O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, maio 11, 2002

LADAÍNHAS PAGÃS

Não me apetece escrever mais nada senão uma reza, como uma promessa, uma peregrinação a caminho de Fátima como de Delfos há milhares de anos, ou de um qualquer outro lugar consagrado à Grande Deusa, à Grande Mãe desde todos os tempos consagrada e a que todos apelamos, eu farta de mundanidade, de exposições e filmes e mentiras e guerras, peço-te como o poeta:

Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.


E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós


De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,


Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,


Vem cuidadosa
Vem maternal
,
(...)


Ó Mãe eterna Tudo o que mais anseio neste mundo é tornar-te presente, substancial, alimento.
Tudo o que mais queria era saber se sabes dos meus passos e os segues...
Como o Anjo segue a criança de cada vez que se encontra à beira do abismo, e não sabe que corre perigo de cair...

Tudo o que eu queria era ver-te aparecer de novo na Terra, Luminosa e radiante, cheia de amor,
livre e Senhora de ti como na aurora dos tempos, durante os milénios em que reinaste sem culpa nem pecado!
Queria, converter o Mundo ao teu culto pagão, sem credos nem padres, sem mais divisões e lutas entre nós... mulheres.

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