O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

A MULHER MODERNA

 
 
A MULHER NÃO SABE DE SI...

A mulher moderna luta com tudo e não sabe porquê...não sabe como começou essa divisão e luta dentro de si mesma, não se lembra como tudo começou…e por isso não tem consciência dela como um ser integral! Sabe apenas que luta e que está fragmentada...que é apenas partes de si ou que lhe falta sempre qualquer coisa...
Mas do seu fundo, quem ela é... ela não sabe, não se lembra…
Sim, ela não se lembra de todo como é que perdeu essa inteireza e essa alegria que surgia quando era menina, essa espontaneidade de adolescente, essa ânsia no coração que a despertava do sonho, não sabe e não se lembra que aos poucos foi calada e obrigada a conter-se e foi assim perdendo essa sua parte instintiva, sensual, ardente e selvagem, a que corresponde a sua força, a sua alegria...pois sempre que a manifestava e se soltava era olhada com desprezo e julgada como um mal provável, uma ameaça para a família ou para a sociedade... e assim a menina mulher aprendeu cedo a reprimir-se, a esconder essa parte de si, sim, essa parte de si mais profunda e autêntica, para poder ser exemplo de “uma boa menina” e ficar ao serviço da família e do homem ou do estado...então ela fez tudo e tudo de si deu... deu-se no corpo e no sexo, deu-se em esforço e sacrifício tentado ser o que dela esperavam...mas não se pode dar a ela mesma porque ELA - a força da Natureza em si ou a Deusa, - não estava lá...
Então um dia a mulher acorda do seu cansaço, da sua tristeza ou amargura, da sua raiva ou da sua nostalgia, ou pela idade ou por uma doença fatal e súbita ou pelo desgosto da perda…da desesperança de obter aquilo que uma vida inteira não obteve: o reconhecimento do seu valor, da sua força, da sua coragem, da sua entrega, do seu sacrifício…e desaba…

rosaleonorpedro
 

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