O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, agosto 30, 2018

PAREM O ABUSO



A ORIGEM DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O FEMINICIDIO

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA É um pressuposto católico que incita o homem a PUNIR a mulher que não lhe obedece ou cumpre as suas funções de esposa... 

E se a mulher não se portar bem de acordo com a lei do Pater, e não cumprir as regras do dono, é-lhe aplicado o castigo: pancada ou morte; por isso os homens dizem que "entre marido e mulher não metas a colher" - este é o Dogma cristão baseada no dever da mulher se submeter ao homem… e com qual quase todos os homens estão tacitamente de acordo. "Mulheres, sejam submetidas ao vosso homem, como o homem é ao Senhor. Pois o homem é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da igreja ", recitou há dias o padre da igreja de Grimbergen.

... é assim que todos são escravos de um senhor e a mulher escrava de um escravo.



16 MULHERES MORTAS ESTE ANO

Em Portugal este ano já foram mortas 16 mulheres pelos maridos e amantes e amigos...

Duas mulheres por mês foram mortas a tiro ou a facada, dez vinte facadas...na maior parte das vezes a vitima apresentou queixa...mas a policia...ou os juízes que importa, acusam e duvidam da palavra da mulheres... normalmente não as levam a sério... e fazem-lhes perguntas abusivas, insinuando a culpa que eles pensam que a mulher tem sempre...
A violência doméstica e o feminicídio são cada vez mais práticas comuns, sem que no entanto a polícia e o Estado faça algo de efectivo...
É tabu religioso falar da violência domestica porque ela é um "dever católico"...
O Presidente, como bom católico, tão atento a tudo o que é desgraça, deixa passar as mulheres em branco…Não admira porque nem as mulheres ministras e deputadas parecem dar por nada!
Não há duvida que o Pais padece de grave misoginia e alarmante machismo… Como bem sabemos, no fundo, quase todos os homens pensam: "Elas merecem, alguma coisa fizeram"...

Tudo isto reflecte o  Poder dos homens sobre as mulheres…é o direito que eles sentem que tem que os leva a violar ou matar as mulheres sabendo que contam com a cumplicidade dos homens do Estado sejam policias sejam juízes...


"O homem aprecia a grande vantagem de ter um deus a endossar o código estabelecido por si próprio, e uma vez que exerce uma autoridade soberana sobre as mulheres, é grande sorte a sua ter sido investido dessa autoridade pelo próprio Ser Supremo. Para os judeus, muçulmanos e cristãos, entre outros, o homem é Mestre por direito divino, o temor de Deus vai portanto reprimir qualquer... impulso de revolta nos seres oprimidos."*


*Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo

O FIM DOS BLOGUES...?



Tenho pensado seriamente em abandonar este Blog... 

Não há duvida que a falta de interlocutores...de comentários ou de eco da parte d@s leitoras não motiva nem justifica que se escreva para ninguém… não faz sentido...
Não restam duvidas que toda a gente trocou os blogues (assim como a comunicação ao vivo) por formas mais rápidas e aleatórias de "comunicação" e os telemóveis e o FACEBOOK e o Twitter GANHARAM nesta competição, em que os não leitores, em que toda a gente se transformou…dão facilmente preferência ao vazio e ao nada desses novos espaços; sim os que não gostam de pensar nem ler nada complicado, ficaram presos na superficialidade e facilidade do pensamento comum e ordinário…
Vemos o ridículo de políticos, ministros e artistas e psicopatas como eles usam as redes sociais para dizerem as suas parvoíces e criar conflitos, guerras...sem dizerem nada de substancial e verdadeiro. Vivemos no tempo da mentira, da farsa, da aparência da fama, do corpo e tudo o que soe a verdade incomoda e afasta as pessoas que só querem ver as suas ilusões e sonhos alimentados...

rlp 

segunda-feira, agosto 27, 2018

Só vemos o que queremos ver...



SERVIMO-NOS UNS DOS OUTROS...

"A fragilidade dos laços humanos em certas relações íntimas, sociais ou até de amizade, ou a precariedade relacional – servirmo-nos de outros porque julgamos que não temos coisas boas em quantidade suficiente para nos sentirmos inteiros.

Por vezes representa um contrato subentendido, de ambas as partes, porque estas ganham com isso. Em outras situações, a vítima descobre que na realidade, o vínculo não era o que julgava - a pessoa dela não foi sequer reconhecida - sendo a relação, “cada um por si”. Nestes casos, fica o sentimento amargo de ter sido usada.
Porém, só quando se rompe o vínculo, a vítima chega ao entendimento integral da situação. Se é verdade que vemos o que queremos ver, só agora compreende que o outro a observou atentamente e fê-la acreditar que tinham afinidades. Desta observação, foi possível ao "fingidor" transmitir-lhe uma imagem falsa de si mesmo, ao criar este falso espelho no qual a vitima se refletia, que seduzida, gratificava o amor próprio (do "fingidor"). Trata-se assim, de um falso espelho para ambas as partes, mas uma delas poderá não estar interessada na autenticidade da ligação, ou também poderá não ter competência para a criar, com honestidade.
Em muitos casos, estas situações só vêm ao de cima na fase inicial da relação, porque a intenção era seduzir a vítima. A partir daí, já não se disfarça e revela-se o verdadeiro eu."

cristina simões - psicóloga



domingo, agosto 26, 2018

A VISÃO DOS HOMENS SOBRE AS MULHERES






OS HOMENS...


"Durante um longo período de tempo, por toda a feliz Idade de Ouro, só existiram homens à superfície da terra, não havia mulheres... 

Zeus criou-as apenas respondendo com o seu rancor a todos os cuidados que Prometeu tivera para com o homem. (…)
Zeus criou então algo de muito perigoso, algo que deleitava os olhos pela suavidade e pela beleza, com o aspecto de uma donzela tímida a quem todos os deuses concederam dons, vestes prateadas e um véu todo bordado, uma autêntica maravilha. Chamaram-na Pandora, que significa "a dádiva de todos"; depois de terminada esta bela calamidade, Zeus mostrou-a a todos e, ao contemplarem-na, tanto os Deuses como os homens ficaram extasiados. É dela - a primeira mulher - que descendem todas as outras mulheres, que são a desgraça dos homens e que têm propensão para praticar o mal"

(Hamilton, Edith, A Mitologia, 95-96)


O POTENCIAL DA MULHER



"A MULHER NÃO PRECISA DE SE TRANSCENDER COMO O HOMEM PRECISA. COMPLETA-SE NELA PRÓPRIA."  Agustina Bessa-Luiz



"O PECADO" ASSOCIADO À MULHER

Houve históricamente da parte da Igreja de Roma uma necessidade secular e sistemática de destruir a mulher por causa do seu poder interior, do seu magnetismo sexual, do seu potencial iniciático, tendo os padres da Igreja tudo feito para que ela, Eva, se transformasse na culpada da "Queda" do paraíso para o Homem, numa visão misógina do Velho Testamento e assim transformá-la na "pecadora" eterna, tal como mais tarde, seculos depois, quando elevou a Virgem Imaculada Mãe de deus aos ceus e condenou Maria Madalena, a amante de Jesus, como pecadora, embora arrependida…

Esse estigma da mulher, como pecadora e culpada de seduzir o homem e o afastar de deus, aconteceu em quase todas as religiões, incluindo as orientais, em que a mulher é um perigo para o homem casto que quer entrar no nirvana e hostilizada quando está menstruada não podendo frequentar os templos. Foi preciso destruir a Mulher Original, dividí-la em duas partes, para a impedir de usar o seu poder inato.
Só com a Inquisição a "santa madre igreja"  matou mais de 3 milhões de "bruxas", um verdadeiro holocausto de que não se fala - 3 milhões de mulheres livres e independentes economicamente, parteiras e curandeiras, jovens cuja beleza as tornava alvo fácil de males variados, como copular com o diabo etc. - quando na verdade o objetivo era bem outro: impedir que o poder interior da mulher enquanto jovens e de matriarcas, donas de terras e castelos, pudessem ter poder e a Deusa Mãe se pudesse manifestar de novo; também o Alcorão foi interpretado de forma falseada pelos muçulmanos para justificar a barbaridade cometida contra as suas mulheres desde crianças, em que milhares e milhares de crianças são mutiladas do seu clitóris a fim de as impedir de ter acesso ao prazer e ao seu poder como mulheres.


