O FOGO FEMININO
CONTRA A ORDEM NEGRA DO IMPÉRIO ROMANO
(...)
Enquanto o Fogo da Mulher não for desejado pela consciência do homem, essa consciência será orfã de uma metade de si-mesma. Os profetas dos tempos antigos do nosso povo não tinham Mãe porque eles não a deixavam expressar-se através deles...Mas eis que a partir de agora, tem de ser diferente. Sou eu que apelo ao Fogo Feminino a encontrar o seu lugar e à Mulher a se revelar em toda a humanidade.
- Fala-nos dessa Força...pede Myriam...
- É a Força que sabe reconhecer a grandeza e a beleza de uma fraqueza. É aquela que pode reconhecer a força redentora de uma lágrima. É aquela que se que aceita as metamorfoses admitindo a mudança como energia de Vida. Ela é o princípio volátil através do qual tudo se eleva por si só.
“Digo-vos, é pela Mulher que tudo virá logo que a minha Palavra possa claramente ser entendida e é também por ELA que a minha Palavra secreta viajará através dos tempos. Existe n’ Ela um princípio destabilizador que a torna a eterna iniciadora...”
(...)
“A imaginação é uma faculdade feminina, irmã do Amor. Vocês podem vê-la como uma água saida das profundezas da alma e que impede o coração de secar. Ela é o contrapeso desse hábito que vos torna sujeitos de Roma...essa força vazia e orgulhosa que é o excesso do Fogo masculino que se estende pela Terra há tanto tempo! Essa energia de uniformização e de rotina a que eu chamo também ordem humana que sufoca a consciência. É a disciplina dos sonâmbulos, o ritual daqueles que não saiem dos carreiros feitos pelo pai do seu pai. É a força repetitiva que organiza e empareda as vidas, do princípio ao fim, sem lhes dar a possibilidade de um novo passo...”
in visions esséniennes - d.meurois-givaudan
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
terça-feira, setembro 26, 2006
sexta-feira, setembro 22, 2006
"A PAZ É NOME DE MULHER"
ONTEM FOI DIA MUNDIAL DA PAZ...
ALGUÉM DEU POR ISSO?...
In “O PODER DO AGORA” de Eckhart Tolle
ONTEM FOI DIA MUNDIAL DA PAZ...
ALGUÉM DEU POR ISSO?...
“Como é que, só no século vinte, os seres humanos tenham morto para cima de 100 milhões dos seus semelhantes humanos? Seres humanos a inflingirem a outros sofrimento de tal magnitude ultrapassa tudo o que possas imaginar. E isso sem levar em conta a violência mental, emocional e física, a tortura, a dor e a crueldade que eles continuam a infligir-se uns aos outrs assim como a outros seres viventes numa base diária.
Agem desta maneira por estarem em contacto com o seu estado natural, a alegria da vida interior? Claro que não. Só pessoas que estejam em estado profundamente negativo, que se sintam muito mal, criariam semelhante realidade como reflexo do que sentem. Agora estão empenhadas na destruição da Natureza e do Planeta que as sustenta. Inacreditável, mas verdade. A espécie humana está perigosamente louca e muito doente.” (...)
In “O PODER DO AGORA” de Eckhart Tolle
“A nossa civilização é dominada pelo instinto de morte. Se nós quisermos sobreviver, temos de colocar a tónica nos valores femininos.
A mulher está profundamente ligada ao instinto de vida: ela está do lado das crianças, da Natureza, dos outros, dos animais, das plantas e das coisas...
Uma sociedade que reconhecesse os valores femininos assentaria sem dúvida em comunidades de interajuda.
Nunca sobre a dominação, a competição, a expansão ao domínio dos outros
Com o princípio masculino, é a sobrevivência do mais forte, com o princípio feminino, a sobrevivência do mais sábio.
É preciso perguntar-se o que aconteceria se houvesse uma mudança colocando-se a ênfase nos aspectos do feminino em vez dos masculinos.
Que valores adviriam dessa mudança de atitude no plano colectivo e individual?”
(texto traduzido do francês - autor anónimo?)
O PARADOXO HUMANO
Eu continuo a perguntar a mim própria o que falta ao Homem dentro de si para que ele esteja tão doente, tão desesperado e cada vez mais violento?
O que falta ao ser humano para que fique horas a fio a ver filmes de guerra e crime na ficção tanto como na realidade, desejoso de mais espetáculo...desejoso que caiam mais bombas...hajam mais guerras, mais crimes, MAIS FOME...e a par disso o maior atordoamento no ruído a que chamam música e no álcool ou na droga, no consumo, no sexo...
Os homens elegem os carros como símbolo de poder pessoal, constantemente "bombardeados" por novas marcas de carros como sucedâneo de felicidade com mulheres "fantásticas" ao lado e tudo à volta de um imaginário masculino de força e de agressividade e depois os Governos distribuem panfletos na rua ou no combóio para o "povo" andar de biciclete por causa do azono...
Enquanto isso os "homens heróis" e eles os grandes "chefes" brincam aos carrinhos e aviões e às guerras com que sonharam desde adolescentes no ódio à mãe e o medo das mulheres...
