O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 31, 2004


Todas as actividades naturais da alma são regidas por leis análogas às da gravidade material. Apenas a graça é excepção.

Porque razão a partir do momento em que um ser humano confessa que depende muito ou pouco de alguém, este se afasta?
Gravidade.


Uma infelicidade muito grande coloca um ser humano abaixo da piedade: desdém, horror e desprezo.

A piedade desce até um certo nível, mas não mais abaixo. Como fará a caridade para descer mais abaixo?
Aqueles que desceram muito baixo terão piedade de si mesmo?

In A Gravidade e a Graça
De Simone Weil

FIM DO ANO 2004

A agonia dos dias e a loucura do mundo e os seus paradoxos... Não é só um abalo sísmico ou um maremoto que afecta ou devasta a humanidade. É a loucura e insanidade dos homens, a sua alienação da própria vida e da natureza. A falta de Consciência e de si próprio e do seu próximo...a falta de amor e solidariedade, faltando-lhe o sentido de gravidade e da graça....

A Ásia foi abalada por um sismo...milhares de mortos e desaparecidos, ilhas e paraísos fictícios desaparecem do mapa. Destrui-se a natureza para criar lugares idílicos para turistas... a geografia global do mundo mudou e também o Eixo da Terra.
Basta mover um grão de terra...e tudo muda.
Um novo ano...Paulatinamente iremos enterrando os mortos e os desaparecidos, enquanto os vivos vão continuar a empunhar armas e a guerra fará mais mortos até que as Indústrias de armas e de consumo para nada sirvam e o dinheiro seja inútil...
Até lá, a angústia dos tempos domina-nos, a cólera dos homens uns contra os outros impera e as epidemias acontecem em consequência de actos naturais e humanos ...o terrorismo alastra-se...de oriente a ocidente...O que restará?
Em que lugar do mundo ainda haverá uma réstia de esperança, amor e paz?

Se a Humanidade é uma só, uma mão impunha as armas com que mata o próximo e a outra estende-a à misericórdia de um deus que falhou a sua criação! Assim não...
Poderá ainda a Mãe e a Deusa Mulher gerar o equilíbrio que falta ou será esmagado para sempre o Feminino da Terra?

quinta-feira, dezembro 30, 2004

"vem e embala-nos, vem e afaga-nos,
vem cuidadosa, vem maternal"...



VEM, DOLOROSA,
MATER-DOLOROSA DAS ANGÚSTIAS DOS TÍMIDOS
TURRÍS-ÉRBURNEA DAS TRISTEZAS DOS DEPREZADOS,
MÃO FRESCA SOBRE A TESTA EM FEBRE DOS HUMILDES,
SABOR DE ÁGUA SOBRE OS LÁBIOS SECOS DOS CANSADOS.
VEM LÁ DO FUNDO
(...)
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira a Oriente,
Ao Oriente de onde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que nunca verei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nos temos,
Que tudo o que nós não somos,
Ao Oriente onde - quem sabe? - Cristo talvez ainda hoje viva,
Onde Deus talvez exista realmente e mandando em tudo...

Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os os mares sem horizonte precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
Ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!


(ode à noite de fernando pessoa)
SÃO 81 MIL AS VÍTIMAS DO MARMOTO...
SÃO MILHARES DE VÍTIMAS NA TERRA NÃO SÓ DAS INTEMPÉRIES...
MAS ANTES VÍTIMAS DA BRUTAL GUERRA DOS HOMENS CONTRA SI PRÓPRIOS, NA SUA ALIENAÇÃO, NO SEU EGOÍSMO, NA SUA GANÂNCIA, DESTRUÍNDO O EQUILÍBRIO DO PLANETA,
E CONTRA A TERRA, DESDE HÁ SÉCULOS!

NÃO ACUSEM A NATUREZA ANTES DE OLHAR PARA A MÃO CRIMINOSA DO HOMEM E AS SUAS GUERRAS POR IMPÉRIOS, OURO, PETRÓLIO OU PODER...


EIS A NOVA MENSAGEM...
"CONTRA O PUNHO BRUTAL DE ROMA"


Miriam olha com ternura para filha
Nascida no deserto do exílio.
“Chamei à minha filha Fora do Egipto”
Sara.
A escolha de Deus não fora um filho
Para pegar em armas,
Rebento da casa de David e da tribo de Judá,
leão para esmagar o punho brutal de Roma
E reclamar o trono real.
Não. Desta vez, Deus
Escolhera uma filha.


(...)
Maria Madalena e o Santo Graal
de Margaret Starbird

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Caos e Destruição no Índico: Maior Sismo dos Últimos 40 Anos e Ondas Gigantes Varrem Países do Sudeste Asiático e Provocam Mais de 12 Mil Mortos

"Terramoto atingiu 8,9 na escala de Richter e provocou vagas de 10 metros > Um morto e três desaparecidos entre os portugueses > Um terço das vítimas são crianças > Paraísos turísticos varridos do mapa > Fúria do mar foi até à costa de África "
In Público, 17/12/2004


Uma onda gigante arrancou uma bebé do colo da mãe portuguesa na Tailândia...
A terra voltou a tremer e o mar a inundar a terra e a arrastar milhares de pessoas.
Morreram muitos milhares de seres humanos, outros tantos estão desaparecidos, na India no Shri Lanka e na Indonésia...
Milhares de crianças arrebatadas à protecção das mães... e as próprias mães morreram arrastadas pela fúria das águas...milhares que ficaram sem bens, sem casas, sem nada!
Os Países em geral, a Europa ...e o Papa apelaram ou enviaram ajuda para os sinistrados...

