O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, junho 22, 2009

AS MULHERES ODEIAM-SE

ASSIM COMO À "MÍSTICA DA MULHER"...

...Acho curioso como há mulheres que não gostam nada do meu blogue…
Há muitas mulheres que não gostam de Mulheres & Deusas…
Elas sentem-se confrontadas com a dimensão do feminino sagrado, não sabem nem querem saber do que se trata… acham-se muito espertas e demasiado inteligentes para perder tempo com “mitologia ou a metafísica”…elas são as filhas do pai…fazem tudo para ignorar a mãe…as deusas e as bruxas…

Há algum tempo atrás voltei a aperceber-me que os comentários de Mulheres & Deusas eram apenas de homens sensíveis e especiais e nem uma única mulher...
Não é mesmo curioso? Eu sei que há mulheres que estão na senda da deusa, mas as mulheres em geral não querem ser confrontadas com a sua natureza atávica…Na verdade elas não gostam de si mesmas nem das outras mulheres. Não gostam das mães…são rivais umas das outras. Quase sempre se odeiam. Não serão movidas pela "inveja do pénis", como dizia Freud, mas elas admiram e invejam dos homens a sua liberdade e o seu poder. Elas querem exercer poder e não seguir a via do coração…elas riem-se das sentimentais...das intuitivas, das possessas.
Mesmo quando defendem as supostas causas de mulheres ou em nome das mulheres, falta-lhes a verdadeira empatia com o feminino pois não têm esse contacto como o seu verdadeiro feminino, nem têm a noção do que seja uma consciência ontológica, e nem sequer querem admitir que sem a vivência interior da Deusa não são mulheres…e é precisamente com esta parte do meu discurso que as mulheres feministas embirram comigo e estou mesmo em crer que me detestam…
Sinto o seu ódio…ou a sua raiva.
Não me perdoam esta insistência num trabalho que não querem fazer e olham-me como uma mística alienada ou desfasada da realidade, uma fanática ou no mínimo uma chata! Justamente porque não se relacionam com a ideia mística da deusa em si e muito menos com a ideia do sagrado, associado ao preconceito religioso…elas são todas positivistas e marxistas!
Elas querem ser livres e iguais aos homens!
Elas não entendem que a verdadeira Consciência do feminino passa pela essência da mulher, que a sua mística está no seu útero, nos seus ovários, no seu sangue, na sua intuição e não no seu intelecto apenas…
Elas estão tão longe da sua natureza que não entendem que esta corresponde às qualidades inatas do ser mulher. Não sabem que existe uma natureza intrínseca do ser mulher como alias do ser homem…e que essa diferença se prende com o seu corpo e com os dois hemisférios cerebrais, e a sua polarização, o esquerdo, masculino e o direito, feminino. E como a sua mentalidade e formação é masculina, pelo exercício exclusivo do seu cérebro esquerdo, razão e lógica, pragmatismo, mesmo que defendam questões femininas, referem-se meramente à misoginia ou ao sexismo dentro das concepções filosóficas masculinas, sem se aventurarem a ir às causas profundas que são no fundo a razão da misoginia e da violência sobre a mulher.
Elas tratam as questões da mulher no contexto patrista, no plano meramente psíquico ou intelectual, em termos políticos e económicos; tratam dos problemas da mulher face ao mundo moderno e intelectual, filosófico materialista, sem ir à origem e essência do arquétipo, sem ir à fonte última…
Pretendem desse modo que uma mulher que alcançou posições de destaque e domínio ou importância social e intelectual na nossa sociedade seja uma mulher representativa do feminino quando não é o caso.


Por exemplo, Margueret Tacher, a “Dama de Ferro”, grande figura da política inglesa, é apontada pelo psicólogo e escritor alemão Arno Gruen como exemplo da mulher sem sentimentos, conforme deixei há pouco tempo um excerto do seu livro “Falsos Deuses”, (ou falsas deusas?) apaixonada pelo poder e por si própria, egóica, sem qualquer sentido de empatia com o sofrimento humano, sem pinga de amor ou compaixão, segundo ainda o mesmo livro, que aconselho a ler.