Metade da humanidade continua a destruir a outra metade seja de que lado estiver e em nome de qualquer coisa seja em nome da fé cega ou de um deus iracundo!
Esta é a insanidade do mundo em que vivemos, o grande paradoxo para o qual contribuimos todos...
sábado, setembro 16, 2006
Não esqueçam: amanhã é o dia global de acção por Darfur. Este domingo milhares de pessoas por todo o globo participarão na maior iniciativa por Darfur jamais realizada desde o início do conflito em 2003.
Façam barulho por Darfur, pelos civis de Darfur que têm sofrido três anos de conflitos armados, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, a maior parte às mãos das forças do governo do Sudão e das milícias Janjaweed.
Façam barulho contra a limpeza étnica dos sudaneses negros não muçulmanos em curso desde 2003, que matou quase meio milhão de pessoas e deixou mais um milhão e meio de Darfurianos dependentes da ajuda humanitária, tanto no que diz respeito à nutrição, como a alojamento e a cuidados médicos. A juntar a esta situação, o aumento da insegurança tem levado a que muitos destes refugiados não tenham acesso a ajuda humanitária.
Não deixem o mundo esquecer Darfur!
IN DIÁRIO ATEÍSTA - # um artigo de Palmira F. da Silva, publicado às 05:58
sexta-feira, setembro 15, 2006
Tchoang-Tsé
Mas seria talvez de ti que eu andava à procura? Talvez eu esteja aqui sempre a esperar por ti. De todas as as vezes perdi-te porque não te reconheci ou não me atrevi? De todas as vezes perdi-te porque ao reconhecer-te sabia que devia perder-te?”
In “O Pêndulo de Foucaul”
UMBERTO ECO
segunda-feira, setembro 11, 2006
O mundo gerado, A Rosa, crucificada em Deus"
fernando pessoa
“O desequilíbrio das nossas instituições fundamentais, que reflectem um Deus pai no topo de uma trindade totalmente masculina, teve uma influência devastadora no mundo Ocidental. Com o rápido desenrolar dos acontecimentos devido a avanços da ciência nos últimos trezentos anos e especialmente nos últimos cinquenta, a fractura na sociedade Ocidental e na psique humana tornou-se cada vez mais evidente.
A poluição do planeta e o abuso flagrante das nossas crianças estão intimamente relacionados com esta falha fundamental.
(...)
Uma das realidades mais tristes da nossa cultura é que a ascendência do masculino ferido levou à exaustão emocional. Onde o feminino não é valorizado, um homem não tem verdadeira intimidade com o seu oposto, a sua outra “metade”.
Muitas vezes, não pode canalizar as suas energias na direcção de uma relação amorosa visto que o seu parceiro, supostamente, não tem valor. Privado do seu oposto igual porque o feminino é visto como inferior, o macho frustrado predominante fica esgotado: “onde o sol brilha sempre, há um deserto”. As florestas secam, os rios secam, o solo estala. A terra morre.”
In MARIA MADALENA E O SANTO GRAAL
Margaret Starbird
O 11 de Setembro...
São os homens do deserto e os patriarcas de todo o mundo que fazem as guerras e destróiem o Planeta. Não há os "bons e os máus" como nos querem fazer parecer, mas apenas os que destróem e matam dos dois lados da História...
A falta do Pricípio Feminino no Mundo e a negação da Essência da Mulher enquanto Matriz, faz o Deserto em que os homens precipitam a Terra...através das suas armas e guerras, do fogo, do ódio e da miséria que provocam, a Natureza "revolta-se" e vai fazer-nos pagar caro a desordem que criamos em nome de "Deus"...
Só para dizer que embora sem assiduidade, estou presente!
sábado, setembro 02, 2006
”A Terra é a nossa mãe. Dela recebemos a vida e a capacidade para viver. Zelar por nossa mãe é nossa responsabilidade e zelando por ela, estamos zelando por nós próprias. Nós, mulheres indígenas, somos manifestações da Mãe -Terra em forma humana. Molestar, destruir, minimizar as manifestações da Mãe-Terra é ir contra a sua natureza, pois na natureza tudo deve fluir, assim como os rios que correm, os mares que enchem e esvaziam, como as cachoeiras que caem, como as pedras que rolam, como os filhotes que nascem e crescem, como a chuva que cai, como as luas que se enchem e vão, como o sol que esquenta e esfria, como a vida humana e animal que brota e transforma-se em húmus para a terra. Ir contra todos esses segmentos é violar o sagrado. A base filosófica de nossas vidas, como mulheres e povos indígenas, (…) é o respeito pelo sagrado, pelo que foi criado pela natureza e a mulher faz parte deste sagrado, por isso sua palavra é sagrada, tanto quanto a Terra. E toda a sua cultura e espiritualidade relacionadas ao sagrado humano, deve ser respeitada.”
ELIANE POTIGUARA
(Escritora e activista brasileira candidata ao Prémio Nobel da Paz…)
- Se esta é a consciência de uma mulher indígena, então todas as mulheres e todos os homens do planeta deviam ser indígenas…
Se esta é a luta de uma mulher indígena, então essa devia ser a luta de todos os seres vivos sem mais reticências!
