O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 29, 2023

Uma nova religião está a nascer...




A NOVA RELIGIÃO = ESTAMOS A CAMINHAR PARA O ABISMO

Quem pode acreditar que isto é bom?

Ema Clever


João Baptista (via facebook)

Uma nova religião está a chegar. E já tem milhões de fiéis, deslumbrados, obtusos, acéfalos. Como convém.

Como estão em decadência acelerada, espiritual e social, viram-se para a inteligência artificial que os deixa de boca aberta e a babarem-se todos só porque uns quantos inteligentes (e muito espertos) programaram a máquina para compor e responder o que qualquer ser humano "normal" pensaria ou diria. Mas seres humanos normais já há poucos, não é? Ainda reclamam por aí porque os consideram números e não gente. No entanto rendem-se à maravilhosa máquina que processa apenas números. "Zeros e uns"! Na verdade, os que já a adoram e veneram, não passam, eles sim, de uns-zeros... Saímos do analfabetismo para o acefalismo. Vê-se nas ruas, nos estabelecimentos, em plena condução. São zumbis em plena missa. A toda a hora. Já não vivem; apenas respiram.
Os tais espertos, são hoje os futuros sacerdotes desta nova religião. Não estão interessados minimamente na evolução espiritual da humanidade; apenas nas suas contas bancárias e na sensação de poder que tudo isto lhes traz. E como de costume o rebanho perfila-se e prepara-se para caminhar ao precipício onde se lançarão alegremente em nome da nova cultura de idiotas.
Despedimentos, ruína familiar, destruição de profissões, utilização militar, aplicação de controle de massas, educação distorcida das novas gerações... tudo isso não passa de teorias da conspiração, não é? Construam-se as máquinas fingidas de humanos, programe-se as mesmas com conteúdos de manipulação mental e coloquem-nas nos altares da nova igreja. Uma nova religião está a nascer...
Por mim, que ainda me considero um ser humano normal, racional, lógico, sentimental, etc. e tal, afirmo aqui solenemente que quanto mais conheço as pessoas mais gosto das árvores.
João Batista

O Que É Então Real?



A Percepção Pode Ser Realidade e a Realidade Pode Ser Percepção: O Que É Então Real?

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"Porque acreditamos em nós próprios, não tentamos convencer os outros. Porque estamos satisfeitos com nós próprios, não precisamos da aprovação dos outros. Porque nos aceitamos a nós próprios, o mundo inteiro aceita-nos" - Lao Tzu
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Um Pouco de Filosofia!

Suponho que este assunto se resume à verdade óbvia de que cada um vê o que quer ver, quer a realidade, a lógica e a consciência estejam ou não em contradição directa com essa percepção. Esta é uma reacção humana natural, embora não seja o método de dedução preferido se se pretender honestidade e responsabilidade. Nesta chamada era moderna, parece que tudo se tornou percepção, pois a maioria esconde-se de qualquer verdade ou realidade incómoda, num esforço para retirar toda a responsabilidade de si própria a favor de um sistema de governo tirânico. Enquanto os patetas desta sociedade acreditarem que são livres, quando não o são, seguirão o caminho mais fácil, aceitarão todos os estipêndios do governo, seguirão todas as "regras" e fingirão que são felizes porque não terão de tomar qualquer decisão por si próprios. A verdade e o risco não são aceites pela maioria e esta é uma receita para que o regime totalitário prospere.
Alguns grandes filósofos do passado pressupuseram como facto que a verdade não existe; que tudo é ilusão. Mas nós temos esta vida, e ela é tão real quanto possível porque é a única coisa de que todos têm a certeza. O sentido da vida é uma história diferente, mas esse é um assunto destinado a menosprezar o tempo que temos na terra e não é de forma alguma algo que possa ser totalmente compreendido; pelo menos não no nosso estado actual de consciência. É aí que reside a contradição. Todos nós sabemos que estamos vivos, quanto mais não seja porque acordamos todas as manhãs para a única vida que conhecemos, portanto, porque não aceitar esse conhecimento e fazer dele algo de valor, em vez de nos tornarmos uma engrenagem na roda do tempo sem valor individual e propósito? Não será esta uma verdade que podemos aceitar?
Uma vez que nenhum de nós pode "consertar" ou mudar o outro para se adequar à nossa percepção do humano desejável e só podemos mudar-nos a nós próprios, por que não concentrarmo-nos na consciência e melhoria individual, em vez de desperdiçarmos o nosso tempo em qualquer esforço para impor aos outros a nossa percepção da realidade? Cada um de nós, como sabem, é único, portanto cada um de nós tem de chegar sozinho às suas conclusões, porque se a preocupação com os defeitos dos outros consome a nossa mente, como podemos melhorar-nos a nós próprios e encontrar a felicidade na vida? Obviamente, isso exigiria que não estivesse presente qualquer agressão, e pelo que é a realidade, todos nós sabemos que a não-agressão não é universal na natureza, pelo que surgirão conflitos. O verdadeiro teste do homem, então, é aprender a respeitar o pensamento e as opiniões de todos os outros, a menos que a agressão esteja à mão.
Esta atitude de anarquia pacífica permite um ambiente geral de calma e harmonia, desde que a agressão não seja tolerada. Isso significa, em primeiro lugar, que a regra e o governo têm de se tornar obsoletos para todos aqueles que escolhem esse caminho, e aqueles que escolhem voluntariamente viver sob um dono ou governo, podem certamente fazê-lo, se e só se, o seu sistema preferido não for imposto a quem não o aceita de bom grado.
Tolices, dirá o leitor; os seres humanos não podem viver sem governos. Quem construiria estradas, quem faria "leis", quem daria a todos "cuidados de saúde gratuitos", quem nos protegeria do mal, quem travaria guerras de agressão constantes, quem confinaria o país quando alguém apanhasse gripe e quem encheria as prisões com aqueles que nunca fizeram mal a ninguém? Quem nos tributaria (roubaria) para fornecer as coisas que ilegitimamente desejamos e que só deveriam ser da responsabilidade de cada indivíduo? Toda a agressão é imoral e errada, portanto todos aqueles que sancionam a agressão às mãos do governo como mandatário estão, em essência, a cometer eles próprios agressão. É isto que não é compreendido pelas massas colectivas, cuja ideia de certo é fazer tudo o que a maioria decide, independentemente das consequências para todos os que discordam.
Há um velho ditado, e bem certo, posso acrescentar, que diz "vive e deixa viver", que é agora completamente ignorado por esta manada colectiva de parasitas. No mundo de hoje, a maioria aceitou a noção de que todos devem poder viver à custa do trabalho e da propriedade dos outros para satisfazer os seus desejos e necessidades. Este é um caso em que a realidade é ignorada a favor da percepção de que viver à custa dos outros é legítimo e correcto devido às suposições asininas de equidade e "justiça", suposições que assentam na ideologia do comunismo.
A percepção torna-se realidade na mente dos tolos quando a maioria aceita de bom grado a premissa de que merece alguma coisa ou qualquer coisa, somente pelo facto de existirem, pela cor da sua pele, pela sua preferência sexual, pela sua preguiça ou pela sua ganância. É por isso que a maioria pensa que merece a liberdade, mas espera essa liberdade sem qualquer esforço da sua parte para a obter ou garantir. A maioria acredita que o governo (governantes) lhes dá (permite) liberdade e é por isso que tão cegamente esperam que um pedaço de papel cheio de linguagem política seja o fundamento dos seus chamados direitos, em vez do facto de que a sua liberdade assenta apenas no direito natural e inerente à vida do indivíduo. Esta sociedade é consumida pela percepção, porque aceitar a dura verdade da realidade exige pensamento, acção e consequências, ao passo que a falsa percepção não exige qualquer risco ou esforço, mas apenas obediência ao deus do governo.
A realidade nem sempre é o que vemos, mas é o que vivemos. As nossas vidas são reais, as nossas famílias são reais e a natureza é real. Não temos todas as respostas para a nossa existência ou para o universo ou para o além, mas isso não muda o facto de termos esta vida na terra. A realidade torna-se percepção quando se espera saber tudo o que há para saber e nenhum ser humano tem essa capacidade. De facto, nós, como indivíduos, não sabemos nada de tudo o que há para saber. A maravilha de tudo isto é certamente espantosa, mas a realidade desta vida e tudo o que ela tem para oferecer é igualmente assombrosa.
Pegue no que é real e divirta-se nele. Não permitam que outros dificultem o vosso curto período de tempo na terra. Não deixem que ninguém vos domine, ou pretendam ser vossos senhores, independentemente de se muitos dos vossos semelhantes decidem seguir esse caminho inútil e traiçoeiro. Se cada um de nós aceitar a sua individualidade, abraçar a sua natureza única e viver a sua vida como um homem livre, o que é real tornar-se-á claramente óbvio e a percepção será um sonho. Uma vez este estado de espírito seja evidente, a desobediência tornar-se-á natural e a desobediência é vital em qualquer esforço para assegurar a liberdade individual.
Abandone o Estado e confie antes em si mesmo.
"Nenhum homem tem o direito de ditar o que os outros homens devem perceber, criar ou produzir, mas todos devem ser encorajados a revelarem-se a si próprios, a revelar as suas percepções e emoções e a construir confiança no espírito criativo." - Ansel Adams
Gary D. Barnett
25.Abril.2023
Imagem: Society Is a Burden, Individuality Is a Freedom – Arte de Ram Patil

segunda-feira, abril 24, 2023

A PERVERSÃO IDEOLOGICA


EU NÃO SOU CRISTÃ, 
MAS RESPEITO A ORDEM NATURAL DO MUNDO EM QUE NASCEMOS.