Mas...

No Iraque e na Palestina ou em Israel já morreram milhares de homens e morrem dia a dia dezenas de pessoas e crianças são estropiadas e as suas vidas são assombradas por estilhaços de bombas a cada momento...por mão humana, muito mais cruel e desvastadora que a Natureza com toda a sua violência...

No Darfur, as mulheres são violadas sistematicamente ou mortas e obrigadas a conceber filhos do ódio ensanguentadas...obrigadas a viver no deserto...

Há milhares de crianças no mundo a morrer à fome e nós no mundo inteiro empanturrados de comida e consumo a festejar o deus menino que veio salvar o mundo...

Era dia de Natal...e na televisão havia repetidamente em todos os canais filmes de guerra e violência, de ódio e luta insana entre o bem e o mal...sempre o homem e o seu deus de guerra, construindo impérios à custa de milhões de mortos por ambição contra a vida natural... e a matar mulheres e crianças...

Terramotos? Marmotos? Tsunamis? São um mal menor...acontecem de tempos a tempos...enquanto que a guerra e o ódio duram todos os dias à face da Terra...Por isso não me falem em Solidariedade humana...

Não, não creio que as Forças da Natureza sejam mais cegas que a guerra absoleta dos homens contra os próprios homens, mulheres e crianças!
Não, a desvastação que os homens fazem da própria natureza gera o desequilibrio ecológico do Planeta e uma coisa é só a outra face escondida da arrogância humana...
São os homens e a sua estupidez e ganância os únicos culpados dos males que infestam a vida humana...


domingo, dezembro 26, 2004

«je sors de toi mais indéfiniment retenue dans ton ventre»
LUCE IRGARAY

A TUA IMAGEM

Tenho a tua imagem gravada no mais fundo do meu coração:
Olhos internos, fibras e nervos te vêem...

Corre no meu sangue como um rio
E eu deixo-me levar na corrente do teu ser.

Bebo a tua seiva e ergo-me como a coluna do templo
Em que és Rainha e minha,
No mais sagrado altar em que te posso abrigar.

Guardam-me a alma os teus olhos
Que me seguem a cada silêncio e em cada gesto.
Queria abraçar-te o ventre e adormecer suavemente a teus pés...

Como o pedinte à porta de uma igreja ou o nómada no deserto
A minha sede de ti é eterna, ó mãe do céu
E da terra em que nasci!



In “Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio”
rosa leonor pedro

VOLTAR AO INÍCIO DOS TEMPOS,
Á ORDEM PRIMORDIAL
Á MULHER DEUSA COMO FONTE DE VIDA


“A Mulher é sempre um mistério insondável que atrai e mete mede ao mesmo tempo que dá vida e se torna devoradora, e que os moralistas cristãos se apressaram muitas vezes a identificar com o diabo, pelo menos com a ideia pueril que se tinha deste. Este mistério foi sentido pelos homens da pré-história, visto que os escultores e gravadores do paliolítico se abstiveram cuidadosamente de desenhar o seu rosto. Quem é essa Deusa dos tempos Primordiais, que tem sexo, mas não tem rosto? Será o eterno feminino tão caro aos poetas? (...)

Jean Markale “AGRANDE DEUSA"


O OROBOROS A SERPENTE QUE MORDE A CAUDA...

A Serpente símbolo da Grande–Mãe, regeneradora e mutante, “estava em contacto com os mistérios da terra, das águas, da escuridão –auto- suficiente, insensível, reservada, às vezes venenosa, capaz de deslizar sem deixar rasto, magicamente engolindo grandes criaturas e rejuvenescendo-se pela mudança da pele.” (...)

Consequentemente, a serpente tornou-se o maior símbolo animista e posteriormente ou paralelamente tornou-se para a Igreja católica simplesmente símbolo do pecado e da mulher pecadora para os padres misóginos e castradores e um “deus macho” que pôs inimizade entre as duas e separou assim as duas mulheres! Compra uma e vende “a outra!” Os homens do deserto contra a Senhora das Águas...“




quinta-feira, dezembro 23, 2004

Natal, a Festa da Maternidade.

“O povo amava as senhoras pejadas. Ardentemente as veneravam as mulheres. Orando por uma hora “breve”, uma “hora pequenina”, um “bom sucesso” no parto. Apelando à Senhora como seu princípio, o principio feminino no céu.”


“A Senhora Mãe acalentando o seu filho. Nos braços. No regaço. Ao seio, nessas quase desconhecidas Senhoras do Leite. Mas, além destas imagens expostas, divulgadas, outras há. Durante anos e anos estiveram escondidas. Foram veladas. Foram enterradas. E até destruídas: São imagens das virgens pejadas, prenhadas, as senhoras do Ó ou da Expectação. Virgens grávidas. O repudio oficial que as atingiu é significativo do que Simone de Beauvoir chama “a repugnância do cristianismo pelo corpo da feminino” que “é tal que consente em votar o seu deus a uma morte ignominiosa, mas afasta-o da "mancha” do nascimento”.

