«Todos os fins são dolorosos. Todos sem excepção. Não há substitutos para a dor, seja ela qual for. Uns podem lidar melhor com ela, do que outros, e isso não implica que sejam fortes. Os que vão adiante, sem dor e com desprezo total e rindo-se das atrocidades que fazem, ou daqueles que ficam pelo caminho, são meros psicopatas (como é moda ser referido pela psicologia moderna).
Todos os fins são dolorosos. Desde o fim de um amor, à morte de um ente próximo. Tudo aquilo que é preponderante e vital na vida, carrega sempre um preço: a dor. A dor, não tem contratos, ela é senhora do seu tempo, e é quem decidirá os termos da sua finitude. Nessa medida, não adianta nossos jogos para tapá-la, porque tem um comportamento de Lobo vestido de Cordeiro. Há sempre uma hora que ela tira a máscara e grita das profundezas.
Um dia, toda a dor, se tornará tristeza. Um dia, muito tempo depois, ela renascerá numa saudade.»
NãoSouEuéaOutra in «Cadernos Escorpiónicos»
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