UMA MENSAGEM PARA TODAS AS MULHERES
Eu queria escrever alguma coisa que aliviasse as mulheres que nesta fase mergulham na sua profundidade abissal - eu sei como andam tristes e mexidas por dentro nesta mudança de pele, neste retorno à sua caverna, revisitando a sua Sombra...
Muitas mulheres sofrem intensamente sem saber porquê, elas captam o sofrimento do mundo e mais a mais quando existe toda esta confusão gerada à sua volta, de um mundo em crise e em guerra; um sociedade em convulsão de conceitos, que afecta toda a gente e isso acaba por se reflectir não só na sociedade em geral como nas famílias e porventura entre os amigos/as mais próximos/as pela forma como toda a gente sofre todas estas alterações climáticas e não só; Mas têm sobretudo a consciência do sofrimento que se abate nas mulheres de todo o mundo, cada vez mais perseguidas, abusadas, violadas e mortas pelos companheiros ou nas suas guerras e politicas...
O que está a acontecer mundialmente e sobretudo na Europa e com a conivência dos Estados e Governos da União Europeia, em nome da suas ideologias, com as mulheres jovens que são violadas e abusadas pelos Migrantes muçulmanos é uma forma clara de percebermos como no fundo age o inconsciente colectivo masculino e o patriarcado face à liberdade da mulher no ocidente; Além de sabermos que não é só a influência radical da religião fundamentalista, é o próprio Sistema em si que determina esse comportamento - por isso os homens são igualmente coniventes com o abuso de mulheres relativizando os factos ou culpando-as - e que na verdade é ainda ele quem desencadeia esta agressão à mulher de novo e de forma subliminar em todos os Midea, cinema, arte e cultura em geral.
Há poucas coisas seguras neste mundo de hoje e na nossa vida do dia a dia a que nos possamos agarrar ou fazer sentir em segurança, pois parece que tudo está a ser cada vez mais posto em causa a todos os níveis sendo que os valores referências normais estão a ficar todos invertidos e os pilares que sustentavam as nossas vidas dentro da dita normalidade e suportavam a vida familiar também estão a ruir...Por essa razão sei que a confiança nas outras pessoas e também nas outras mulheres está mais abalada do que nunca, quer pelos processos desencadeados não só a nível individual como a nível social, quer através de vivência traumatizantes e das decepções sofridas, a dor de sonhos ou dos ideais que ruíram ou de amores traídos...as mortes e abandonos sofridos...que cada uma a sua maneira está a tentar sarar e se acentuam cada dia mais...
Tudo está a acontecer de forma quase drástica e precisamos de saber agora, mais do que nunca, como distinguir o falso do verdadeiro. Distinguir o que é simulacro do que é autêntico. Para isso precisamos de nos desapegar de velhos conceitos e daquilo que nos prende a valores falsos e pessoas malsãs que só nos fazem mal e impede de sermos unas, individuais e livres...Manter ou continuar a manter relações dúbias e de dependência com medo da solidão é pagar um alto preço para a anulação da nossa verdade interior...
No entanto sei que muitas mulheres tem filhos pequenos e eles dependem delas e elas por sua vez dependem dos maridos...E embora muitas estejam divorciadas não tem emprego ou estão dependentes de ex-maridos economicamente e que as tratam mal psicológica ou fisicamente por isso...Outras estão sós e sentem-se amarradas ao passado sem saber o que fazer...outras recorrem a terapias ou adoptam crenças alheias, seguem gurus e mestres oportunistas que se servem igualmente delas e as exploram em nome de deus ou da deusa...Como podem até entrar em caminhos de busca da mulher sagrada e da deusa precisamente e isso ser também uma forma de alienação como outra qualquer...porque não adianta andar a comprar e a vender curas e terapias e os nossos dons a torto e a direito SEM PRIMEIRO FAZER O TRABALHO DE CONSCIÊNCIA connosco próprias. Infelizmente vejo isso a acontecer por todo o lado nos grupos do dito "feminino sagrado" que vivem apenas de forma superficial e como modo de sobrevivência meramente económica; mulheres sem estrutura nenhuma psíquica ou sabedoria integrada, nem experiência de vida e que assim influenciam outras mulheres frágeis e carentes levando-as a criar mundos de ficção.
