O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 19, 2022

QUE REALIDADE?

O OCIDENTE E O ORIENTE...
(Estes textos foram escritos quando os talibans tomaram o poder)

De repente toda as mulheres que se acham "conscientes" (de quê, pergunto?) embalaram no drama – sim, a tragédia das mulheres afegãs...
Sim, o que se vai passar no Afeganistão (nada de novo) é dramático e terrivel mas é incontornável face a uma realidade milenar arreigada e miséria total e está totalmente fora das nossas mãos fazer o que quer que seja pelas suas mulheres em perigo... e esta questão só serve mesmo para nos afastar da NOSSA REALIDADE AGORA, aqui, neste continente, pois nos estão a desviar de todo o nosso drama real humano e familiar e as pessoas obcecadas com os Midea nem sequer percebem das manobras mundiais de domínio das sociedades e aquela que vai ser a nova invasão migratória, mais um vez, em nome da solidariedade, vamos acolher nas nossas famílias os refugiados afegãos… Serão mesmo refugiados? Não há mulheres nas imagens, nada de mulheres. Nada de mulheres nos aviões... nada de crianças nos aviões... apenas homens jovens... robustos, que virão minar o ocidente de fundamentalismo islâmico e que nas primeiras levas atacaram as mulheres e as violaram na Europa onde são acolhidos como irmãos... caso da Suécia e Dinamarca…

Eu sei por mim, sou sempre solidária num primeiro impulso – se eu pudesse -  convidar uma mulher afegã como se fosse uma guerra e acolhê-la na minha casa…mas depois vi a manobra e vi que tudo já estava previsto, que o que aconteceu faz parte da manobra mundial de controlo das pessoas… E vi que se insere na perfeição na continuação da crise pandémica e manipulação mediática mundial: criar mais terror e medo ao mesmo tempo que disfarça a perda das nossas próprias liberdades e inseguranças. Que ingénuas que somos nós as mulheres cheias de bondade no coração mole…que pena elas têm do inimigo das mulheres – o Islão e os seus seguidores. Vão-lhe abrir as portas e talvez esse coração…e receberão punhaladas e pedradas na cara!
Não, não há mudança nem milagres para os fundamentalistas… nem para os cristãos. Chegamos ao fim da linha. Só uma consciência individual e do feminino integrado nos pode salvar do desaparecimento da Mulher!
Mas as mulheres são cegas e não querem ver nada desta realidade – elas querem sonhar – e assim vejo essas mulheres do feminino sagrado e da dita espiritualidade todas elas viradas agora para um pais longínquo e desconhecido onde o poder patriarcal é total e não há qualquer possibilidade de mudança – e que nós aqui não temos qualquer poder de intervenção. Mas lá vem aquela veia revolucionária idealista e fazem do tema a sua principal acção… como se a opressão secular – com intervalos de décadas as vezes - que essas mulheres sofrem tivesse mudado alguma coisa senão para meia dúzia de mulheres privilegiadas e AGORA todas falam das burkas e das pobres afegãs que vão perder a pouca liberdade que adquiriram neste anos... e nem sequer sonham ou pensam que daqui a poucos anos - 5 ou 6, no máximo uma década, são elas, elas mesmas, ou as suas filhas e netas, as mulheres livres da Europa que vão ser perseguidas e obrigadas a andar de mordaça e burka... porque agora apenas cairam como sempre na armadilha do Sistema politico e do politicamente correcto.
Se as mulheres conscientes de si se focassem no trabalho da sua liberdade humana e individual na sua vida de todos os dias não se identificariam tanto com uma causa que não lhes é acessivel. Não porque não seja uma injustiça e uma grande dor de alma ver e saber o que elas passam, mas porque CORREMOS TODAS O RISCO DE EM BREVE ESTARMOS NA MESMA SITUAÇÃO QUE ELAS…

