O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
sábado, dezembro 29, 2007
A DEUSA TRÍPLICE
Para entendermos correctamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos da Terra. Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.
Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a Lua. Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da mulher que todos nós saímos? O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.
Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra (a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação. As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa na época do Paleolítico e Neolítico.
Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.
O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criação se parece com o que se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida.
A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos,a Lua, a intuição, aos lado inconsciente , à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que jamais deve ser desvelado.
A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento, pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas como: A Virgem, A Mãe e A Anciã. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos os vários Deuses e as múltiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação e atributos da Grande Divindade Universal. (…) autor desconhecido
(...)
Para a Juliana:
As mais belas representações na Arte ao longo dos séculos e em todo o Mundo são
Mulheres & Deusas...Isso prova-nos que a sacralidade de Mulher está para além do que o patriarcalismo fez da mulher e da deusa na vida real e sobretudo na vida moderna...
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3 comentários:
ESCUTA O SOM MAIS PURO DA TUA VOZ...
Boas festas:)
A Willendorf tem sobre mim um poder inexplicável... desde que a vi nunca mais me consegui separar dela... me fascina, me cativa livremente, me acha... Mas o mais interessante é que a própria força da mulher se mantém, a sua divina centelha não se apaga, venham as invasões bárbaras, venham as escravidões, venham as inquisições, venham as fogueiras... venham as máfias, venham as pílulas anticoncepcionais, venham os terroristas... por mais atrozes e vergonhosamente covardes e violentos que possam ser não conseguem calar a mulher... nada pode destruir a força que gera a vida... por mais que se tentem destruir, ela está sempre lá, sempre viva, sempre luz... simplesmente ela renasce e se mantem viva e todos os segundos ela está... ela é, sempre... Muito antes do verbo e para sempre... até que a espada se esvai, se torne pó, até que as lutas acabem, todo o mal cessará, e ela sempre estará lá... a VIDA nunca morre... e um dia isso será inteligivel para todos, não apenas para alguns... Todos vão saber que o verdadeiro poder é a VIDA... da vida vem o amor a paz e todas as coisas boas... e é impossível destruir a vida...pq ela continuadamente se renova se renasce... a VIDA é indestrutível, assim como a mulher que gera a vida... todo o resto passará... E é por isso que mesmo nas sociedades patriarcais ela está lá... e nem toda a violência do mundo nem nada pode destruir a VIDA e nem a DEUSA DA VIDA...
A WILLENDORF É SEM DÚVIDA A MAIS FASCINANTE DAS REPRESENTAÇÕES DA DEUSA E DELA DESCENDEM TODAS AS OUTRAS, ELA É A MAIS ANTIGA... 32 MIL ANOS DE EXISTÊNCIA E ELA É A UNICA TESTEMUNHA... A PRIMEIRA OBRA FEITA PELAS MÃOS DE UMA MULHER... EU ADORO E VENERO E AMO A WILLENDORF...
E eu vi a Willendorf aqui e esqueci da panela no fogo... queimei o almoço todo...
hahahahahaha
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