Não, não nos podemos deixar agora alienar da nossa realidade de mulheres deste tempo nem das experiências que temos, negando o presente para eleger apenas uma ideia do passado...como fuga ou como simulacro de deusas e sacerdotisas...alegando poderes e magias sem qualquer ligação ao mundo real...numa euforia transcendente que nada tem a ver com o nosso dia a adia...
Não basta falar e ler sobre as deusas ou rezar à Grande Mãe, nem conhecer a História das mulheres famosas ou sacrificadas como grandes figuras do matriarcado e cultuá-las ou imita-las em ritos e cultos, terapias e círculos e práticas diversas ou a tentar revisitar o passado ancestral das nossas irmãs desligando-nos do presente...vivendo umas contra as outras ainda...
Nós temos uma vida real e diferente do que foram as vidas das mulheres através das várias épocas e dos séculos...Temos algumas vantagens e benefícios adquiridos como temos algumas desvantagens também sobre elas. Evoluímos em muitos aspectos, mas perdemos basicamente a consciência primordial de quem somos e da nossa essência feminina. As feministas e as intelectuais quase todas negam essa essência feminina da transcendência e do divino - não gosto da palavra, mas refiro-me à nossa alma e à Deusa Mãe enquanto referência de transcendência desse feminino intrínseco -, pois elas (enquanto marxistas e materialistas) não fizeram mais do que dessacralizar a força da Mulher Mãe - do Útero e dos ovários, a sacralidade da maternidade, o valor de dar vida e até de amamentar uma criança, em prol desses valores adquiridos, por suposto a liberdade sexual e o poder económico, tornando-se mulheres sem alma.
Sem duvida que vivemos neste mundo e não podemos fugir a ele. É nele portanto que temos as bases das nossas vivências e experiências e conhecimentos, é nele que temos de encontrar ainda o nosso suporte económico e por isso o nosso centro, não fora, nas cosias matérias mas dentro de nós mesmas, nessa força interior que é inerente a toda a Mulher consciente de si. Sim, o nosso centro é a a força da nossa interioridade e da nossa psique, o que implica não só ter uma compreensão psicológica profunda de nós mesmas como seres humanos, como do nosso tempo e da nossa realidade actual. Olhando o passado com reverência, mas sem fugirmos aos obstáculos nem às dificuldades deste mundo actual onde estamos inseridas (queiramos ou não) e é por isso que precisamos resgatar a nossa identidade profunda, ligar-nos através da nossa intuição às forças cósmico ou telúricas, a Gaia, à Terra Mãe, sem cair na ideia de que no passado é que está a solução e sem nos deixarmos apanhar também nas armadilhas do patriarcado que se aproveita disso como moda e nos quer impedir assim de viver esta realidade e o mundo de forma mais abrangente.
O Sistema usa tudo para nos impedir de sermos conscientes e mulheres inteiras...Quer-nos sempre divididas de uma maneira ou de outra... Por isso precisamos saber conciliar os mundos - o passado o presente e o futuro - e viver de acordo com a nossa realidade tanto interior como exterior. Mesmo que recriemos espaços e lugares onde possamos viver mais em Paz e Harmonia, ecologicamente, mas sem negar o mundo que nos rodeia apesar de nos pesar cada vez mais. Isto pode parecer um contrassenso...mas para viver neste Sistema até uma mudança integral de Paradigmas temos de recorrer a ele...e não criar mundos à parte. O que nos dará o suporte será esse centro e esse foco consciente na força interior da nova mulher...aquela que liga o passado e vem do futuro...a Mulher integral...e sem medo. Mulheres de coragem. Mulheres com coração!
rosa leonor pedro
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