui a poucos anos - 5 ou 6, no máximo uma década, são elas, elas mesmas, ou as suas filhas e netas, as mulheres livres da Europa que vão ser perseguidas e obrigadas a andar de mordaça e burka... porque agora apenas cairam como sempre na armadilha do Sistema politico e do politicamente correcto.
Se as mulheres conscientes de si se focassem no trabalho da sua liberdade humana e individual na sua vida de todos os dias não se identificariam tanto com uma causa que não lhes é acessivel. Não porque não seja uma injustiça e uma grande dor de alma ver e saber o que elas passam, mas porque CORREMOS TODAS O RISCO DE EM BREVE ESTARMOS NA MESMA SITUAÇÃO QUE ELAS…

NÃO ESQUECEMOS: 
Há alguns anos a ONU entregarou de bandeja a "defesa dos direitos das mulheres" aos árabes...agora entregam as mulheres aos talibans...
"Regresso dos talibãs ao poder põe em perigo os direitos readquiridos pela população do sexo feminino, nos últimos anos, mas também a sua segurança.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, revelou preocupação com as mulheres e meninas do Afeganistão, depois de os talibãs terem ocupado, este domingo, a capital, Cabul, tomado o poder e preparem-se para decidir o destino do país.
“O secretário-geral está particularmente preocupado com o futuro das mulheres e das meninas, cujos direitos duramente adquiridos devem ser protegidos”, disse a ONU este domingo num comunicado, citado pela agência Lusa.
O líder da ONU apelou à “à maior contenção” entre todas as partes afegãs, na sequência da entrada em Cabul dos extremistas islâmicos, e para que permitam que os trabalhadores humanitários tenham acesso ao país "sem entraves para fornecer em tempo útil uma assistência que é essencial para salvar vidas”.
rlp

É verdade, não consigo deixar de pensar nas mulheres afegãs...na agonia de morte que é para algumas milhares de mulheres que tiveram o cheiro da liberdade (condicionada sempre) durante alguns anos e criaram a mesma ilusão do mundo ocidental, acreditando na Democracia...que afinal é bem falivel! E que para nós está em queda. Sim, mas nós mantemos essa ilusão do mundo ocidental em que achamos que se vive livre quando se trata de uma falsa liberdade, mas ainda assim, sem duvidas temos algumas vantagens sobre elas pela liberdade de ser e de escolha...
Sem duvida tenho a certeza de que muitas de vocês sentem o mesmo, dava vontade de acolher e abraçar algumas dessas mulheres...ou então fazer um exercito de mulheres oprimidas e em perigo de vida - como li por ai, sobre a necessidade de evocar todos os arquétipos e historias de mulheres guerreiras que lutaram pelas suas vidas - e neste caso lutar contra os talibans...e lembrei-me das mulheres curdas que se alistaram e combatem em grande numero violentamente o inimigo e são realmente selvagens... Elas vivem em condições tremendas, mas unidas porque foram duramente punidas e violadas por eles e algumas quase mortas, e por isso não tem medo de nada e estão dispostas a perder a sua vida que de facto não vale nada naqueles paises... 
O que eu duvido é que as mulheres ocidentais urbanas e idealistas possam fazer o mesmo... porque nunca o fizeram e continuam oprimidas e submetidas aos homens embora de formas diferentes das árabes...
Sem duvida que o sofrimento das mulheres afegãs, as jovens e as que de alguma maneira se expuseram durante estes anos, agora correm riscos de morte e violação e morte, e que isso nos toca a nós e angustia e é um ultraje...Eu não quero desmotivar "as guerreiras portuguesas" tão enfáticas da sua luta ...mas não podemos esquecer que estamos num limiar qualquer em que não sabemos exactamente o que nos vai acontecer a nós mulheres ocidentais... não percebemos que já perdemos 50 % da nossa liberdade e direitos civicos e que estamos manietadas e a obedecer a um estado anormal de situação caotica e abusiva...
Onde iremos parar aqui na Europa, sim, daqui a uns  aninhos? . 
rlp

domingo, dezembro 18, 2022

SINTO-ME BORBOLETA...



O REI VAI NU

José António Saraiva

Os ‘provincianos’ aprenderam novas palavras...

Para estas pessoas, a questão do ‘género’ apresentou-se como uma ótima oportunidade para se mostrarem modernas e informadas.
Como aquelas pessoas que começaram a dar um beijo em vez de dois, para imitarem as elites.
Os ‘provincianos’ aprenderam novas palavras. Além de ‘género’ passaram a usar termos como ‘inclusão’, ‘binário’ e ‘não binário’, etc.
Ora, juntando estes ‘provincianos’ aos militantes partidários, já era mais gente – e gente ativa, no caso destes últimos.
Mas não era tudo.
Como acontece com frequência nestas situações em que surgem ideias revolucionárias, há os que têm receio de as afrontar, temendo ser atacados, ridicularizados, acusados de reacionarismo, de ignorância. Ou não querem parecer old fashion. E acabam por seguir a moda, mesmo discordando dela ou não a compreendendo.
E, somando estes aos outros, o grupo já é muito grande. São os profissionais da confusão, são os provincianos que os imitam, são os que têm receio de se manifestar.
E assim, um fenómeno que partiu de uma pequena minoria acaba por se impor à maioria.
A bem dizer, só os mais corajosos e mais convictos, os que têm coragem de pensar pela sua cabeça e não têm medo de falar, ousam contestar hoje a ‘ideologia de género’.

Quanto aos outros, só quando ouvirem os seus filhos dizer em casa que querem ser outras pessoas, que estão infelizes com o sexo que têm e querem trocar, que não querem ser tratadas por João ou Inês mas por Manuela ou Ricardo, que não querem vestir calças mas saia e usar soutien, é que perceberão a loucura a que a ideologia de género conduziu.
Só aí perceberão o crime que representa lançarem-se dúvidas existenciais na cabeça de crianças e adolescentes.
E talvez aí os provincianos reajam, os medrosos percam o medo, e todos gritem em conjunto: «O Rei vai nu!».
Quanto aos ideólogos e aos profissionais da confusão, rebentarão de gozo a assistir a estas cenas.

sábado, dezembro 17, 2022

UMA MULHER ÁRABE - ELA MATOU XERAZADE



O REGRESSO DE LILITH
(excertos)
DE Joumana Haddad - uma MULHER ÁRABE

(DEDICADO A TODAS AS MULHERES ÁRABES)