Excertos de artigo de Helena Neves
in O Público

- Essas Deusas e Mães que abundam na memória colectiva e que revivem nas orações e peregrinações de culto mariano em Fátima, ou em Lourdes ainda são reminiscências de um culto antigo e milenar da Deusa Mãe e uma evocação À Mãe Mulher na Terra e não à Virgem Santa no Céu...
São uma evocação da Vida e do Nascimento e não da morte e do castigo como o que Cristo Homem sofreu pela mão dos romanos...e a Igreja de Roma ergueu como símbolo do horror e perseguição às mulheres, apagando o AMOR da Concepção, invertendo o seu sentido renegando o nascimento e o corpo fecundo da Mulher amada...

Em contrapartida temos agora uns anafados velhos barrigudos a fazer de pai natal...dão presentes de plástico e armas às criancinhas em vez da vida que só a Mãe pode dar!!!


“Madalena era o Sangraal, no sentido que era o “Cálice”, o útero que transportava o sangue real. A negrura simbólica da Noiva dos Cânticos dos Cânticos e dos davídicos das Lamentações estende-se a esta Maria escondida e à sua filha.”
(...)
“É provável que aqueles que, nos primeiros séculos, conheciam esta lenda
e a identidade de Madalena como mulher de Jesus a tenham associado á noiva negra dos cânticos dos Cânticos. Ela era a irmã-noiva e a amada. A sua “negritude” seria um símbolo do seu estado de escondida; ela era rainha desconhecida - irreconhecível, repudiada e vilipendiada pela Igreja ao longo dos séculos numa tentativa de negar a linhagem legítima e conservar a sua doutrina de um Jesus divino e celibatário.”


Maria Madalena e o Santo Graal
de Margaret Starbird



“SOU, CADA DIA, UM HOMEM MELHOR E MAIS PURO
PORQUE SIRVO A DAMA MAIS NOBRE DO MUNDO
E ADORO-A., DIGO-VO-LO EM VOZ BEM ALTA”

CANÇÃO DO SEC. XII do poeta Arnaut Daniel

A DAMA DO SANTO GRAAL

Quem é esta Maria, conhecida dos primeiros cristãos como a “Madalena”? E como pode ela Ter levado o sangue real para França? Terá o sangue real sido transportado num “vaso de barro”? E o vaso de barro foi uma Mulher? Talvez esta Maria tenha sido a mulher de Jesus e tenha levado o filho dele para a Provença!
(...)
A demanda do Santo Graal é um mistério velho de séculos. As pistas que ligam Maria Madalena ao Sangraal das lendas antigas abundam na arte, na literatura e no folclore da Idade Média, assim como em vários acontecimentos da História e das próprias escrituras. Muitas dessas pistas serão discutidas nos capítulos seguintes, numa tentativa de demonstrar que a Noiva de Jesus foi, acidentalmente, deixada de fora da História como resultado de um turbilhão político na província de Israel logo a seguir à crucificação.”
(...)
“O vaso, o cálice que encarna as promessas do Milénio, o “Sangraal” da lenda medieval, era, acredito agora, Maria Madalena.

quarta-feira, dezembro 22, 2004



>A NOIVA PERDIDA

"Falámos de como a fé dos Templários, que celebrava o equilíbrio cósmico entre os opostos, foi inserida nas catedrais. As magníficas “rosáceas” de vitrais são outro exemplo do ressurgimento do feminino entre os desenhadores das igrejas medievais em honra da “Notre Dame”.
(...)
Apesar de a veneração da Noiva de Jesus Ter sido oficialmente suprimida pela Igreja Católica, os altares à Virgem Maria continuaram a florescer, atraindo peregrinos de toda a Europa. O culto do feminino consegue atingir a sua apoteose quando Maria foi nomeada Virgem Rainha do Céu. Mas enquanto Virgem Maria, adequadamente, representa o aspecto maternal do feminino, a doutrina da sua perpétua virgindade renega implicitamente o papel de Esposa. Por mais bela que esta mãe seja, é evidente que falta algo muito real e muito precioso na história do Cristianismo. Esse algo é a Noiva.”

- A Noiva que falta é mulher amante que a Igreja de Roma destruiu renegando e dividindo a mulher em duas fazendo cair sobre Maria Madalena a anátema da prostituta e desviando o seu culto inicial para o da Maria, Mãe Virgem de Cristo quando afinal se trataria da sua esposa e mãe de uma filha sua que salvaria o mundo...

(...)

Yosef ajuda a rainha a desembarcar.
Com as sandálias na mão,
Ela caminha pela água pouco profunda
Até às areia de cristal.
Magnífica, com a brisa a agitar-lhe os cabelos.

A sua filha está salva
E é livre, finalmente - assim como Marta e Lázaro.
Longe estão os terrores da tirania
E os caprichos do mar. A paz e a alegria rodeiam-nos.

Miriam olha com ternura para filha
Nascida no deserto do exílio.
“Chamei à minha filha Fora do Egipto”
Sara.
A escolha de Deus não fora um filho
Para pegar em armas,
Rebento da casa de David e da tribo de Judá,
leão para esmagar o punho brutal de Roma
E reclamar o trono real.
Não. Desta vez, Deus
Escolhera uma filha.


