O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 11, 2009

AS MULHERES SABEM DE MODO NATURAL


"O ponto de aglutinação dos homens olha para fora e o das mulheres para dentro. Isto proporciona uma maneira diferente de interpretar e de perceber, uma visão diferente das coisas. Os bruxos têm insistido desde sempre nessa grande diferença entre homens e mulheres.
Segundo o mundo dos bruxos, as mulheres sabem coisas de uma maneira natural.
Sabem de uma forma que a mente masculina não pode conceber.
A socialização demanda que os homens ditem as normas, o que faz com que se sintam “sagrados”.
Para que este processo funcione, a socialização destroçou as sensações femininas.
As mulheres são mais inteligentes,
mas não estão interessadas na taxonomia em estabelecer categorias. Taxonomizar é uma condição masculina. Deixem que eles estabeleçam suas categorias e medidas, vocês não têm por que fazê-lo. Para que teriam que fazê-lo?

Vocês devem ser conscientes do que os homens têm feito a vocês. Inclusive o desejo de liberação, do último século, por parte das mulheres tem sido criado e induzido pelos homens. Desta forma a mulher “liberada” repete os padrões masculinos.
Eles brincam com o papel de “coitados bebezinhos” que vocês cuidam e amamentam. Por que o permitem?
Mas pelas suas próprias características as mulheres carecem de uma filosofia definida, de um sistema de pensamento que possa lhes servir de suporte para sustentar um propósito. O homem bruxo que têm alcançado um nível de sobriedade pode lhes proporcionar este sistema de pensamento. Este é o suporte que pode sustentar uma nova forma de viver.

Don Juan era um homem, mas não era em absoluto um macho, tinha eliminado a raiz do machismo em si mesmo. Para homens e mulheres aceitar que somos seres que vamos a morrer implica num novo arranjo.
Se seguirmos nos comportando como imortais nada novo pode nos acontecer.
As mulheres estão capacitadas para deter o fluxo de pensamentos, podem exercitá-lo com facilidade e entrar num estado quase “vegetativo”, quando estão submetidas a pressões físicas ou psicológicas fortes. Mas a falha radical é que a mulher não é persistente. Têm logrado este estado parcialmente, simplesmente porque são mulheres, sem esforço. Sua indiferença é outro resultado da socialização do macho.
Mas os bruxos querem dar a esta capacidade um propósito transcendente: que esta parada do fluxo de pensamento não se leve a cabo por pressões, por fuga, raiva ou tristeza, mas por um propósito plenamente consciente e dirigido.
Para isto a bruxa precisa se disciplinar num grau extremo.
Desde nosso ponto de vista o grande erro do mundo bruxo de don Juan foi o seu isolamento, um isolamento que foi mantido de geração em geração e que talvez tenha relação com a preponderância feminina dos grupos de bruxos. As mulheres são muito insulares.
Nós terminamos com esse isolamento. Um seminário deste tipo nunca foi feito antes.
Talvez não possa convencer ninguém, não possa alcançar ninguém, mas estou tentando fazê-lo.
Se as mulheres conseguissem, através da disciplina, deter seu fluxo de pensamentos o que não seriam capazes de ver?
A Tensegridade as ajuda neste propósito, a tensegridade fala por si mesma.
As mulheres costumam pensar “estou louca”. Isso é a socialização. Não estão loucas em absoluto, simplesmente são mulheres! E essa loucura pode se converter em algo delicioso. Mas vocês vivem de acordo com as idéias dos machos e ainda as interiorizam. Isso sim é loucura.
Tenho visto “garotos bonzinhos” ao meu redor, muitos garotos bonzinhos e submissos que procuram me agradar.
Mas nunca conheci “garotas boazinhas”.
Não levo a serio a mim mesmo. O que é serio para mim é o que faço, e o que faço é a única avenida possível que fui capaz de encontrar, a mais poderosa. Precisa-se de uma grande sobriedade para decidir o que nos esgota no mundo cotidiano.
Aos homens fascina estar num altar. Fascina, e as mulheres o permitem. Exceto em famílias que praticam uma educação equilibrada, de uma mulher ninguém se ocupa a não ser que se case e forme uma família. As mulheres têm sido socializadas para serem inimigas entre si, para serem competidoras. Na realidade todos os homens buscam em vocês as suas “mãezinhas”.

Encarem duma vez o fato de que são mulheres. Chegará o momento em que vocês serão forçadas a cooperar entre si se quiserem que o mundo sobreviva. A raça humana desaparece. Somente vocês são poderosas, mas adoram brincar de ser “menininhas eternas”.
Dentro de todos nós existe um fluxo de conhecimento. Através dele desenvolvemos estados subjetivos que podem se intercambiar e que criam um campo de intersubjetividade que possibilita a comunicação entre as pessoas. Mas a não ser que experimentem as ações práticas do mundo dos bruxos, não há forma de compartilhar com os bruxos uma intersubjetividade. Falar somente de nós mesmos nos impede de ser conscientes do fluxo de energia. Há que forçar o estado de silêncio interno.
"(...)

Excerto da palestra de Carlos Castanheda num Seminário de Mulheres em Los Angeles

Copiado de (leia o resto) : http://pistasdocaminho.blogspot.com/

1 comentário:

anfibia disse...

queridíssima rosa,
quero convida-la a ler o manifesto madrepérola que redigi em
http://anfibia.blogspot.com
e se quiser, participar das reuniões virtuais no chat criado especialmente para unir mulheres.

sei o quanto já passaste por todo tipo de experiências com aglutinação de mulheres e que estás cansada de muitas coisas.

quero mesmo assim dizer que se quiseres, será extremamente bem vinda.

obrigada, rosa!