O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 30, 2007

dando as mãos entre si...


Senhora minha, Mãe misericordiosa,

Neste mundo eu sou todas as mulheres

Que neste planeta sofrem há milénios...
Sou a vagabunda, a prostituta, a estrangeira e a louca...

Sou a inválida, a doente, a desgraçada e a histérica;
Sou a mulher árabe condenada a cobrir o rosto,
Proibida pela lei de alá de falar, sorrir e olhar.
Sou todas as mulheres violadas e mortas
pela mão destruidora do macho,
perseguidas pelos padres desde os primordios da sua história,
queimadas nas fogueiras da Inquisição. Que eu não esqueço!

Senhora dos Oráculos, dá-me a tua Visão de Paz e Amor
Ouve a minha prece: vem a este Mundo e impera!

Ó vem e salva a terra e a nós mulheres, desta barbárie.
in "Antes do Verbo era o Útero "
ROSA LEONOR PEDRO



(...) PARA EVITAR O DESASTRE,
A MULHER TEM DE NOVO REENCARNAR A DEUSA
NA TERRA,
DE RECUPERAR COLECTIVAMENTE A MEMÓRIA DE QUEM É,
DE REAPRENDER A ARTE DE CURAR,
DE SE ASSUMIR DE NOVO COMO GUARDIÃ DO GRANDE ÚTERO FERIDO
QUE É A TERRA
DANDO AS MÃOS ENTRE SI PARA A TRATAR
RESTITUINDO-LHE A CAPACIDADE DE CRIAR
(...)
IN Os Portais do Tempo de Antónia de Sousa ed. ART-FOR-ALL

2 comentários:

v disse...

Oi, Rosa!
Essa frase incrível é sua né?
("Antes do Verbo era o Útero")
é do seu livro?
tinha lido no seu blog e achei tão legal que coloquei no Mater Mundi, só não sabia de quem era...
Posso publicar essa poesia no blog?
Um grande abraço prá vc e um Ano Novo abençoado!
Bjs,
Chara

Anónimo disse...

Chara:

Esse é de facto o título do meu segundo livro. E claro que pode publicar o meu poema...Nos meus arquivos logo no princípio eu coloquei a maior parte dos poemas. Pode publicar os que quiser.
O nosso trabalho tem o mesmo espírito e todas em conjunto nos vamos acrescentando. Esse é o Espírito da Deusa Mãe. Partilha e fidelidade a cada uma e a todas.
Já lhe disse que o seu poema que a Juliana publicou e você me mandou é muito semelhante. Eu tenho outro blog onde normalmente coloco os poemas. Agora o link só aparece no fim...
Um abraço para si e bom começo de ano..
rosa leonor