O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Revista Biografia: A Mulher Indígena e o Ato de Criação [Eliane Potig...

"E a mulher indígena que passou por toda a sorte de massacres, estupros coloniais e neo-coloniais, ao longo da história do Brasil, condicionadas ao medo e ao racismo, sobrevivem porque são criativas, xamãs, visionárias, curandeiras, guerreiras e guardiãs do planeta. Seu inconsciente coletivo ancestral refloresce a cada ato de criação delas, porque elas são capazes de beijar as cicatrizes do mundo, num ato de caridade, não humilde , mas guerreira e criativa!!!

E a palavra da mulher indígena é sagrada como a terra que dá o alimento ao próximo, alimento da CURA em todos os sentidos."



Revista Biografia: A Mulher Indígena e o Ato de Criação [Eliane Potig...: A Mulher Indígena e o Ato de Criação Depois da angústia e o desespero, o ato da criação: a cura!         

terça-feira, fevereiro 25, 2014

- É esse Patriarca Interior que devemos desterrar....

 
 
«Dentro da maioria das mulheres há um Patriarca Interior que acredita que ela é inferior e que precisa de vigilância constante para que o seu comportamento seja em qualquer momento apropriado. Sentem um desdém profundo face a sua feminilida...de e podem chegar a sentir-se literalmente envergonhadas pelo facto de ser mulher.» 
-  É esse Patriarca Interior que devemos desterrar.... desterrar e aniquilar o da Dependência Feminina...
Vivemos numa sociedade androcêntrica que vê o mundo desde o olho masculino. Basta ver como nos dias de hoje existem culturas que consideram as filhas inferiores aos filhos entre mil outros exemplos. O que a mãe diz... a linguagem da experiência... carece de importância é muito mais apreciada a linguagem de análise do pai. Nem sempre somos conscientes disto pois a nossa voz interior e instintiva foi dopada durante anos e anos. Quando nos impingem uma voz interior que faz o papel de crítico afastamo-nos da voz selvagem e instintiva inerente a mulher (esta voz nas mulheres surge como o Patriarcado Interno) concedendo espaço e realização as ideias e opiniões de orientação tradicionalmente masculinas e retira interesse e importância as tradicionalmente femininas. O Patriarcado interior é o reflexo da sociedade (mas também do teu processo pessoal). O melhor a fazer é identificar a voz desse crítico interior, dar-lhe nome e depois manda-lo de férias! E depois voltares a olhar-te ao espelho!
 "
 
Hal Stone

O casamento do Sol e da Lua



AS MULHERES CONTINUAM A FAZER CEDÊNCIAS  
AO PODER DO HOMEM...

"Na ansiedade de ser aceite socialmente, ela recusou a vivência dos princípios femininos, vistos como qualidades secundárias e inferiores, embora necessárias. "

"Pelo não reconhecimento da sua feminilidade (essencial) a mulher se afirma, como indivíduo, muito timidamente diante do homem. Ela procura vestir a máscara da objectividade masculina para ser aceite no seu mundo. E ele se impõe prepotentemente diante dela, exibindo a sua luz solar"


in O casamento do Sol e da Lua - Raissa Calvacanti

curar os outros...



Somente curando a si mesmas é que as mulheres
poderão curar os outros...

"Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos "Conselhos de Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas de suas antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das "Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua. (...)
Conta a lenda que, no início da no nosso planeta, havia abundância de alimentos e igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra de sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em consequência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, esse primeiro mundo foi destruído pelo fogo.
Assim, com o intuito de ajudar em um novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manisfestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze lunações de um ciclo solar e atributos de força, beleza, poder e mistério do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor e o bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria se manifestar em um novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra teriam aprendido todas as lições e alcançado a sabedoria.
Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado "A Casa da Tartaruga" e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram em seu lugar treze crânios de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, em uma das treze ancestrais, as mulheres atuais podem recuperar sua força interior, desenvolver seus dons, realizar seus sonhos, compartilhar sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra.
Somente curando a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando seus corpos, suas mentes e suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar seus sonhos.
Falando suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo, assim, a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra."

 Mirella Faur

(Obrigada pelo texto Kris !!)

sábado, fevereiro 22, 2014

AS ARMADILHAS DO EGO...



O retorno da Deusa não vai alimentar ou satisfazer o nosso ego...

"Há muita conversa sobre o despertar e empoderamento do feminino nos dias de hoje, e uma das armadilhas que eu vejo a serem jogadas para o colectivo, agora, é que o velho paradigma da competição
e ganância, de "mais por mim" aprendeu a imitar o feminino profundo. Com isto quero dizer que existe o perigo de usarmos a linguagem e as imagens do feminino para alimentar os velhos padrões de ambição e melhoria interminável. Agora, não nos dizem apenas que devemos ser melhores, mais inteligentes e mais ricas, como também nos dizem que devemos "encontrar a nossa Deusa interior", obter os nossos "tantra" sermos mais radiantes e que devemos "fazer" o feminino perfeitamente.

O retorno da Deusa não vai alimentar ou satisfazer o ego. A essência do Seu ensinamento vem para que lentamente - ou abruptamente - de forma a restaurar a humildade para a totalidade da Sua manifestação. Aprendemos a abraçar o paradoxo da vida em que tanto a luz e a escuridão são totalmente bem-vindos como dimensão  intrínseca da vida , de quem somos .

As práticas de manifestação feminina oferecem-nos a possibilidade de sermos instrumentos do insondável poder de cura do feminino. Podemos restaurar um equilíbrio e plenitude no nosso mundo. Para que isso aconteça é necessário quebrar o transe que temos vivido há muito tempo, e estarmos dispostas a ouvir uma voz mais profunda a partir do interior.

Esta voz não fala alto e nem em inteligentes conceitos de correcção rápida, fala numa linguagem que podemos ter esquecido, mas quando a ouvimos nós a reconhecemos tão intimamente como a nossa própria respiração.

É um profundo sentimento de regresso a casa e chegando a esta casa podemos ter uma casa para os outros: podemos ser uma casa para o mundo."