JESUS, o CRISTO, nascido homem, é a encarnação de um ser não sexuado, vindo de um universo paralelo, (ele disse que não era deste mundo), segundo a revelação cósmica, e hoje seu nome é SOPHIA - nem homem nem mulher -, mas que na Terra foi concebido na carne por uma mulher-mãe e ele nasceu homem e foi um Homem de palavra e honra!
O aberrante e o ridículo desta violação chega a todo o lado e contamina as cabecinhas tontas (vazias) das pretensas vanguardistas e feministas e não só... para dar suporte a esta campanha malevola e sinistra maculando imagens e seres respeitados por milhões de pessoas...
NÃO, EU NÃO SOU CRISTÃ, mas esta imagem agride e viola a minha dignidade e verticalidade enquanto mulher e assim deve agredir o homem digno também.
Quando a alienação do sagrado e o respeito pelas imagens que ainda dão algum valor humano aos seres humanos neste caos, isto isto é crime contra natura. Viola a Imagem da mulher Mãe e a Mãe de Jesus e viola todas as mulheres assim como todos os principios de ordem cósmica e biológica. A animalidade sexual dos terráquios e a sua ignorância leva-os a conspurcar tudo o que seja sagrado e eterno. Como o são os Principio Feminino e Masculino, a Mulher e o Homem.

rlp

VOLTEMOS AO PRINCIPIO DAS COISAS...




O HOMEM É YANG E MULHER É YIN!

AMBAS AS POLARIDADES SÃO O PRINCIPIO DE EQUILIBRIO DO TAO. AMBAS ESTÃO EM CADA SER, MAS INVERTER AS POLARIDADE EM NOME DAS IDEOLOGIAS DE GÉNERO É TRAIR OS PRINCIPIOS ENERGÉTICOS DO UNIVERSO!

Quando se fala do ser humano pode-se abranger os dois seres mas em geral só se diz normativamente O Homem, e neste caso está-se sem dúvida a referir o homem e as suas características humanas e não as da mulher - perfeitamente omissa - quer na estrutura da língua quer na semântica, toda ela patriarcal, debaixo do domínio do masculino como género. Com isso pretende-se anular as diferenças abissais entre os dois sexos a partida. Não se tem em questão os dois princípios fundamentais da manifestação da vida, os dois princípios feminino e masculino - yin e yang - que juntos formam de facto o SER HUMANO: homem e mulher cada qual com a sua estrutura física e ontológica. Ignorar à partida as diferenças essências de estrutura física e psíquica de um e outro e querer fazer crer uma "igualdade" - que devia ser só de direitos e responsabilidade/liberdade - é um erro crasso que foi e É a causa de grandes injustiças e desequilíbrios da vida e da natureza em todo o Planeta.

O Principio feminino (emoção e intuição) omisso e relegado para segundo plano - o inconsciente sombra e o sentir soterrado pela força da razão lógica e o raciocínio do Principio masculino em vigor exclusivamente - criou um mundo absurdo e caótico, violento e agressivo, destruindo toda a harmonia da vida no planeta, em toda a sua extensão e que consideramos por isso civilizado...
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Publico este texto porque ESTOU ESTARRECIDA COM o numero de mulheres que, com alguma "responsabilidade no campo espiritual" (enfim), que assumem ser terapeutas e curar e trabalhar as energias, ou que defendem de algum modo a Mulher, estejam tão alienadas das causas primeiras e das leis da natureza seja ao nivel da biologia seja da vida em si e se ALIEM a energias destrutivas da essência quer do feminino quer do masculino e que mostram uma tão grande falta de CONSCIÊNCIA ontologica dos princípios que sustentam a vida e o universo a partida. Estarrecida e perplexa com o numero de mulheres que defendem as ideologias de género e alinham com uma agend* sinistra que aposta na criação de hibridos e na IA.
Não há duvidas que a Ignorância e a superficialidade e mesmo a estupidez  reinam nestes meios e que estamos cercad@s de gente sem qualquer consciência de si nem da alma nem do espirito. Só assim se justifica que tantas mulheres que se pensam vanguardistas e revolucionárias ou feministas participem deste movimento globalista que visa a anulação do individuo e da Mulher em si e a Mãe.
 
rosaleonorpedro

domingo, abril 23, 2023

Sim, este é um fenómeno ocidental


A Crença Ingénua na Benevolência Governamental
que, nesta altura, a vidoc já deveria ter destruído

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Aqueles que aceitaram os confinamentos, que virtuosamente puseram as máscaras e que avidamente fizeram fila para as injecções e os reforços – pessoas que pensam que sou louco por sugerir que as medidas vidoc adoptadas pela Nova Zelândia foram tão condenáveis como foram ineficazes – as pessoas que caíram como patinhos nas mentiras de Estado durante todos estes muitos anos – partilham uma característica importante, talvez a que define a sua falta de vontade de pensar por si próprias.
Não conseguem arranjar coragem para acreditar que as suas autoridades governamentais são capazes de maldade.
É tão simples quanto isso.
Apesar de uma lista de atrocidades de Estado durante a vida da nossa espécie humana que é quase infinita, nós aqui no Ocidente pós-Segunda Guerra Mundial recusamo-nos a apoiar a ideia de uma elite do poder assassino disfarçada de governo para o bem de todos.
Mas como ocorreu uma tal convicção na veracidade do Estado? Como podem tantos estar tão certos da bondade infalível do Ocidente?
Sim, este é um fenómeno ocidental – o Ocidente democrático avançado, virtuoso e igualitário de valores morais superiores, liderado pela América. Está, além disso, directamente ligado à Segunda Guerra Mundial – e, em particular, a um mito alimentado pelos vencedores ocidentais, que diz assim:
“No nazismo genocida estava concentrado o mal mais hediondo e excepcional. Nós, que vencemos este mal, somos, portanto, bons e seremos sempre bons, independentemente dos nossos pecadilhos ocasionais. O mal patrocinado pelo Estado é um fenómeno da Alemanha nazi e foi enterrado.”
A América nos anos cinquenta, quando nasci, através dos anos setenta à medida que me tornei adulto, proporcionou conforto, oportunidade e até riqueza às classes baixa e média, factores que contribuíram para um sentimento de que a vida era boa e que o país que criava tal ambiente também era bom.
Quando JFK foi assassinado pela CIA/Deep State da época, a maioria olhou para o outro lado e ingenuamente comprou a grande mentira de um atirador solitário de grande perícia e de uma bala mágica. Quando as Torres Gémeas – E o Edifício 7 do WTC, não nos esqueçamos – caíram à velocidade de queda livre dentro dos seus espaços como destroços pulverizados no 11 de Setembro, nenhuma física misteriosa e apenas simples senso comum e relatos de testemunhas oculares das múltiplas explosões conseguiram despersuadir uma maioria de que a culpa era de um grupo de sequestradores fanáticos guiados por um cérebro árabe a partir de uma caverna do Médio Oriente.
O incidente no Golfo de Tonkin em 1964, que se tornou o pretexto para a escalada americana no Vietname, foi tão mentira como a afirmação de Colin Powell de 2003 nas Nações Unidas de que o Iraque possuía Armas de Destruição Massiva. Quantas vidas se perderam, como foram as pessoas deslocadas, quanta miséria se seguiu en resultado destas insensíveis e deliberadas fraudes?
Como compreenderão, o governo americano nunca poderia ser culpado de crimes tão hediondos, nunca. Outros países do Ocidente anglófono e da maior parte da Europa, embora rápidos em expor a criminalidade soviética e as depredações extravagantes do comunista Mao, fecharam os olhos ao terrorismo e assassinato do Estado americano e recusaram-se a reconhecer a capelinha de agências encobertas envolvidas em operações destrutivas secretas contra os seus próprios cidadãos.
Assim, aqui e no nosso próprio agora, uma operação transnacional terrorista e genocida a uma escala nunca vista – refiro-me, claro, às Guerras C oro na – envolveu o globo. A in jecção vidoc está a matar-nos suavemente, e por vezes ruidosamente e em todo o lado, e, no entanto, as próprias pessoas que experimentaram os perigosos efeitos adversos deste agente não conseguem ou não querem ligar os pontos.
Por exemplo, uma vizinha minha, totalmente injectada e reforçada, desenvolveu recentemente uma trombose venosa profunda e, dois dias depois, uma embolia pulmonar com risco de vida. Na altura, nenhum médico questionou o papel da in jecção como um factor causal ou contribuinte, informou-me ela. Uma semana mais tarde, contudo, o seu pessoal de saúde tinha-se tornado milagrosamente mais sábio e conseguiu chegar a uma teoria: puseram as culpas na vidoc, da qual ela tinha recuperado meses antes. Não é surpresa, suponho eu. A vidoc, longa ou curta ou intermédia, é o bode expiatório perfeito para levar com as culpas por qualquer malfeitoria relacionada com a in jecção.
Como já escrevi e disse muitas vezes antes, bons médicos aqui na Nova Zelândia – que questionaram a sabedoria da inoculação universal, que ofereceram tratamentos, que adaptaram os seus cuidados às necessidades de um indivíduo e que se agarraram à necessidade do consentimento informado – estão a ser perseguidos, molestados e perseguidos por um conselho médico vazio e corrupto conivente com uma organização privada sediada em Dallas, Texas – a Federarastion of State Medical Boards.
Um médico excepcionalmente responsável e informado foi recentemente submetido ao calvário de um Tribunal Disciplinar de Profissionais de Saúde com uma semana de duração. O Conselho Médico da Nova Zelândia acusou-o de minar a confiança pública na vissana Pefaizer ao discutir a prevenção e tratamento da vidoc. Sim, leu bem.
Gaslighting, caça às bruxas – é assim.
Mas permitam-me voltar à minha tese. Desde quando é que as pessoas caem completamente nas fraudes dos seus suseranos? E como e porquê?
Eu cresci numa América cheia de promessas – pelo menos para os seus cidadãos. Uma alma ávida e trabalhadora poderia adquirir uma esplêndida educação em hipotecar a sua vida de trabalho. A gasolina era barata, viajar era fácil e a estrada aberta podia ser um sonho.
Psicologicamente falando, o mal concentrado do Holocausto, com os campos de morte nazis e o horror inconcebível, tornar-se-ia um conveniente repositório de tudo o que era moralmente repreensível, de tudo o que era mau, enquanto os nossos bons líderes garantiriam que poderíamos viver sob o seu benevolente escudo protector. Bolas, até a incineração nuclear de duas cidades japonesas foi consagrada como um acto de necessidade misericordiosa.
Na longa e estreita estrada pela frente, quantos de nós restarão para lamentar os temerosos, os ignorantes, os ingénuos ou os justos egoístas que, nutridos numa era transitória de abundância ocidental, sacrificaram o bom senso a uma ilusão, recusaram-se a deitar uma olhadela ao óbvio e num cavalheiro "sim, sim" criaram uma sociedade ao longo das linhas de erro do apartheid da vissanação?
Medo, ignorância, ingenuidade, egoísmo –são estes os Cavaleiros do apocalipse da nossa Nova Ordem Mundial.
Para os combater precisamos de um pouco de coragem, inteligência e amor: é, na verdade, simples assim.
Emanuel E. Garcia, M.D.
(psiquiatra, psicanalista, escritor, especialista em música clássica aclamado internacionalmente, director de teatro, actor e pintor)
22/04/2023
Nota: os erros ortográficos neste artigo são intencionais.