(...)
Maria Madalena e o Santo Graal
de Margaret Starbird

terça-feira, dezembro 21, 2004

"O DESERTO E A TERRA RESSEQUIDA EXULTARÃO,
A ESTEPE REJUBILARÁ E VOLTARÁ A FLORIR..."

- Isaías 35:1



A DEUSA DO MUNDO VOLTARÁ...

"O encontro dá-se Agora, no Secreto, no Sacrário, no Fim do Túnel que conduz ao Coração. Eles estão dizendo: Coragem, o que parece não é! O que não parece é! Coragem, tu não estás no início da Ponte! Coragem! Tu tens um Encontro com o Cosmos nesta vida!

Da mesma forma que a Luz da Terra, da Mãe do Mundo se recolheu, se ocultou da consciência colectiva, quando o desvio dimensional foi feito, e se concentrou no Coração de Cristal no centro do planeta, também a nossa Luz se foi recolhendo até estar lá num Ponto oculto dentro de nós.

E a etapa em que nós entrámos, hoje, é uma etapa de revelação da Luz. De trazer a Luz do Profundo do nosso ser para a superfície.

Nós estamos numa etapa em que a Terra está a readquirir confiança na humanidade de superfície. Isto é: O Véu da Mãe do Mundo, vai desocultar-se de novo, vai ser retirado. E o casamento entre a Luz do Mundo e a sua Humanidade será realidade"
(...) André Louro

sábado, dezembro 18, 2004

A NOSSA PÁTRIA ESTAVA DEMASIADO LONGE PARA ROSAS

FERNANDO PESSOA


"A longo prazo o tempo favorece as nações acorrentadas que, concentrando forças e ilusões, vivem no futuro, na esperança; mas que esperar ainda em liberdade? Ou no regime que a incarna, feito de dissipação, de tranquilidade e de amolecimento? Maravilha que nada tem a oferecer, a democracia é ao mesmo tempo o paraíso e a sepultura de um povo. A vida só através dela tem sentido; mas ela tem falta de vida...Felicidade imediata, desatre iminente – inconsitência de um regime ao qual não aderimos sem nos rasgarmos nos ferros de um dilema que atormenta."

in HISTÓRIA E UTOPIA de E.M. CIORAN

sexta-feira, dezembro 17, 2004

"Os grandes povos, tendo a iniciativa das suas misérias, podem-nas variar à vontade; os pequenos povos, são reduzidos aquelas que lhes impoêm."
Emile Cioran

DEIXEM-SE DE FINGIR

Deixem-se de fingir de heróis da esquerda,
com bancos e bancas de advogados, redacções,
editoriais, automóvel, bolsas e cátedras,
quintas herdadas, páginas literárias.

Deixem-se de uivar em defesa de ismos
que nenhum vos pertence ou a que pertenceis
a não ser para dançar a dança desnalgada
dos que não têm vergonha do povo português.

O único ismos em consonância com os arrotos
de bem comidos, e rosnidos de instalados
naquilo que criticam disfarçadando-se,
é o relismo - de reles. Nada mais.


J.de Sena

quarta-feira, dezembro 15, 2004

O DOMÍNIO BÁRBARO DOS SACERDOTES GUERREIROS
E O SEU DEUS DE GUERRA, GERANDO ÓDIO
E A CONSEQUENTE PERDA DO FEMININO


“Com as invasões Indo-Arianas (por volta de 3500ªC.), surgiu a ideia de uma suprema divindade masculina, cuja raiva e cólera tinham de ser apaziguadas. Ao longo dos séculos, os cultos baseados num deus masculino de poderes ilimitados foram substituindo gradualmente a adoração de uma deusa indulgente.
(...)
A perda do feminino tem tido um impacto desastroso na nossa cultura. Tanto o macho como a fêmea se sentem profundamente feridos à medida que o segundo milénio da Cristandade se aproxima do fim. As dádivas do feminino não têm sido totalmente aceites e apreciadas. Entretanto, o masculino, frustrado devido a uma incapacidade para canalizar as suas energias em harmonia com um feminino devidamente desenvolvido, continua a liderar com a espada, brande as armas temerariamente e frequentemente flagelando o próximo com violência e destruição.

No mundo antigo, o equilíbrio entre energias opostas era compreendido e honrado. No nosso mundo moderno, os atributos e atitudes do macho é que têm prevalecido. A distância entre a atracção pelo poder e a glória por parte do macho e “a adoração do filho primogénito”, um culto que produz muitas vezes machos mimados e imaturos - zangados , frustrados, aborrecidos e muitas vezes perigosos, é muito pequena. Eventualmente, incapaz de uma interligação com a sua “outra metade”, o masculino fica exausto. O resultado final do princípio feminino desvalorizado não é apenas o ambiente poluído, o hedonismo e o crime sempre crescente é o holocausto.”

