O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quarta-feira, maio 08, 2002
(...) “Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento.” (...)
Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher.”(...)
A Mulher e o seu Mistério não é mais do que a dupla natureza da mulher, diferente da dicotomia estabelecida pelo preconceito religioso que reside em dividir a mulher justamente nos aspectos que a tormam integra: sensualidade e erotismo, maternidade e doçura, numa alteridade desses mesmos aspectos e nunca numa sisão da sua natureza que foi o que as religiões patriarcais fizeram ao longo dos séculos. Separar a mulher da sua sensualidade em função de uma quase casta ou forçada maternidade cria um fosso e uma enorme divisão nas opções das mulheres que são obrigadas a corresponder aos esteriótipos que lhes preconizaram: ser a esposa fiel ou a prostituta... No ocidente o homem casa com uma só mulher "sem sexo" apenas como procriadora a mãe dos filhos e depois tem a prostituta para conspurcar com o seu desejo de macho... No Oriente os homens têm logo à partida várias mulheres, a primeira esposa e as concubinas...todas elas fechadas em casa; enquanto que os ocidentais têm as prostitutas no Bordel ou na rua...Há alguma diferença? Há, as mulheres ocidentais ganham dinheiro... e as orientais talvez só pancada...mas todas são inferiorizadas e maltratadas. Depois há os filhos não legítimos e há os filhos da puta...e esses são a grande maioria dos homens que neste mundo usam a violência e fazem as guerras. São esses os fanáticos de todos os géneros, fruto dessa divisão de que a primeira vítima é a mulher... Paradoxalmente o homem é o grande mutilado dessa grandeza da mulher como ser Total de que foi privado como filho e amante pois é filho e amante de só metades de mulheres...cada uma para o seu lado.
R.L.
(...)” E nunca mais devemos esquecer que o nome de Alá substitui o de uma antiga deusa da Arábia pré-islamita, deusa solar cujo simulacro era a célebre pedra Negra de Caaba, em Meca, um meteorito, portanto um Dom do céu caido sobre a terra, e que simbilozava maravilhosamente, de maneira inteiramente abstracta, a grandeza e o poder da dinvindade.”
- Excertos entre aspas do livro importantíssimo: " A Grande Deusa" de Jean Markale.
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