O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 31, 2004


Todas as actividades naturais da alma são regidas por leis análogas às da gravidade material. Apenas a graça é excepção.

Porque razão a partir do momento em que um ser humano confessa que depende muito ou pouco de alguém, este se afasta?
Gravidade.


Uma infelicidade muito grande coloca um ser humano abaixo da piedade: desdém, horror e desprezo.

A piedade desce até um certo nível, mas não mais abaixo. Como fará a caridade para descer mais abaixo?
Aqueles que desceram muito baixo terão piedade de si mesmo?

In A Gravidade e a Graça
De Simone Weil

FIM DO ANO 2004

A agonia dos dias e a loucura do mundo e os seus paradoxos... Não é só um abalo sísmico ou um maremoto que afecta ou devasta a humanidade. É a loucura e insanidade dos homens, a sua alienação da própria vida e da natureza. A falta de Consciência e de si próprio e do seu próximo...a falta de amor e solidariedade, faltando-lhe o sentido de gravidade e da graça....

A Ásia foi abalada por um sismo...milhares de mortos e desaparecidos, ilhas e paraísos fictícios desaparecem do mapa. Destrui-se a natureza para criar lugares idílicos para turistas... a geografia global do mundo mudou e também o Eixo da Terra.
Basta mover um grão de terra...e tudo muda.
Um novo ano...Paulatinamente iremos enterrando os mortos e os desaparecidos, enquanto os vivos vão continuar a empunhar armas e a guerra fará mais mortos até que as Indústrias de armas e de consumo para nada sirvam e o dinheiro seja inútil...
Até lá, a angústia dos tempos domina-nos, a cólera dos homens uns contra os outros impera e as epidemias acontecem em consequência de actos naturais e humanos ...o terrorismo alastra-se...de oriente a ocidente...O que restará?
Em que lugar do mundo ainda haverá uma réstia de esperança, amor e paz?

Se a Humanidade é uma só, uma mão impunha as armas com que mata o próximo e a outra estende-a à misericórdia de um deus que falhou a sua criação! Assim não...
Poderá ainda a Mãe e a Deusa Mulher gerar o equilíbrio que falta ou será esmagado para sempre o Feminino da Terra?

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