In MARIA MADALENA E O SANTO GRAAL
A Mulher do Vaso de Alabastro - de Margaret Starbird
(o livro que inspirou O Código da Vinci de Dan Brown)


Neste holocausto que todos vivemos, são sem dúvida as mulheres e as crianças quem mais sofrem no mundo inteiro, para além da destruição da natureza. A curto prazo os efeitos da poluição sobre o clima serão muito graves do que se pode imaginar, assim como o risco de extinção de várias espécies, senão mesmo do homem...
O mundo Ocidental, nomeadamente a Europa entorpecida e podre, alienada pelo consumo desregrado e pelos Mídia - que explora as guerras e a violência no mundo, assim como propaga a mediocridade e os valores mais baixos da sociedade, de modo repugnante - vive paralisado pelas dívidas à banca e ao fisco, drogada ou doente, à fome ou na miséria, sem qualquer qualidade de vida nem a mais elementar ética. Enquanto isso o mundo islâmico avança impondo os seus véus e a violência sobre as mulheres, mesmo na Europa.
Os contos das Mil e uma Noites, transformaram-se no conto dos mil e um terrores...

A propósito de terrores hoje li no jornal:

“A Europa transformou-se em Eurobia e, se nem todos os muçulmanos são terroristas, o facto é que todos os terroristas são muçulmanos.”, escreve Oriana Fallaci. “Discutimos a violência sobre as mulheres muçulmanas em nome da sharia, preocupamo-nos em recordar a violência dos nossos homens sobre as mulheres. E esquecemo-nos de que se os nossos homens vão contra a lei, eles (os muçulmanos) exercem a violência seguindo a sua lei.” (In Diário de Notícias)

terça-feira, dezembro 14, 2004




5,4
13 de Dezembro de 2004


Porque estremece tanto o teu Ventre Mãe, as tuas águas...
senão perante a infâmia perpetuada dos homens?...

Destrói tu Mãe os seus arranhacéus de negócios e armas sofisticadas...

...porque as mães são violadas e as crianças nascem do ódio
e morrem à fome pelas suas leis de guerra...

Abala de uma vez por todas os seus alicerces:
arrasa as suas casas de cimento armado,
os seus cofres-fortes, de homens-robts que dominam o mundo
através dos seus exércitos e as suas bombas atómicas...

Destrói com um só sopro as suas vaidades!

...Porque eles destróiem sem dó o Teu Corpo Sagrado
Terra, no Corpo Santo da Mãe Mulher...
e se matam uns aos outros, filhos sem mãe,
abortos
do seu deus irado e sem piedade!

Revolve de vez as tuas Entranhas Deusa Mãe
e não deixes nada da sua arrogância à face da Terra...
Liberta-te da tua prisão de asfalto e alcatrão,
e sangra...
Pare outra Humanidade!

Morrerei contigo,
para que do chão nasçam rosas...


melusine

segunda-feira, dezembro 13, 2004



“AS PROSTITUTAS SAGRADAS”

O termo de “prostituta sagrada” é impróprio e não corresponde à realidade da época. Antes do cristianismo o Culto da Deusa Mãe e a sexualidade da mulher era sagrada e a liberdade do seu corpo igualmente enaltecida pelo amor, como forma de dádiva e iniciação amorosa.

“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do tempo da deusa, que desempenhava um papel importante no dia a – dia do mundo clássico.
As sacerdotisas de Deusa e os seus importantes encontros iam até ao periodo Neolítico (7000-3.500ª.C.), tempos em que Deus era honrado e amado no feminino em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.

No mundo antigp, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavamnos templos da deusa do amor do Médio Oriente eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano. Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa. Em alguns periodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que que alguns dos profetas de Javé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”


In Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD (Quetzal)

domingo, dezembro 12, 2004

"A dupla essência, masculina e feminina, de Deus - a Cruz.
O mundo gerado, A Rosa, crucificada em Deus"


fernando pessoa

Envolta nas brumas do tempo,
espera sozinha no jardim,
velada, o nome desprezado, a Rosa abandonada.
Oposto perdido de Logos, a Palavra,
Filho do Pai,
Razão e justeza,
o eterno Ele.
Eros esquecida,
apaixonada,
a eterna Ela,
deixada prostrada no chão.

(...)

Mas agora, finalmente, ele procura-a.
Chama por ela.
Ele sabe que o seu nome è Rosa.


in MARIA MADALENA E O SANTO GRAAL
A MULHER VESTIDA DE ALABASTRO (QUETZAL)
margaret starbird
“sem mãe não se pode amar, sem mãe não se pode morrer”

Poder, Opressão e Dependência
na Construção da Subjetividade Feminina

Por Maria Alice Moreira Bampi

A sexualidade, como manifestação biopsicossocial do ser humano, sofreu através da história, toda a sorte de controle por interesses diversos. Negada ou incentivada, a Igreja, o Estado e o poder econômico sempre se valeram deste meio profundo do relacionamento humano (onde a afetividade e o prazer formam a base motivacional), para dominar, corromper, atemorizar ou lucrar.

Atualmente a exploração comercial da sexualidade feminina, oferece uma idéia superficial, desvinculada do afeto, sustentada em modelos descartáveis, consumistas, estereotipados e preconceituosos, com a imposição da estética e como prerrogativa exclusiva da juventude.

Mesmo com uma imagem muito explorada, a sexualidade feminina sempre foi terreno inóspito, com conhecimento centrado geralmente nos aspectos da reprodução humana. Nas escolas bem intencionadas, ainda hoje, palestras esporádicas sobre sexualidade, resumem-se em estudar o corpo reprodutivo e estimular a prevenção à gravidez indesejada. O prazer é assunto negado, ou quando muito, mascarado numa linguagem subliminar de que o corpo feminino é um espaço sem muitos direitos. Com o prazer vinculado a um corpo que engravida, que gera, que culpa e martiriza, as mulheres protegem-se num contrato social definido por leis, que longe de garantir-lhe este almejado prazer, obriga-lhes após tantas expectativas frustradas, à manutenção da relação dependente, neurótica, sadomasoquista. para fugir, da categoria pejorativa criada culturalmente para as mulheres que estariam desprotegidas destas leis. Seriam as"descasadas","mães solteiras", "largadas do marido", "as que estão em falta".

