O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 14, 2018

Gosto




Gosto, 

Dos nervos das minhas mãos…
Das palmas abertas…
Das veias que se cruzam
Das linhas do coração
entre as linhas da vida já vivida
e da morte que se anuncia
(talvez breve...ou não?)
Gosto,
Das rugas que se adivinham…
Das veias arroxeadas
Onde o sangue ainda corre,
E que se demarcam…
Gosto,
Dos meus dedos sensíveis
nem longos nem curtos...
Ah gosto,
Das minhas mãos de velha...
Quase engelhadas ...
Estou-lhes grata!
Pelas carícias que fizeram,
Pelas festas, pelos gestos…
Por terem tantas vezes segurado
As pontas,
E os nós das encruzilhadas …
E de se unirem em oração
Ou aflitas, em desespero…
Em gratidão,
Sempre ávidas de Amor
Em reverência à Vida e à Deusa…
Ao papel e à escrita…
E às Palavras como estas…
Que me salvam da solidão…


rlp
13 de Agosto de 2014

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