Eu sou Lilith, a deusa das duas noites, que regressa do exílio. Sou Lilith, a mulher-destino. Nenhum macho pode escapar à minha sorte, e nenhum macho lhe quererá escapar.
Eu sou as duas luas Lilith. A negra é complementada pela branca, pois a minha pureza é a centelha do deboche e minha abstinência, o princípio do possível. Eu sou a mulher-paraíso, que caiu do paraíso, sou a arrasa-paraísos.
Sou a virgem, rosto invisível da devassa, a mãe-amante e a mulher-homem. A noite porque eu sou o dia, o lado direito porque sou o lado esquerdo, e o Sul porque sou o Norte.
Eu sou Lilith dos seios brancos. Irresistível é o meu encanto, pois os meus cabelos são negros e longos e de mel os meus olhos. Diz a lenda que fui criada a partir da Terra para ser a primeira mulher de Adão, mas não me submeti.
Sou a mulher-festa e os convidados da festa. Feiticeira alada da noite é o meu apelido, e sou deusa da tentação e desejo. Chamaram-me patrona do prazer gratuito e da masturbação, liberta da condição de mãe para ser o destino imortal.
Eu sou Lilith, que retorna da masmorra do esquecimento branco, leoa do senhor e deusa das duas noites. Recolho na minha taça o que não pode ser recolhido, e bebo-o pois sou a sacerdotisa e o templo. Esgoto todas as intoxicações para que não acreditem que eu posso beber. Faço amor comigo mesma e e reproduzo-me para criar um povo da minha linhhagem, depois mato os meus amantes para dar espaço àqueles que ainda não me conheceram.
Regresso do calabouço do esquecimento branco para quem ainda me não conhece, volto para marcar lugar e para que não creiam que eu posso beber, da brancura do esquecimento para enraizar a vida e para que o número cresça, para matar os meus amantes eu regresso.
Eu sou Lilith, a mulher-floresta. Não vivi uma espera desejável, mas sofri os leões e as espécies puras de monstros. Fecundo todas as minhas costas para construir a história. Agrego as vozes nas minhas entranhas para que o número de escravos esteja completo. Como o meu próprio corpo para que me não tratem como faminta e bebo a minha água para nunca sofrer a sede. As minhas tranças são longas no inverno, e as minhas malas não têm tecto. Nada me satisfaz, nem me sacia, e eis que regresso para ser a rainha dos perdidos no mundo.
Sou a guardiã do bem e do encontro dos opostos. Os beijos no meu corpo são as feridas de quem tentou. Da flauta das duas coxas sobe o meu canto, e do meu canto a maldição espalha-se em água sobre a terra.
Sou Lilith, a leoa sedutora. Mão de cada servidor, janela de cada virgem. Anjo da queda e consciência do sono leve. Filha de Dalila, Maria Madalena e das sete fadas. Nenhum antídoto para a minha condenação. Da minha luxúria, erguem-se as montanhas e abrem-se os rios. Venho de novo para furar com as minhas ondas o véu do pudor, e para limpar as feridas da falta com o perfume do deboche.
Da flauta das duas coxas sobe o meu canto
E da minha luxúria abrem-se os rios.
Como não poderia haver uma maré
de cada vez que entre os meus verticais lábios brilha um sorriso?
Porque eu sou a primeiro e a última
A cortesã virgem
O medo cobiçado
A adorada desprezada
E a velada desnuda
Porque eu sou a maldição do que precede,
O pecado desaparecido dos desertos quando abandonei Adão.
Ele andou aqui e ali, quebrou a sua perfeição.
Desci-o à terra e acendi para ele a flor da figueira.
Eu sou Lilith, o segredo dos dedos que insistem. Quebro caminhos divulgo sonhos rebento as cidades do macho com o meu dilúvio. Não reuno dois de cada espécie na minha arca Em vez disso, volto a eles, para que o sexo se purifique de toda a pureza.
Eu, versículo da maçã, os livros escreveram-me, ainda que não me tenham lido. Prazer desenfreado esposa rebelde o cumprimento da luxúria que leva à ruína total. Na loucura se entreabre a minha camisa. Os que me escutam merecem morrer, e aqueles que me não escutam morrerão de despeito.
Eu não sou nem a rebelde nem a égua fácil.
Antes o desvanecer do pesar último.
Eu Lilith o anjo devasso. Primeira fuga de Adão e corrompidora de Satanás. O imaginário do sexo reprimido e o seu mais alto grito. Tímida pois sou a ninfa do vulcão, ciumenta pela doce obsessão do vício. O primeiro paraíso não pôde suportar-me. E caçaram-me para que eu semeie a discórdia na terra, para que governe nos leitos os assuntos dos meus sujeitos.
Sorte dos conhecedores e deusa das duas noites. União do sono e do despertar. Eu, o feto-poetisa, ao perder-me ganhei a vida. Regresso do meu exílio para ser a esposa dos sete dias e as cinzas do amanhã.
Eu sou a leoa sedutora e volto para cobrir as submissas de vergonha e para reinar sobre a terra. Venho para curar a costela de Adão e liberar cada homem da sua Eva.
Sou Lilith
Regresso do meu exílio
Para herdar a morte da mãe a que dei vida.

Joumana Haddad


"NÃO ME SINTO BEM NA MINHA PELE? "

 

NÃO É UMA QUESTÃO DE PELE...
É UMA QUESTÃO DE ALMA! E QUEM A TEM...

Como está escrito nos Upanishades - (o livro mais antigo do mundo)

"A ALMA não é um homem nem uma mulher, nem o que não é homem nem mulher. Quando a alma toma a forma de um corpo , fica limitada por esse corpo. (...)
A qualidade da alma determina o seu futuro corpo: terreno ou aéreo, pesado ou leve. Os seus pensamentos e acções podem levá-lo a liberdade , ou conduzi-lo à escravidão , vida após vida."


O tema trans é demasiado complexo e controverso, mas queria escrever sobre ele e como as mulheres do Sistema, intelectuais e feministas se confundem com o que acham ser o Feminino e a Mulher e ainda falando de uma ESSÊNCIA-alma que de si desconhecem uma vez que desconhecem a mulher integral, e lidam apenas com a mulher fragmentada e por isso ninguém se entende e se discutem intelectualmente conceitos e filosofias e nenhuma mulher acerta na verdadeira essência do FEMININO porque ESSA MULHER não existe A MULHER VERDADEIRA NÃO EXISTE! Como não existe o homem...

Mas aqui interessa-me a Mulher porque essa MULHER que a sociedade retrata e define como mulher, não é a Mulher integrada nem a mulher plena. E este aspecto da sua integralidade, relacionado com o Principio Feminino, e que foi escamoteado e ignorado pelo patriarcado é hoje ignorado pelas mulheres, que desconhecem a sua própria divisão e fragmentação, está a dar aso a maior mistificação do que é ser mulher chegando ao ponto mais aberrante e dramático de negar a sua verdadeira essência.
A sexualidade falocrática de facto erotizou a mulher em função exclusiva do acto sexual e este se basear apenas na penetração (e procriação), sem lhe permitir a descoberta sensual do seu próprio erotismo ou corpo... e como ele é extensivo a outras formas de erotismo e que o orgasmo não é só genital... Vejo-as totalmente presas desse conceito - falo-depednentes, diria e incapazes de se imaginarem eroticas em si mesmas...desfrutarem do seu próprio prazer de ser, SENTINDO-SE INTIMAMANETE, despertas pela sua própria sensualidade de mulheres sensiveis da cabeça aos pés...na descoberta do seu corpo de desejo e mesmo sem ser sexualmente ou mesmo que não se toquem ou se masturbem.
Conheço mulheres modernas que não concebem senão o coito tradicional e outras que ousam responder as apetências homossexuais dos maridos e amantes, (através do uso de artefactos...fálicos), mas dizer como a autora lésbica e feminista que uma mulher por ter orgasmos com um homem está a colaborar com o Sistema patriarcal, é ser tão opressora e redutora como o é o Sistema que força a mulher a ter só relações com o homem e que preconizou como unica forma de "realização" sexual...

Porém, o que eu contraponho a esta senhora, que parece um "homem"? (e o que é ser homem e ser mulher ao fim e ao cabo?) Por mim direi que ser-se MULHER é ser inteira, feminina na sua essência e desfrutar do seu corpo e do seu prazer seja com homens seja com mulheres... desde que seja fiel a si mesma e CONSCIENTE DA SUA ESSÊNCIA E DA SUA LIBERDADE. 