O RESGATE DA FEMINILIDADE DA MULHER

Normalmente não falo nem foco a questão da sexualidade da mulher, e sim tenho focado a essência do feminino sagrado, no qual está subentendida a sexualidade genuina da mulher, mas foi-me pedido que respondesses a algumas perguntas sobre qual é a verdadeira sexualidade da mulher…
Vou tentar, mas penso que seria mais fácil dizer o que não é essa sexualidade...pois esta se encontra completamente distorcida e alienada do seu sentido profundo e do que seja a verdadeira Mulher - não a mulher vista apenas como objecto sexual, prostituta ou mãe compulsiva, dona do lar, e agora barriga de aluguer, não - mas a Mulher essência, a Mulher total e talvez aí estivesse a resposta correcta, pois se a mulher não se sentir integrada e validade na sua totalidade, não conhece o seu potencial seja sexual, seja psíquico e emocional - o que só é possível vivendo para lá da habitual divisão da mulher entre a "santa e a puta", a mulher considerada "pura" ("virgem" inicalmente, honesta, fiel, bem comportada etc.) ou da mulher perversa, libertina, ninfomaniaca, conceitos sempre ligados a sexualidade que lhe é imposta pelos homens e as suas estruturas e instituições, nomeadamente as religiões patriarcais sendo ainda bem patente a sua nefasta influência na nossa sociedade mesmo que hoje julguemos todos esses conceitos ultrapassados....

Pessoalmente não concordo com uma formação ou educação sexual em termos teóricos ou práticos sem que a Mulher seja plena e consciente do seu ser em essência e embora considere, por exemplo, o Tantra Yoga uma prática evolutiva do ser humano como um todo, não creio que a simples instrução teorica ou mesmo prática de uma sexualidade diferente dos contextos culturais em que se vive, seja benéfica para a mulher e a liberte…
Ao contrário do que é comum pensar-se, devido à proliferação de ensinamentos e métodos orientais e outros, considero que sem que a mulher integre as duas mulheres em si cindidas, além de ser muito perigoso para a sua sanidade mental, ela não poderá ser realmente livre e capaz de se assumir na sua plenitude e sensualidade sem essa base interior e consciência da sua totalidade; é que há tanta ou mais confusão na cabeça das mulheres sobre sexo hoje em dia do que antigamente e o que se fala e vê como erotismo é mais pornografia e baseia-se numa sexualidade genital, diria "tecnicista", brutal mesmo e totalmente redutora da sua essência e que fere a sua dignidade, e que nada tem a ver com o potencial e a grandeza da mulher em si como SER humano e que só o Amor e a sacralização do mesmo podem dar...

Nada tenho contra as prostitutas, ou contra as mulheres que se julgam livres e praticam sexo pelo sexo, mas já não suporto a ideia de as compararem erradamente às chamadas "prostitutas sagradas" como se a prostituição tivesse alguma coisa a ver com as antigas sacerdotisas da Deusa, a Deusa do Erotismo, pois ao contrárias dessas sacerdotisas, mulheres consagradas e cultas, iniciadoras do amor ao serviço da Deusa Mãe, as prostitutas vendem o corpo e continuam a ser usadas só pelo sexo-dinheiro e rebaixadas por essa condição e sem consciência nenhuma da sua verdadeira natureza, grandeza e dignidade humana de mulheres e deusas.

O sexo é iniciação e revelação, servindo de possível alavanca para a elevação do ser na união sexual em sintonia perfeita do corpo alma e espírito. Enquanto o sexo não for vivido nessa dimensão superior não libertará a pessoa humana, bem pelo contrário, mantem-na escrava de vícios, bordéis e máfias ou dos conceitos e preconceitos seculares ou dos contra-conceitos actuais o que vem dar ao mesmo!

Não se pense que se chega à integração dos opostos apenas com "ideias livres", através de práticas e métodos, sem um esforço de coerência, começando nessa integração do SER MULHER em si. Não podemos continuar a confundir a "liberdade sexual "com o uso abjecto e promíscuo do corpo sexo da mulher, nem definí-la com um termo degradante da sua verdadeira natureza, nem com a facilidade das relações sem amor.

Na verdade penso que as mulheres não têm senão que relembrar ou resgatar o seu verdadeiro potencial feminino, o feminino intrínseco, que se liga à sua essência e não viver uma sexualidade fútil e mecânica de acordo com os padrões machistas e falocráticos, sem que respeite esse potencial inato que é a sua matriz divina, a mulher ancestral do início. Para isso será preciso a mulher ser ela mesma de novo e lembrar-se quem ela era e que poder é esse e como resgata-lo, para que o possa usar em beneficio de si mesma, integralmente e em beneficio da natureza global, do equilibro humano e planetário e do Universo.

rlp

sexta-feira, agosto 24, 2018

EM NOME DA "BELEZA"



AS ATROCIDADES COMETIDAS CONTRA A MULHER

OS PÉS DE LOTUS servem de "metáfora" para toda a violência que se faz sobre as mulheres e meninas ainda hoje...como os saltos altos...


"No mundo atual existem muitas coisas erradas, injustas e cruéis, mas mesmo não servindo de consolo, está muitíssimo melhor que há séculos ou até bem poucos anos atrás.

Durante séculos, na China, a imbecilidade era tão grande que os homens achavam bonito deformar as mulheres, isto porque existia um padrão de beleza exageradamente idiota que determinava como “lindo” que o tamanho dos pés femininos fossem bem pequenos. Os pés normais não agradavam, tinha que serem deformados para se tornar um símbolo de beleza e erotismo.
Os pés considerados como o máximo da beleza tinha que medir cerca de 7 cm.
Para chegar a esse tamanho era preciso muito sofrimento, ignorância e covardia por parte dos pais. Iniciava com as crianças em crescimento, a partir dos 4 anos. Nesta idade os dedos começavam a serem forçados com o uso de faixas. Antes dos sete anos os pés das meninas eram quebrados e enfaixados para evitar o crescimento.
Quem quebrava os dedos e entortava-os para trás era sempre um membro do sexo feminino da família que não fosse a mãe, pois ela poderia não fazer direito já que provavelmente seria sensível às dores e sofrimento da filha."

Carlos mello


A OPRESSÃO DO SER HUMANO COMEÇA NA ESCRAVIDÃO DA MULHER...