~ Chameli Ardagh

(traduzido por Isabel Angélica)

AS MULHERES E O SAGRADO

A PERDA DE CONEXÃO COM O FEMININO SAGRADO

"O verdadeiro sentido dessa conexão ficou perdido em nosso mundo moderno. Na minha opinião, muitos dos problemas que as mulheres enfrentam, relacionados aos órgãos sexuais, poderiam ser aliviados se elas voltassem a respeitar a necessidade de retiro e de religação com a sua verdadeira Mãe e Avó, que vêm a ser respectivamente a Terra e a Lua. As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva. Ao confiar nos ciclos dos seus corpos e permitir que as sensações venham à tona dentro deles, as mulheres vêm sendo videntes e oráculos de suas tribos há séculos. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outras. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade".
 
Jamie Sams

CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA

 
 
“A mulher que eu precisava chamar de mãe foi silenciada antes de eu Ter nascido”

"Infelizmente, muitíssimas mulheres modernas (na verdade quase todas) não receberam desde o início os cuidados de mãe. Pelo contrário foram criadas em lares difíceis, de autoridade absoluta e colectiva (“cortadas do contacto com a terra pelos tornozelos”, como observou uma mulher), cheios dos “é preciso” e dos “deve-se” do super-ego. Ou, então, acabaram por se identificar com o pai e a cultura ...
patriarcal, alienando-se da sua própria base feminina e da mãe pessoal, que frequentemente é por elas considerada fraca e irrelevante. Essas mulheres têm necessidade premente de se defrontarem com a deusa em sua realidade fundamental.

Uma conexão interior dessa natureza é uma iniciação essencial para a maior parte das mulheres modernas do Ocidente; sem ela não podemos ser completas. Esse processo requer, a um só tempo, um sacrifício de nossa identidade enquanto filhas espirituais do patriarcado, e uma descida para dentro do espírito da deusa, porque uma extensão enorme da força e da paixão do feminino está adormecido no mundo subterrâneo, no exílio há mais de 5.000 anos."


In CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA
De Sylvia B. Perera

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

AS MULHERES SEM MÃE...

DESDE MENINAS,
AS MULHERES SÃO PRIVADAS DE MÃE...

Ao ouvir uma canção dedicado à Mulher Mãe, quando o autor da canção estabelece a comparação entre o amor de mãe e o amor da amante, e de querer voltar a ser menino para chorar nos braços da mulher amante e receber o seu conforto de mãe, nessa dupla natureza do amor entre homem e mulher, fez-me pensar numa coisa terrível...que as mulheres e as meninas, preparadas para serem mães desde crianças, nunca poderem ser as meninas de sua mãe...Isso... é uma raridade, pois as mães, a grande maioria das mães, recusa essa ternura às filhas já adolescentes, gerando conflitos de vária ordem entre mãe e filha, competição e  rivalidade como mulheres,  luta pelo pai...
Isso acontece com as filhas, as raparigas e não com os rapazes, donde essa grande carência de mãe nas raparigas levá-las ao amor do homem e do pai, para que possam reflecti-la em amor devocional aos filhos - nessa estranha e paradoxal ordem das coisas que é ser-se tanto ou mais maternal quanto mais se sente essa carência de mãe...e que projecta as mulheres nessa ansia de serem mães...como única finalidade e propósito de vida, como único destino, para encher o grande vazio da sua identidade.
Essa é uma estranha proporção, a da falta do amor da mãe em nós mulheres, que faz com que quanto mais nos falte essa mãe e mais criança nos sentirmos e desprotegidas, mais iremos dar e proteger os nossos filhos...dando todo o amor que nos falta em compensação...Sim é um paradoxo. E  nele assenta basicamente a necessidade visceral  que a mulher tem de ser mãe para lá da sua natureza ontológica, como uma premência afectiva por defeito,   pois a mulher que não conheceu em plenitude o amor da mãe, para além de bebé...fica anulada na sua própria essência. Não desenvolve uma estrutura completa de ser individual. 
O que acontece por regra, é que, uma vez  chegada a filha à adolescência, a mãe afasta ou rejeita a filha para ela procurar no pai, ou muitas vezes a mãe, no homem (no homem maternal e protector), enquanto que protege e ama exacerbadamente o filho macho,  nascendo daí quase todos os equívocos e malefícios entre os sexos nesta sociedade patriarcal, que priva a mulher do amor da mãe para ser ela exclusivamente mãe e serva do pai e marido...anulando-a com individuo autónomo. Enquanto que o rapaz pode amar ser excessiva ou  possessivamente amado pela mãe, gerando efeitos nefastos, como sejam, a  sua castração ou a sua impotência - ódio às mães e às mulheres.
No caso das mulheres, é como se a filha nunca tivesse direito ao amor da mãe e sim apenas a ser mãe...do homem!

Este aspecto é muito pouco abordado ou focado pela psicologia em geral, e uma das explicações da psicologia  é a que justifica  essa rejeição da filha pela mãe  a fim de  que a  jovem desvie a sua atenção do amor da mãe - sendo que a mãe é o nosso primeiro "objecto de desejo"- , para o projectar no Pai homem, o que já não acontece com o rapaz...ele pode ser amado pela mãe e depois buscar na mulher a mãe...e aí começa uma saga enorme, histórica e cultural,  de como a mulher fica prisioneira do pai e do homem dentro de um ciclo vicioso e isso acontece justamente porque ela não tem identidade própria - pois essa ser-lhe-ia dada pela mãe...pelo amor da Mãe... pela linha matrilinear...
Freud não passou do Complexo de Édipo - o amor do filho pela mãe e vice-versa - e Jung, creio que inverteu a questão da anima e do animus à partida...Eles, como alias o confessa Freud, não compreenderam o problema real da Mulher em si, uma vez que para eles o Homem era o único legítimo objecto de estudo e de conteúdo...e a mulher só vinha por acréscimo...
Assim, na minha perspectiva e experiência, a mulher tem de resgatar para si também a sua mãe, ser a menina de sua mãe...e criar com ela laços de amor e paixão sem medo de a amar, para recuperar um identidade perdida, porque o amor tem de ser a plenitude da mulher e a sua expressão natural e não amar compulsivamente por carência e prisioneira de um sistema que a torna totalmente sujeita ao poder do Pai, do Filho e do Amante...