Deixo algumas das controvérsias destas intelectuais que defendem a mulher, mas sem saber o que é de facto uma MULHER em si mesmas...
rlp

 
 
"Na Universidade de Melbourne, onde Jeffreys trabalhou até sua aposentadoria em maio de 2015, anunciou seus serviços como uma especialista em um número de disciplinas:
Em uma entrevista, Julie Bindel explica que Jeffreys acredita que a cirurgia de redesignação sexual "é uma extensão da indústria da beleza, oferecendo soluções cosméticas a problemas mais profundamente enraizados" e que em uma sociedade sem gênero, isso seria desnecessário.[6] Jeffreys apresentou estas opiniões em vários fóruns. Em 1997, o artigo no Jornal de Estudos Lésbicos, por exemplo, Jeffreys afirmou que "o transexualismo deve ser visto como uma violação dos direitos humanos." Jeffreys também argumentou que "a grande maioria das transexuais ainda subscrevem o estereótipo tradicional de mulher" e que por transição medica e social, as mulheres trans são "a construção de uma fantasia conservadora de como as mulheres devem ser. Eles (sic) estão inventando uma essência da feminilidade que é profundamente insultuosa e restritiva."[8]
As opiniões de Jeffreys sobre estes temas têm sido contestadas por ativistas transgênero. Roz Kaveney, uma mulher trans e crítica de Jeffreys, escreveu no The Guardian que Sheila Jeffreys e feministas radicais que compartilham de seus pontos de vista "agem como um culto." Kaveney comparou o desejo de proibição da cirurgia de redesignação sexual dita por Jeffreys ao desejo de proibir o aborto da Igreja Católica, argumentando que ambas as propostas trazem negativas "implicações para todas as mulheres." Finalmente, Kaveney criticou Jeffreys e apoiadores por suposto "anti-intelectualismo, a ênfase nos conhecimentos inatos, fetichização de pequenas diferenças ideológicas, caça a heresia, teorias da conspiração, retórica, uso de imagens de nojo, falar de facadas pelas costas e apocalipsismo romântico."[9]
Em abril de 2014, no Gender Hurts: A Feminist Analysis of the Politics of Transgenderism, um livro coescrito por Jeffreys com Lorene Gottschalk, foi publicado. Timothy Laurie argumentou que a formalização da dinâmica social entre homens e mulheres no livro em termos de "estratégias" e dividendos" arrisca-se "confundindo a continuação da existência da desigualdade de trocas econômicas (bem documentado por R. W. Connell) com as menos previsíveis, mas igualmente importante, lutas sobre o que é denominado de 'masculino' e 'feminino' e para os fins coletivos.".[10]
Em maio de 2014, Judith Butler falou sobre as visões de Jeffreys de que a cirurgia de redesignação sexual é diretamente política.[11] Em uma entrevista, Butler respondeu a noção de Jeffreys de que a cirurgia de redesignação é um componente de controle patriarcal. Ela afirmou que "há um problema com essa visão da construção social é que ela sugere que o que as pessoas trans sentem sobre o que seu gênero é, e deve ser, é "construído" e, portanto, não é real. E, então, a polícia feminista aparece..."[12]
Jeffreys, declarou no programa de rádio "Sunday Night Safran" de 2014 na ABC Radio que "as mulheres transgênero são "homens homossexuais que não sentem que podem ser homossexuais em corpos de homens" ou "homens heterossexuais que têm um interesse sexual em se vestir com roupas de mulher e ter a aparência de mulheres", provocando críticas de membros das comunidades indígenas e comunidades trans por racismo e transfobia.[13][14]

quando a mulher perder o medo de si...



terça-feira, dezembro 06, 2022

O RETROCESSO CULTURAL E HISTÓRICO EM CURSO...



A ESTAGNAÇÃO HUMANA E A ALIENAÇÃO DA MULHER DE SI MESMA


Penso que as pessoas e sobretudo as mulheres, neste particular momento da história da humanidade que estamos atravessar, estão mais perdidas do que nunca nesta luta absurda de opiniões e ideias superficiais, como se se tivesse registado um retrocesso ou estagnação de uma vontade e abertura de coração que as impelia para a frente...
Tudo parou e não só…houve um retrocesso cultural e espiritual ao nível das diferentes manifestações de busca de verdade sobre o feminino e o sagrado.
O medo e a dúvida criado pela instabilidade social e o medo de um perigo de vida, accionada pelos Midea de maneira manipuladora e aterradora, estão a destruir os movimentos e a liberdade das pessoas em todas as esferas de comunicação. Mas são as mulheres as mais atacadas e as mais susceptiveis de serem dominadas pelo medo difundido pelos midea e televisões, porque tem ainda esse registo atávico do medo dentro delas. São elas pois as mais reactivas e reaccionárias a qualquer opinião diferente e as primeiras a atirar pedras ao vizinho ou a bruxa... Fazem-no agarrando-se ao lugar comum da mente ordinária que domina e rege as populações, fechando-as num circuito viciado e obscuro, - a mente colectiva - em que o medo da morte e do sofrimento foi activado nesta pandemia mental, em que agora todos os seres humanos estão mergulhados como debaixo de uma egrégora de ódio e desconfiança uns dos outros, como em qualquer guerra. Só que aqui ninguém sabe quem é o inimigo… sendo o “bicho” passível de invadir qualquer pessoa é o que “pensam” as massas acéfalas, toda a gente se torna perigosa e alvo a abater…
Onde está neste momento a evolução da consciência do ser Mulher (ou do homem) e a dimensão do ser espiritual e a fraternidade ou a sororidade?
rlp


QUAL É A NOSSA REALIDADE?

A mim o que mais me espanta ainda é ver como as mulheres não conseguem ter discernimento entre o que é a realidade das suas vidas, quem são de facto e o que vivem no dia a dia, e as idealizações que fazem sobre elas. Elas preferem continuar a seguir ideias e idealizações sobre a sua vida do que a encarar fria e cruamente e perceber o que lhes falta ou o porquê dessa disparidade. Porque há uma disparidade incrivel entre as circunstâncias das suas vidas e aquilo que leem e escrevem sobre elas... ou mesmo que não digam nada. Elas continuam a alimentar a ideia da mulher assim ou assado e não veem o que de facto vivem na prática e como estão longe de viver e experimentar aquilo que dizem ou apregoam aos quatro ventos...
Penso que este é um dos maiores dramas das mulheres no nosso tempo e dos homens também ao fim e ao cabo... Viver uma completa distorção do seu ser real e alimentar avatares de todo o tipo - que vão desde a imagem ficticia de si, à criação de super-egos disto ou daquilo ou imagens de si tão fabulosas e que nada têm a ver com a dita realidade de cada um/a... um dos maiores problemas das mulheres e homens claro, é o desfasamento que vivem entre as suas idealizações e projecções e a realidade de cada um...Dai o desfasamento psíquico e os desequilíbrios emocionais, as doenças psiquicas - neuroses e depressões, paranoias diria mesmo esquizofrenia, etc. - e toda a loucura a que assistimos com as novas ideologias de género e enfins... e por isso o caos e a guerra dominam o mundo.
rlp

A necessidade de construir um futuro.



MULHERES
 
Reajam!
Revelem-se !
Revertam e mudem verdadeiramente o mundo real!
Para os vossos fundamentos mais profundos!
Arranquem as teias de aranha que o sistema teceu nas nossas mentes e sonhem uma nova realidade, uma nova humanidade.
Não se conformem simplesmente a ser iguais aos homens e a tomar as suas posições.
Sejam melhores, liderem a mudança que a humanidade necessita .
Pois vocês são a última esperança ...
E fazê-lo é o vosso dever.*

 


A ARMADILHA DA IGUALDADE...


