O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 10, 2007

O RETORNO À DEUSA


"NÃO SOU FEMINISTA, SOU ANTROPOLOGICAMENTE LÚCIDA"

ana hatherly

Gosto especialmente desta frase e dita por uma escritora portuguesa que acompanho a obra desde os meus 18 anos...Esta É uma frase muito importante para mim, porque se trata de uma precisão extraodinária destinguir o feminismo, a condição social da mulher sob os seus aspectos económicos e luta pelos seus direitos e "igualdades", do conhecimento antropológico mais vasto e profundo das causas e origem da situação da mulher desde há milénios até aos nossos dias.

Sei que as feministas em geral, dentro de uma sociedade materialista, em que o ter se tornou de longe mais importante do que o SER, visam apenas as questões sociais, as questões sexuais e quando muito, as doenças das mulheres, tudo em separado! Ora aí a questão do Feminino Sagrado é remetido para o mito ou para as religiões, e portanto o retorno à deusa é sem dúvida, mesmo para as mulheres religiosas, pura fantasia. No entanto, como diz Sylvia Pereira,


"O retorno à deusa, para renovação numa base de origem e num espírito feminino, é um aspecto vitalmente importante na busca que a mulher moderna empreende em direcção à totalidade."

Também na nova espiritualidade, ligada às terapias alternativas, a mulher procura a essência divina sem perceber que se não procurar o feminino sagrado, não encontrará o seu lado divino.

Como escrevia há dias a uma amiga, acho que são as mulheres que ao moverem-se na procura da sua essência divina, devem encontrar primeiro em si a sua essência feminina que já é divina...

Esse é o segredo que foi escondido pelo patriarcado e pelo clero, a causa do ataque cerrado à sua natureza por parte da igreja, da caça às bruxas, da sua subalternidade e, da violência e opressão do feminino etc. para que a Mulher não se cumprisse e desse a verdadeira dimensão da nossa Humanidade homem-mulher...
rlp

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