Voltarei ao tema...

rlp

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

UMA LEITORA...

Blogger 
Bom dia Rosa Leonor,

Cada artigo seu mereceria um comentário, uma tertúlia,
pois sempre deixa o meu cérebro a fervilhar de ideias e o meu "ser mulher" sacudido e mais vivo.

Não sei se estou à altura de a comentar,
mas aqui vai,

ontem justamente entanto conduzia pensava, querer ser livre não basta, (seja o "escravo" mulher, operário, minoria sometida por preconceito qualquer negro,indígena,...)
assim como os proletários almejam deixar de o ser para as vezes chegar a ser piores patrões que os seus exploradores...

assim, mulheres desse "feminismo" que descreve, acabam por ser as vezes mais masculinas, autoritárias e predadoras que os seus "dominadores".

E, continuava meu diálogo comigo:
é muito importante tirar a carta de conducção da liberdade pessoal,
mas tal vez tão importante como isto é saber para onde se vai,
que se quer,
que valores nos guiam na vida,
qual é a nossa "proposta" para substituir o que rejeitamos por ser injusto ou obsoleto
...
e o que encontro hoje
quase a diário,
é muita vontade de ser livre
de se libertar
de ser íntegro
de mudar de vida,
de partir para outra,
de largar tudo e virar tudo às avessas,

mas confirmo com tristeza também
que ainda tudo o "NOVO"
está muito em embrião,
sem força suficiente (por enquanto)
para orientar uma mudança
consistente
e permanente,

mas é tal vez assim,
a lenta e dolorosa (?)
construcção dum novo paradigma,
me pergunto.

E também intuo
que as vezes o sistema se instalou tão bem nas cabeças e corroeu já tanto interiormente que não deixa "tecido" saudável em pé
para desde ai reconstruir as nossas personalidades e almas...
(aliás esse é o objectivo de toda dominação cultural...)

Tanto que falar mestra amiga
tantos insights ao longo do dia que gostaria de partilhar com alguém mais lúcido...

como era tal vez antigamente,
num serão ao fim dia,
numa cozinha ou fogueira qualquer,
olhando o fogo... em roda,
conversando do que nos vai na alma, do que aconteceu no dia,
ouvindo aos mais experientes e sábios a falar.

Hoje substituímos serões e fogueiras por diálogos virtuais,
abençoada tecnologia!


abraço fraterno e grato

terça-feira, fevereiro 18, 2014

SER MARGINAL...

Ser Mulher...

Há a nível nacional, pequenas "sociedade" (grupos ou capelinhas) de mulheres que alinham do ponto de vista intelectual e "cultural" comum, como há outras tantas do ponto de vista religioso ou político, mais abrangente...ou às vezes misturadas, mas sempre dentro do Sistema patriarcal...
Nenhuma se distancia ou se afirma em contrário...
Mulheres, que unidas nos seus interesses e objectivos, deixam de ser apenas as cobaias anónimas do sistema,  conscientes...
ou inocentes...estão perfeitamente inseridas nele, mesmo sendo contra um partido ou outro, a oposição, ou de esquerda, e partilham todas dos seus pressupostos...das suas ideologias, dos seus conceitos de vida e conhecimentos...que são logicamente patriarcais e masculinos e misóginos, como é inerente ao seu funcionamento e onde a mulher é secundarizada...
Entre a luta feminista, como trabalhadora, executiva, e a luta artística, criativa, dentro do sistema, a mulher tenta ter direitos e igualdades com o homem...e procura não uma diferença, mas sim uma maneira de competir e vencer a luta contra o seu opositor ou nem sempre, quando se submete facilmente ao poder vigente...e é naturalmente cordata...e é a primeira a defendê-lo com unhas e dentes...contra as outras mulheres...
O mesmo na formatação académica das mulheres; todas as mulheres do Sistema e do regime, usam a linguagem patriarcal do Homem e defendem os seus interesses aceitando tacitamente os seus valores e leis que as submetem aos seus modelos...
Eu pergunto...como pode a Mulher Integral, a Mulher consciente de si, distanciar-se desses modelos e assumir um papel..."político" através da sua diferença se pela sua Natureza intrínseca foi negada e não é aceite... e na verdade até é ostracizada...como eu sou, por acaso, no plano cultural e social porque o que eu escrevo não tem eco, nem faz sentido na estrutura dos interesses socio-culturais e económicos da comunidade humana que nos rege...seja o Estado e o Governo e as suas Instituições...
Sou portanto uma marginal...uma persona não grata e não usufruo de nenhum benefício social ou de promoção da minha persona por não ter em comum os mesmos interesses - conclusão, não entro na rota do TRÁFICO DE  INFLUÊNCIAS que rege e domina  a sociedade em que todos são coniventes com essa prática e em onde mais caro ou mais barato todos/as se vendem...por dinheiro, por fama ou prestígio.

rosa leonor pedro

O que é que aqui é "político"...

 
 
UM NUCLEO FEMININO APENAS...

Fiquei a pensar no que é que aqui  é "político"...que acção e que partilha aqui pode ser "política", ou dirigida para um determinado fim - esta dúvida foi suscitada por uma afirmação que se faz sempre de que tudo é política...e essa é uma ideia generalizada...mas que eu não sei se hoje em dia partilho dela... tendo em conta que:
 
"Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com s...eu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas europeias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana."
(IN Wikipedia)

Portanto o que eu pergunto é se o que aqui estamos a fazer, do meu ponto de vista apenas a CONSCIENCIALIZAR as mulheres da sua identidade/essência individual e interior, é política...se de facto a longo prazo isso se poderá ou não reflectir em actos sociais ...
 