Dentro de 20 anos a realidade será monstruosa...




ESTA ESCULTURA ESTÁ AGORA NO MUSEU DA MULHER NA DINAMARCA...

Para meu espanto vejo mulheres que se julgam inteligentes a fazer afirmações "cientificas" sobre a natureza e a biologia da mulher.... corroborando e defendendo esta natureza "feminina" hibrida como sinal de "evolução" da ESPÉCIE... Eu já não sei de que espécie de verdade se trata... 
O que eu vejo e é o que está na base deste Drama global, é que as mulheres estão cada vez mais longe do que é a essência do feminino, cada vez mais longe de uma identidade Mulher, da Mulher-mulher e de tal forma masculizadas que só lhes falta o pénis...
Elas realmente criaram a inveja do pénis para melhor serem empoderadas no mundo masculino...
Afinal Freud tinha razão, eu pensava que não, mas agora é que vejo como as feministas freudianas... gostariam de ser hermafroditas...
rlp
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TEXTO de José Manuel de Castro 
(não conheço a ideologia do autor nem o que ele defende,  mas o texto em si corresponde ao que eu penso e eu não sou de esquerda nem de direita!)


O processo em curso de destruição da Humanidade é óbviamente induzido por centrais de comportamento, via médias.
Ao invés de armas, usa a educação das massas, ou melhor a sua reeducação.
Governos fantoches ( neste momento entre nós, o PS), incluem nos seus "programas de ensino" , normas que visam confundir as crianças, perturbar gravemente o seu crescimento e destruir a sua identidade e personalidade.
Os pais devem saber que neste momento as escolas são sítios perigosos para o bem estar dos menores. Devem, mas não querem saber.
É evidente que a NOM não vai agora convencer adultos que afinal não são homem ou mulher.
É nas crianças que se impõe destruir o seu crescimento são e confundir a sua formação.
Ora isto não é nenhuma teoria da conspiração. É a política oficial de " ensino"!
Daqui a 20 anos o número de criaturas com graves problemas psicológicos, psiquiátricos e de personalidade terá aumentado exponencialmente no mundo ocidental.
Hoje, cada dia que nasce ,várias crianças são violentadas pelas escolas. Com efeito, que outra classificação se pode dar a acções como a criança a partir dos 6 anos escolher se quer ser "ele" ou "ela" no seu cartão de identificação?
Como já se disse,os pais sabem mas não se importam. O laxismo impera.
Claro que um homem não pode dar de mamar. É mais uma ficção inventada pela nova normalidade.
A comunidade está de tal modo envolvida em ficções, mentiras e utopias que já não reconhece nem reage à realidade.
Dentro de 20 anos a realidade será monstruosa. Sem homens nem mulheres. Só com doentes.

sábado, abril 22, 2023

Os Biodemos não nascem por via sexual

CHOQUES DE REALIDADE?

“Que reflectem as nossas noções de “bom” e “mau”?

Não me surpreenderia nada descobrir que esta terra tivesse sido utilizada para fins de experiência por criaturas mais avançadas que as dimensões de edificações que nos afectam de modos que não imaginamos e que pode ter existido, no passado, uma ciência que esquecemos; que podemos encontramo-nos escravizados de formas das quais nada sabemos, favorecidos por formas das quais nada sabemos; que os nossos sentimentos pessoais acerca da nossa situação no tempo raramente são coincidentes com os factos, de tal modo que somos constantemente surpreendidos pelo “envelhecimento”, que podem constituir um indicio de uma diferente duração de vida, no passado…que esse passado, em termos biológicos, é bastante recente e, por isso, ainda não nos adaptamos psicologicamente a ele; que há artefactos de toda a espécie que podem ter tido (e talvez tenham mesmo) funções de que nem suspeitamos; que a raça humana tem um futuro para si delineado, mais glorioso do que hoje podemos imaginar que…
Não “acredito” que HAJA ESTRANHOS NA NOSSA LUA…Mas porque não?
Quanto a OVNIS, dificilmente podemos deixar de acreditar naquilo que é tão abundantemente atestado por tanta gente sã, responsável, quer cientistas, quer leigos.”


In AS EXPERIÊNCIAS SIRIANAS (ficção)
Doris Lessing – Premio Novel da literatura de 2007 que morreu em 2013.


Biodemo é uma linhagem de seres extraterrestres biológicos que povoam o universo material (Buhloka).

Os Biodemos não nascem por via sexual, eles são “engendrados” em naves espaciais “maternidades” por engenharia genética e já nascem “prontos”, não tem período de infância como os seres humanos.
Já são criados de uma forma “adulta” com todas suas potencialidades específicas para que cada família biodêmica criada.

Existem aproximadamente 250.000 famílias biodêmicas, eles vivem centenas de milhares de anos terrestres, na forma de biodemo.

São extremamente inteligentes, mas desprovidos de emoções, com exceção de alguns deles que ficaram exilados por milhares de anos no contexto terrestre e submetidos a um estresse extremo, que lhe causaram mutações genéticas em seu corpo biológico, levando-os a se diferenciar dos biodemos que continuaram em sua constelação de origem.

Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 17, 2023

Não, este mundo não é de deuses nem de anjos...

DESCER AOS INFERNOS 
Uma visão pessoal e subjectiva da interioridade feminina...


A negação da dor como factor de conhecimento ou como sinal de alarme no sentido de algo a rever em termos da psique ou do corpo, é uma constante na vida das pessoas comuns que vivem à superfície alienadas de sentimentos e  em constante negação das suas dores, anestesiando-se com tudo para não pensar nem sentir. Curiosamente ainda ontem me apercebi - mais uma vez - como a nossa tendência é normalizar a dor ou mesmo escapar a ela, negando-a de muitas formas ou então camufla-la com ideias bonitas, seja com razões que as justificam, seja com o romantismo tão próprio das mulheres em crer no que não existe e tudo isso com uma mistura de medo e culpa que vem lá do fundo da psique e que é uma pele funda e ignorada por todas nós, porque primitiva...escondida, temida... São as primeiras dores, as que recalcamos, as dores de nascer, o pós nascer, o choro de abandono do corpo da mãe…a sua ausência, ou recusa em nos amamentar, perder esse fluido visceral de relação osmótica e amniótica com o ventre da mãe…e entrar no mundo através da dor, da privação, síndrome que nos nunca nos abandona…apenas esquecemos. Mas fica lá a marca…pois essa é uma única via para a alma que vem de lugares subtis ou sublimes encarnar e nada mais do que enfrentar o primeiro choque de realidades, que ao longo da vida nunca irá cessar… Mas vamos ser amestrados e formatados para viver em consonância com o programa da Igreja-Estado e o Sistema, que nos regista e marca com o sinal de besta. Nunca pensaríamos nisto, fomos desviados dessa dor e a crer nas história que nos contaram desde crianças, vamos esquecendo essas dores iniciais e adaptando-nos a esta vida ao longo das idades e no entanto esta dor está lá escondida, bem no fundo, messe primeiro registo da nossa existência ao nascermos para a 3ª dimensão, um lugar de exilio e dor onde o sofrimento é continuo e cujo escape a Humanidade inventou mil formas de aplacar ou atenuar a forma como fomos expelidos do corpo da Mãe… em busca desse elan inicial que lhe falta de um primeiro amor onde foi rejeitado…ou não, o amor entranhado da mãe. Tudo depende da forma como a mãe nos amou, abraçou e encostou no seu peito e nos deu o seu seio. Mas tudo isso nos foi roubado. Violentamente afastadas do colo e do seio da mãe…
Ora bem, esta viagem ao mais fundo do meu ser ao mais profundo da minha dor acontece sempre que me distraio e afasto tanto dela que preciso de dar um grito das profundeza e arrancar de mim um pranto para a recordar e me aliviar da tensão que é a tristeza que, como pano de fundo, domina o meu ser em profundidade; ela sempre esteve lá, por detrás do meu sorriso, da minha fugaz alegria, por detrás da minha crença ou desejo de verdade e justiça e marcadamente nos meus poemas…que me trouxeram esse choro e esse grito a flor da pele…Mas essa tristeza ela reside nessa pele seca da alma e do seu primeiro registo de vida, e no meu caso e que bem me lembro…mas penso que a maior parte dos seres e nomeadamente as mulheres tem isso, esse sentimento quase trágico de alienação de si mesmas. No meu caso sempre foi presente, além do mais eu nasci de 7 meses…foi um desastre para a minha alma impreparada para nascer neste mundo inóspito (sem a informação da historia de vida acabada entre o 8º e 9º mês no utero) e para mergulhar indefesa na confusão emocional dos meus pais (que provocaram o meu nascimento com uma discussão de casal e de traição-amor…infidelidade!).
Não, este mundo onde nascemos e que vemos belo e perfeito na aparência, é cruel e perigoso e por detrás de tudo há um perigo…a violência humana que começa na parental…e a da natureza, uma simples vespa que te pica, ou um crocodilo que te come uma perna, e mesmo por detrás de cada árvore ou planta há uma serpente e de cada rosa, a flor mais bela, há um espinho e cada animal, o mais inocente, tem um predador que o persegue e mata para comer…e os homens tem a guerra e o crime, as paixões por coisas de nada…
Não, este mundo não é de deuses nem de anjos, é de predadores em que os deuses são inclementes, e as forças da natureza implacáveis e podem destruir tudo num ápice e assim o mar e o ceu…mas nós fomos forçados a acreditar num mundo que não existe, a fugir ao absurdo de viver no medo, criando cidades monstruosas, lugares fictícios, paraísos perdidos e por ultimo tecnologia que nada humaniza…fomos forçados a acreditar num mundo falso supostamente justo, de luta entre o bem e o mal e dai buscando mil formas de tapar a realidade que nos assustava em criança e o medo da crueldade humana e animal e acabamos por construir um mundo artificial onde pudéssemos viver…mas as guerras e os ódios e as lutas por tudo e por nada nunca abandonou a espécie humana, mas nós continuamos a buscar formas de nos anestesiar dor de viver…e a inventar mundos que não existem deuses que nada fazem e tudo para fugir a realidade e ao choque de realidade que e a nossa vida toda desde o nascimento até morrer.
Tudo isto que senti e vivi na minha pele …para vos introduzir a ideia de como este desvio da natureza humana acontece no “processo de construção do ego edipiano” (o complexo de Édipo aflorado e mal por Freud) e como ele começa na anulação e “devastação da mulher e se converte numa devastação da criatura, e que a devastação da criatura, em particular, a robotização da extero-gestação convertendo-se na devastação da sexualidade básica do grupo humano por inteiro.
Na criatura humana, dá-se, em vez de uma expansão da vida, uma mutilação da sua capacidade anímica, da sua vitalidade (o refoulement* do seus desejos primais), e assim a deterioração da sua capacidade de amar; é um processo de encolhimento e de encouraçamento do ser, através de uma progressiva submissão aos pais e às normas; seguidos de outras reações de sobrevivência que irão configurando e fixando esse tanque blindado que é o ‘ego’, e que é ‘o meio de transporte’ com o que a criatura aprenderá a mover-se no entorno devastado.
A criatura sobrevive entre o vazio da falta de reconhecimento e de reciprocidade, entre o ir apagando continuamente os impulsos que saem de dentro de si, e em ir aceitando-se como um ser submisso à autoridade. Isso é uma mudança no desenvolvimento da psique, que estava a ser formada segundo o principio do prazer, quer dizer, por aquilo que a sua sensibilidade percebia como agradável e prazeroso (quando estava no útero da mãe). De repente essa dinâmica criativa já não é possível, não pode seguir esse impulso nem perceber o bem-estar que a guiava porque falta a mãe e o grupo humano no qual isso seria possível. Psiquicamente produz-se a falha e o bloqueio do desenvolvimento da nossa capacidade de amar, porque rompe-se a confiança em que existe o entorno - e além disso rompe-se como um susto mortal-, e já a existência não é tomada como algo certo.” *
 