NÃO ESQUECEMOS: 
Há alguns anos a ONU entregarou de bandeja a "defesa dos direitos das mulheres" aos árabes...agora entregam as mulheres aos talibans...
"Regresso dos talibãs ao poder põe em perigo os direitos readquiridos pela população do sexo feminino, nos últimos anos, mas também a sua segurança.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, revelou preocupação com as mulheres e meninas do Afeganistão, depois de os talibãs terem ocupado, este domingo, a capital, Cabul, tomado o poder e preparem-se para decidir o destino do país.
“O secretário-geral está particularmente preocupado com o futuro das mulheres e das meninas, cujos direitos duramente adquiridos devem ser protegidos”, disse a ONU este domingo num comunicado, citado pela agência Lusa.
O líder da ONU apelou à “à maior contenção” entre todas as partes afegãs, na sequência da entrada em Cabul dos extremistas islâmicos, e para que permitam que os trabalhadores humanitários tenham acesso ao país "sem entraves para fornecer em tempo útil uma assistência que é essencial para salvar vidas”.
rlp

É verdade, não consigo deixar de pensar nas mulheres afegãs...na agonia de morte que é para algumas milhares de mulheres que tiveram o cheiro da liberdade (condicionada sempre) durante alguns anos e criaram a mesma ilusão do mundo ocidental, acreditando na Democracia...que afinal é bem falivel! E que para nós está em queda. Sim, mas nós mantemos essa ilusão do mundo ocidental em que achamos que se vive livre quando se trata de uma falsa liberdade, mas ainda assim, sem duvidas temos algumas vantagens sobre elas pela liberdade de ser e de escolha...
Sem duvida tenho a certeza de que muitas de vocês sentem o mesmo, dava vontade de acolher e abraçar algumas dessas mulheres...ou então fazer um exercito de mulheres oprimidas e em perigo de vida - como li por ai, sobre a necessidade de evocar todos os arquétipos e historias de mulheres guerreiras que lutaram pelas suas vidas - e neste caso lutar contra os talibans...e lembrei-me das mulheres curdas que se alistaram e combatem em grande numero violentamente o inimigo e são realmente selvagens... Elas vivem em condições tremendas, mas unidas porque foram duramente punidas e violadas por eles e algumas quase mortas, e por isso não tem medo de nada e estão dispostas a perder a sua vida que de facto não vale nada naqueles paises... 
O que eu duvido é que as mulheres ocidentais urbanas e idealistas possam fazer o mesmo... porque nunca o fizeram e continuam oprimidas e submetidas aos homens embora de formas diferentes das árabes...
Sem duvida que o sofrimento das mulheres afegãs, as jovens e as que de alguma maneira se expuseram durante estes anos, agora correm riscos de morte e violação e morte, e que isso nos toca a nós e angustia e é um ultraje...Eu não quero desmotivar "as guerreiras portuguesas" tão enfáticas da sua luta ...mas não podemos esquecer que estamos num limiar qualquer em que não sabemos exactamente o que nos vai acontecer a nós mulheres ocidentais... não percebemos que já perdemos 50 % da nossa liberdade e direitos civicos e que estamos manietadas e a obedecer a um estado anormal de situação caotica e abusiva...
Onde iremos parar aqui na Europa, sim, daqui a uns  aninhos? . 
rlp

1 comentário:

Luz de Luna disse...

Rosa eu já nem sei mais como andar por aí como mulher, eu vivo em um lugar "seguro", cidade pequena, mas tem acontecido tanta coisa, inclusive agora no Brasil no meio de tanta negação para se enxergar a realidade. Eu preciso estar atenta enquanto vejo que algo próximo a uma guerra está para acontecer por aqui ao mesmo tempo que sento em uma toda de mães que estão completamente alienadas ao que passa, acreditando que está tudo bem e vem somente mais um novo ano...eu já não sei, sinto que tenho que me preparar e sempre falta espaço e tempo nesse mundo para ser mulher ou tentar ser que é o que estou buscando... já nem sei se consigo me fazer entender no meio dessa loucura.

Se puder me passar seu email, semana que vem quero bater a foto com o livro.


M grande abraço e obrigada sempre pela tua humanidade e por não esquece de nós, mulheres