E digo, respondo sim e não...pois isso será com cada uma de nós, dependerá de uma vocação e de uma vontade individual...mas a questão que eu visualizo para  as mulheres e eu encaro o meu trabalho é só uma questão de princípio (o feminino ontológico) que está em causa e quase que só no plano subjectivo e no âmbito pessoal, algo de intransmissível à partida e que toca a cada mulher de forma particular, A FORMA COMO INTEGRA A INFORMAÇÃO E A SUA EXPERIÊNCIA e é de facto uma CONSCIÊNCIA DE SI COMO SER MULHER e nem sequer diria como ser humano...isso vem depois, esse sentido mais alargado...e acho que isto se confunde...
O que eu penso é que o pensamento, como ideologia, reflecte-se nas acções...sim, mas diferentemente disso eu penso que a Consciência de que eu falo é uma outra coisa...É um movimento sim, mas interno...o exterior deixa de ser acção e o que há é a expressão  da energia, emanação dessa Consciência...amor...é EMOTION - EMOÇÃO, mas isto é o que eu penso/sinto....e não é nada fácil apreender esta ideia senão pela experiência! E se ela não existir de dentro não há afinidade...porque não é uma mera ideia-conceito...
Trabalhar uma consciência ao nível psicológico de cada uma de nós, não me parece que à priori seja político...por isso é que sempre falei de FOCO. É uma introversão...uma interiorização de como a mulher se sente e se busca a si mesma de dentro para fora...sem negar todo o tipo de informação exterior e complementar desse processo, considero que trabalhar ao nível de uma Consciência do SEr Mulher à partida é criar uma estrutura, um canal, uma Voz...
ESSA CONSCIÊNCIA que se adquire, que se tem ou não, entra  em afinidade e ressonância com outras mulheres que SINTAM O MEMSO, caso contrário não se consegue entrar em sintonia com o grupo de mulheres porque não se trata de difundir  ideias nem edeologias...trata-se como eu tentei hoje clarificar de UMA CONSCIÊNCIA interior...um saber de dentro que por ele próprio entra em sintonia ou nos faz entrar em sintonia umas com as outras, por isso somos tão poucas a participar ao vivo de movimentos de consciência.
Este trabalho tem em vistas a criação de um Núcleo Feminino que trata da essência da mulher e da sua psique ferida...para a libertar por dentro e dar-lhe asas por fora...e a sua liberdade depois será fora deste núcleo... assumida por conta própria e risco...E não há em mim qualquer ideia de conduzir as mulheres a uma causa que não seja a sua própria...e sem fins políticos nem de liderança.
Gostava de saber a vossa opinião.
rlp

sábado, fevereiro 15, 2014

"EMPODERAR" AS MULHERES - não é só...ter poder económico ou político!

ANÁLISE DO TEXTO ANTERIOR...

“A revolta da mulher é a que leva à convulsão em todos os estratos sociais; nada fica de pé, nem relações de classe, nem de grupo, nem individuais, toda a repressão terá de ser desenraizada
(...) Tudo terá de ser novo. E o problema da mulher no meio disto, não é o de perder ou ganhar, mas é o da sua identidade.”*
*Do livro Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, 1972



Toda esta questão extensamente exposta e clara, toda esta análise está à partida corretíssima...não falha nada nela parece-me...só falta mesmo uma "pequena coisa" de nada... que é TUDO! E vocês que me leem já sabem qual é...o porquê da mulher não fazer o que deve como Mulher? Porque ela não é nem sabe  nem  ou NUNCA SOUBE nesta vida O QUE É SER MULHER; ela não sabe o que  é uma  MULHER INTEIRA...
Ela não conhece a sua verdadeira identidade e continua dividida, fragmentada na sua pele, no seu corpo e na sua psique e enquanto ela NÃO INTEGRAR AS DUAS MULHERES opostas dentro de si, enquanto ela não tiver consciência dessa sua divisão interna...entre Lilith e Eva entre a Virgem Imaculada e a Maria Madalela, ELA NÃO VAI PODER FAZER A DIFERENÇA no mundo nem afirmar-se como mulher; e este é que é o ponto da sua divisão ancestral que ninguém  descortina ou quer ver...
Não pode haver uma mulher-mulher sem a CONSCIÊNCIA profunda do seu ser MULHER e a divisão que criou a cisão dentro dela e consequentemente a sociedade não pode mudar com metades mulheres...e umas contra as outras....

NÓS olhamos umas para as outras e VEMOS APENAS "AS OUTRAS"...as fáceis, as putas, as oferecidas, as fúteis, as estúpidas e as vazias, as dondocas e as parvas...as santas e as pecadoras...as fatais e as megeras etc. Nós vemos imensos estereótipos...mulheres fragmentadas aos pedaços...e não vemos a unidade do ser mulher nem como unir uma mulher em si e torna-la coesa...
PORQUE AINDA A NÃO TEMOS UNIDA EM NÓS... e esse é o único trabalho que pode fazer a diferença e a mudança real do feminino no mundo.

NÃO HÁ REVOLUÇÃO DAS MULHERES
SEM PRIMEIRO "EMPODERAR" AS MULHERES

O Poder da Mulher portanto não é exterior,  é intrínseco e corresponde ao despertar do seu próprio ser, do seu potencial intrínseco, anulado  há milénios por uma civilização e por  uma cultura totalmente  contrária e adversa à Natureza Mãe e à Mulher e à sua essência - essência que não corresponde ao que as feministas pretendem como igualdade de género, com o  reivindicar de um "poder" exterior dentro do Sistema bélico, belicista e opressor do feminino ontológico, em forma de cargos políticos e chefias ou pelo “direito” (aberrante) de ser polícia, de cumprir o serviço militar ou ir à Guerra! O que significa tornar a mulher num homem e não dar-lhe a dimensão profunda do ser feminino, o lado que corresponde  a uma natureza distinta do homem que é a mulher. E é aqui que eu me desvio de todo e qualquer Feminismo e das suas exigências de supostas igualdades. Elas não passaram de uma armadilha para a verdadeira mulher continuar ausente e vazia de si...contribui para a mulher iludir-se com a sua supostamente emancipação e não ver a sua cisão, não olhar para dentro, não ver o seu vazio!
  