E começa ai o calvário ou a encruzilhada de cada individuo em busca de si mesmo…mas note-se que esse sofrimento começa com a anulação a mulher e a repressão da maternidade e a ligação da mãe a criança. 
rlp


NOTA
O que é o Refoulement:

"Mas em todo esse processo há algo mais. Algo imprescindível para que uma mulher ‘refoule’(reprima e guarde lá no fundo da sua psique bem esquecida*) o desejo feminino-materno, além da sua sublimação, da sua desfiguração e da sua desonra. Algo que não está nem no inconsciente nem na lei nem nas instituições da família e do Estado. Algo que está dentro de nossos corpos e que seria inseparável do desejo, porém que agora está separado dele: o útero. As meninas crescem na supressão da sexualidade maternal e básica e tornam-se mulheres com o útero rígido, não obstante se as meninas virassem mulheres com um útero vivo e palpitante de desejo, não poderiam enganar-nos, nem desfigurar o sentido desse desejo, nem para nosso consciente nem para nosso inconsciente.
Para compreender como a sexualidade feminina pôde ser enviada ao Hades e ao Inferno e desaparecer do mapa, há que entender, também, o que o útero é e como funciona; ou seja, entender a fisiologia do centro de nosso esqueleto erógeno. Porque a repressão do impulso vital do desejo da criatura, está imediatamente associada a essa sexualidade feminina que segundo Freud étão difícil de devolver à vida. Pois depois de tudo, se calhar poderia ser que não fosse tão difícil. Porque ainda que a constituição edipiana da psique tenha feito desaparecer a sexualidade feminina golpeada por 5 milénios de cultura genocida, o útero permanece, rígido e cristalizado, funcionando a meia e muitas vezes dolorosamente, mas não atrofiado. O triunfo definitivo do Patriarcado seria conseguir um corpo feminino com o útero completamente atrofiado, o que significava que teriam conseguido, entre outras coisas, a gestação in vitro. Entender o útero é portanto imprescindível também para alertar sobre o que está escondido atrás das chamadas Novas Técnicas Reprodutivas.”*

in Cassilda Rodrigánez Bustos - O assalto ao Hades

A DISSOLUÇÃO DE EGO, PRIMEIRO...



O QUE NÃO FOI ENTENDIDO PELAS MASSAS 
PELOS IDEOLOGOS OU PELAS FEMINISTAS!

"A vontade revolucionaria nunca foi ego-cêntrica nem ego-ista. Sempre foi o desejo pelo bem estar, mais ou menos confundido com o Poder, o que fez que os homens e as mulheres quisessem dar as suas vidas pel@s outr@s. Talvez o que não estava claro nos movimentos revolucionários que perseguiam a dissolução do Estado e do Capital, era que também tinham que perseguir a dissolução do ego.

O ego que mantém abafada à criatura humana, somente sabe reproduzir-se e reproduzir a sociedade patriarcal, a suas instituições e as suas economias; por isso não deve ser deixado ao seu critério.
Para estender a urdidura temos que deixar emergir à criatura pouco a pouco, recuperando a capacidade psíquica perdida, que existe debaixo do ego; a capacidade libidinal de derramamento, de abandono, de reciprocidade, de reconhecimento, de confiança; recuperando a capacidade de co-responder imediatamente aos gestos gratuitos, para não deter nenhum fluxo produzido.
Em outras palavras, temos que retomar contacto com a parte da nossa psique que não está na órbita do ego, e sairmos da compulsão edipina das relações de Poder, (…). Essa parte da nossa psique vive e dá alento: a reconheceremos porque é dela que surge o desejo de comprazer, o derramamento gratuito e espontâneo, sem medida nem contabilidade; porque lá não há ciúmes, nem mulheres feias nem homens valentes; nem sequer sentido da propriedade, anseio de possuir, medo, sentimentos de culpa, orgulho de ser tal ou qual, anseio de ser importante e de dar ordens a outrem Estamos lá, vivemos além de tudo isso; ainda que no início não nos encontremos, temos que seguir a procura no fundo de nosso ser psicossomático. E quando a nossa consciência encontre-se com essa vida reprimida, afogada e enterrada, sentiremos uma imensa sensação de alivio e uma emoção que fará que choremos de felicidade. Teremos recuperado ao menos em alguma medida a nossa vida desterrada do Hades. (...)"

O Assalto ao Hades - Casilda Rodrigáñez

domingo, abril 16, 2023

O MITO DO BOM PAI




"AS MULHERES DESCONHECEM A NOÇÃO DE TERRITÓRIO!
POIS ELAS SÃO O PRÓPRIO TERRITÓRIO!"
M. Queirós


O aspecto invasivo dos homens em "território feminino" como marcação de terreno, em defesa do seu património, um direito quase absoluto à linguagem, sempre que uma mulher ousa afirmar algo ou tem a palavra ou diz alguma coisa seja em que área for ela é imediatamente atacada de forma subtil ou indirectamente em nome da ética e dos costumes ou da boa moral e sempre em defesa do Homem. Seja ele o maior bandido, mas sendo homem está salvo pela confraria! Aliás, correm a defender os homens e acusam as mulheres mas nem sequer se importam com as crianças...
É como diz uma amiga, mulher inteligente que se não deixa enganar pela falácia do masculino e a sua verborreia racional, no fundo em defesa dos seus direitos de macho todo poderoso, alienáveis, fica a mostra mesmo nos mais pacificos e bem intencionados.

E portanto, como ela diz:

"O movimento feminista seria de qualquer forma invadido por homens porque é essa a índole masculina, marcar território. Assiste-se agora não somente a essa invasão como também à tentativa de substituição feminina pelo masculino, desta feita, são os homens que querem ser mulheres e mães, recorrendo a cirurgias que transformam a biologia masculina numa aparência feminina. O caricato disto, usando um único exemplo, é o título de cidadania denominar-se "cartão de cidadão" e as mulheres grávidas serem tratadas por *pessoas gestantes*.
Quanto às mulheres que querem ser mães solteiras, não constituem um grupo de desvio social. O modelo de família monoparental feminino é somente uma escolha que abrevia a instituição do casamento, que nunca foi vínculo de responsabilidade dos homens para com as esposas e filhas ou filhos. Em milénios de História as mulheres sempre se viram sozinhas com as crianças. Primeiro os machos eram caçadores e pastores, depois guerreiros, mais tarde encontraram amantes e outras distrações, e até hoje, as mães divorciadas tratam dos filhos sozinhas, quando muito, com ajuda da família de retaguarda. Os processos em tribunal de mães que pedem, pelo menos, o pagamento de pensão de alimentos para os filhos (dois euros e meio por dia para uma criança), amontoam-se em corredores kafkianos. Os pais estão com os filhos, regra geral, um fim-de-semana por mês; numa boa hipótese, dois fins-de-semana por mês; e, na melhor das perspectivas, todos os fins-de-semana. A guarda partilhada é raríssima. Mesmo no pouco tempo que passam com os pais, a violência parental é muito superior em termos estatísticos, ao tempo que passam com as mães."
(...)
ANANDA KRHISNA LILA

A ideologia de gênero é homofóbica e misógina porque é anti-humana.