Este mal que assola o mundo de hoje, cada dia mais acentuado, vem e é perpetuado desde sempre - desde as invasões bárbaras que agora se repetem em toda a europa - tendo a mulher como vitima preferencial de todas as tiranias e opressões ao longo do séculos.
Se a Mãe do Homem é destituída de valor em si, se a Mãe-mulher é encoberta e tapada ou despida e violada, se a Mulher é escrava sexual do homem ainda - Mafias que escravizam e fazem comércio de mulheres meninas do 3º mundo para alimentar a besta do 1º mundo a Europa "civilizada - e a humanidade é reduzida a uma metade Homem que domina a outra metade, nunca essa metade  homem poderia respeitar os outros seres humanos à face da Terra tal como a sua própria Mãe não o foi...nem a sua mulher nem a sua filha…

A história do mundo é uma história de agressão à Mulher…desde a pré-história aos nossos dias…

ELA COMEÇA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS QUE OFERECEM O SERVIÇOS DE PROSTITUTAS E MASSAGENS, A AGRESSÃO A MULHER COMEÇA NOS JORNAIS DA BOLA, COM MULHERES SEMI-NUAS EM POSIÇÕES AVILTANTES, PROPAGA-SE DIÁRIAMENTE  NOS TÍTULOS DOS JORNAIS MAIS SÉRIOS, NOS FILMES E NAS SÉRIES,
PRINCIPALMENTE NAS TELENOVELAS, ETC.

E nem as feministas nem as politicas deputadas e ministras podem o fazem nada contra esta Peste - e como é que se poderia combater um problema ignorando as suas causas remotas e aceitando a sua difusão diária na forma como se aborda o corpo da mulher em todos os lugares públicos de consumo e desporto? Como não vemos que a violência doméstica começa nas bancadas dos jornais, nos grandes cartazes de anúncios de carros e de cervejas, sempre algo indecorosos e que induz a população masculina no geral e de fundo a uma visão abjecta da mulher como objecto sexual…

Hoje essa  violência sobre a mulher começa nos Placards das Autoestradas…

É como se todos os dias déssemos veneno a alguém e a noite uma espécie de antídoto…

ASSIM A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E PSICOLÓGICA NAS FAMÍLIAS 

ELA é  consentida e desenvolvida pelo sistema patriarcal como base: É uma espécie de programação que funciona na base da inferioridade e culpabilidade ancestral da mulher (a Eva é a culpada da Queda do Homem) e...a mulher/mãe (não tendo nenhuma consciência de si enquanto individuo) vive em função da espécie, isto é do Homem...seja através do engodo do "amor romântico" seja por necessidade económica para se manter pois não tem lugar na sociedade se não tiver um dono. Assim, levar pancada, servir sexualmente em casa e "cumprir com o seu dever" e no bordel servir de objecto, faz parte do programa arraigado na "cultura" e da educação secular...e como todos dizem - a sabedoria popular - se ela mulher é a culpada, merece…
E neste sistema que é do Pai - o homem é sempre ilibado pela cumplicidade dos outros homens! Polícias juízes e governantes...e as próprias mulheres mães ou amigas e até irmãs...defendem sempre o varão, o filho...o herdeiro legítimo o fidalgo etc.
O Sistema Patriarcal fomenta esta cultura e tradição e portanto nunca poderá defender pelas suas leis as mulheres. Direitos humanos não são das mulheres porque humanidade é sempre Homem.

rlp

terça-feira, agosto 21, 2018

AS MULHERES


"A MULHER NÃO PRECISA DE SE TRANSCENDER COMO O HOMEM PRECISA. COMPLETA-SE NELA PRÓPRIA."  - AGUSTINA BESSA-LUIS

«As Mulheres São Profundamente Diferentes dos Homens.
São profundamente diferentes, felizmente. Até o cérebro tem uma outra organização. A mulher é extraordinária... Gosto muito da estátua da Vénus de Milo, aí é que está o sentido. Não há nada dela que eu tire para o sexo. O sexo é um prazer, um vício, como fumar, tomar café, beber uma droga. A Vénus de Milo: a gente não sabe a posição das mãos, mas o seio é muito bonito, nada provocativo, nem a cara, que é muito serena, muito feminina; mas o ventre é o que sobressai mais. E é o ventre onde se gera a humanidade. A Agustina Bessa-Luís diz mesmo que Cristo, Deus, nasceu do ventre da mulher. Veja a importância que tem e que se não dá à mulher: a de criar humanidade. E essa estátua, por coincidência, é a mais conhecida de todas as do mundo ocidental.» 

Manoel de Oliveira - cineasta português


"Ela é a virgem eterna, o que não quer dizer intocada, mas sim a que não vive sob o domínio do homem ." (Agustina Bessa-Luis)

segunda-feira, agosto 20, 2018


MULHER: CONHECIMENTO/SABEDORIA

..."Chegarei mesmo a dizer que, nesta evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas não sei se ela sabe disso. "*

Não efectivamente a mulher não sabe disso. Não só não sabe como nem suspeita...porque o que a história dos homens lhe contou foi o inverso, toda a informação lhe foi dada do avesso tal como se inverteu toda a informação original da Génese..."A mulher já tem nela as infraestruturas para criar o ser inteiro. Falta-lhe justamente o impulso criador. Na Bíblia, o episódio da costela de Adão apresenta as coisas de maneira inversa."

O que nós agora temos de compreender como mulheres é que ao dar-se essa inversão de valores e de princípios, isso criou uma cisão na mulher que a levou à diminuição do seu potencial e ao esquecimento do seu poder interno, tendo essa inversão sido a causa da divisão da mulher em duas - a santa e a pecadora. O que as religiões fizeram foi manter a mulher cindida em dois estereótipos para que ela não tivesse acesso ao seu próprio potencial e assim, mulher e homem se manteriam escravizados, presos da matriz de controlo que mantem a humanidade prisioneira de um nível inferior ao que era suposto segundo a evolução da Espécie.

 Não se pode defender um estatuto da mulher e a sua dignidade de um lado, como pretendem as feministas e as políticas e por outro ela continuar a servir de caixote de lixo de todas as indignidades…ela é feira da pornografia, ela é cobaia científica, ela é uma boneca insuflável de silicone, ela é a escrava do alterne, da moda e dos cosméticos, dos médicos e proxenetas…explorada e morta, no Islão, em África, na Índia ou no Ocidente…

rlp




Eles…

"Tornam-te mais inconsciente de Ti e de Pensares e de Evoluíres. Eles não querem a tua Evolução. Eles anseiam a tua ignorância e aspiram assim, o Poder da tua Inteligência. São sagazes nessa construção, e usam quem tu menos esperas para servirem de sorvedouro das tuas mais ricas capacidades.

Eles desejam o açaimo e a burka de toda a tua Alma e Corpo. Eles anseiam que descentralizes o mais que puderes de Ti, e te juntes à imbecilidade. Eles não querem a tua evolução e sim, o teu desastre humano. Eles são mais pobres de espírito, do que a tua pobreza física. Eles são os ávidos de Luz. Anseiam apagar a Luz da Vida. A tua Luz de Vida.

Eles nunca te dirão nada, dos seus reais intentos. Nunca. Nunca! Certifica-te disto, miúda. Mas serão hábeis, a fazer de ti um pião. Eles são egoístas, pensam em favor de si mesmos. Nada mais!!»



NãoSouEuéaOutra in «Cadernos Escorpiónicos



É de emocionar...