Para as mulheres fazerem a diferença no Mundo é preciso "empoderar" as mulheres,  e isso só elas o poderão fazer por si mesmas, cada uma por si, individualmente. E não  é reivindicar direitos iguais nem igualdades sexuais ou outras, mas precisamente manifestar as diferenças; empoderar as mulheres  só pode ser  devolver-lhe as suas capacidades e dons inatos, os mesmos que lhes foram retiradas ao longo dos tempos, dar-lhes a liberdade de Ser Inteiras, e de se expressarem  na sua linguagem subjectva e intimista, e terem  a mesma dignidade em ser mãe ou amante, sem contratos nem repressão; empoderar as mulheres trata-se de lhes dar o direito a serem mulheres  autenticas, femininas naturalmente,  delicadas e fortes...intuitivas e conscientes de uma herança matricial...Mulheres livres e naturais  sem silicones nem operações plásticas para agradar ao estereótipo da moda...ser objecto  de "desejo dos homens" ou do interesse económico patriarcal pelo qual são exaustivamente exploradas.
Empoderar as mulheres significa elas terem o direito a ter voz activa, usar a sua própria Voz ancestral, que é a Voz do Útero, da sua intuição, ser a Voz dos Oráculos e da mediunidade, ser o canal que é ela das forças cósmico e telúricas,  ser ela a iniciadora do Amor e não uma boneca insuflada, explorada como objecto sexual, ou "barriga de aluguer"... ao serviço do sistema e dos homens, ou colocada no altar das suas religiões, como mãe santa e imaculada.
A mulher tem voltar a ser simplesmente A Mulher, sem ser qualificada ou coisificada por ideias patriarcais e machistas. E quando a mulher voltar a si...acordar para si  e todo o seu potencial ela vai aceder a essa consciência da sua totalidade e então  poderá mudar o mundo à sua volta.

rlp

MULHERES: "Sejam melhores, liderem a mudança que a humanidade necessita."


"UMA REVOLUÇÃO FEMININA
Nós não estamos cientes disso, mas agora estamos a viver uma tragédia. A grande tragédia ignorada e silenciada de nossos tempos. Porque apesar de acontecer diante de nossos narizes, a nossa estreiteza mental e nossa patética falta de perspectiva esconde a sua enorme magnitude e as terríveis consequências que resultarão do presente e do futuro. Podemos dizer, sem hesitação, que estamos a perder a última grande oportunidade de transformar a humanidade e criar um futuro melhor. E quando percebermos a oportunidade perdida, será tarde de mais ... o pior é que ninguém está ciente do que está a acontecer e o que realmente significa para todos nós.
O que queremos dizer? Qual é a oportunidade?
Para entender isso melhor, devemos primeiro responder a uma pergunta:
Quem tem o poder de transformar as sociedades?
Tem sido evidente ao longo da história que apenas os grupos oprimidos e abusados conduziram revoluções, eles são os únicos que combinam a necessidade e a força moral capaz de gerar grandes mudanças nas estruturas de organização social, económica ou política. Seja qual for a sua origem ou condição, recai sobre eles a responsabilidade e mudar as coisas. A esperança de criar um mundo melhor e mais justo. Obviamente, que quem detém a posição dominante numa situação de injustiça social ou desequilíbrio, não tem interesse em mudar a situação que o beneficia.
Não vamos ver grandes banqueiros e empresários a clamar os direitos dos trabalhadores, como vimos nem a realeza nem nobreza a em seu tempo lutaram pelos direitos dos camponeses e das classes mais pobres. Isso é evidente. Se pudéssemos quantificá-lo de alguma forma, poderíamos dizer que o poder transformador de um grupo oprimido está directamente relacionada com poder e potencial que alberga e que lhe é negado.
Assim, os escravos, camponeses ou proletários, todos foram os motores das maiores revoluções dos últimos tempos, exerciam a força de trabalho da sociedade. Seu potencial era portanto imenso assim como as suas capacidades de transformação social e económica e a esperança de justiça depositada neles. Da libertação desse imenso potencial reprimido surgiram as grandes transformações sociais, económicas, ideológicas e políticas dos últimos séculos da nossa história. E tais avanços foram gigantescos.

O MAIOR COLETIVO OPRIMIDO DA HISTÓRIA

Mas ao longo da história tem havido um grupo oprimido com um potencial muito maior do que qualquer outro, tão imenso que transcende os limites das hostes sociais, econômicas e políticas, como, nada mais e nada menos, do que a chave da sobrevivência da espécie humana: o sexo feminino. Nunca na história da humanidade houve um grupo com tanto potencial para transformar a nossa realidade. Seu poder é tão grande que realmente custa tomar plena consciência dele.
Para começar, as mulheres representam maior e mais longo coletivo oprimido de todo o grupo história humana. Neste não era apenas a subjugação social, econômico e político, mas também mental, sexual e moral, negando o desenvolvimento integral e gratuito a limites inconcebíveis.
A repressão das mulheres não conheceu fronteiras políticas, físicas ou ideológicas. Nem, tão pouco, temporais, culturais ou religiosas.

 REVOLUÇÃO FEMININA
Trata-se de uma opressão geração após geração e século após século, na latitude e longitude de todo o globo, perdendo-se remotamente no início da civilização.Consequentemente, o seu poder de transformar o mundo também transcende todas as fronteiras imagináveis, que abrigam a capacidade de transformar o ser humano até à sua essência.

 Muito além das estruturas circunstanciais e temporais representadas por diferentes conjunturas sócio- económicas com as quais todas as revoluções estão relacionadas. E eis que um camponês ou proletário representava a força que mantem em funcionamento toda a estrutura económica e produtiva. Mas o sexo feminino representa directamente a existência e longevidade da própria espécie humana.
Existe, portanto, maior poder no mundo?
Tal era o poder inconcebível de uma possível Revolução das Mulheres.
E tais eram as esperanças de transformação profunda à escala humana que poderia ser depositada em uma tal revolução.No entanto, a revolução das mulheres parece ser uma grande oportunidade perdida, talvez para sempre.
O grande cataclismo esquecido e ignorado em nosso tempo.
A desgraça da magnitude, nunca pode estar ciente.
Porque é, sem dúvida, uma revolução que está a ser abortada muito antes da poder ocorrer. Abortado sob a bandeira da suposta "igualdade de género ", uma verdadeira aberração conceitual criado pela máquina do sistema, a fim de canalizar a força imparável que poderia levar o sistema para sua própria destruição total.