"Qual tem sido a maior queixa das mulheres para defender seus direitos? Igualdade. Ou seja, o acesso livre aos cargos e funções que os homens ocupam no sistema. Seja parte do sistema corrupto e desastroso, em maior medida, criado pelo próprio sexo masculino.
Um mundo selvagem, violento, injusto, perverso como uma máquina fria e metódica que destrói tudo no caminho, nas asas de ideologias políticas absurdas, crenças religiosas ou ganhos económicos. Longe de tentar transformar este mundo vil às suas raízes, para destruir as estruturas psíquicas que causam sérios danos ao próprio sexo feminino desde tempos imemoriais, a grande reivindicação da mulher tem sido tornar-se uma grande peça desse mecanismo, tal como o homem o é.
Apenas isso.
Ser uma parte da máquina, simplesmente.
Isso é o que realmente representa a chamada "igualdade de género ".
E, chegando aqui, devemos nos perguntar por que o sexo feminino se contenta com tão pouco?
Por que não tem focado os seus esforços em derrubar as estruturas injustas do sistema, criando novos conceitos, radicalmente diferentes, muito mais desenvolvido e profundo?
Em suma, porquê que a mulher não se tem esforçado para criar e liderar um mundo radicalmente novo e melhor?
Criar e liderar um novo mundo. Isso representaria uma nova esperança para a raça humana, tão cega e perdida nestes dias.
Sem dúvida, alguns irão argumentar que para mudar o mundo as mulheres devem incorporar antes os cargos da sua gerência. Mas isso é uma falácia completa. Porque é justamente aí que está a armadilha. Como vimos, o poder transformador só vem dos grupos oprimidos que lutam para mudar as coisas e sonhar com novas realidades, ser utópica.
A necessidade de construir um futuro.
No entanto, a promessa de igualdade não abriga ao sonho de novas realidades.
Na verdade serve para matar esse sonho realmente profundo e reforçar as realidades existentes como únicas opções possíveis.
E a igualdade de género, uma vez alcançada, efectivamente eliminou a necessidade de essa transformação porque, presumivelmente, termina com a opressão que gerou essa necessidade.
Esse foi o grande sistema de armadilha para abortar a grande revolução das mulheres que poderia ter mudado a humanidade para sempre.
E com isso perdemos provavelmente a última chance de faze-lo.
Porque todos nós sabemos que uma mulher pensa e sente diferente do homem.
Experimentando coisas que um homem não pode jamais compreender.
Existe entre ambos os sexos uma enriquecedora e profunda diferença, tanto a nível biológico como a nível psicológico.
Um património natural inestimável.
No entanto, parece que o sexo feminino renunciou a estas valiosas diferenças, à sua forma particular de sentir e compreender o mundo e tornou-se também um homem, juntando-se, da mesmíssima forma que ele, à máquina do sistema.*

* in GAZZETTA DEL APOCALIPSIS 2014

quinta-feira, dezembro 01, 2022

REALIDADE E ESPIRITUALIDADE



O ÓDIO AO QUE HÁ DE MAIS FEMININO...
 
“As mulheres encarnam o desejo sem limites, e os homens temem não poder satisfazê-las. Aos olhos deles, o feminino das mulheres surge como uma reprovação potencial, desencadeia um processo de castração contra o qual os homens se rebelam. Eles não toleram as mulheres senão quando já mataram o que há de feminino nelas e as reduziram a seu status de esposa e mãe.
Nesses dois estados, a sexualidade feminina deixa de ser perigosa: confinadas à casa, pertencentes a um macho, reduzidas a assegurar a educação das crianças no lar, com uma jornada dupla de trabalho, elas não têm mais tempo ou oportunidade de ter desejo imperioso. São essas angústias de castração sublimadas que geram a codificação religiosa. E o monoteísmo é insuperável no ódio ao que há de feminino na mulher e na celebração da virgem ou da esposa que gera filhos”.

- Michel Onfray

Masculino e feminino:

Ambos os gêneros precisam de um masculino bem diferenciado e um feminino bem diferenciado. As estruturas de poder do patriarcado feriram profundamente ambos, tornando as relações maduras quase impossíveis sem trabalho psíquico duro. Como cultura, estamos atualmente presos nos complexos parentais. Muitas mulheres trabalharam durante anos tentando encontrar sua própria identidade, livres dos complexos mãe e pai. Os homens também estão trabalhando para encontrar seus próprios valores sentindo, valores que não dependem de agradar ou odiar Mãe e Pai e tudo o que eles representam.
Masculino e feminino:
Embora estas palavras não sejam sinónimos de homem e mulher, elas carregam inquestionavelmente conotações que estão tão enraizadas em nossas psiques que nós, consciente e inconscientemente, reagimos a elas com preconceitos de gênero antigos. Seria um grande alívio esquecer as palavras, mas o fato é que o equilíbrio de energias no sonho não pode ser compreendido sem o reconhecimento da interação entre as figuras masculinas e femininas.
As imagens dos sonhos estão enraizadas nos instintos. Esta interação promulga o equilíbrio ou a falta de equilíbrio entre as duas energias complementares que se relacionam continuamente entre si dentro de nós e sem, continuamente, lutar para compensar o mundo unilateral da consciência.
Parte da resistência às palavras masculina e feminina reside na nossa incapacidade de aceitar que cada um de nós contém energia masculina e feminina e que ambas as energias são divinas. Nós prestamos serviço labial ao conceito conscientemente, mas se nos escutarmos, ouvimos o pensamento arcaico, gênero, furado de pombo a sair das nossas bocas como um sapo inesperado. Por exemplo, alguns homens e mulheres que aceitam a Deusa como igual ao Deus e proclamamam a sua divindade na matéria ainda podem ficar furiosos se ouvirem a feminilidade relacionada com a terra. Em algum nível inconsciente, continuam a relacionar feminilidade, com a terra, cobra, satanás, trevas, malignas-todas essas palavras que mantêm a feminilidade numa posição subordinada, ou pior, diabólica.

- Marion Woodman

  
EIS DUAS VISÕES DIFERENTES do feminino e do masculino... uma, a primeira fala da relação entre os sexos, feminino e masculino e retrata uma realidade histórica social e psicologica de uma sociedade machista e falocrática que gera as maiores calamidades humanas, de que somos todos vitimas... . 
A segunda, trata só da psicologia do feminino e masculino em si e em relação a espiritualidade e diria em abstracto sem considerar a realidade social e psiquica da Mullher vitima do dominio masculino e do PatrIArcado.
rlp

segunda-feira, novembro 28, 2022

SER MULHER OU NÃO SER MULHER



Ser mulher inteira!

EU SOU MULHER - e ser Mulher implica ter uma consciência de quem verdadeiramente somos num sentido único e diria quase absoluto e por isso é preciso saber discernir acerca das armadilhas e falsas premissas que nos afastam da nossa essência e grandeza. É preciso não ter medo de fugir ao Sistema e as suas patranhas sociais, os seus credos e propagandas! Querer ser essa mulher e ser fiel a si mesma e ao mesmo tempo defender as teorias e ideologias de género, o casamento gay, direito a adopção por pais monoparentais (não mães) assim como defender a transexualidade é uma enorme falta de consciência e sentido do que é uma mulher verdadeira. Podemos pensar que não, e confundir a nossa humanidade com a aceitação dessas ideologias e manobras ocultas do sistema que visa destruir a mulher e afastá-la da sua essência e divindade, para assim melhor a anular e confundir nas suas falsas promessas de liberdade e igualdade etc..
Por isso entendo que é urgente defender essa mulher em nós de todas essas ameaças patriarcais fundamentalistas e aberrantes da nossa espécie. Penso que seria inadmissivel haver mulheres que se julgam conscientes de si e que pensam ser apenas "democráticas e caridosas" ou humanistas e seguir o "policamente correcto" que defendam "causas perdidas" e as causas minoritárias que a sociedade desfralda para nos iludir e enganar ou esmagar com as suas manobras de destruição do sentido real da identidade humana, quer a nivel biologico do ser, quer a nivel cultural e religioso, como é misturar fundamentalistas islamicos ou seitas fanáticas com uma sociedade supostamente livre e democrática...