Este vídeo é um trecho da série de 2013 sobre o épico Mahabharata. A cena acontece após a humilhação para com Draupadi após o jogo de dados, o momento que é considerado o anúncio do



A Natureza é matrifocal, a sociedade humana não é excepção:

"E essas mulheres exploradas dão à luz a próxima geração da humanidade. Veja a Natureza! Essas sementes que dão nascimento à novas flores, são cercadas por pétalas. São cercadas por cor e perfume. O lugar onde o futuro é concebido deve ser cercado só pela beleza, felicidade, contentamento e respeito. Mas, ao dar sofrimento às mulheres, a sociedade faz as gerações futuras sofrerem.
Sempre que alguma mulher é humilhada, explorada, sempre que uma mulher é puxada pelos cabelos, de alguma forma ou de outra, a semente de uma batalha é germinada. De alguma forma ou de outra um épico começa!"
Sri Bhagavan uvaca - "A Suprema Personalidade de Deus disse"

PELA DIGNIDADE DA MULHER

Por todo o lado no mundo a mulher é morta aviltada violada ou explorada…

No Ocidente, ao fim de quase um século na crença de uma liberdade e igualdade, voltamos a encontrar a mulher completamente exposta ao abuso e à exploração sexual por Mafias e Artes e Mídea e até por conta própria...e o mais grave: por vontade própria...

O que o Sistema Patriarcal conseguiu nestes últimos 50 anos foi mentalizar a mulher a se tornar naquilo que ele levou séculos a construir à força: destituir a mulher de qualquer valor intrínseco e agora é a mulher em nome da sua "emancipação" a escolher a prostituição e a aceitar a ignominia em nome de direitos iguais…

Enquanto isso, hoje mesmo na ARÁBIA SAUDITA...

Hoy el régimen islamofascista de Arabia Saudí, que es amigo y socio prioritario del estado español y de su monarquía, ha decapitado a la defensora de los Derechos Humanos y feminista, Esra Al-Ghamgam, por participar en unas protestas pacíficas contra el régimen saudí.
Ya son más de 75 decapitados en lo que va de año, y las cifras van a seguir aumentando, puesto que 51 personas más esperan su ejecución pública. Ni la ONU ni nadie pide intervención, ni la prensa esbirra, cobarde y lacaya abre sus telediarios con esto.

Hoje foi decapitada a defensora dos direitos humanos e feminista Esra Al-Ghamgam, por participar  em  manifestações pacíficas contra o  regime da Arábia Saudita - detentora dos "Direitos das mulheres", a ironia assim promovida pela ONU e a sua farsa na defesa dos direitos das mulher... 


O OCIDENTE CEGO

Neste momento o choque cultural brutal entre a cultura islâmica e a europeia e que se faz sentir agora em toda a Europa com a invasão dos migrantes muçulmanos cada vez mais e a luta entre o islamismo e o cristianismo, com o fundo de lutas seculares, entre guerras chacinas e terrorismo e as sociedades de consumo e de conforto supérfluo e paz podre, o mundo do politicamente correcto e da estupidez mediana, das esquerdas esquizofrénicas,  a cultura das massas completamente alienadas pelo consumismo exacerbado e corrupção e podridão e as ideias de plástico… faz com que o fosso entre os jovens ocidentais e os muçulmanos seja brutal e daí o aproveitamento de religiões fanáticas para se vingarem do ocidente ostensivo e rico explorador e bélico contra os seus países de origem que sofrem a maior pobreza e miséria e ignorância...
Esse CHOQUE não só psicológico e emocional, mas principalmente SOCIAL  gera dentro do espirito islâmico um maior ÓDIO AO OCIDENTE E ÀS MULHERES E dai violarem e assassinarem de preferência Mulheres, até porque são cobardes e atacam sempre os mais fracos e indefesos…

rlp

*O HOMEM ENTRE O CÉU E A TERRA
ETIENNNE GUILLE

sexta-feira, agosto 17, 2018

O Ódio à mulher e à mãe




"... elas são todas tão feias que repelem e odeiam todas as mulheres (bonitas). Sabe que são as mulheres as mais virulentas misóginas aqui? As mulheres, meus caros senhores, (...) nunca experimentaram maior odio em relação a si mesmas do que o das outras mulheres face ao seu próprio sexo. Porque é que pensa que elas se esforçam de nos seduzir? Unicamente para desafiar e humilhar as suas iguais. Deus inculcou no seu coração o ódio das outras mulheres porque ele queria que o género humano se multiplicasse." - Milan Kundera


O Ódio à mulher e à mãe, é comum aos dois sexos…

Realmente estremeço de indignação ao perceber como o ódio à mãe - esse ódio à vida pela falta de amor da mãe - se reflecte nas causas obscuras que se abraçam com raiva - sejam extremismos ou os fanatismos, sejam todo o tipo de mutilações e violências feitas ao corpo, piercings e nalguns casos até tatuagens - ou a defesa de causas supostamente em nome da "justiça" e de direitos "iguais" na defesa cega de ideias e ideologias que apenas justificam o ódio e a separação...e até as guerras como expressão do ódio a si mesm@...
Cada dia que passa mais me convenço que o ódio à Mãe e à Mulher, bem lá no fundo, faz com que homens e mulheres se dividam e se digladiem entre facções que se opõem só porque não tiveram o amor nem o carinho de um Ente amoroso que os tenha recebido a nascença e por isso falta-lhes o reconhecimento da Mãe... 
Nas mulheres então isso é atroz no ódio às outras mulheres...mas não é menor nos homens que se reflecte no ódio a todas as mulheres...na misoginia, na impotência sexual e ou até na pedofilia...
O Ódio à mulher e à mãe, é comum aos dois sexos...e nasce da rejeição da mãe...por falta de amor.
Até há pouco tempo eu não pensava que esse ódio à mãe era também partilhado pela mulher, desde logo e em criança educada para ser mãe...a cuidar das bonecas, mas hoje vejo claramente que esse ódio da mulher à mãe é muito mais comum do que eu julgava e até mais nefasto do que em muitos homens.
O nascimento, portanto e para ambos os sexos, como memória de abandono ou rejeição, baseado na falta de amor inicial e básico, torna o ser humano deficiente emocionalmente; faltando o apoio e o afecto maternal de inicio à criança, esta torna-se logo desde criança mas mais em adolescente completamente rebelde e violenta em sociedade (nas escolas e nas ruas) e tudo o que faz reflecte essa carência na busca da mãe e do amor- ódio em todas as suas actividades.
O homem quer luta por se afirmar e vai para a Guerra matar pessoas...matar é sinal de virilidade e a arma é um símbolo fálico - um conceito sobrevalorizado culturalmente nas sociedade patriarcais e que visam a tirar o papel às mães desde o inicio. 
Sim, no meio disto tudo o Pai é um Mito, o mito do herói e é esse herói ou bandido - por vezes a heroicidade não se distingue do crime - que o homem e em muitos casos a mulher persegue porque quer  corresponder aos modelos do Homem patriarcal e a sua História de guerras e conquistas, de crimes e violações…
É esta violência que se repercute hoje em  dia em todo o mundo, não só contra as mulheres mas contra a Mãe natureza.
rlp



terça-feira, agosto 14, 2018

Gosto




Gosto, 

Dos nervos das minhas mãos…
Das palmas abertas…
Das veias que se cruzam
Das linhas do coração
entre as linhas da vida já vivida
e da morte que se anuncia
(talvez breve...ou não?)
Gosto,
Das rugas que se adivinham…
Das veias arroxeadas
Onde o sangue ainda corre,
E que se demarcam…
Gosto,
Dos meus dedos sensíveis
nem longos nem curtos...
Ah gosto,
Das minhas mãos de velha...
Quase engelhadas ...
Estou-lhes grata!
Pelas carícias que fizeram,
Pelas festas, pelos gestos…
Por terem tantas vezes segurado
As pontas,
E os nós das encruzilhadas …
E de se unirem em oração
Ou aflitas, em desespero…
Em gratidão,
Sempre ávidas de Amor
Em reverência à Vida e à Deusa…
Ao papel e à escrita…
E às Palavras como estas…
Que me salvam da solidão…


rlp
13 de Agosto de 2014

domingo, agosto 12, 2018

E depois, um dia, abriu os olhos, mas...