 


Por Jennifer Bilek

 Lutando contra a hidra da ideologia de gênero

 Muitas pessoas têm sentimentos complicados sobre ser humano em corpos humanos sexuados. Esses sentimentos não colapsam a realidade do binário sexual. Existem apenas machos e fêmeas.

Como espécie, somos parte e em relação com um complexo sistema biológico que é um processo contínuo de morte e regeneração através da reprodução sexual. Não vivemos em bolhas isoladas no espaço, onde podemos optar individualmente por sair dessa realidade, mas dentro de toda uma comunidade biológica. Nosso sexo é a nossa amarra a este mundo natural. Isso é verdade mesmo que não estejamos fazendo sexo. É verdade mesmo que alguns indivíduos não se reproduzam ou não possam se reproduzir. É verdade mesmo que as características sexuais de algumas pessoas não sejam biologicamente ordenadas como de costume para a nossa espécie. Ainda somos, como espécie, mamíferos sexualmente dimórficos e estamos enraizados no mundo material por esse fato. Devemos nos apegar a essa raiz ao lutar contra a hidra da ideologia de gênero.

A ideologia de gênero foi construída corporativamente para romper esse vínculo, para nos apresentar novas formas de reproduzir nossa espécie. A ideologia foi semeada em todos os lugares antes de ser lançada em nossas sociedades, promovendo um movimento de direitos humanos. Está profundamente enraizado em todas as nossas instituições, corporações, mídia e mercado. Mais problemático é a sua solidificação em nossas mentes. Mesmo aqueles que tentam resistir a essa agenda anti-humana querem se apegar ao conceito de seres fora dos limites de nossa espécie.

Estamos saindo da era digital e entrando em novos domínios da tecnologia e da biotecnologia. Especialistas nesses campos têm reimaginado os limites de nossa espécie em direção a uma fusão completa com a IA. Isso não é algo que foi escondido de nós. Mais e mais artigos, vídeos, conferências, cursos, leis e política estão focados nessa visão, de transumanismo. Ainda assim, isso geralmente não é discutido em relação à ideologia de gênero, uma área crucial em que estamos sendo preparados para aceitar essa fusão e uma impossibilidade fundamental.

Quando discutimos a ideologia de gênero e as inúmeras maneiras pelas quais ela se desenrola em nossas vidas e sociedades, a maioria de nós tenta argumentar dentro da premissa de um quadro de direitos humanos, que foi estabelecido para nós e é constantemente repetido. Devemos nos divorciar dessa premissa porque ela é errada. A premissa fundamental não é o direito, mas a realidade versus a anti-realidade. Eu poderia dizer realidade virtual em vez de anti-realidade, mas a "realidade virtual" não faz nada para revelar a ruptura de nossa coesão social e o senso de nós mesmos que essa visão está causando à humanidade. Nem sequer sugere o caos que está sendo semeado na sociedade.

A ideologia de gênero é homofóbica e misógina porque é anti-humana. Procura levar-nos para além das nossas fronteiras humanas, criando uma ponte para uma visão tecnológica da formação e existência da nossa espécie que ultrapassa a fronteira do nosso sexo. Fá-lo com religiosidade profunda, fervorosa e tirânica, como algumas pessoas estão rapidamente a tomar consciência. O quadro dos direitos humanos obscurece tudo isso e nos faz caçar fantasmas porque argumentamos nosso caso dentro desse quadro: os "direitos" das mulheres versus os direitos "tran$"; as crianças têm o "direito" de se libertarem de ataques médicos ao seu sexo, mas os adultos têm o "direito" de escolher o que querem; todos têm o "direito" de se expressar. A desconstrução do sexo não é um direito humano. É profundamente anti-humano.

Adaptar nossas sociedades a essa ruptura da realidade no mundo material significa solidificar a realidade virtual que está sendo construída para nós e sobreposta ao mundo real. É isso que a indústria de gênero faz. Este é o seu objetivo, acima e além de qualquer outra coisa que ele faz, além das consequências de sua missão. É aqui que os nossos argumentos devem ser enquadrados e reformulados.


Realidade versus anti-realidade.

 A sociedade é organizada em torno do binário sexual de nossa espécie porque obedece à ordem do mundo físico onde vivemos. Quando alguns adultos optam por obscurecer o binário sexual por meio de ajustes médico-tecnológicos e exigem que o resto do mundo valide esse desempenho anti-realidade, pedindo direitos legais para manter essa mentira, devemos retornar aos limites. A integridade do nosso sexo nos liga ao resto do mundo natural. Ela nos mantém inteiros e amarrados à terra. Sem ela, estaríamos perdidos no espaço. Estamos sendo afastados da realidade biológica em favor da realidade virtual. Esse processo está bem encaminhado há algum tempo. Com o advento da internet e dos celulares e, mais recentemente, o lockdown, o processo foi acelerado. As crianças que crescem na tecnologia e são as mais distantes do mundo real são as mais suscetíveis à doutrinação prolífica em suas plataformas.

Se isso soa como território de chapéu de papel alumínio, pergunte a si mesmo como "os homens podem ser mulheres se disserem que são" e por que você vê tantos políticos aterrorizados em dizer que as mulheres são mulheres humanas adultas quando a investigação é feita. Esse terror é importante. A pressão financeira, política e institucional para nos conformarmos a essa realidade virtual onde podemos escolher nosso sexo é intensa.

A ideologia de gênero exige que ordenemos que nossas sociedades se conformem a uma mentira, e os governos em todo o mundo estão cedendo esse terreno. O que poderia ser mais importante para abordar e resistir quando essa mentira tenta nos separar da realidade?

Este também não é o único limite que está sendo desconstruído para o lucro e a engenharia humana. A fronteira entre público e privado também está sendo corroída simultaneamente. Estamos sendo empurrados, como adultos, para um reino de fetichismo publicamente desfilado e sancionado pelas corporações, promovido como saudável. As crianças estão sendo inundadascom mentiras sobre a realidade do sexo e intrusões sexuais forçadas em nome de sua saúde e educação sexual. Ensinar às crianças que não há nada de errado com a nudez está muito longe de desmantelar a esfera privada e convencê-las a experiências humanas adultas privadas. Não podemos optar por sair disso se quisermos participar da sociedade, porque agora está em toda parte. É traumatizante e está nos preparando para mais violações de nossos limites. Não temos como avaliar e avaliar nosso mundo e relacionamentos quando tudo está em público, não há domínio privado e somos forçados a nos adaptar. É como viver em um psicodrama sexual em massa, um panóptico do qual não há como escapar.

Discussões sobre fronteiras biológicas são o caminho a seguir para confrontar a hidra da ideologia de gênero e as mentiras que ela está tentando solidificar na sociedade e em nossas mentes. Temos de aperfeiçoar a nossa mensagem. Não podemos nos perder no atoleiro da discussão de "direitos". Esta não é uma questão de direitos para os marginalizados versus direitos dos outros. Esta é uma questão de realidade versus umanti-realidade. Não reorganizamos sociedades, leis, linguagem e realidade para acomodar as identidades subjetivas de outras pessoas. Sentir-se como um gato - o que quer que isso signifique para alguém que não é um gato - não dita que as caixas de areia sejam instaladas em banheiros públicos. Organizamos leis e sociedade com base na realidade material, porque respeita a integridade da vida e os limites das pessoas com base na vida real."