Sim, fazer o elogio da Mulher e da Beleza do feminino parece-me hoje mais do que nunca uma emergência face ao ataque cerrado de uma feminilidade cada vez mais longe da sua essência e à deturpação da mulher autêntica, a mulher real...seja pelos Mídea, pela moda, pela cosmética, pelo cinema, pela pornografia, e pelo espectáculo em geral; toda uma industria que vive a custa da imagem da mulher, e que apesar de difundirem imagens estereotipas de uma suposta beleza, ela é normativamente uma beleza fictícia que vai do género masculino, mulheres rapazes, travestis...mulheres sem seios e sem ancas, esqueléticas ou magras em extremo, até ao grotesco da mulher fatal, de seios volumosos cheios de silicone, tida como fetiche do imaginário masculino, há muitos anos já, tanto como a equilibrista dos saltos altos agulha ou a de lingerie vermelha e chicote, sado-maso das revistas e filmes porno...etc....quer agora esta violência crescente feita à Mulher essência pelas imagens degradantes de uma "mulher barbuda" cuja imagem é já completamente difundida pelas drag queens (sem pelos) e dos transsexuais...Não, eu não sou transfóbica, eu sou apenas uma mulher que quer ser Mulher inteira!
Mas qual é o drama? "Vive e deixa viver"...? Sim, mas é que, sem darmos por nada, nesta última década e aos poucos, cada vez mais, estamos a ser cerceadas e atacadas na nossa identidade biologica, negada a Mulher em si e as suas inerências, antes desvirtuadas de todas as maneiras ...e agora, ANULADAS pela ideologia de género...
Nada contra a "liberdade" dos Gay e Lesbicas, e tudo o mais que quiserem ser e inventem, desde que não mexam comigo e a minha identidade de Mulher...
Rlp


domingo, novembro 27, 2022

O SISTEMA IMUNITÁRIO ESPIRITUAL


Eles começam a sentir que algo está errado...


"Felizmente, alguns nascem com sistemas imunitários espirituais que, mais cedo ou mais tarde, dão rejeição à ilusória visão de mundo enxertada sobre eles desde o nascimento através do condicionamento social. Eles começam a sentir que algo está errado, e começam a procurar respostas. O conhecimento interior e as experiências exteriores anómalas mostram-lhes um lado da realidade que os outros não sabem, e assim começa a sua jornada de despertar. Cada passo da jornada é feito seguindo o coração em vez de seguir a multidão e escolhendo o conhecimento em vez dos véus da ignorância. ”


Henri Bergson

domingo, novembro 20, 2022

Com a fragilidade de tudo o que existe...



EM 2012 EU RECEBI ESTA MENSAGEM 

Não sei o que foi feito da Arielle, agora com 30 anos... Nunca mais soube dela do outro lado do mundo... e gostava tanto de saber dessa mulher menina que começou a ler este meu blog com 14 anos apenas...
Eu não parei como ela me pediu, mas não sei se ela parou de reflectir e seguir em frente um caminho diferente da mulher comum, se caiu nas mil tentações das mulheres jovens e de um destino incontornável ou não e se desviou dela mesma para cumprir o velho papel que cabe a toda a mulher de noiva e mãe...e esqueceu a semente da Grande Mulher que queria ser e intuia...
Gostava muito de lhe enviar um abraço e a esperança de que se tenha mantido lucida apesar de tudo o que nos desvia de nós mesmas e obriga a viver dentro deste Sistema que anula e aprisiona as mulheres...
Gostava de saber dela e do que caminho que fez depois ...   
Gostava que lesse o meu livro Lilith, a Mulher Primordial...
rlp

Rosa, (…)
Lendo seu blog, eu me sinto uma aprendiz ouvindo a sábia, uma sábia que vê com lucidez a realidade, e que me apresenta os caminhos para que eu ache a mim mesma... mesmo do outro lado do Atlântico, se houve uma iniciadora para mim, que desde os 14 (tenho 18 agora) me desvela segredos do mundo e reflexões que eu nunca tinha feito, essa Mulher foi a Senhora... eu sempre busquei algo diferente, não entendia por que não podia ser como as outras garotas, caladas, doces, sem essa chama que me queima... eu não tenho toda essa experiência, não tive tanto tempo para refletir sobre tudo, mas a Senhora me ensinou a ouvir meus instintos, meu útero, minha alma, minha dignidade, minha Fêmea interior... e ela me diz, por intuição, por um arrepio, o que eu devo fazer. Venho mergulhando em mim mesma sob sua orientação, creio que possa dizer, e desde lá não me encaixei mais por entre as outras. Talvez por ter começado tão cedo a lê-las, suas palavras tenham me tocado mais... eu não era moça feita, não tinha opiniões, família ou carreira formada. E hoje eu te agradeço do fundo do coração, Rosa, quando olho em volta e vejo quem me tornei. Não sou perfeita, sou cheia de dúvidas, às vezes tropeço pois também acabo influenciada pelas opiniões vazias dos que me cercam, mas eu sinto dentro de mim uma voz que faz coro com a sua ao ler essas palavras tão verdadeiras... creio que o medo seja parte do trajeto, ainda mais quando se nada contra a corrente e não há mais encaixe para alma tão grande quanto a sua... eu não posso nem imaginar o que sentes. Mas, pode ser egoísmo, peço-te que não pares. Por favor, não pares, Rosa, porque se mudares mais uma, duas, dez jovens como me mudastes, se elas espalharem sua semente como eu tento todos os dias fazer, esse mundo talvez possa mudar... todas tem a Deusa dentro delas. Basta acordá-la. Ou, pelo menos, assim eu gosto de acreditar... talvez seja ingenuidade minha. Desculpe pelo comentário grande. Beijos e obrigada de novo, Rosa.

Arielle

sexta-feira, novembro 18, 2022

AS RAÍZES TEMPERADAS DO NEOLÍTICO...



VEM LÁ... NOSSA MÃE DEUSA DOS BASQUES...