A REALIZAÇÃO DA MULHER


"A reivindicação de uma igualdade com o homem não é senão a manifestação de uma mentalidade de escravidão. E qualquer mulher que tenha contacto profundo com a sua feminilidade detesta esta posição. Ela não quer parecer-se com o homem. Ela está intimamente persuadida da perfeição do seu estatuto, da sua riqueza biológica e psíquica, da sua nobreza interior.(…)
A verdadeira realização começa com a afirmação de uma diferença não só biológica, mas espiritual." - Femme Solaire - Paul Salomon


LILITH

D’ombres et des démons je peuplai l’univers.
Avant Eve, je fut la lumière du monde
Et j’aimai le Serpent tentateur et pervers.
Je conçus l’Irréel dans mon âme profonde.
La terre s’inclina devant ma royauté.
Jéhovah fit éclore à mon front d’amoureuse
L’astre fatal de la Beauté.
Je ne fus pas heureuse. *



"A interiorização do sistema sexista" na mulher …


..."É o mesmo mecanismo psicológico que se encontra entre os indivíduos membros de uma seita: Doutrinação (no caso que nos interessa, começa desde o nascimento e, por conseguinte, é ainda mais forte), controlo do pensamento, pressões, e , em alguns casos, dependência. A verdade é que, desde o nosso nascimento, se está a tentar convencer-nos da primazia do masculino sobre o feminino é um dado natural . São as representações sociais e culturais, as normas de género, os códigos sociais, a educação de género neutro, a cultura pop, as atitudes individuais e colectivas. Estas mulheres interiorizaram não necessariamente a sua suposta inferioridade, mas o facto de existirem características próprias de cada sexo e, por conseguinte, um papel pré-definido para as mulheres e os homens. Exemplo: os homens são naturalmente mais violentos e têm necessidades sexuais pulsionnels, as mulheres têm uma inclinação natural para o cuidar e a esfera privada, etc. Se você está lendo este blog, você provavelmente já está sensibilizado para o feminismo. Mas lembre-se de que isso provavelmente nem sempre foi o caso. Talvez mesmo antes de saber sobre o assunto já tenha visto a sua estrutura de pensamento mudar lentamente, os pensamentos, ideias, convicções sexistas. Talvez tenha pensado que algumas mulheres vítimas de violação o provocaram. Talvez pense que os homens são, naturalmente, mais autoritários, mais corajosos, mais ambiciosos do que as mulheres. Talvez achasse normal que as mulheres fossem responsáveis pela maioria das tarefas domésticas. Na altura, era a sua verdade. A sua realidade. Aquela em que cresceu. E depois, um dia, abriu os olhos. Para as mulheres sexistas, em contrapartida, a tomada de consciência nunca teve lugar, por razões que pertencem apenas a ela e a sua história."



UNIR O CÉU E A TERRA

É preciso lembrar que, ao contrário do que hoje se pretende ao ver uma igualdade suposta entre a mulher e o homem, ambos são constitutivamente diferentes, naõ só biologicamente como psiquicamente…a natureza de cada um é efectivamente diferente, mas não porque a da mulher seja fraca, a sua natureza é apenas diferente, mas não menos ousada e para mim, ao contrário do que o texto deixa subentender, sim, os homens são naturalmente mais violentos e têm uma maior necessidade sexual e mais fortes pulsões sexuais; enquanto as mulheres têm uma inclinação natural para o cuidar dos filhos e viver numa esfera privada, assim como o de serem receptivas e pacificas...

Não, a mulher e o homem não são iguais em sentido nenhum da sua expressão humana, salvo na alma e no espirito que os une...mas na forma física e na manifestação das suas qualidades intrínsecas, as suas forças são antagónicas se não forem integradas...yin e yang são aspectos complementares do Ser, mas cada ser-sexo mantem as suas características próprias...as de homem ou as de mulher. Tentar converter isto ou neutralizar essas diferenças é subverter os princípios feminino e masculino é um caminho errado, porque a igualdade não está na aparência nem nas qualidade de cada um, mas na Essência e na Alma...
Ontologicamente a mulher está ligada (ou devia estar) à natureza e à Terra, ao abissal, ao telúrico e o homem está mais ligado ao Céu, ao cosmos e olha para ele e para a montanha...que quer subir a força - ele sobe e não só se desliga da mulher e da terra como a ameaça e anula como a teme desviante do seu caminho e a considera uma perigosa tentação à sua esterilidade...ao seu deus e a esse céu - esses aranha céus que criou e as armas com que destrói países e seres humanos.

A mulher porém ela não tem que subir à montanha das religiões patriarcais e acompanhar o homem, mas descer às grutas e às cavernas da Deusa Mãe...descer ao seu Útero, às suas entranhas, ir em busca das fontes e dos lagos, da sua identidade profunda, da sua ligação à Mãe e a Deusa.

O erro das mulheres foi copiar e seguir os homens subindo a montanha e esquecendo a sua natureza ctónica...e o erro do homem foi negar a Mulher e a Deusa, e querer levá-las aos céus negando-lhe a sexualidade e negando-se a si o amor da Deusa...por ascese e desejo de voltar ao céu...e para o Pai.
E ambos precisam de se encontrarem na superfície da Terra, na linha do horizonte, trocando cada um as suas experiências as suas polaridades...em plena consciência das suas diferenças físicas e psicológicas...

O homem tem de descer das alturas fictícias e a mulher tem de sair da caverna da Mãe sem negar a sua origem...só assim se encontrarão a mulher e o homem e cada um na posse da sua verdade intrínseca.

rlp

* poema In ÉVOCATIONS de RENÉ VIVIEN


TRÊS POBRES NOTAS


A EXPERIÊNCIA…

“O sofrimento é uno. Fala-se do sofrimento como se fala do prazer, mas fala-se deles quando não nos possuem, quando deixaram de nos possuir. De cada vez que entram em nós, causam-nos surpresa de uma nova sensação, e temos de reconhecer que ...o havíamos esquecido. São novos, visto que somos novos; damos-lhe cada vez uma alma e um corpo um tanto modificados pela vida. E contudo o sofrimento é uno. Dele apenas conheceremos, como também do prazer, algumas formas, sempre as mesmas, e somos suas presas.

Explicando melhor: a nossa alma, em meu entender, dispõe apenas de um teclado restrito, e por muito que faça, a vida nunca lhe consegue tirar mais de duas ou três pobres notas. (…)”


In Alexis – Ou o tratado do vão combate – Marguerite Yourcenar



A ALMA NÃO TEM SEXO



MUDAR DE SEXO?