... as mutações impostas pelas elites globais



Sobre os Pós-Homens e os Pós-Humanos


"Quando um homem deixa de ser um homem, não se torna uma mulher. Quando um homem cessa de ser um homem, não se torna uma besta. Aqui tudo é mais complicado. Aquele que trai o seu género fica abaixo da linha crítica, abaixo do limite que inclui ambos os géneros.
O pós-homem trai ambos os sexos ao mesmo tempo. Então estamos a lidar com um monstro, com um degenerado perigoso e imprevisível. E certamente não com uma "mulher". É insultuoso até pensar nisso. Com uma mulher, no entanto, algo é diferente. A verdadeira estrutura do seu género é original e está mal estudada, e conceitos como lealdade/traição (que descrevem muito claramente a atitude masculina) não correspondem directamente a ela. Existe (deve existir) uma linguagem especial que deve ser utilizada para descrever as mulheres e a sua lógica. É uma linguagem secreta ou ainda por descobrir. As pós-mulheres não existem. Foram inventadas pelos pós-homens. Também não há feministas. Há vítimas de uma experiência perigosa e cínica. São simplesmente dignas de pena, como corvos coxos.
E os pós-homens existem sim. E eles são os culpados pelo que fazem e em quem se tornam. Tudo à sua volta começa a apodrecer, a decair, a escorregar para a dissolução. Quando são muito poucos, podem de alguma forma ter ainda um lugar na cultura – na marginalidade exótica, na excentricidade, no comportamento extravagante. Mas assim que os pós-homens se tornam uma tendência séria, transformam-se num vírus mortífero e altamente contagioso. Se se lhes der liberdade, eles destruirão tudo à sua volta.
Algo semelhante é o caso daqueles que perdem a sua forma humana. Aí o assunto é ainda mais óbvio. Não se transformam em animais – os animais, mesmo que sejam predadores ou bastante pequenos, são orgânicos, harmoniosos e nunca fazem o que não é justificado e não predeterminado pela sua natureza. Até nisso são bonitos, mesmo quando trazem o maior perigo ou aborrecimento. E reconhecemos isto ao tratar os animais, domésticos e selvagens, com respeito.
Os pós-humanos são completamente diferentes. Rompem com o nosso arquétipo, mas não celebram um contrato ontológico com as bestas. Porque o homem não se pode tornar uma besta. Está para além dos seus poderes. E, o mais importante: ele não tem nem pode ter a inocência inerente a todas as bestas. Assim, os pós-humanos são também monstros, pervertidos e degenerados. Nos tempos antigos, eram chamados "quimeras". Há uma versão de que são antepassados dos macacos, mas os macacos são harmoniosos, orgânicos e encantadores. Eu penso que essa versão é falsa. Os macacos não devem ser insultados.
Os pós-humanos minam o ser humano como os pós-humanos traem o género – género como tal. Ao demolir o homem, os pós-homens causam danos irreparáveis, inclusive à natureza animal.
Os ecologistas (principalmente ecologistas profundos no espírito do steam-punk ou do ciberfeminismo) são uma das variantes dos pós-humanos. Incapazes de serem humanos, tentam transformar-se em ratos ou em gralhas; mas, ao fazê-lo, ofendem roedores e aves. Os ambientalistas são inimigos dos animais; sob o disfarce de seus protectores, escondem os rostos dos maníacos desumanizados.
Os liberais de hoje são predominantemente pós-homens e pós-humanos. O liberalismo é uma espécie de pós-ideologia em que o pensamento, a ideia e a moralidade caem abaixo da linha crítica. É por isso que os liberais modernos atribuem tanta importância à política de género e à ecologia profunda. Eles estão a arrastar a humanidade a toda a velocidade para o oceano da degeneração. E, se precisarem de uma guerra nuclear para criar monstros feitos de resíduos de celofane, algas e circuitos de computador, um dia serão bem-sucedidos. O que está na cabeça de um sodomita ou de um digitalizador-ambientalista funciona fora dos critérios da normalidade. Daí as mutações impostas pelas elites globais – através da infosfera, de comediantes, da virtualidade, das redes sociais, das drogas, do estilo de vida urbano moderno (o urbanismo é uma das ferramentas mais importantes para a degeneração em massa forçada).
Basta dar uma vista de olhos. Na Geórgia, o governo moderado propôs a introdução de uma lei sobre agentes estrangeiros – como nos Estados Unidos. Os agentes estrangeiros imediatamente se revoltaram. Porque tinham medo de não serem os únicos a decidir quem é e quem não é um agente.
Assim é com os pós-homens e os pós-humanos. Tendo tomado o poder, eles próprios introduzem os critérios do que é a norma, do que é woke e do que não é, do que deve ser cancelado. O que era a norma no domínio do género até ontem é agora um crime em muitos países europeus. Portanto, amanhã, a violação dos direitos de um computador ou de uma formiga transeunte pode tornar-se a base para uma verdadeira punição. E aqueles que odeiam o homem gritam mais alto acerca dos direitos humanos. Exactamente, o feminismo é apenas uma versão agressiva e extremista da misoginia radical.
A situação é complicada pelo facto de que na próxima viragem da história, para pelo menos ficarmos onde estamos, é necessário um completo pedido de desculpas aos homens (género como um todo) e ao homem como tal. Mas hoje em dia, é precisamente isto que as elites proíbem categoricamente – até na nossa sociedade. Assim, os pós-homens e os pós-humanos já estão aí enraizados.
Na Rússia, ao contrário dos "valores tradicionais" contidos no Decreto n.º 809, no domínio do paradigma normativo legislativo, na episteme, os liberais continuam a dominar. Essencialmente, a elite russa está a sabotar directamente as decisões do Presidente de regressar à normalidade. E, sem uma tal viragem, não pode haver um pedido de desculpas pleno.
É isto que estamos a enfrentar neste momento. Estamos em guerra com a civilização liberal globalista; mas permanecemos quase inteiramente sob o seu controlo ideológico. O segundo ano da guerra começou; e aqui, ao contrário do que o Presidente disse e fez, reina a sabotagem total. Esse é o problema. E não se trata de como vencer, mas sim de como começar a lutar a sério.
A guerra é um assunto de homens. A guerra é um assunto de humanos. Acima de tudo, ambos devem justificar-se a si próprios. E colocar o sexo oposto em lugares que são especialmente designados para isso. Procurem um homem! Estão a procurar um homem! É algo de importância vital que temos absolutamente de fazer.
Mas, sentem o quão perturbador isso soa? Já foram inseridos em nós programas que nem sequer nos permitem pensar nesta direcção. E fazem-no. Estamos activa e intensivamente a desmasculinizar-nos e a desumanizar-nos. E quem resiste é declarado marginal, obscurantista; marcam-no com os rótulos mais repugnantes e depois matam-no."

Alexander Dugin
13.04.2023


quinta-feira, abril 13, 2023

O ABUSO DE PODER NÃO É ACIDENTAL, É CENTRAL...




 
Escrito por Luisa Semedo
(via facebook)

A propósito do artigo que anda a circular sobre violência sexual (já escrevi anteriormente porque me recuso a utilizar a palavra abuso) na Academia e o, no mínimo, insípido subsequente comunicado interno do CES, que ainda por cima normaliza a violência contras as mulheres "sempre foi assim/é assim em todo o lado":
Na Sorbonne, quando tínhamos de escolher os nossos orientadores/diretores de Maîtrise/DEA/ Master/Doutoramento (em Filosofia a esmagadora maioria dos “Star Professor” eram/são homens) falávamos entre raparigas do critério “homem sério”. É também isto ser uma mulher, ter de ter em conta para além de todos os outros critérios, este critério suplementar. Critério que não é, de forma alguma, secundário. Um Star Professor, ou um Professor tout court podia ser um perigo não somente para as nossas “carreiras”, mas a vários outros níveis como facilmente se pode imaginar.
As mulheres conhecem bem as reações dos homens com algum tipo de poder que não toleram “levar um não para casa”. Pouco importa o meio onde se movimentam. Só para dar dois exemplos (fora da academia, porém homens de poder), entre tantos outros, que são emblemáticos, um que me disse todo meloso que me “podia ajudar” (sem que eu lhe pedisse) e tornou-se agressivo logo a seguir mal compreendeu que “daqui não levava nada” e outro que me perseguiu num evento público e ameaçou-me (com o dedo na minha cara) só porque não respondia às suas “simpáticas” mensagens. Sabendo, que de uma forma ou de outra todos os homens, num sistema patriarcal são homens com poder. A diferença é que há alguns homens com o poder de estragar diretamente a nossa vida profissional. E, por isso, para além dos medos do costume existe ainda este, e somos obrigadas a colocar na balança a possibilidade de perder tudo aquilo para o qual trabalhámos.
O mundo académico é pequeno, e ainda mais em Portugal, ter problemas com um Star Professor, pode querer dizer ter problemas com uma grande parte da sua rede de influência. Neste contexto, como em muitos outros do mesmo tipo, as mulheres são obrigadas a aprender a proteger-se e a tentar, o melhor que podem, gerir os humores machos, para não melindrar muito os “senhores”. Por vezes, a coisa vai bem mais longe. No caso do artigo sobre o CES, há até um graffiti que fala de violação. Como é que as tutelas não se acapararam disto? Incompreensível.
As investigadoras falam de um sistema, significa isto que poderemos estar diante de um problema bem mais amplo, e que pode continuar até hoje? “Abuse of power is not incidental to these men’s ‘greatness’; it is central to it.” Este “sistema” vive também de cumplicidades, vive de medos, vive de silêncios. Mas, atenção, as raras vezes em que se faz justiça, também podem ser responsabilizados os que sabiam e não fizeram nada.
Apesar de achar importantes os mecanismos postos em prática no CES, nomeadamente de denúncia, como em tantas outras instituições, parece-me essencial refletir sobre o paradigma de uma relação única interpessoal hierárquica. Uma só pessoa não pode ter nas suas mãos o destino académico e profissional de outra. Esta posição de grande poder coloca em posição de imensa vulnerabilidade, em primeiro lugar as mulheres, num mundo em que a grande maioria daqueles que detêm o poder são homens.

Não continuem a calar-se como eu me calei...

ISABELA FIGUEIREDO - ESCRITORA



Considerações sobre assédio sexual

Afirmei recentemente, na entrevista ao Infinito Particular, que fui muitas vezes assediada sexualmente ao longo da vida, e algumas vezes por figuras públicas. Afirmei também que não revelaria os nomes dos envolvidos por não ser burra. Permitam-me "traduzir" esta palavra coloquial. Nos casos em que uma mulher denuncia um homem porque ele foi além dos limites, é costume ela ficar a perder. Não ele. Quase sempre. Eles acabam sempre como senhores e elas como putas.
O que escrevo a seguir não é verdadeiro, porque não conheci sequer a pessoa em questão, mas imaginem que eu revelava ter feito uma viagem intercontinental de avião, em contexto de trabalho, ao lado ao lado do falecido escritor David Mourão Ferreira, e que a certa altura tinha sentido que ele se roçava em mim. Ponto um: como poderia prová-lo só com a minha palavra? Ponto dois: em quem acreditariam? Em mim ou no emérito professor e escritor? Em que línguas de trapos andaria a minha declaração e o meu nome a partir daí? Quantos homens e mulheres me apoiariam? Que problemas com a justiça eu arranjaria? Tenho tempo e dinheiro para gastar em tribunais? Não, não, não. De maneira que não sou burra significa que não tenho tempo nem energia nem vontade de mexer naquilo que foi uma prática normalizada em todos os setores sociais e laborais e que também me afetou. Mas espero que alguém o faça. Alguém deste tempo. Não continuem a calar-se como eu me calei.
Muitas mulheres e homens se aproveitaram e aproveitam dos seus atrativos sexuais para conseguir postos, mas muitas mulheres e homens se veem envolvidos em situação desse teor que não desejam e não sabem como evitar devido ao status e poder de quem se insinua sexualmente. Não é apenas em Hollywood. É na Academia, sim. E em todo o lado.
Eu fui recentemente alvo de assédio moral sexualizado por parte de um escritor português vivo. Partilhei este assunto com quem de direito. Aconselharam-me a não responder, a deixar cair. Espero que o escritor em questão leia esta publicação. Não ouse voltar a dirigir-se a mim com o mesmo discurso, porque eu já não tenho 20 anos, caro senhor. E a admiração que tinha pelo seu trabalho evaporou-se. Devia engolir a vergonha do seu comportamento e essa vergonha deveria ser uma pedra com arestas.