"Mari é a Deusa Mãe da tradição pagã basca. A sua origem, tal como a maioria dos mitos bascos, remonta à noite da nossa história europeia. A tradição basca tem as suas raízes na cultura europeia antes dos indo-europeus. Portanto, é um dos mais antigos da Europa, se não o mais velhos. A mitologia basca é uma oportunidade para nós, porque é a única que nos passou através dos tempos esta tradição que remonta ao antigo Neolítico. O resto da Europa é principalmente herança indo-europeia que deixou poucos vestígios de culturas neolíticas, enquanto com os bascos podemos estudar as estruturas do politeísmo muito antes dos indo-europeus.
Nas tradições pagãs indo-europeias, a figura da Deusa Mãe é principalmente Chtoniana, ou seja, relacionada com as forças da terra e do mundo subterrâneo. Há também uma Deusa Mãe Celestial separada, que geralmente é a esposa do Rei dos Deuses, no caso de Hera, Junon ou Frigg. Entre os indo-europeus, estes dois aspectos da Deusa Mãe são bem diferentes. Veremos que nos bascos, é diferente, porque Mari, a Deusa Mãe, ocupa ambos os aspectos, terrena e celestial. Simbolismos chtonianos e uranianos fundem-se na figura de Mari. E é aqui que podemos falar de um antigo legado neolítico, porque tudo parece sugerir que o culto feminino da Deusa Mãe foi muito mais proeminente neste momento distante da nossa história europeia.
Mari, nos textos bascos tardios, é apresentada como um gênio feminino, mas é claro que ela é de fato a antiga Deusa Mãe Basca. Alguns queriam acreditar que o seu nome poderia ter sido influenciado pelos Cristãos Maria, mas dado que o seu arquétipo é muito antes do Cristianismo, isso é improvável. Aliás, os cristãos não hesitaram em dar a Mari um aspecto diabólico, fiel ao seu hábito de demonizar o que não conseguiram cristianizar. Os linguistas acreditam que o seu nome viria do basco "Amari", um termo que se traduz como "o papel da maternidade. ” Também é possível que o seu nome venha de “Emari”, que se traduz para “Don, Cadeau. ” As duas últimas etimologias parecem lógicas porque se encaixam bem no perfil da Deusa Mãe.
Aqui está um breve resumo que destaca algumas representações comuns da Deusa Maria na mitologia basca. Cada descrição diz respeito ao aspecto Chtoniano (terrestre) ou Uraniano (celeste).
O marido está bem vestido.
Ela carrega em suas mãos um palácio dourado - (Urânio - ouro = símbolo solar).
Ela às vezes é vista no ar sentada numa carruagem puxada por quatro cavalos - (Urânio - 4 cavalos das 4 estações do ciclo solar).
Ela é vista como uma mulher madura, uma mãe - (Chtonian - Pátria Mãe).
Mari foi vista jogando chamas - (Uraniano e Chtoniano - fogo celestial ou fogo subterrâneo).
Voa no ar numa posição horizontal rodeada de fogo - (Urânio - fogo celestial).
Ela voa com uma vassoura de mão (Chtonian - símbolo fálico da vassoura, mais tarde conhecida como um atributo das bruxas da Idade Média).
Ela monta um carneiro (Uraniano e Chtoniano - o carneiro simboliza a agressão guerreira das forças celestes, mas também a fertilidade relacionada com o submundo).
Ela é retratada como uma grande senhora cuja cabeça está cercada pela lua cheia (Chtonian - simbolismo lunar).
Às vezes ela tem pés de pássaro (urânio - volátil dominando o ar).
Às vezes é visto com pés de cabra (Chtonian - a cabra como símbolo de fertilidade e fertilidade).
Ela às vezes parece uma égua (chtoniana e urania).
Ela foi observada como um corvo na caverna Aketegi (urânio).
... Como um abutre na caverna de Itxiñe (Chtonian).
... Como uma árvore cuja frente é uma mulher (a árvore como um pilar do mundo, como um elo entre o mundo terrestre e o mundo celestial).
... como uma rajada de vento (urânio)
... Como um arco-íris (traço de união entre o céu e a terra).
... Como uma nuvem (urânio)
... Como uma bola de fogo no céu (Urânio - simbolismo solar típico).
... Como uma estalagmita em forma de humano na caverna de Zelharburu (Chtonian).
... Como um touro (chtoniano).
... Como uma cobra (chtoniano).
Os locais de residência de Mari também revelam este aspecto duplo Chtoniano-Uraniano, pois ela geralmente vive numa caverna (aspecto terrestre) localizada perto do topo da montanha (aspecto celestial). O marido da Mari lol o nome dele é sugaar também conhecido como sugoi ele é a grande cobra dos poderes subterrâneos Mari tece fios de ouro, imagem que pode ser encontrada com a tradição indo-europeia dos Nornes, Moires ou Parques. Em sua caverna, ela senta-se num trono dourado, que mais uma vez junta as duas facetas da Deusa (Chtonian para a caverna, e Orania para o ouro). Mari é conhecido por mudar regularmente de local de residência, 7 anos em Amboto, 7 anos em Oiz, 7 anos em Mugarra,... O 7o é do simbolismo lunar, portanto de um aspecto relacionado com a fertilidade e fertilidade do mundo Chtoniano. O ciclo lunar é definido por 4x7=28, este último número representa um ciclo lunar completo, tal como a menstruação de uma mulher.
Em Oñate e Arechavaleta diz-se que quando Mari vai para a sua caverna, chove fortemente que junta as forças celestiais ao aspecto de fertilidade da terra. A Deusa também seria responsável por certas tempestades, que são normalmente reservadas para o Deus da Guerra e do Relâmpago entre os indo-europeus.
Em Orozco, é costume acreditar que a presença de Mari permite colheitas abundantes. Aqueles que regularmente oferecem à deusa têm a certeza de uma colheita abundante. Geralmente uma ovelha é sacrificada na entrada da sua caverna.
Mari é muitas vezes chamada para seus oráculos sábios, porque de fato os corredores do tempo parecem não ter segredo para ela. Temos que dar explicações à Mari, e sair da caverna dele na mesma posição de quando entrámos. Não devemos sentar-nos na presença da Deusa. De acordo com vários contos, Mari não gosta que mintam, roubem ou sentem falta.
O seu culto também está associado aos muitos dólmens que empoleiram as paisagens bascas. Isto relaciona a Deusa diretamente para adorar os antepassados. Com os Dolmens temos uma bela evidência da conexão entre Mari e o antigo Neolítico das culturas pré-indo-europeias.
Com esta breve visão geral das representações e funções de Mari, podemos perceber o quão versátil é a Deusa. Ela reúne quase todas as funções em sua figura, a de rainha terrena e celestial, a de uma guerreira defensiva, e aquela que a concebe como uma artesã de abundância e riqueza. Esta grande multiplicidade de Mari parece ser o legado da Grande Deusa da nossa memória coletiva mais antiga como europeus."

Hathuwolf Harson
Fonte:
«Mitologia basca», Jose M. de Barandiaran.


O planeta inteiro não pode sofrer tormento maior do que uma única alma.

 





"No nosso mundo obcecado por estatísticas, médias e maiorias, tendemos a medir o grau de desumanidade das guerras pelo número de baixas que elas causam. Tendemos a medir o mal, a crueldade, a repugnância e a infâmia da vitimização pelo número de vítimas. Mas, em 1944, no meio da guerra mais mortífera já travada pelos seres humanos, Ludwing Wittgenstein observou:

«Nenhum clamor de tormento pode ser maior do que o clamor de um homem.
Ou, mais uma vez, nehum tormento pode ser maior do que aquilo que um único ser humano pode sofrer.
O planeta inteiro não pode sofrer tormento maior do que uma única alma.»"



Zygmunt Bauman
Imagem: Carlos Emerson Jr. (Internet)

A (A)versão de Hesíodo à Mulher...




O QUE NOS DIZEM AS RELIGIÕES E AS FILOSOFIAS SOBRE A MULHER:

O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes..."
(...)
"Dentro da Filosofia Gnóstica, o Inferno da Terra é regido por dois demônios, Lilith e Nahemah. Nahemah rege as duas primeiras Esferas, ou Círculos Dantescos, onde vibra uma classe de infra-sexualidade ligada ao adultério, às paixões, à bigamia, à fornicação etc. Lilith dirige as outras 7 Esferas infernais, onde reina a sexualidade mais depravada, onde se vê o homossexualismo e o lesbianismo, a masturbação e as taras e todos os tipos de fantasias sexuais. A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.E.C. Lilith figura como um demônio da noite nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash). Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher de Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa, vindo a tornar-se a mãe dos demônios. De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusou-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. No fictício Livro de Nod, é também conhecida como Deusa da Lua, aquela que ensina Caim habilidades vampíricas, a que é tão antiga quanto o próprio Deus criador do céu e da terra. A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio.
Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no sexo e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida. Três anjos foram enviados em seu encalço,quando ela deixou o Éden porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo deixando seu marido ela não aceitava sua 2ª mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.

Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Nos 2 últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma transformação em alguns círculos intelectuais europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith , e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos.De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. a sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes.
Sabemos que tais versões do Gênesis e o mito do nascimento da mulher são ricas de contradições e enigmas que se anulam. Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na comunidade judaica. Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século 13 que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmude, o livro dos hebreus.
No Zohar, Lilith era descrita como succubus, com emissões noturnas citadas como um sinal visível de sua presença. Os espíritos malignos que empestavam a humanidade eram, acreditava-se, o produto de tais uniões. No Zohar Hadasch , está escrito que Samael , junto com sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes..."
(diversas fontes)

QUE VENENO FOI ESSE,   DE LIBERDADE E AFIRMAÇÃO DA MULHER, PANDORA-LILITH? QUE JAVÉ A CONDENOU PARA SEMPRE? 
RLP

Mito de Pandora


Mito de Pandora se refere ao mito grego em torno da primeira mulher humana, criada por Hefesto e por Atena.