Se olharmos para a Planeta o que vemos é perfeitamente assustador e a nível humano e pessoal não há já ninguém que não se dê conta das alterações climáticas nem do ritmo acelerado das intempéries assim como todo o tipo de epidemias e doenças ou da ameaça constante da Guerra se alastrar assim como a fome…
O rastilho arde…a agressão a países perpetra-se e em nome de ou contra fundamentalismos, outros iguais ou maiores se lhes sobrepõem…
E vemos a Terra-Mãe, esta Terra abundante e resplandecente a ser totalmente desrespeitada pela agressão e violência dos homens de poder e os senhores da Guerra. Os políticos e os Media ao serviço dos poderes que devastam o planeta, pelas economias de mercado e os seus interesses financeiros, pensam apenas no seu triunfo (o triunfo dos porcos”?) e no sucesso das suas políticas globais e interesses de audiências, sem qualquer ética ou consciência do perigo a que toda a Humanidade está sujeita!
As massas alienadas pelo futebol mundial, associado ás indústrias do sexo, difundidas largamente pelos Media, favorecem as máfias de exploração e escravização das mulheres e crianças em todo o mundo que as leva para a prostituição organizada ao mais alto nível, sendo mais um flagelo para o qual as pessoas também de “elevado” estatuto social e económico, as elites e os governantes nada fazem nem querem saber.
A alienação do Princípio Feminino e da Terra Mãe é tal que em nome de uma pretensa liberdade aceita-se sem espírito crítico nem ético, organizações que promovem “Feiras de Erotismo” – a mais completa e insana pornografia - como feiras de gado em que as mulheres são expostas e se expõem como animais de circo na mais baixa e repulsiva prática-amostra do sexo abjecto-objeto, ficando os homens a olhar para as mulheres como quem olha para gado bovino (e não é por acaso que lhes chamam “vacas”) e mesmo no caso dos animais de circo e outros animais mal tratados e abandonados, para não falar do crime organizado contra as baleias e os golfinhos, toda o mercantilismo dos seres vivos, seja da fauna seja da flora, nomeadamente a forma como as mulheres e os animais são tratados em sociedade reflectem a nossa miséria humana. Miséria moral e nacional que discute o destino de um feto e não vê a par disso a exploração do corpo da mulher…
Miséria mais do que miséria comparável a dos mais miseráveis indigentes é aquela que nos permite coabitar na maior indiferença e alienação com as práticas mais monstruosas da violação não apenas dos direitos humanos, mas da essencial dignidade que começa a faltar ao ser humano comum, que se acomoda diante da violência, da violação ou da guerra como se um filme de ficção se tratasse…
Sonâmbulos, drogados do consumo, presas as consciências numa matriz de controlo que domina o Planeta através da televisão, que fomenta os ódios raciais e as guerra, as pessoas simples ou analfabetas são mantidas na mais elementar ignorância e as outras, meras consumidoras de culturas de plástico, anestesiadas pelo ecrã e pelas modas, enquanto as mais ressentidas com o consumismo a que não têm acesso, a ficar perigosamente identificados com os heróis cultivados pelos filmes de terror e crime, começando a matar violando e roubando, alastrando assim essas práticas ao quotidiano das cidades, vilas e mesmo aldeias. É assim que começamos a ver no pacato País do fado-futebol-fátima, os gangues de ladrões às navalhadas na rua Augusto Rosa, entre a Sé e o Castelo, sem que a Polícia nada faça…A polícia de “segurança pública” chamada a intervir queixa-se dos baixos salários com uma testemunha…Enquanto o Exército e a Armada servem para Folclore nacional, para exibir nas Paradas ou para ajudar a manter a “paz” onde os outros fazem a guerra…
Estamos todos a ir contra a corrente da Vida, a ir contra a Natureza-Mãe, a destruir a Terra que nos alimenta; estamos todos a caminhar a passos largos para um abismo sem fazer nada dando por garantido a água o ar e a comida… sem ver que a precariedade não é só dos salários nem da reforma, mas da Consciência Colectiva que nos falta e dita a nossa miséria humana!
Se os homens continuarem a querer submeter as forças da natureza e a destruir o Planeta, qualquer dia acordamos todos debaixo da ponte se acordarmos vivos de um tsunami ou algo parecido…
Lawlor observa que “no patriarcalismo ocidental, os homens tentam submeter o campo feminino e o mundo material às suas capacidades e hegemonia.(…)
“Quando a relação homem-mulher se desequilibra, então a relação humana com a natureza também se desequilibra de maneira perigosa. “Eles tratam a Terra como a sociedade trata a mulher. Na minha opinião, a crise ambiental do Ocidente baseia-se em modelos de relacionamento."*
*Robert Lawlor
(Voices of the first Day: Awakening in the Aboriginal Dreamtime)
ROSA LEONOR PEDRO
ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA "ESPAÇO & DESIGN" de Jullho-Agosto 2006
Subscrever:
Mensagens (Atom)