SOMOS TODOS E TODAS...



Traficantes Virtuais

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"A sociedade nutritiva do capitalismo terminal teve mais um impulso involutivo com o advento das redes sociais, as chamadas ‘social network’. Perigosas ferramentas de controlo e manipulação da mente, fruto envenenado das grandes empresas de informática estado-unidenses. Penetrando subtilmente na psique das massas, rapidamente se tornaram um hábito inevitável com efeitos tóxicos aos quais é difícil de fugir.
Produzem lucros imensos para os seus criadores e danos cerebrais viciantes para os utilizadores dos serviços, como é prática habitual na pátria lucro como única razão de vida.
Estas comunidades virtuais povoadas de falsos amigos são a vitrina dos impulsos exibicionistas mais básicos, uma expressão característica do narcisismo contemporâneo, em que a exibição a todo o custo é essencial para a percepção do próprio eu. Publicam-se fotografias de si próprio alteradas por truques tecnológicos para ser mais belo e desejável, de férias de sonho para se tornar invejado, de pratos de comida que não se provam, mas que se exibem como fetiches. Imagens do próprio sucesso social, económico, afectivo, do qual se quer convencer os outros, na realidade para se tranquilizar a si próprio.
Mostras falsas de felicidade artificial que são obsessivamente espiadas por outros que vivem a vida dos outros, na ausência de uma própria pela qual valha a pena viver. Imagens cintilantes de actores, cantores, futebolistas, influencers e outras variedades de palhaços coloridos da sociedade do vazio, muitas vezes personagens problemáticas presas dos piores vícios e angústias mentais. Mas que, não obstante, são todos invejados e tomados como modelo, eleitos como exemplo por indivíduos frustrados e descontentes que aspiram a entrar no Olimpo dos VIP ilustrados.
Não importa quem se é ou o que se faz, mas como se apresenta, para se fazer notado, para se sentir vivo e apreciado numa sociedade desprovida de valores e referências superiores.
As redes sociais são arena de polémicas inúteis, de vis ataques anónimos, um antidepressivo para combater o vazio interior e descarregar a raiva e a frustração da forma mais grosseira. O contacto ilusório com este mundo desencadeia aquelas emoções indispensáveis à vida de relações hoje raras na realidade devido ao progressivo isolamento social.
Os plutocratas progressistas de Silicon Valley usaram as estratégias mentais da psicologia cognitivo-comportamental e os conhecimentos da neurociência para induzir a dependência dos seus perigosos produtos.
A consulta à rede informática é compulsiva, os utilizadores acedem-lhe várias vezes ao dia, por automatismo inconsciente, trocando a realidade verdadeira pela realidade virtual, ou melhor, irreal.
As mesmas técnicas usadas para provocar a dependência do tabaco, das substâncias psicotrópicas, do vício do jogo, são utilizadas para induzir comportamentos coagentes dos quais não se consegue fugir.
O agrado expressado com corações e outros sinais de partilha estimula os centros corticais na área límbica, o núcleo accumbens, cujos neurónios segregam dopamina, o neurotransmissor do prazer. Outros hormonas, endorfinas, serotonina e norepinefrina, regulam o humor, dando bem-estar e excitação. O prazer experimentado como recompensa pela acção consumada virtualmente acciona o mecanismo de reforço que induz a repetição compulsiva do comportamento gratificante.
Instaura-se o círculo vicioso da dependência, do qual é sempre difícil e doloroso sair, a vida reduz-se a padrões comportamentais estereotipados e forçados, anulando a vontade e a liberdade.
Nos ratos, a administração de alimentos e a atividade sexual causam a produção de dopamina e os humanos, como animais experimentais, respondem aos mesmos estímulos recebendo os "gosto".
Os efeitos devastadores da frequentação das redes sociais e da inteligência artificial, em particular nos adolescentes, aumentaram perigosamente o número de suicídios, a automutilação, o transtorno de ansiedade generalizado e a depressão maior. Cada vez mais os jovens se fecham nos seus quartos em muda conversa com o mundo exterior mediada por ferramentas informáticas que os separam da realidade.
O ‘hikikomori’, isolamento patológico que já tinha surgido há algum tempo no Japão, posto avançado americanizado da sociedade da dissolução, espalhou-se rapidamente por toda parte, sinal de medo e rejeição ao verdadeiro contacto humano. Gerações cada vez mais frágeis, desprovidas de referências e de exemplos, filhos de famílias desfeitas ou disfuncionais, rejeitam a vida real para se refugiarem numa dimensão aparentemente protectora porque inexistente.
Sem provas nem oposição, sem esforço físico, até os desportos se tornam simulacros virtuais e ridículos de disciplinas feitas de esforço e fadiga. A repressão destes sintomas patológicos não resolve o problema, não se sai da dependência proibindo o uso de ferramentas tecnológicas, que se tornarão ainda mais atraentes, mas substituindo-as por atividades fascinantes da vida real. Relações afectivas, desportos, actividades sociais e a redescoberta da espiritualidade, da imersão na natureza com sua benéfica vibração: o Genius loci.
Os donos das grandes empresas de informática americanas são obrigados a admitir a perigosidade da inteligência artificial, da utilização indiscriminado de computadores, da frequentação continuada das suas redes sociais. Obrigam os seus filhos a escrever à mão, a ler livros, a brincar como se fazia antigamente, desenvolvendo a inteligência humana e não a artificial.
Como sempre, os traficantes, mesmo os das emoções virtuais, não se drogam, conhecem perfeitamente a perigosidade dos venenos que difundem e afastam-se deles.
A realidade virtual é um oxímoro, é uma contradição, se algo é efectivamente real não pode ser virtual.
Deixemos a ilusão e voltemos à realidade, ao prazer de estar vivo, de amar, de lutar, de sermos humanos e não mutantes biónicos."

Roberto Giacomelli

terça-feira, abril 11, 2023

Falhados pensamentos e sistemas



Tudo transcende tudo;
Intimamente longe de si mesmo
E infinitamente, o universo
A si mesmo, existindo, se ilude.
Não é medo que faça estremecer
Nem olhar trás de si, nem recear
Inda que vagamente incoerentemente...
Não tão humano horror: Este é o horror
Do mistério, do incompreendido.
Ah, mas o estremecer do pensamento
É horroroso além de todo o horror.
Já estão em mim exaustas,
Deixando-me transido de horror,
Todas as formas de pensar (...)
O enigma do universo. Já cheguei
A conceber como requinte extremo
Da exausta inteligência que esse Deus,
Que ensinam as igrejas com aqueles
Seus atributos – (...)
(...) – existir realmente
Realmente existir e que houvesse
Mas fosse sonho, e não sonho nosso...
Sim cheguei a aceitar como verdade
O que nos dão por ela, e a admitir
Uma realidade não real
Mas sim sonhada como esse Deus cristão.
Mas isto, cuja ideia formidável
Cheia de horríveis possibilidades
Negra e profunda me (...)
A mente, abandonei, não sem tremer,
No caos do meu ser, onde jazem
Juntamente com ela espectros negros
De soluções passageiras, apavoradoras,
Momentâneas, momentâneos
Sistemas horrorosos, pavorosos,
Repletos de infinito. Formidáveis
Não só por isto mas também por serem
Falhados pensamentos e sistemas
Que por falharem só mais negro fazem
O poder horroroso que os transcende
A todos, infinitamente a todos.
Oh, horror! Oh, mistério! Oh, existência!
Para que lado não me virarei
Onde abrirei os olhos – olhos d'alma –
Que o mistério não me atormente, e eu
Não avance tremendo para ele?
E... Para que falar? O que dizer?
Tudo é horror e o horror é tudo!
Às vezes passam
Em mim relâmpagos do pensamento
Intuitivo e aprofundador
Que angustiadamente me revelam
Momentos dum mistério que apavora;
Duvidosos, deslembrados, confrangem-me
De terror que entontece o pensamento
E vagamente passa, e o meu ser volve
À escuridão e ao menor horror.
No sangue frio que nas veias minhas
Gira, no ar que sorvo, luz que vejo,
Circula, entra, nada-me uma dor;
E eu talvez à ternura outrora afeito
(Se o pensamento me não dominasse),
Sinto – como não sei – a alma mirrada
E pálida no ser.
Não é apenas, (...), o pensamento
Que assim me traz; é o pensamento fundo,
A consciência funda e absoluta
De todos os problemas minuciosos
Do mundo, trans-sentidos no meu ser.
Caminhamos sobre abismos
Ai de quem o sente. A noite, uma noite funda
Cerca-nos, ai de quem conhece
Como ela é funda, como é inescrutável.
Pulsam-me as veias
Alucinadamente e um terror novo
Obtém-me, o terror de mim mesmo.
Cidades, com seus comércios (...)
Tudo é mesmamente estranho, mesmamente
Descomunal ao pensamento fundo
Estranhamente incompreendido.
Tudo é mistério, tudo é transcendente
Na sua complexidade enorme,
Um raciocínio visionado e exterior,
Uma ordeira misteriosidade,
Silêncio interior cheio de som .
Do horror do mistério são talvez
Símbolos grosseiros esses horrendos
Górgona e Demógorgon fabulosos,
Fatais um pelo aspecto outro no nome.
Neles se vê a ávida ansiedade
De dar em concepção que torturasse
De terror, isso que de vago e estranho,
Atravessando como um arrepio
Do pensamento a solidão, integra
Em luz parcial (...) a negra lucidez
Do mistério supremo. É conhecer,
O erguer desses ídolos de horror,
A existência daquilo que, pensado
A fundo, redemoinha o pensamento
Por loucos vãos, declives de loucura
Despenhadeiros de aflição, confusos
Torturamentos, e o que mais d'angústia
E pavor não se exprime sem que falhe
Na própria concepção o conceber.
É o horror dos horrores esse horror
De haver d'alma um estado, aquele estado
Em que o mistério lhe penetra o abismo,
E não haver palavras ou ideias
Que atinjam esse estado ou comuniquem
D'ideias a ideias o que passa
De vago e horroroso. Do mistério
O pavor é duplo – é o horror em si
O horror que sentimos ao senti-lo.
Este que torna alegre e descuidosa
A loucura, ao seu lado, que ligeiro
Faz parecer tudo que de pavor
Confrange, ou (...), enlouquece,
Esta vacuidade angustiosa
Do pensamento prenhe – quando tento
Lembrar-me que a uma Coisa, Ser real
Corresponde – só essa ideia possível
Me gela a consciência de existir
E me entupe de pavor o fundo
Sentimento do mundo e de mim mesmo.