Mito de Pandora refere-se, na mitologia grega, à primeira mulher do mundo. Pandora significa em grego “a que possui tudo”, “a que tudo dá” e “a que tudo tira”. Ela criada pelo artesão divino, Hefesto, e pela deusa da sabedoria, Atena, por ordem de Zeus, com a função de agradar aos homens.

Eles foram auxiliados por todos os demais deuses. Cada um forneceu uma qualidade. Um deu a Pandora beleza, outro lhe deu inteligência. Pandora foi dotada de graça, persuasão, delicadeza, habilidades nas artes da dança e nas artes manuais. Em resumo, ela foi feita à imagem e semelhança dos deuses.

Ela foi dada como presente ao titã Epimeteu. Seu irmão, Prometeu, lhe orientou a jamais aceitar um presente que viesse dos deuses. Apaixonado pela beleza de Pandora, o titã esqueceu-se do conselho do irmão e aceitou a jovem mulher como sua esposa. Assim começa o Mito de Pandora.

Epimeteu possuía em sua morada uma caixa. Essa caixa, batizada posteriormente como Caixa de Pandora, foi um presente que o titã recebeu de Hermes como presente de casamento, com a recomendação explícita de que não abrisse o objeto. A caixa continha em seu interior todos os males existentes no mundo: fome, medo, frio, doenças, violência, entre tantos outras coisas ruins. Zeus foi quem mandou o objeto, na esperança de que a curiosidade vencesse Epimeteu.
O Mito de Pandora e a caixa dos males

Durante muito tempo Epimeteu e Pandora viveram felizes. Em um dado momento, atraído pelos barulhos que vinham da caixa, o titã pediu que a jovem a abrisse. Muito devido a sua curiosidade e inocência, qualidades dadas pelos deuses, Pandora acata e abre o objeto. Ao abrir a caixa, ela é fulminada e solta sem querer todos os males sobre o mundo. No fundo do artefato, no entanto, ficou presa a esperança. O Mito de Pandora narra, então, a origem de como o mundo, anteriormente um lugar paradisíaco, ficou repleto de coisas ruins.

Após a morte de Pandora, Hades procurou as Moiras, senhoras do tempo, e lhes pediu que voltassem o tempo até antes da jovem morrer. Zeus, no entanto, não permitiu. O deus dos mortos insistiu e convenceu o irmão a ressuscitar Pandora e a transformá-la em uma deusa. Assim, Pandora se tornou a deusa da ressurreição.

O objetivo de Pandora enquanto deusa era, na verdade, evitar que as almas ressuscitassem. Ela deveria entregar aos mortos tarefas julgadas impossíveis de serem realizadas. Dessa forma, ela mantém a ordem cósmica e não permite que qualquer alma do reino de Hades consiga recuperar a vida mortal.

Pandora foi responsável por iniciar a degradação da humanidade. Hesíodo explica isso no mito das Cinco Idades:

Era do Ouro: os homens não se esforçavam para sobreviver. Tudo era belo, uma vez que não havia necessidade de fortificações ou conflitos.
Era de Prata: Zeus criou as estações do ano, vindo então o frio do Inverno. Casas foram criadas e houve necessidade de plantar alimentos. A juventude eterna foi extinta.
Era do Bronze: iniciam-se conflitos bélicos entre os humanos por poder e território.
Era dos Heróis: Inocência, pureza e justiça abandonam o mundo mortal.
Era do Ferro: Surgem os crimes, a violência gratuita. A humanidade como é conhecida, repleta de falhas e ausente de muitas virtudes, domina o mundo.

A (A)versão de Hesíodo à Mulher... 
VEM DO ODIO DE JAVÉ A PANDORA...


De acordo com alguns estudiosos de mitologia, o Mito de Pandora é anterior à versão mais conhecida dele, atribuída à Hesíodo, contado na Teogonia. Inicialmente, Pandora é vista como uma entidade da terra, matriarcal, responsável por um papel de elevada importância na vida dos seres humanos.

Hesíodo, no entanto, diminui a figura de Pandora. Ele coloca não só ela como culpada pelos males do mundo, mas todas as mulheres e figuras femininas depois dela. Na Teogonia ele diz que dela vem as mulheres, as mulheres que trazem problemas aos homens mortais. Ele caracteriza Pandora e as demais mulheres como interesseiras e como odiosas, em uma atitude claramente machista, embora naquele período não fosse vista dessa forma.

Mito de Pandora se refere ao mito grego em torno da primeira mulher humana, criada por Hefesto e por Atena.


Mito de Pandora refere-se, na mitologia grega, à primeira mulher do mundo. Pandora significa em grego “a que possui tudo”, “a que tudo dá” e “a que tudo tira”. Ela criada pelo artesão divino, Hefesto, e pela deusa da sabedoria, Atena, por ordem de Zeus, com a função de agradar aos homens.

Eles foram auxiliados por todos os demais deuses. Cada um forneceu uma qualidade. Um deu a Pandora beleza, outro lhe deu inteligência. Pandora foi dotada de graça, persuasão, delicadeza, habilidades nas artes da dança e nas artes manuais. Em resumo, ela foi feita à imagem e semelhança dos deuses.

Ela foi dada como presente ao titã Epimeteu. Seu irmão, Prometeu, lhe orientou a jamais aceitar um presente que viesse dos deuses. Apaixonado pela beleza de Pandora, o titã esqueceu-se do conselho do irmão e aceitou a jovem mulher como sua esposa. Assim começa o Mito de Pandora.

Epimeteu possuía em sua morada uma caixa. Essa caixa, batizada posteriormente como Caixa de Pandora, foi um presente que o titã recebeu de Hermes como presente de casamento, com a recomendação explícita de que não abrisse o objeto. A caixa continha em seu interior todos os males existentes no mundo: fome, medo, frio, doenças, violência, entre tantos outras coisas ruins. Zeus foi quem mandou o objeto, na esperança de que a curiosidade vencesse Epimeteu.


É LILITH PANDORA?

«Lilith, para mim, é, pois, a Mulher esquecida nos tempos, a mulher livre que vem dos confins da nossa memória resgatar a nossa mulher original. Trata-se de uma revelação interior, de um fogo, de uma força inerente ao nosso ser mulher, uma energia que vem do mais profundo, como uma chama ardente, na vivência de uma fusão interior de si consigo mesma. Essa é que é fusão. A experiência da vivência profunda de um amor que se revela à Mulher como o ser sensual em si mesma. Uma iniciação vivida como um mergulho nos seus abismos, experimentada no seu corpo através das suas entranhas e do seu sangue, no pulsar ardente do seu desejo Mulher.»

Rosa Leonor Pedro
in "Lilith - A Mulher Primordial"

segunda-feira, novembro 14, 2022

A transformação acontece através da metáfora.




Sem a metáfora, a mente pode ser alimentada, mas a imaginação e o coração passam fome.
Sem o reflexo na alma, a mesa do banquete nos sonhos pode estar carregada, mas a comida não é assimilada e assim a alma morre de fome. Não há nada mais triste em análise do que ver sonhos ricos em imagens curadoras, mas o sonhador é incapaz de comer ou seja, a consciência ou é incapaz ou se recusa a tirar um tempo para morder, mastigar, engolir, digerir, e integrar o que é representa pelas imagens.
Enquanto o significado de um sonho não for trazido à consciência, as metáforas que estamos a sonhar são promulgadas nos nossos corpos ou nas nossas relações. Se, por outro lado, trabalharmos arduamente nas associações às imagens de sonho e permitirmos que os sentimentos, a imaginação e a mente se movam dentro e através do símbolo, inevitavelmente somos silenciados pela corretidão da metáfora. 