Estes preconceitos acompanham as mulheres pela história; Inventam as categorias e as mulheres vão aos poucos "incluindo-se "nelas, sem contestarem, com submissão e dependência. Nos tempos da Inquisição, criaram a categoria das bruxas e muitas mulheres comportavam-se como tal, porque havia esta categoria. Na época das Cruzadas, no século XIII, segundo Veiga(1997) os cavaleiros iam para o Oriente Médio deixando suas mulheres sozinhas nos castelos, o que representava para eles um sério risco. Voltaram, então, com uma novidade em termos de aprendizado religioso: o culto à Virgem Maria, comum em Bizâncio e ausente até então na Europa. A partir daí, "... inventou-se o culto a puríssima dama, a quem deveria dedicar-se um amor, não um simples amor carnal, "animalesco", mas o amor romântico pela deusa, adorada e casta, tanto mais adorada quanto mais casta. Os trovadores cantavam este amor e os homens que tinham ficado para trás, se convenciam dele. Isto acabou se constituindo num cinto de castidade mais eficaz dos que os de ferro e cadeado, mais folclóricos que realmente usados. Isto também reforçou imensamente nos homens a tendência de pensar as mulheres ou como santas ou como prostitutas..." ( Veiga, 1997: pag.34)

Mas, a quem interessa a permanência desta concordância coletiva? Quem se beneficía de tudo isto? Há interesses econômicos na questão? Certamente que sim, e em prejuízo da saúde psíquica de muitas mulheres, divididas em categorias: as que dão lucro, as santas e as outras... Assim, conflituada entre opiniões maniqueístas, onde o bem e o mal se degladiam por um espaço reconhecido, as mulheres geralmente submetem-se às regras do jogo, geridas por poderes seculares diversos.

Estes domínios rígidos sobre a sexualidade feminina, incorporaram um padrão comportamental que sobreviveu aos séculos, resistindo até mesmo às tentativas revolucionárias de alguns movimentos ditos feministas.

(...)
(Excerto de artigo recebido por email)

sexta-feira, dezembro 10, 2004

“Anjo és ou és mulher”
- in Folhas Caídas” de Garrett

“A VIOLAÇÃO DAS MULHERES COMO ARMA DE GUERRA” - Relatório da Amnistia Internacional baseado em estudos do últimos dez anos.
As Mulheres “São vistas como a “máquina reprodutora do inimigo”. São também os alvos mais frequentes de minas antipessoais e de bombardeamentos “cirúrgicos”. As mulheres são as primeiras vítimas da guerra (...) Estas violências não são espontâneas, mas orquestradas, aprovadas ou toleradas no quadro de uma estratégia política calculada”.


In Jornal O Público de 8 de Dezembro, dia do 150º aniversário do dogma da Imaculada Concepção.


NO DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
MAIS DE 5 MILHÕES DE CRIANÇAS NO MUNDO
SÃO VÍTIMAS DA GUERRA E DA FOME

- Quantos milhões se gastam em armamento e guerras no mundo?


O PRINCÍPIO DOS PRINCÍPIOS

Para que o mundo tenha Paz, e as 150 mil crianças em risco, em Portugal e as Mil Milhões ou 5 milhões no mundo inteiro, vítimas da guerra e da fome tenham de comer é preciso que essa paz seja real dentro de cada ser humano e dentro de cada casa, assim como em cada país. Para isso a sociedade tem de ser regida pelos dois princípios FEMININO E MASCULINO e os seus valores correspondentes para haver equilíbrio entre ambos os sexos, homens e mulheres, sendo que neste momento o problema maior consiste no facto de as próprias mulheres, “as mães de todas as crianças” que são as primeiras vítimas da guerra e da sociedade patriarcal continuarem sendo exploradas no mundo inteiro ou vivendo apenas de acordo com o poder masculino e ao seu serviço e a feminilidade corresponder praticamente e só ao que o homem imagina da mulher e não à sua realidade.

Não é rezando à Imaculada Concepção, nem à Virgem de Fátima, como pede o Papa, que a Mulher é respeitada e lhe é restituída a sua dignidade. Bem pelo contrário. A Igreja cavou um fosso entre o culto da Virgem há mais de 150 anos projectando ainda mais a mulher real no pecado, na indigência e na prostituição. No mundo Patriarcal, quer em África, no Oriente ou no Ocidente a Mulher e a Mãe continuam a ser os “bodes expiatórios” do fanatismo dos homens e das suas guerras!


Rosa Leonor Pedro


quarta-feira, dezembro 08, 2004


"A mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe,
que é a grande reserva, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impôr ao mundo ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas.

É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo.

