TAL COMO NO OCIDENTE Também no oriente a Mulher e o
Princípio Feminino foram denegridos pelos monges e a mulher é desprezada...
“Onde quer que o fanatismo antivital do princípio espiritual
masculino seja dominante, o Feminino adquire uma feição negativa e perversa,
precisamente em seu aspecto criador, mantenedor e intensificador de vida”.
Isto significa que a vida – e o Grande Feminino é o seu
arquétipo – fascina e prende, seduz e encanta. Os impulsos e instintos naturais
subjugam os seres humanos e o princípio masculino da luz e da consciência usa
para isso a trama da vida, o véu de Maya, a ilusão “encantatória” da vida neste
mundo.
Por essa razão, O Grande Feminino, que deseja a permanência
e não a mudança, a eternidade e não a transformação, a lei e não a
espontaneidade criadora, é descriminado e visto para seu descrédito como
demoníaco por um tal princípio masculino da consciência.
"Assim procedendo, contudo, o princípio masculino
consciente deprecia inteiramente o aspecto interior espiritual do princípio
feminino, que exalta o homem mundano pela transformação espiritual e glorifica,
ao conduzi-lo ao seu mais elevado significado.
(...) Entre os tibetanos, o demônio da Roda do Mundo é
considerado igualmente feminino e interpretado como a Feiticeira Srinmo. Isso é
em parte devido à tendência misógina do budismo que considera a mulher o
principal obstáculo à salvação, pelo facto de ela gerar continuamente novas
vidas, e de ser o instrumento da paixão sob o jugo da qual padece o mundo.”
CATHERINE DESPEUX
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