O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 17, 2023

A DISSOLUÇÃO DE EGO, PRIMEIRO...



O QUE NÃO FOI ENTENDIDO PELAS MASSAS 
PELOS IDEOLOGOS OU PELAS FEMINISTAS!

"A vontade revolucionaria nunca foi ego-cêntrica nem ego-ista. Sempre foi o desejo pelo bem estar, mais ou menos confundido com o Poder, o que fez que os homens e as mulheres quisessem dar as suas vidas pel@s outr@s. Talvez o que não estava claro nos movimentos revolucionários que perseguiam a dissolução do Estado e do Capital, era que também tinham que perseguir a dissolução do ego.

O ego que mantém abafada à criatura humana, somente sabe reproduzir-se e reproduzir a sociedade patriarcal, a suas instituições e as suas economias; por isso não deve ser deixado ao seu critério.
Para estender a urdidura temos que deixar emergir à criatura pouco a pouco, recuperando a capacidade psíquica perdida, que existe debaixo do ego; a capacidade libidinal de derramamento, de abandono, de reciprocidade, de reconhecimento, de confiança; recuperando a capacidade de co-responder imediatamente aos gestos gratuitos, para não deter nenhum fluxo produzido.
Em outras palavras, temos que retomar contacto com a parte da nossa psique que não está na órbita do ego, e sairmos da compulsão edipina das relações de Poder, (…). Essa parte da nossa psique vive e dá alento: a reconheceremos porque é dela que surge o desejo de comprazer, o derramamento gratuito e espontâneo, sem medida nem contabilidade; porque lá não há ciúmes, nem mulheres feias nem homens valentes; nem sequer sentido da propriedade, anseio de possuir, medo, sentimentos de culpa, orgulho de ser tal ou qual, anseio de ser importante e de dar ordens a outrem Estamos lá, vivemos além de tudo isso; ainda que no início não nos encontremos, temos que seguir a procura no fundo de nosso ser psicossomático. E quando a nossa consciência encontre-se com essa vida reprimida, afogada e enterrada, sentiremos uma imensa sensação de alivio e uma emoção que fará que choremos de felicidade. Teremos recuperado ao menos em alguma medida a nossa vida desterrada do Hades. (...)"

O Assalto ao Hades - Casilda Rodrigáñez

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