É aquilo a que eu chamo o cansaço do poder masculino que desemboca no impasse temível do tal equilíbrio nuclear que criou uma situação propícia a que os valores femininos possam emergir, transportando a sua mensagem."
NATÁLIA CORREIA, in Diário de Notícias, 11-09-1983

Será que a mulher entende esse cansaço e pode ou não quer emergir dessa sujeição milenar por justamente pensar, como aparenta, que chegou a algum lado, pelo facto de aparecer ao lado de homens famosos, de políticos e chefes de estado?

Será que a mulher quer realmente ver o que está por detrás da chamada violência doméstica – da violação sistemática da mulher quer na guerra quer na paz? - e da divisão essencial do seu ser em duas mulheres distintas, separadas à partida por estigmas sociais, desde a prostituta comum à modelo ou à artista de cinema - em muitos casos mascarados de arte, como o é de facto o cinema e todas as profissões em que a mulher é usada principalmente pela exposição do seu corpo e beleza, mas já sem a carga do sentido de prostituição – não vende o sexo, mas a alma e isso não se vê - , não deixando no entanto de ter uma marca psicótica no seu comportamento nevrótico quando é julgada por nada de histérica ou bipolar?

Não sofreram as Divas do Cinema essas mortes e suicídios estranhos, vidas desesperadas, afogadas em alcóol ou em drogas, longe da Ribalta em que eram aclamadas? Meramente usadas e destituídas de identidade própria? Sempre houve “chulos”: maridos ou pais, padres ou realizadores a usarem e a aconselharem as mulheres consoante a moda e o seu filme e o “filme” da época...

Não é toda a mulher atormentada por “enchaquecas”, doenças raras e crises várias, de depressão e cancros, nomeadamente depois da menopausa, tornada inválida quando já não pocria nem dá prazer, por todos e reduzida a “babá” da família, carregando com os netinhos e a ir às compras caso o reumático ou osteoporose não tomar precocemente conta dela...?
Ou então dedica-se a fazer operações plásticas, se tem dinheiro para isso, para reduzir a idade, recusando a todos os títulos o envelhecimento natural?
Enquanto novas e saudáveis cumprem os seus papéis de donas de casa e profissionáis conjuntamente com a economia doméstica...e fazem tudo e são mulas de carga, com excepção das “ricas” e das intelectuais e executivas que têm criadas ou mulheres a dias e então aí o fado das mulheres é grotesco e dramático...

A vida das mulheres quem quer saber?
No Iraque ou na India, no Leste da Europa ou no Sudão e mesmo em Portugal?


Tirando a Imaculada Conceição a quem rezam os padres e os homens em geral e que fica no altar da sua imaginação, a Mulher Real não passa de uma escrava moderna...não usa correntes de ferro, mas de ouro, como usa Chanel ou Dior...

Enquanto a Mulher não perceber a sua divisão interna e der corpo a dois ou mais modelos de comportamento social na base da sua sexualidade, ela nunca poderá ser livre nem ela própria. Porque a Mulher tem de ser inteira e total, integrando as várias mulheres que a sociedade patriarcal dividiu.

R.L.P.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

A PUTREFACÇAÕ DA LINGUAGEM

“É possível que um determinado estado de confusão, desordem e decadência do pensamento leve a uma decomposição da linguagem...
(...)
Podem ficar certos de que quando o vocabulário de lixo ou simplesmente desvitalizado, desvirtuado do seu sentido sentido, se torna no alimento quotidiano e portanto banal para todo um povo, é o sinal que este entra em fase de autodestruição.”


Não é a essa autodestruição que assistimos todos os dias em directo na Televisão?
Como é que é possível os alunos ouvirem ou respeitarem os professores na escola se os deputados e ministros em Assembleias da República não se ouvem uns aos outros e se riem na cara dos que falam e nem respeitam o Presidente?...
Se os ministros e deputados são "fedelhos" arrogantes que se desdenham entre si e gritam no meio dos discursos do partido oposto...que respeito podem ter pelo Povo ou pela Nação?


OS TEMPOS FINAIS
(...)
"Quanto à "besta", tal como foi chamada, trata-se do ser não iluminado, existente em cada um de vós. Foi apelidado de "besta" devido às potenciais acções que os líderes desequilibrados tomarão durante os próximos tempos de realinhamento...como sendo a "besta" que, de entre vós, devorasse a paz.

Portanto os desequilibrados têm a marca da besta potencial."


KRYON

domingo, dezembro 05, 2004

Portugal Medieval

A POLÍTICA E OS POLÍTICOS:
BASTA VÊ-LOS NO SEU MAL PERDER E NA SUA RAIVA QUANDO SAIEM DO POLEIRO ONDE CANTAVAM DE ALTO...
BASTA OLHAR A SUA FACE DE PREDADORES PARA SABER QUEM SÃO...
ELES ESPUMAM DA BOCA COMO OS POSSESSOS, SOLTAM PRAGAS E ÓDIOS COMO GAFANHOTOS NAS PRAIAS DO ALGARVE...


Fui toda a vida como que “massacrada”, perseguida direi pelo papaguear de homens ignóbeis - RAROS OS SNCEROS - que falam do bem e do mal, de justiça e de verdade e só que dizem enormidades em nome do povo e da democracia enquanto se lambuzam no gozo próprio e no alto da sua vanglória. Empaturram-se com o dinheiro desse mesmo povo que trabalha e se anula numa escravidão diária disfarçada ou anestesiada pelo sonho do consumo e a ideia de uma vida melhor para o futuro – foi sempre essa a promessa das ideologias - quando apenas trabalha para sustentar um grupo de gente que se dizem governantes e que apenas desfrutam o luxo da riqueza alheia e a esbanja com as suas fantasias megalómanas.
Os políticos não respeitam ninguém a não ser o Poder e a sua cega ambição em nome da Nação e em nome de Portugal...