Porque, na realidade, o que é a igualdade de género?
 O que significa a participação igualitária das mulheres nas estruturas sociais, econômicas e políticas?
É, realmente, mudar a essência do mundo em que vivemos?
Para responder a isso, precisamos apenas observar que nos rodeia.
Note, por exemplo, as mulheres que entram no mundo da política.
Elas são menos ambiciosas do que um homem?
Estamos presenciando uma profunda transformação globalmente à medida que as mulheres incorporam cargos de responsabilidade? A resposta para todas essas perguntas é tão triste quanto óbvia.

 A ARMADILHA DA IGUALDADE
Qual tem sido a maior queixa das mulheres para defender seus direitos? Igualdade. Ou seja, o acesso livre aos cargos e funções que os homens ocupam no sistema. Seja parte do sistema corrupto e desastroso, em maior medida, criado pelo próprio sexo masculino.
Um mundo selvagem, violento, injusto, perverso como uma máquina fria e metódica que destrói tudo no caminho, nas asas de ideologias políticas absurdas, crenças religiosas ou ganhos económicos. Longe de tentar transformar este mundo vil às suas raízes, para destruir as estruturas psíquicas que causam sérios danos ao próprio sexo feminino desde tempos imemoriais, a grande reivindicação da mulher tem sido tornar-se uma grande peça desse mecanismo, tal como o homem o é.
Apenas isso.
 Ser uma parte da máquina, simplesmente.
Isso é o que realmente representa a chamada "igualdade de género ".
 E, chegando aqui, devemos nos perguntar por que o sexo feminino se contenta com tão pouco?
Por que não tem focado os seus esforços em derrubar as estruturas injustas do sistema, criando novos conceitos, radicalmente diferentes, muito mais desenvolvido e profundo?
Em suma, porquê que a mulher não se tem esforçado para criar e liderar um mundo radicalmente novo e melhor?
Criar e liderar um novo mundo. Isso representaria uma nova esperança para a raça humana, tão cega e perdida nestes dias.

Sem dúvida, alguns irão argumentar que para mudar o mundo as mulheres devem incorporar antes os cargos da sua gerência.Mas isso é uma falácia completa. Porque é justamente aí que está a armadilha.Como vimos, o poder transformador só vem dos grupos oprimidos que lutam para mudar as coisas e sonhar com novas realidades, ser utópica.
A necessidade de construir um futuro.
No entanto, a promessa de igualdade não abriga ao sonho de novas realidades.
Na verdade serve para matar esse sonho realmente profundo e reforçar as realidades existentes como únicas opções possíveis.
E a igualdade de género, uma vez alcançada, efectivamente eliminou a necessidade de essa transformação porque, presumivelmente, termina com a opressão que gerou essa necessidade.
 Esse foi o grande sistema de armadilha para abortar a grande revolução das mulheres que poderia ter mudado a humanidade para sempre.
E com isso perdemos provavelmente a última chance de faze-lo.
Porque todos nós sabemos que uma mulher pensa e sente diferente do homem.
Experimentando coisas que um homem não pode jamais compreender.
Existe entre ambos os sexos uma enriquecedora e profunda diferença, tanto a nível biológico como a nível psicológico.
Um património natural inestimável.
No entanto, parece que o sexo feminino renunciou a estas valiosas diferenças, à sua forma particular de sentir e compreender o mundo e tornou-se também um homem, juntando-se, da mesmíssima forma que ele, à máquina do sistema.

REVOLUÇÃO FEMININA
Parece que a grande luta do sexo feminino, seu objetivo principal está limitado a alcançar os mesmos cargos de poder que um homem e ter a oportunidade livre para usar calças, fumar, beber, usar drogas e fazer sexo, tal como o sexo masculino.
 Uma grande conquista na escala cósmica, sem dúvida.
Elevação espiritual e intelectual em sua forma mais pura.
Um marco que deve ser objecto de admiração profunda para todo o sempre.
 Porque, na verdade, onde estão as mulheres que mudam o mundo?
Quem são elas?
Foi a Lady Gaga, Madonna, Miley Cyrus ou a atriz da moda?
 É mandatárias corruptas?
Talvez as jornalistas e tertulianas que obedecem a seus mestres, assim como qualquer jornalista do sexo masculino?
Ou talvez os milhões e milhões de mulheres escravas do consumismo, da moda e da televisão, exactamente como os homens?
E eis que a mulher se tornou incapaz de escapar do programa do sistema e de criar e liderar uma nova realidade escala humana.
Um exemplo claro disto é encontrado na religião.
É difícil encontrar uma instituição mais tradicionalmente masculina/ machista que a Igreja Católica.
Seu recorde de desprezo pelas mulheres listra níveis insalubre, chegando a considera-la, a qualquer momento, um ser impuro e pecaminoso.
Ainda hoje, as mulheres são tratadas quase como seres espiritualmente inferiores, não tendo acesso a quaisquer cargos com poder real na estrutura eclesiástica.
Mas qual é a reacção maioritária por parte do sexo feminino a uma instituição tão torcido e distorcido em seus preceitos?
 Por acaso derrubamos as estruturas opressoras e definimos um novo conceito de espiritualidade que superasse todas as barreiras das diferentes religiões?
Não.
 Parece que o grande objectivo das mulheres é reivindicar o direito ao sacerdócio, o direito de aderir a mesma estrutura obsoleta e ultrapassada que foi suprimida por dois milénios e que tem servido tão obedientemente.