- O que aconteceria se a nossa Alma nascesse num corpo de sexo oposto? 

- A alma não tem sexo...e a nossa alma encarna em diferentes corpos sucessivamente ao longo de vidas para fazer a experiência do corpo e do sexo e da vida nas suas diferentes formas...se fossemos mudar de sexo (o que nunca acontecerá biologicamente) porque a nossa memória (experiências retidas na alma...?) nos fazem sentir mais homem do que mulher e vice-versa, seria erróneo fazer uma alteração de sexo ou mudar de sexo através de uma mutilação,  operações ou através de hormonas, simplesmente porque a alma precisa para evoluir dessa experiência e variação - nascer mulher para entender o mal que como homem se fez a mulher …? 
Por isso para mim toda a teoria dos géneros e trans-generos só existe dentro de uma cultura redutora,  uma cultura alienante e sem ética sem princípios sem qualquer  transcendência, sem qualquer outro sentido que não seja a materialidade dos corpos e os vícios da carne…  

... os americanos e não só são pioneiros deste aberrante transformismo...a criação de mulheres fictícias com acessórios ridículos, transformadas em máscaras e seres destituídos de qualquer naturalidade e de expressão genuína e é isso que eles copiam...
Que "mulher" imitam os travestis e os trans senão a imagem da mulher fatal que o cinema americano propagou no mundo em detrimento da mulher verdadeira?
rlp

TODOS OS FINS SÃO DOLOROSOS



«Todos os fins são dolorosos. Todos sem excepção. Não há substitutos para a dor, seja ela qual for. Uns podem lidar melhor com ela, do que outros, e isso não implica que sejam fortes. Os que vão adiante, sem dor e com desprezo total e rindo-se das atrocidades que fazem, ou daqueles que ficam pelo caminho, são meros psicopatas (como é moda ser referido pela psicologia moderna).

Todos os fins são dolorosos. Desde o fim de um amor, à morte de um ente próximo. Tudo aquilo que é preponderante e vital na vida, carrega sempre um preço: a dor. A dor, não tem contratos, ela é senhora do seu tempo, e é quem decidirá os termos da sua finitude. Nessa medida, não adianta nossos jogos para tapá-la, porque tem um comportamento de Lobo vestido de Cordeiro. Há sempre uma hora que ela tira a máscara e grita das profundezas.
Um dia, toda a dor, se tornará tristeza. Um dia, muito tempo depois, ela renascerá numa saudade.»

NãoSouEuéaOutra in «Cadernos Escorpiónicos»

segunda-feira, agosto 06, 2018

Há muitas formas de anestesiar os sentimentos...



TODO O VICIO DERIVA DE UMA CARÊNCIA - de um vazio - as mulheres são especialmente esvaziadas de si e conservadas em estado de alienação do seu verdadeiro ser, obrigadas a negar a sua natureza profunda e a adaptar-se ao Sistema Vigente que as nega e as explora e anula como Entes Livres e com vontade própria. Daí as mulheres serem consideradas muitas vezes de doentes e viciadas…
Todas estas pesquizas em geral - esta é  excelente - são feitas a partir dos sintomas e sem se abordar causas remotas nem a origem do drama da mulher, especificamente no caso, embora também se possa aplicar ao homem. A falta de amor e de autoestima leva os seres humanos a se auto-destruirem…
rlp



Excerto de artigo muito lucido sobre o vicio…

…"As mulheres viciadas não eram estudadas separadamente até os anos 1970. Desde então, a pesquisa tem encontrado diferenças fundamentais nos modos como homens e mulheres usam drogas e outras substâncias. As mulheres são muito mais propensas a usá-las como auto-medicação, para lidar com a raiva e a depressão, e como anestesia para lidar com eventos traumáticos tais como abuso sexual na infância ou alcoolismo em família, enquanto os homens são mais propensos a usá-las para recreação e prazer. Há muitos anos sabia-se disto para o álcool e os cigarros. Mais recentemente, isto foi verificado como verdadeiro também para os excessos alimentares. Um levantamento em 1100 pacientes de programas para a perda de peso relatou que as mulheres tendem a comer excessivamente quando zangadas ou tristes ou usam a comida como consolo quando sozinhas ou deprimidas. A pesquisa verificou que homens obesos tendem a comer excessivamente em situações sociais positivas, quando estão celebrando ou quando são encorajados, por outras pessoas, a comer.

Uma coisa que aprendemos com certeza é que, para as mulheres, os vícios são enraizados no trauma. Vários estudos descobriram que as mulheres alcoólatras têm mais tendência do que os homens a ter experimentado privação e rejeição na infância, incluindo ausência, divórcio, morte ou alcoolismo de um dos pais. Elas também tendiam a terem sido abusadas sexualmente. De fato, a psicóloga Sharon Wilsnack constatou em seu estudo de 1997 que abuso sexual na infância é o mais forte indicativo (predictor) para a dependência de álcool em mulheres, mais forte inclusive que uma história de alcoolismo na família. Ela estima que, na infância, metade dos quatro milhões de mulheres alcoólatras nos EUA foram abusadas sexualmente. Em seu estudo, aquelas que foram molestadas quando crianças têm uma taxa de depressão mais de duas vezes maior que o das outras mulheres.

De acordo com a pesquisadora Becky Thompson, pelo menos a metade das mulheres com problemas alimentares foram abusadas sexualmente quando crianças. Vários estudos mostram que de 55 a 99% das mulheres em tratamento por vício em drogas relataram uma história de trauma físico ou sexual, a maioria deles ocorreu antes dos 18 anos de idade e estavam relacionados a repetidos assaltos durante a infância. Quando as mulheres eram vítimas de ambas as formas de abusos, elas eram duas vezes mais propensas a abusar de drogas do que aquelas que tinham experienciado apenas um tipo de abuso. Outra pesquisa descobriu que, sem importar que o vício fosse em álcool, heroína, outras drogas ou comida, de 34 a 80% das mulheres viciadas eram sobreviventes de abuso sexual. A enorme diferença nas estatísticas reflete o quão impossível é saber os números exatos, mas mesmo o número mais baixo, um terço, é estarrecedor. Sabemos bem que nada mais produz um sentimento tão profundo de “condenado ao isolamento”.

O abuso sexual é o mais corrupto relacionamento, a mais terrível desconexão. E, como temos aprendido nos anos recentes, ele é mais comum do que muitas pessoas querem acreditar. Uma revisão de 166 estudos realizados entre 1985 e 1997 concluiu que de 25 a 35% das meninas e de 10 a 20% dos meninos são sexualmente abusados, normalmente, por homens que eles conhecem e confiam. Este abuso frequentemente leva à desordem de estresse pós-traumático (DEPT), com seus terríveis sintomas de ataques de pânico, pesadelos, depressão, flashbacks e episódios de dissociação. Vários estudos descobriram que de 30 a 60% das mulheres em tratamento por uso excessivo de drogas sofrem de DEPT – duas a três vezes mais que a taxa entre os homens em tratamento. Os homens também sofrem terrivelmente pelos abusos sexuais, naturalmente, - o uso excessivo de múltiplas substâncias entre os meninos que foram sexualmente abusados era de 18 a 21 vezes maior do que entre os meninos que não foram abusados.