Existe um momento de SIM! ou AH NÃO! quando a verdade ressoa através do corpo, da alma e da mente, às vezes uma verdade dolorosa, mas, no entanto, uma verdade que conduz à liberdade. A honestidade crua de uma imagem do inconsciente pode nos deixar mudos de lágrimas ou risos, muitas vezes com ambos, porque a imagem se move naquela borda fina do absurdo entre tragédia e comédia. Se o ego consegue assimilar o ponto de vista apresentado pelo inconsciente e ver-se objetivamente, então pode encontrar um novo ponto de vista. Pode observar-se a si próprio sofrendo, mas ao mesmo tempo experimentar o sofrimento como dores de parto. O ego que se relaciona com a alma (pensamento cérebro certo, se quiser) está motivado a refletir as imagens dos sonhos na pintura, dança, canto, escultura, escrita, permitindo assim que o processo de cura transforme o que de outra forma seriam imagens mortas Oh energia vital.
A transformação acontece através da metáfora. Sem metáforas, a energia está travada em padrões repetitivos, a Medusa aprisiona a energia em pedra. Na matriz criativa, o símbolo flui entre espírito e matéria, curando a divisão.
Nas crianças, a divisão ainda não aconteceu, sendo assim para elas o mundo ainda é mágico. Suas imaginações iluminam seus corpos. Eles jogam. Com concentração total, eles jogam. A sabedoria estranha escapa das suas bocas, mas não está consciente. No processo de crescimento na nossa cultura, o pensamento racional substitui a percepção imaginativa a tal ponto que a imaginação é sufocada. Sem isso, espontaneidade e criatividade petrificam. Quando a essência eterna não é mais percebida na vida diária, a vida se torna uma passadeira repetitiva. O recipiente feminino, o receptor, está tão desligado que nada de novo regista. Os contrários (espírito/matéria, masculino/feminino) deixam de ser vistos como paradoxo vivo? sem a sua tensão, humor, sagacidade, brincalhão, o sal que dá à vida o seu sabor não está lá. O riso explode quando duas realidades diferentes colidem, e se quisermos viver a divina comédia, temos que estar segurando a tensão do paradoxo entre esses dois mundos.


- Marion Woodman.

domingo, novembro 13, 2022

O PROBLEMA DA VONTADE DE PODER ...



A análise tenta descobrir os complexos em que a energia reprimida é mantida.
Se a análise tem uma relação corpo/psico relativamente harmoniosa, o material da sombra é óbvio nos sonhos. Em muitas pessoas, no entanto, o corpo e a psique foram divididos em uma idade muito precoce. Nos casos em que uma pessoa era indesejada, ou indesejada por causa do sexo, a divisão corpo/psico começou no útero ou no nascimento, como se a alma tivesse escolhido não entrar no corpo, mas em vez disso permanecesse exilada dele. A energia está centrada dentro ou acima da cabeça, e a pessoa tem que fazer um esforço concentrado para ficar fora de um mundo de fantasia para lidar com os detalhes mais simples da realidade cotidiana. Negado um lar corporal, essas pessoas estão possuídas por um anseio de algum lar que não seja desta terra. Os seus primeiros sonhos em análise são geralmente muito positivos, cheios de inúmeras visões de cidades douradas, pássaros dourados e lugares específicos onde são assegurados de segurança e amor.
É como se o Eu soubesse que o seu domínio sobre o mundo quotidiano é ténue e dá estes sonhos magníficos como pontos de âncora para os quais eles podem regressar quando o desespero suicida se manifesta, como inevitavelmente acontece nas fases posteriores da análise.
Onde a ênfase na família estava no desempenho perfeito sem qualquer reconhecimento genuíno do Tornar-se ou Ser da criança, ela aprendeu muito cedo que as suas respostas instintivas não eram aceitáveis? assim a sua raiva, medo, até a alegria, foram empurrados para a musculatura do seu corpo, cronicamente trancados e inacessíveis à vida quotidiana. Quando o sentimento autêntico é cortado dos instintos, o conflito genuíno permanece no inconsciente ou torna-se somatizado lá.
Esther Harding, referindo-se ao complexo do ego que precede a formação de um ego consciente, escreve:
Onde o ego é desenvolvido inadequadamente em adultos modernos e não é consciente, descobrimos que o complexo do ego permanece no inconsciente e funciona a partir daí. Na consciência, um indivíduo que representa este nível de desenvolvimento pode faltar visivelmente naquela concentração e centroismo que é característico da pessoa com um desenvolvimento mais consciente do ego? no entanto, o egoísmo e a vontade de poder, de que a pessoa não evoluída desconhece, podem funcionar e produzir os seus efeitos inevitáveis sobre todos com quem entra em contacto. . . . [Onde] egoísmo e vontade própria estão no inconsciente . . . eles se manifestam de forma somática, ou seja, de forma pré-psicológica.
Quando o ego chega à consciência e o indivíduo toma consciência de si mesmo como eu, a reação às dificuldades ou obstruções não aparecerá mais na forma física como sintomas mas será reconhecido na consciência como emoções. Ou seja, a reação será psicológica. . . . A emergência do ego do inconsciente traz consigo um novo problema, o problema da vontade de poder.

- MARION WOODMAN


sábado, novembro 12, 2022

COMO AS MULHERES SE SUJEITAM A SUA IMITAÇÃO... E aplaudem a sua cegueira.

A PALHAÇADA MAIOR VEM SEMPRE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA... O País da anti-cultura, anti-verdade,  e da implantação do mais plástico e pervertido e aberrantes dos Sistemas contra a Mulher. RLP

COMO AS MULHERES SE SUJEITAM A SUA IMITAÇÃO... E aplaudem a sua cegueira.
 
"Um homem com rosto e fantasia de mulher ganha "Miss Greater Derry", que é um concurso de beleza em New Hampshire sob a organização "Miss América".
A mensagem para as mulheres (fêmeas naturais) é: "os homens fazem melhor a mulher", que se danem a biologia, a dignidade, os direitos e o respeito. Não sou fã de concursos de beleza, mas isto é ridículo e não classificável sob a rubrica da beleza feminina.

* este tipo tirou uma bolsa destinada a uma mulher...

"Hora a hora o mundo piora.

Uma coisa gorda e feia , homem que quer ser mulher ou algo semelhante, ganhou um concurso de misses nesse farol da Nova Ordem Mundial em que transformaram os EUA.
As fotos dizem tudo.Mas dizem mais : Na atitude passiva e colaboracionista das mulheres,ao fim ao cabo as ofendidas por estas falsificações, reflecte-se a atitude da sociedade.
A comunidade amorfa tudo aceita.Mesmo que os loucos que dominam o mundo,autênticos novos deuses do Olimpo, queiram mudar a natureza, os povos acatam .E até sorriem.
O macho e a fêmea são naturais e imutáveis.
Hoje, está em curso um processo para destruir esses elementos básicos da vida.
Pretende-se criar seres híbridos, sem reprodução e óbviamente sem identidade.
Isto é tão claro e assumido que não precisa de demonstração.
Na sociedade do futuro, estas réplicas de humanos serão muito mais fracos.Muito mais fáceis de dominar. Quem nem sabe o que é, não se preocupa com nada.
E é para isto que caminhamos . Hora a hora o mundo piora ? Sim. Este relógio tem de ser parado !"

José Manuel de Castro