REVOLUÇÃO FEMININA
Tem sido incapaz de criar algo novo.
Incapaz de desistir da programação mental do sistema.
Um exemplo claro de como o sistema habita nas profundezas da nossa mente humana, como um programa de auto-limitação que impede qualquer alteração substancial e profunda.
É doloroso aceitar, mas o que realmente significa um avanço para o mundo que uma mulher chegue a governar?
 Sim?
Por quê?
 Se o seu governo envolve as mesmas injustiças, a corrupção e os abusos de um homem, então o que o ser humano ganhou?
 Nada.
Em vez disso, todos nós perdemos.
Porque nós perdemos a oportunidade de mudar tudo.
A oportunidade de transformação que apenas brinda os grupos oprimidos.
E o sexo feminino foi o maior grupo oprimido na história da humanidade.
 Nossa última grande esperança.
 Todos nós devemos sentir pena por ele.
E uma profunda vergonha .
E mesmo que seja mínima respiração o poder transformador no gênero feminino, se ainda existem mulheres sonhadoras fora da armadilha da suposta igualdade de gênero, aqui está o nosso apelo, quase oração:
Reajam!
Revelem-se !
Revertam e mudem verdadeiramente o mundo real!
Para os vossos fundamentos mais profundos!
Arranquem as teias de aranha que o sistema em teceu nas nossas mentes e sonhem uma nova realidade, uma nova humanidade.
Não se conformem simplesmente a ser iguais aos homens e a tomar as suas posições.
 Sejam melhores, liderem a mudança que a humanidade necessita .
Pois vocês são a última esperança ...
E fazê-lo é o vosso dever .

 GAZZETTA DEL APOCALIPSIS"

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

O PERIGO DO PATRIARCADO...

 
 
 
O PATRIARCADO NÃO É UMA "SUPERSTIÇÃO"...

"Patriarcado é uma cultura, um sistema, uma civilização, um sistema econômico, um sistema político, um sistema legal, um sistema religioso, um sistema científico, e assim por diante. Mas acima de tudo, o patriarcado é um PODER. Um poder que se manifesta em todos os lugares, instituições, pessoas, hábitos, culturas, religiões, ideologias, mesmo entre mulheres. Isto porque o patriarcado socializa com os papéis e as hierarquias de gênero... que existem entre homens e mulheres. O patriarcado existe há tanto tempo pois promove a sociabilidade entre homens, que se tratam como irmãos (fraternidade), atribuindo-lhes poder. Enquanto isso, obriga as mulheres a reproduzirem e sustentar materialmente os homens, socializadas entre si como inimigas, servindo aos interesses do desejo masculino."

Texto adaptado de: “O que é feminismo” de Dra. Elida Aponte Sánchez

terça-feira, fevereiro 11, 2014

FALAMOS DO FEMININO ESSENCIAL

(NÃO DOS DIFERENTES FEMINISMOS...E CONTRÁRIOS...)


CONVÉM LEMBRAR...

Que o masculino já foi definido, o feminino ainda não...

“As mulheres que alcançaram a iluminação – conseguiram-no seguindo vias ou modelos tradicionais masculinos? Conseguiram-nos seguindo o seu próprio caminho? Como é que o encontraram? Por que tipo de conflitos, dúvidas sobre si próprias, etc., passaram para encontrarem o seu próprio caminho?”

"Toda a área da espiritualidade feminina se encontra em branco. Muitos dos escritos de freiras foram perdidos. De qualquer forma, as mulheres não escreveram muito sobre a busca espiritual. As mulheres tem sido afastadas de posições importantes na maioria das religiões instituídas.
A espiritualidade feminina parece diferente da masculina. Menos orientada para objectivos. Pode alterar a noção do que é iluminação. Mais vasta e abrangente; mais uma vez amorfa.
(…)
A espiritualidade feminina é difícil de ver, difícil de definir. Quais são os estádios, os passos, o treino? Será que fazer croché ou malha é tão bom como a meditação para treinar a atenção e serenar a mente?
Um contínuo, com o desenvolvimento espiritual masculino num dos extremos o feminino. O masculino já foi definido, o feminino não. Montes de variações entre os extremos. Será que existem caminhos paralelos mas diferentes/separados (…)?”*

* Treya in FORÇA E CORAGEM DE de KEN WILLBER

UMA FÉ MAIS HUMANA



UMA DEVOÇÃO SALVÍFICA
SÓ PODE SER MATERNAL...

"Seria possível, por exemplo, deflagrar uma devoção à Mãe Sagrada da Dúvida Redentora? Seu adoradores seriam os precursores de um enfraquecimento significativo das certezas que dividem, e que com tanta frequência matam. Seu devotos poderiam acreditar também que um mito e uma fé mais humana brotariam, graças ao sofrimento advindo da perda das certezas confortantes, mas mortais, que a Mãe da Dúvida Redentora haveria de eliminar".
in Amor, Celibato e Casamento Interior
John P. Dourley

Amor, Celibato e Casamento Interior...

 
 
RELENDO JUNG...

"Jung esforçava-se por definir a sua posição de que a libido era mais do que simples energia sexual, ou que não poderia ser reduzida a ela. (...)
Ao associar esse conceito de libido com a experiência do divino, ele escreve:...

Psicologicamente, porém, Deus é o nome que se dá a um complexo de ideias agrupadas em torno de um sentimento muito forte; o tom afectivo é o que realmente dá ao complexo a sua eficácia característica, porque representa uma tensão emocional que pode ser formulado energeticamente. Os atributos da luz e fogo retratam a intensidade psíquica que se manifesta como libido. Quando se venera Deus, o sol ou fogo, venera-se a intensidade e o poder, noutras palavras, o fenómeno da energia psíquica como tal, a libido. (...)
Creio, pois, que, no geral, a energia psíquica ou libido cria a imagem de Deus, valendo-se de imagens arquetípicas, e que o ser humano em consequência, venera a força psíquica activa do seu interior como algo divino.
Isto significa que a experiência da libido, no máximo da sua intensidade, é a base da experiência humana do Deus interior. "Trazer Deus dentro de si", observa Jung é praticamente o mesmo que ser o próprio Deus."


in Amor, Celibato e Casamento Interior
John P. Dourley
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sexta-feira, fevereiro 07, 2014

O CORPO DA MULHER É SEU...NÃO DO ESTADO!

 
 
ONTEM, MULHERES EM FILA, EM ESPANHA, PARA REGISTAREM OS SEUS CORPOS COMO PROPRIEDADE SUA, INALIENÁVEL...

Navarra- El objetivo de esta acción, ha sido “poner de manifiesto que el cuerpo de las mujeres no es perteneciente de ningún órgano eclesiástico ni partido político, pues la capacidad de decisión recae única y exclusivamente sobre nosotras mismas, las mujeres”, explica este colectivo en un comunicado.
 