Os políticos são sempre gente mediocre - SALVO OS RAROS E SINCEROS - que se compensam das frustrações e outros “defeitos” (traumas e bloqueios) normalmente complexos de inferioridade a começar pelo seu tamanho e apêndices e que se embrenham inconscientemente nas suas vinganças pessoais projetando-os contra outros seus iguais. Porque a mãe era porteira ou o pai homossexual e a tia uma rameira...

Mete-me nojo esta miséria, mais do que a pobreza e a mentira vulgar... O feudalismo (ou mesmo o esclavagismo) como sistema nunca foi alterado na essência, mas sim apenas as aparências e as pseudo-liberdades da plebe...O dito povo nunca mandou nada a não ser nas revoltas em que tudo se mata e destrói a torto e à direita, ricos e reis, palhaços e nobres, para depois ficarem com as suas vestes ou no seu lugar ou seja tudo “igual”. Porque a lição é sempre a mesma: o poder perverte sempre e não há ninguém inume e isento que seja fiel à sua origem...
Basta olhar a Rússia de hoje, mãe da revolução, para sabermos como o Kapital foi parar às mãos dos mais pobres e orfãos...em detrimento dos antigos ricos e aristocratas que assassinaram e depois vieram a imitar com yates e hiper-aviões a jacto, clubes de futebol e guarda costas...



Mistura Melusiana, ou seja as deusas com fel...

sexta-feira, dezembro 03, 2004

AS ELEIÇÕES E OS LÍDERES...

“David faz recurso à magia do palco. Os políticos são actores. Os líderes de todas as coisas são actores. A vida é um enorme palco e cada homem um actor, um espectador. Um bom discurso de palco é a solução de todas as coisas porque os operários têm fome de pão, mas também de palavras doces.

Masca a raiz mágica que torna a voz limpa, audível e convincente: Liberta a voz mágica, hipnotizante, emocionante. Fala. Promete melhorar as condições de trabalho. Aumento de salário. Segurança social, assistência médica e um sem-número de regalias.(...)

Faz promessas. Cada palavra é uma gota de água sobre o fogo. Os operários, embriagados pela beleza do discurso, abanam s cabeças e aplaudem. Não há coração que resista ao discurso de mel.

Palavras. Palavras mortas preenchendo vazios, preenchendo espaços. Palavras doces, elogios. Palavras frias, de hipocrisia. David diz palavras reconfortantes. Os profetas disseram apenas palavras ao longo das suas vidas e imortalizaram-se.”
(...)

In O SÉTIMO JURAMENTO
LIVRO DE PAULINA CHIZIANE
Da Ed. CAMINHO – uma terra sem amos

quinta-feira, dezembro 02, 2004



Convém vir aqui de vez em quando mexer no Caldeirão para acelerar o processo da Consciência da Mulher-Deusa e Bruxa e lutar contra o uso abusivo da Nossa Senhora e Deusa e da Grande Mãe e rir-me das parvoices dos políticos e dos padres, sempre na mesma confusão à esquerda e à direita...uns para cima outros para baixo...

Juntei-me a Mulheres e Deusas para formar a trilogia sagrada das três deusas numa só...Assumindo de vez a jovem a mãe e a velha...que já sou.
Portanto se pensavam que desapareci, não é bem assim, mas juntei-me às Mulheres & Deusas e de vez em quando vou aparecer em meu nome, não sei se lembram...MELUSINE.
Deixei o meu outro espaço vital às PALAVRAS AO ACASO...

quarta-feira, dezembro 01, 2004

"Toda a mulher que luta por uma mudança é sempre punida e esse é, efectivamente, o mundo real que descrevo."
PAULINA CHIZIANE - escritora moçambicana
UMA VOZ NO FEMININO

"Os esforços de reestruturação institucional e o conservadorismo, em conflito permanente, são narrados por Paulina Chiziane mediante olhares e falas femininas. As mulheres são, ainda, mantidas fora dos círculos modernizadores, e se beneficiam muito pouco com as mudanças. As novas feições da sociedade as mantêm destinadas aos serviços, ao prazer e ao conforto dos homens, na aldeia ou na cidade."

(...)
"No entanto, reivindica-se como feminista! «Entre aspas», esclarece. «Quando falo de feministas estou a falar de 'feminino'. Eu sou feminina, sou mulher, por amor de Deus! As minhas personagens femininas não fazem rupturas porque é assim mesmo entre nós e eu só descrevo a realidade. Nos movimentos feministas elas acabam por seguir o modelo masculino, que eu não acho assim tão bom para seguir... Sou pelo respeito pelas diferenças. Mulher é sempre mulher, sempre será. O homem tem o seu papel masculino, ponto final. Complementam-se. Uma mulher emancipada que não precisa dos outros... eu não gosto da palavra 'emancipação', porque afinal caminhar para uma civilização onde as pessoas não sentem a falta umas das outras é um bocado contra as leis da harmonia universal.»