Quando o próprio corpo não está seguro, as pessoas frequentemente escolhem “deixar o corpo”, dissociam. Dissociação é um mecanismo de defesa muito comum usado pelas pessoas que foram abusadas. De acordo com a teóloga Rita Nakashima Brock, “as estimativas mostram que 80 a 95% das prostitutas nos EUA, quando crianças, foram sexualmente abusadas. Os mecanismos psicológicos da dissociação que elas aprenderam, para sobreviver ao abuso sexual, são os mesmos que elas têm que usar para sobreviver como prostitutas. Não são saudáveis os mecanismos psicológicos que as pessoas usam para sobreviver em um negócio onde elas servem estranhos neste esquisito estilo sexual sem intimidade.” Quando uma pessoa dissocia, essencialmente, ele ou ela “não está lá” – não presente à relação ou capaz de conexão profunda. Nas proximidades do trauma, dissociamos à vontade. Anos mais tarde, quase sempre, algum tipo de droga ou vício é necessário para manter a dissociação. Visto por esta luz, algumas publicidades são de arrepiar, como a publicidade de cigarro que diz, “ela foi para Capri e não voltará”, a publicidade de álcool que promete “sua ilha especial”, e a publicidade de chocolate que afirma “algumas vezes, você está mais em contato com o mundo quando você está fora de alcance.”

O álcool é uma droga perfeita para quem está procurando e temendo conexão porque ele dá a ilusão de intimidade, enquanto faz da intimidade real algo impossível. Isto é reforçado pelas publicidades que, com sua luz âmbar e ceninhas confortáveis, continuamente promete um fim para o isolamento – um isolamento que o excesso de álcool virtualmente garante. Pessoas com problemas alimentares também escapam de seus corpos de várias maneiras. Elas podem desperdiçar-se até que muito pouco tenha sobrado de seus corpos ou elas podem esconder-se sob camadas de gordura. Para se sentir plenas, elas podem empanturrar-se e então se purgar para se sentir vazias e “limpas” novamente. Nos dias atuais, raramente, há fronteiras claras entre os vícios. Muitas mulheres, em particular, têm sofrido múltiplos traumas e a maioria das mulheres viciadas possui vários vícios.

Há muitas formas de anestesiar os sentimentos. Algumas são muito mais aceitáveis culturalmente do que outras. No entanto, todas elas têm raízes similares em diferentes formas de abuso na infância, vergonha e raiva. Eu não penso que a raiva seja o fundamento. Eu penso que o fundamental é o fracasso. Nos voltamos para o álcool, os cigarros, outras drogas e comida porque tememos que não sejamos capazes de suportar o fracasso se estivermos realmente conscientes. Nunca queremos voltar lá novamente. Mas devemos, se queremos nos recuperar.

Naturalmente, ninguém precisa ser mulher para experienciar um sentido de condenação ao isolamento. Desconexões angustiantes também ocorrem na vida dos homens, mas os homens são socializados para responder de modo diferente das mulheres a estas violações. Homens que observam suas mães serem espancadas na infância têm maior tendência a se tornarem espancadores, enquanto mulheres tendem a se tornar vítimas de espancadores. Homens que, como crianças, são sexualmente abusados tendem a se tornar predadores, enquanto as mulheres frequentemente acabam, mais obviamente, causando danos a si mesmas, casando-se com homens que abusam de crianças ou se tornando prostitutas.

Mesmo na infância, as meninas são preparadas para se sentir mais responsáveis que os meninos pelas falhas nos relacionamentos. Muitas mulheres, maltratadas por seus pais como crianças, gastam suas vidas tentando curar homens maltratados, esperando a cada vez fazer a relação endireitar. As filhas de homens que as rejeitam acabam com homens que irão abusar delas. Os filhos de espancadores e mulherengos repetem o ciclo sem fim

(…)

Publicidade e desconexão
Jean Kilbourne

ESCUTAR LILITH


"Slowly, slowly, Eve began to think about the limits
of her own life within the garden"
Judith Plaskow


No pasa mucho tiempo, después de interesarse por el feminismo, cuando uno se topa con Lilith. Nada de su historia nos es familiar, ni siquiera lejanamente reconocible. ¿Cuándo se nombra a Lilith? ¿En qué situaciones? Uno escucha y aproxima a tientas el significado. Algunas veces celebra la valentía de la mujer que se opone a una circunstancia desigual, opresiva o injusta; otras, sirve para darse ánimos en la derrota –alguien vive como Lilith, en el exilio social, cuando paga el precio de rebelarse ante un mundo hecho para los hombres. La victoria y el fracaso dejan de ser alegrías y frustraciones sin nombre: en cambio, se inscriben en el mito de una heroína, en la figura alegórica de la resistencia feminista, en el símbolo compartido que es Lilith.
Si no es fácil rastrear la evolución de un mito –los caminos que toma y cuándo coinciden o se desvían– mucho menos lo es precisar su origen. En este sentido, la historia feminista de Lilith es excepcional. Sabemos que Judith Plaskow, la primera feminista judía autonombrada teóloga, se reunió con sus pares en los primeros años de la década de 1970 para leer y reintepretar los textos sagrados de su religión. Sin abandonar el judaísmo ni al feminismo, el grupo de Plaskow usó la tradición para modernizarla. Por primera vez en 800 años, las intérpretes eran mujeres, y no hombres.[1]Juntas decidieron narrar el mito de Lilith desde su perspectiva.
La versión que retomaron es parte de un compendio de comentarios sobre las Escrituras, redactados por Ben Sira en el año 180 a.C.[2]En esa historia, Lilith –creada a partir del barro, como Adán, y no de su costilla– se niega a acostarse debajo de Adán. Si ambos fueron creados de la tierra, argumenta, no hay razón para que su destino sea estar abajo de él. No consiguen entenderse y, al poco tiempo, Lilith pronuncia el nombre íntegro de Dios y sale volando por los aires del universo. Enseguida Adán invoca a Dios, quien manda a tres ángeles diligentes en su búsqueda: la encuentran en el mar (Rojo), en las aguas tumultuosas donde los egipcios mueren. Cuando amenazan con ahogarla, ella les responde que no ha sido creada sino para hacerle daño a los recién nacidos de ocho días de edad, y de veinte días si son niñas. Finalmente, Lilith acepta que cada día mueran cien de sus hijos demonios y jura, por el nombre del Dios vivo y presente, dejar en paz a los recién nacidos que lleven los nombres o las formas de los tres ángeles inscritos en un amuleto.[3]Por ese motivo, concluye Ben Sira, se escriben los nombres de Sanoi, Sansenoi y Samenguelof en los amuletos de los niños varones.[4]