 
 
POR UM LADO, EM PORTUGAL, AS FEMINISTAS NÃO TÊM QUALQUER CONSCIÊNCIA DO FEMININO ONTOLÓGICO...E POR OUTRO,  AS FEMINISTAS POLITIZADAS NÃO TEM QUALQUER VOTO NA MATÉRIA...

Em Portugal nunca houve uma consciência efectiva das feministas tirando algumas autoras dos anos sessenta, que se salientaram nos meios académicos e culturais... internacionais na altura de Salazar e da Pide e sem dúvida que houve sempre mulheres lutadoras, de têmpera, de que reza a história, mas na realidade, ou porque se perderam em afirmações individuais e interesse particular ou porque foram aglutinadas aos partidos, tal como o foram pelas igrejas antes, continuam obedientes ao Pai, ao Poder e agora são-no ao líder, todas as mulheres de esquerda. Em Portugal as feministas estiveram sempre ligados ao partido comunista e aprisionadas à cartilha da partido e nunca houve de facto, penso eu, mulheres livres e independentes com a força das escritoras dos anos 70 como a Mary Daly, a Carol P. Christ, a Merlin Stone, a Marija Gimbutas... , mulheres capazes de fazer a mudança ou criar uma base de unidade de consciência efectiva que se tornasse notável em Portugal. Ainda andamos as voltas com uma existencialista, Simone de Beauvoir....Há sempre a cartilha do líder ou a do marialva...que impera em Portugal, mesmo entre as intelectuais modernas...quem decide sempre é o romance e o amante...o editor o chefe e o patrão, em suma o Estado ou o Pai. E agora vem todo este simulacro de "espiritualidades" NEW AGE e como diz a Luiza Frazão: " As nossas feministas eram e presumo que continuem a ser ridicularizadas e depois entrou o Reiki e a meditação e pronto, já estamos em Neptuno como se diz em astrologia mas o Saturno e o Úrano estão por resolver e é tudo tão balofo que não se aguenta..."

rlp

A MULHER MODERNA

 
 
A MULHER NÃO SABE DE SI...

A mulher moderna luta com tudo e não sabe porquê...não sabe como começou essa divisão e luta dentro de si mesma, não se lembra como tudo começou…e por isso não tem consciência dela como um ser integral! Sabe apenas que luta e que está fragmentada...que é apenas partes de si ou que lhe falta sempre qualquer coisa...
Mas do seu fundo, quem ela é... ela não sabe, não se lembra…
Sim, ela não se lembra de todo como é que perdeu essa inteireza e essa alegria que surgia quando era menina, essa espontaneidade de adolescente, essa ânsia no coração que a despertava do sonho, não sabe e não se lembra que aos poucos foi calada e obrigada a conter-se e foi assim perdendo essa sua parte instintiva, sensual, ardente e selvagem, a que corresponde a sua força, a sua alegria...pois sempre que a manifestava e se soltava era olhada com desprezo e julgada como um mal provável, uma ameaça para a família ou para a sociedade... e assim a menina mulher aprendeu cedo a reprimir-se, a esconder essa parte de si, sim, essa parte de si mais profunda e autêntica, para poder ser exemplo de “uma boa menina” e ficar ao serviço da família e do homem ou do estado...então ela fez tudo e tudo de si deu... deu-se no corpo e no sexo, deu-se em esforço e sacrifício tentado ser o que dela esperavam...mas não se pode dar a ela mesma porque ELA - a força da Natureza em si ou a Deusa, - não estava lá...
Então um dia a mulher acorda do seu cansaço, da sua tristeza ou amargura, da sua raiva ou da sua nostalgia, ou pela idade ou por uma doença fatal e súbita ou pelo desgosto da perda…da desesperança de obter aquilo que uma vida inteira não obteve: o reconhecimento do seu valor, da sua força, da sua coragem, da sua entrega, do seu sacrifício…e desaba…

rosaleonorpedro
 

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

A CEGUEIRA DAS MULHERES

 
AS MULHERES INTELECTUAIS

É notável como mulheres inteligentes e sensíveis, que se aproximam de uma consciência emergente, ainda não consigam perceber que nem o dogma católico nem a evocação das religiões mais antigas, e nem mesmos os mitos e lendas são a verdadeira fonte de uma realidade que já foi vivida e que ultrapassa os tempos e as ideias ou mesmo toda a força do obscurantismo religioso que ...afastou a mulher, não dos palcos de poder, mas de si mesma e da sua própria natureza o que é muito mais grave. Mais parece até que é isso mesmo que elas não querem ver. Que dentro de cada mulher reside um mistério. Que dentro de cada mulher há um poder. E esse poder tem a ver com a sua própria natureza e a natureza da Vida que nos gera e gera tudo o que existe ao cimo da Terra. Que esse Poder é sagrado por si mesmo independentemente da ideia de um deus criador ou de um qualquer culto mas sim com a VIDA! E a Vida é a Deusa é a Mãe.
É evidente que esse poder também existe no homem mas aqui trata-se de ter em conta um muito aspecto particular que é o da mulher ser a geradora da vida dentro de si e dar à Luz o homem, alimentá-lo e educa-lo…e que para além disso esse poder inato lhe dá uma consciência própria, como mulher mãe e amante e que lhe foi NÃO SÓ TIRADO como completamente desvalorizado pelas religiões e sistemas patriarcais. 
rosaleonorpedro 

sábado, fevereiro 01, 2014

SÃO AS MULHERES DISSIMULADAS?



ACABAR COM A SIMULAÇÃO É MUITO DIFÍCIL

"Pode-se dar o nome que se quiser, mas ter uma vida secreta porque a vida real não tem espaço suficiente para vicejar é prejudicial à vitalidade da mulher. [...]
Para escapar desse caminho polarizado, a mulher tem de abandonar a simulaçao. Esconder uma vida interior falsa nunca funciona. É melhor que nos despertemos, que nos levantemos, por mais caseira que seja nossa plataforma, e vivamos com a maior intensidade possível, da melhor maneira possível, deixando de lado a ocultação de falsos substitutos. Esperemos pelo que seja realmente significativo e saudável para nós."

Clarissa Pinkola Estés.