Por vezes é preciso um homem sensível para obtermos um verdadeiro retrato da sensibilidade feminina… e que longe estão as mulheres modernas desta mulher essência!

"(…) gestos femininos bonitos sempre, a delicadeza com que as mulheres tocam nos objectos, a harmonia dos dedos: somos pesados e sem graça, nós os homens, ao pé delas. Pesados, brutos, canhestros: não possuímos seja o que for de ave ou de nuvem, a nossa carne é densa e gaguejante. Dá-me uma paz de eternidade ver uma mulher numa casa, o modo como o seu corpo habita o espaço, a forma como vestem, de si mesmas, os compartimentos, com um simples passo, um simples olhar. E depois uma espécie de inocência primordial, de leveza habitável: devo ter sido muito feliz na barriga da minha mãe, por dentro da sua voz, do seu sangue.”
António Lobo Antunes, in “Eu, às vezes” (Visão, Dez. 2007)
*
E já sei que me vão chamar reaccionária e retrógrada…
E ainda me vão odiar mais as mulheres inteligentes que sabem tão bem escrever na Net…

rlp

10 comentários:

Anónimo disse...

Como vai Rosa? Espero que estejas bem...eu amo tudo o que escreves, te acompanho todos os dias, e quero registrar aqui, que conheci o seu blog, através de um homem maravilhoso e sei que ele sempre te indica como leitura para as mulheres conhecidas suas...um abraço bem grande,
Lizarosa
Brasil

NEANDERTHAL disse...

Sim, fui templário, vim de França para ajudar D.Afonso Henriques, não tem nenhum misticismo nisto.Beira Alta, Viseu, Vouzela.
Cluny também.
Um templário detesta falsidades, fraudes e falsificações.

NEANDERTHAL disse...

Portanto não tenho também saco para as fraudes do Moloi.

Anna Geralda Vervloet Paim disse...

Querida Rosa,deixo aqui uma indicação de uma ótima leitura,creio que interessa ao "Mulheres e Deusas"
Abraços

http://lobasquecorrem.blogspot.com/2009/06/la-mariposa-mulher-borboleta.html

rosaleonor disse...

Lizarosa:

Obrigada pelo seu comentário e pela sua presença e agradeça ao seu amigo a sua confiança...eu sei que há homens maravilhosos e feminninos na sua essência sem deixarem de ser verdadeiros Homens.
e agradeço, neste caso que me tenha escrito...

um enorme abraço

rleonor

rosaleonor disse...

À alma do templário...

Então somos cúmplices de muitas batalhas...mas eu já depus a armadura e a espada...só me resta de lembranças e saudade o amor da Rainha...e a minha alma, "fiel d'amour" da Dama. Mesmo que tenha nascido mulher o meu destino foi servir a Deusa...espero que finalmente me compreenda. De resto sabemos que o Graal está dentro... o coração é o cálice, mas a mulher é a fonte de onde nascemos.
Quanto à Origem...sonhemos!
Havemos de voltar lá...

saudações templárias...

rl

rosaleonor disse...

Mais uma vez agradeço Anna!
Já conhecia o Blog. um bom trabalho.

um grande abraço

rleonor

rosaleonor disse...

Também percebo o Moloi...

rl

Anónimo disse...

Olá Rosa,


Eu leio, suspiro e integro... e ressoa tanto cá por dentro... se soubesse...
Grata pelo tempo e "trabalho" de nos fazer despertar, (re) lembrar...
Deixo-lhe um tímido mais sério beijo doce.

Carla Moreira

rosaleonor disse...

Carla ...não sei se vira a ler o meu comentário, mas não queria deixar de lhe agradecer e dizer-lhe que as suas palavras como as de muitas amigas ao longo de anos me animam a ajudam a continuar com este blog, um dos mais antigos em língua portuguesa...
um abraço enorme e grata pela sua doçura!
rleonor