La historia que creó Judith Plaskow y su grupo de teólogas judías interpreta que Lilith y Adán son iguales en todos los aspectos y explica la ruptura de la primera pareja en el carácter autoritario de Adán, quien se negó a reconocer la igualdad entre uno y otro. “Tráeme mis higos ahora mismo”, le ordena, al tiempo que pretende relegarla a las “tareas cotidianas del jardín del Edén”[5]. Lilith, por no estar dispuesta a asumir ese pasivo rol, pronuncia el nombre sagrado de Dios y abandona el Edén. De inmediato, Dios crea a la servicial Eva de la costilla de Adán. Un día la segunda mujer de Adán se encuentra a Lilith en los límites del jardín y descubre que no es el demonio responsable de la muerte de los recién nacidos –como le había dicho Adán–, sino una criatura igual a ella. Las dos mujeres se reúnen para conversar: cada una cuenta su historia, ríen, lloran, y poco a poco se crea entre ellas una relación de sororidad. Mientras tanto, Dios y Adán temen el día en que Lilith y Eva regresen al Edén para reconstruirlo en sus propios términos.
A primera vista, parece que el nuevo mito de Lilith es un invento, algo que no debe tomarse en serio, un juego feminista sin mayores consecuencias. Nada más lejos de ello. La tradición judía reconoce la posibilidad de volver a contar las historias de los libros sagrados desde una perspectiva contemporánea. Es costumbre que los rabinos redacten un midrash cuando encuentran una omisión, o bien, cuando un fragmento contradice a otro.[6]Mejor aún, “cada generación tiene el deber de contribuir a la evolución del texto”. A partir de ello, se justifica el comentario feminista que el grupo de Plaskow hizo contra el original de Ben Sira (y que es un midrash del midrash). De acuerdo con esta teóloga, su misión es hacer que las historias de las mujeres –no como madres ni como esposas– “surjan de los espacios en blanco que hay entre las palabras y las letras de la Torá”. Esta nueva versión de Lilith no es un acto herético, sino una puesta al día de la tradición –y un camino alentador para las mujeres feministas que desean permanecer dentro de su religión.
Plaskow también quiso documentar el proceso mediante el cual se redactó este nuevo mito. La teóloga y sus colegas, como tantas otras, solían reunirse en grupos de conciencia para hablar acerca de lo que implica ser mujer. La desigualdad de género iba revelándose por medio de las historias personales que compartían –y que abarcaban temas como la familia, la sexualidad, el trabajo, el mundo del arte y la religión. De ahí que en esta versión del mito, Lilith y Eva se sienten a conversar durante horas. Si la narración insiste en ello es porque esta organización de las bases fue crucial para el movimiento feminista: el reconocimiento que se da mediante el diálogo es la base de la sororidad y de la alianza que las llevará a reconstruir su sociedad.
Era de esperarse que la Lilith feminista tuviera ecos en el arte de las mujeres judías. En uno de los manteles de The Dinner Party –la instalación de Judy Chicago que representa una cena a la que asisten las mujeres destacadas de la historia– se bordó el nombre de Lilith. Junto con la recuperación de Eva y Judith esta parte de la pieza puede entenderse como un midrash feminista de las mujeres del Antiguo Testamento. La misma Chicago habló sobre el tema: la igualdad no se conseguiría exclusivamente con políticas públicas y reformas a la ley; de acuerdo con ella, era imprescindible crear nuevos mitos, contar con referencias religiosas e históricas del poder de las mujeres.
Recientemente, Siona Benjamin, una mujer judía nacida en la India, creó la serie Fereshteh (búsqueda del hogar) que –como Plaskow y Chicago– combina el sentido tradicional de la religión con la posmodernidad. Las piezas de Benjamin obedecen las convenciones formales de las miniaturas de los manuscritos iluminados medievales: esto se ve en la aplicación sin sombreado del rojo, el verde, el lapislázuli y la hoja de oro –colores y materiales típicos de las miniaturas–; pero también en las plecas, los bordes y los fondos sobrecargados de ornamentos. La innovación está en el contenido: por primera vez, Benjamin representó a Lilith en una versión actualizada del arte religioso.
Este midrash plástico va un poco más allá, pues dibuja a Lilith a la manera de Roy Lichtenstein: los ojos almendrados y llorosos, los labios gruesos, las cejas delgadísimas, la barbilla pronunciada y la emoción melodramática.
Pero esta nueva Lilith ha dejado de lamentarse por el desamor. En Finding Home #74, la heroína feminista y veterotestamentaria anuncia su venganza en nombre de las “viudas de las guerras, las mujeres militares y las que han sido violadas en conflictos armados”. La serie completa es un comentario sobre la violencia sexual que padecen las mujeres en las guerras del presente, hecho a partir de Lilith como figura tradicional pero reivindicada. Esto es todavía más evidente en Finding Home #79, donde el martirio de Lilith se sobrepone a un mapa con flechas y fronteras que sugiere la más reciente invasión estadunidense de Iraq.




Dije al principio de este post que no es fácil rastrear los caminos que toman los mitos. Lilith ha rebasado el contexto feminista y judío del que surgió. Se le conoce en México, Colombia, Argentina, España. Cada tanto las revistas académicas, culturales y de entretenimiento publican artículos al respecto. Hay incontables referencias sobre el tema y organizaciones feministas que retoman su nombre. Quizás el éxito de Lilith se deba a la versátil narración de Plaskow: su lectura sirve para cuestionar la división del trabajo por género, exigir derechos sexuales e, incluso, para renunciar al imperativo de la heterosexualidad y largarse del patriarcado.
Pero la pregunta persiste: ¿por qué fue Lilith la figura más sobresaliente, si en la misma época otras feministas recuperaron a las diosas de la fertilidad de distintas culturas? Se debe, tal vez, a que las feministas blancas y académicas de la segunda ola tuvieron, en su momento, más medios y recursos, lo que explica el éxito internacional de Lilith? ¿Y qué tan efectivo es este mito en México? ¿Puede oponerse el personaje marginal de Lilith, no a Eva, sino a la dominante virgen de Guadalupe? Aún queda pendiente la investigación que recupere los documentos, las traducciones, la transmisión oral y las adaptaciones que hicieron de Lilith un símbolo para las feministas de América Latina.

Enid Dame, Lily Rivlin, Henny Wenkart (eds.), Which Lilith? Feminist Writers Re-Create the World’s First Woman, EUA, Jason Aroson-Rowman & Littlefield, 2004, p. xvii
Si bien Lilith es mencionada en el libro de Isaías, el Talmud y la Cábala, Plaskow solo reinterpretó el texto de Ben Sira.
La socióloga francesa Michèle Bitton sugiere que las diferentes evocaciones de Lilith –las cuales provienen desde Mesopotamia– son “variaciones estructurales de un mismo mito, sino verdaderas creaciones culturales, de modo que su estudio debe subrayas las innovaciones”. Acerca del verso de Isaías en el que aparece Lilith, sexual y malévola, puede ser indicio de una creencia prejudaica en los demonios,que sobrevivió en la Biblia, o bien, un simple recurso literario. Ver Michèle Bitton, “Lilith ou la Première Ève, un mythe juif tardif”, Archives de sciences sociales des religions, No. 71, julio-septiembre 1990, pp. 119-120.
Ibíd., pp. 119-120.
 Judith Plaskow, The Coming of Lilith. Essays on Feminism, Judaism and Sexual Ethics, Boston, Beacon Press, 2005, Kindle, loc. 493/4297.
 En el caso de Lilith, el midrash de Ben Sira se justifica por las discrepancias entre el Génesis I y II y que son producto de haber “hilado con descuido dos versiones, una previa y otra posterior al exilio de los judíos de Babilonia”. Ver Enid Dame, Lily Rivlin, “Lilith”, Ms. Magazine, diciembre, 1972, p. 93.
En su artículo sobre el tema, Lilly Rivlin permite entrever que una de los objetivos del feminismo de la segunda ola era encontrar evidencia de un matriarcado antiguo. Michèle Bitton, en cambio, desmiente la lectura que quiere relacionar a Lilith con esta forma de organización social.

In LETRAS LIVRES - TEXTO DE SANDRA BARBA