FERNANDO PESSOA, in FAUSTO


domingo, abril 09, 2023

Genealogia do fanatismo



"Toda a ideia é neutra em si mesma, ou assim o deveria ser, mas a humanidade anima-a, projetando nela as suas chamas e as suas demências; impura, transformada em crença, insere-se no tempo, toma a forma de acontecimento: a passagem da lógica à epilepsia está consumada... Nascem neste contexto as ideologias, as doutrinas e as farsas sangrentas.

Idólatras por instinto, convertemos em incondicionados os objetos dos nossos sonhos e interesses. A História não passa de um desfile de falsos Absolutos, uma sucessão de templos elevados a pretextos, um aviltamento do espírito ante o Improvável. Mesmo quando se afasta da religião as pessoas permanecem submetidas a esta; esgotando-se em forjar simulacros de deuses, adoptam-nos depois febrilmente: a sua necessidade de ficção, de mitologia, triunfa sobre a evidência e o ridículo. A sua capacidade de adorar é responsável por todos os seus crimes: quem ama indevidamente um deus obriga os outros a amá-lo, com a esperança de exterminá-los se se recusam. Não há intolerância, intransigência ideológica ou proselitismo que não revelem o fundo bestial do entusiasmo. Que perca o homem a sua faculdade de indiferença: torna-se um assassino virtual; que transforme a sua ideia em deus: as consequências são incalculáveis. Só se mata em nome de um deus ou dos seus sucedâneos: os excessos suscitados pela deusa Razão, pela ideia de nação, de classe ou de raça são parentes dos da Inquisição ou da Reforma. As épocas de fervor distinguem-se pelas façanhas sanguinárias. Santa Teresa só podia ser contemporânea dos autos-de-fé e Lutero do massacre dos camponeses. Nas crises místicas, os gemidos das vítimas são paralelos aos gemidos do êxtase... patíbulos, calabouços e masmorras só prosperam à sombra de uma fé - dessa necessidade de crer que infestou o espírito para sempre. O diabo empalidece comparado a quem dispõe de urna verdade, da sua verdade. Somos injustos com os Neros ou com os Tibérios: eles não inventaram o conceito de herético: foram apenas sonhadores degenerados que se divertiam com os massacres. Os verdadeiros criminosos são os que estabelecem uma ortodoxia no plano religioso ou político, os que distinguem entre o fiel e o cismático.
No momento em que nos recusamos a admitir o carácter intercambiável das ideias, o sangue corre... Sob as resoluções ergue-se um punhal; os olhos inflamados pressagiam o crime. Jamais o espírito hesitante, afligido pelo hamletismo, foi pernicioso: o princípio do mal reside na tensão da vontade, na inaptidão para o quietismo, na megalomania prometeica de uma raça que se explode de tanto ideal, que explode sob as suas convicções e, que, por haver-se comprazido em depreciar a dúvida e a preguiça -vícios mais nobres do que todas as suas virtudes - embrenhou-se numa via de perdição, na história, nesta mescla indecente de banalidade e apocalipse... Nela as certezas abundam: suprima-as e suprimirá sobretudo as suas consequências: reconstituirá o paraíso. O que é a Queda senão a busca de uma verdade e a certeza de tê-la encontrado, a paixão por um dogma, o estabelecimento de um dogma? Disso resulta o fanatismo - tara capital que dá ao homem o gosto pela eficácia, pela profecia e pelo terror -, lepra lírica que contamina as almas, as submete, as tritura ou as exalta... Só a ela escapam os cépticos (ou os preguiçosos e os estetas), porque não propõem nada, porque - verdadeiros filantropos da humanidade - destroem os preconceitos e analisam o delírio. Sinto-me mais seguro junto de um Pirro do que de um São Paulo, pela razão de que uma sabedoria de boutades é mais doce do que uma santidade desenfreada. Num espírito ardente encontramos o animal de rapina disfarçado, não poderíamos defender-nos demasiado das garras de um profeta... Quando elevar a voz, seja em nome do céu, da cidade ou de outros pretextos, afaste-se dele: sátiro da nossa solidão, não perdoa que vivamos aquém das suas verdades e dos seus arrebatamentos, quer fazer-nos compartilhar da sua histeria, do seu bem, impô-lo a nós e desfigurar-nos. Um ser possuído por uma crença e que não procurasse comunicá-la aos outros seria um fenómeno estranho à terra, onde a obsessão da salvação torna a vida irrespirável. Observe ao seu redor: por toda a parte larvas que pregam; cada instituição traduz uma missão; os ministérios têm o seu absoluto como os templos; a administração, com os seus regulamentos - metafísica para uso de macacos... Todos se esforçam por solucionar a vida de todos; aspiram a isso até os mendigos, inclusive os incuráveis: as calçadas do mundo e os hospitais transbordam de reformadores. A ânsia de tornar-se fonte de acontecimentos actua sobre cada um como uma desordem mental ou uma maldição intencional. A sociedade é um inferno de salvadores! O que Diógenes procurava com a sua lanterna era um indiferente."

in Genealogia do fanatismo,
Emil Cioran

Arte
Cristo e Madalena, Arthur Hacker


sábado, abril 08, 2023

A vida é misteriosa e implacável.

 

Não tenho estado muito presente nem tenho escrito por me encontrar de novo com uma forte gripe e sem grande disposição para escrever ...
Perante a consciência do nosso tempo e a realidade que nos asfixia, a desordem social e a confusão global, não vos posso desejar Boa Pascoa! Se pensarmos no que tudo isto significa, é impossível ficamos a comer amêndoas com gafanhotos e a mandar coelhinhos e ovinhos aos amigos virtuais…
Estes últimos meses tem sido bastantes azarados diria, em termos de acidentes, quedas e virus... senão fosse ter em conta a questão de uma natural fragilidade própria da idade - para além de uma imunidade baixa - em que o tempo, diria, não perdoa nem corresponde a nossa vontade ou desejo de uma outra disposição que não a doença...porque chega um momento e sem romantismos, tudo começa a derrapar, os pulmões e o coração... e ai estou eu à volta de exames e mais exames e medicação e agora com uma gripe chata que me tira toda a disposição e amorosa atenção ao meu tema de coração: A consciência do Ser Mulher – essa Dimensão Mágica.
Não queria, contudo, deixar de vos deixar uma palavra...hoje.
Não que seja cristã ou tenha alguma crença. Não. Apenas olho a vida e vejo que ela é uma sucessão de “vidas e mortes” alquímicas (no plano interior e da consciência do eu) e que estamos sempre a morrer e a ressuscitar para nós mesmas nos diferentes estádios da nossa vida...até um dia, final, em que deixamos este corpo. Não quero parecer trágica, mas nestes dias tenho pensado na minha partida e em como não tenho ninguém que me lembre...estava a olhar as minhas coisas e a pensar que ninguém, filhas ou netos guardariam alguma das coisas que eu tanto gosto, livros sobretudo, ou mesmo fotos minhas com saudades e afecto e dizer: “Esta era a minha tia quando era jovem?...”
Isto de ser só na vida é estranho e contudo não me arrependo de não ter tido filh@s... não sei se estaria mais acompanhada. A vida é misteriosa e implacável. Não há receitas de ser feliz e sempre vi as duas faces de tudo – os opostos, o bom e o mau, a luz e sombra - e não creio em algum Paraíso ou sequer felicidade na terra. Apesar de saber que a eternidade não é demais… e estamos condenadas a ela... sim, creio nisso. Neste ou noutro corpo continuaremos vinculados ao nosso espirito se não o trairmos!
Mas, neste estado de pessimismo ou realismo absoluto, pensei que não devia escrever…e talvez ninguém leia isto a sério, mas estamos em clima de “paixão e morte” e temos este quadro dramático há pelo menos 2 mil anos na nossa vida sem perceber o seu mistério nem a sua história. Sim, vida e morte um só acto, e ressurreição, a libertação da alma deste cenário e corpo de desejos… em sacrifício, expiação e culpa… Porquê esta história de um Planeta caído … com um suposto deus brutal cruel e sádico – o criador no Olimpo - … e um Deus Perfeito que em nada vale á humanidade - uma espécie em risco - e que é despedaçada por forças obscuras e trevosas que destroem toda a beleza…
Vivemos pois entre o mito do amor e o da salvação… o que me fez pensar nesse quase sonho que é a vida de tão irreal e ao mesmo tempo dolorosa… E como vivemos entre o estado de acordado como autómatos e do sonho (o sono) quase em tempo igual, sem sabermos afinal o que é a verdade da alma… mas alguém inventou o amor …a atracção, alguém inventou a Mulher e a mãe… e ai começa outra história por contar… e que trouxe a Magia…ou o transe?
Somos matéria mais grave e matéria mais subtil… e presos na matéria vivemos numa aura em que o "O amor começa a adquirir um carácter sagrado ao pôr a alma humana em estado de mag ou de transe. A matéria mais grave e a matéria mais subtil ficam presas ao SER HUMANO através dum estado de magnetismo tão profundo que começa primeiro a intuição e depois a sensação dum mundo que não é humano, mas que na hipersensibilidade dum estado especial do ser atinge um fundo humano."
Vivemos em busca desse humano toda a vida, mas depois sucumbimos… à desgraça, a loucura e à doença, à guerra e ao ódio – a vida na terra …afinal, apenas uma passagem, uma ponte entre mundos… 
Enfim, não era esta a mensagem ideal, contudo é a que me saiu… lamento não ser mais leve...
rlp