O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, dezembro 06, 2023

"Descrevi a mulher tal como ainda hoje a vejo: dividida" - Simone de Beauvoir

 



As mulheres não sabem ser em função de si mesmas...

Elas estão viciadas em viver em função dos outros como se fosse uma grande prova de amor...
Elas viverem séculos dependentes e presas de um homem que as sutentava e maltratava e agora pouco variou e apesar do feminismo, elas continuam há décadas ao serviço do outro, sempre a começar pela família, pais, marido e filhos e  ao padre e recentemnte ao patrão chefe e ao Partido. 
A mulher  viveu sempre e foi moldade desde pequena a viver em função de uma ordem social que estabelecia a sua vida de forma a não ter qualquer espaço para si nem direito a viver uma vida própria, fosse em termos de lazer ou de cultura, sendo a sua vida sempre pautada pelo serviço exclusivo a família ou a Igreja e hoje como dizia, as empresas e as instituições onde trabalham.
Quando começa historicamente a reivindicar direitos ela vira-se para os valores da mesma sociedade buscando apenas paridade ou igualdade com o homem sem pensar a sua própria realidade interior, e o que diferenciava do homem em termos da sua esência  e vontade sempre anulada e da sua própria subjectividade. Quis ser igual e ter os mesmos direitos que o homem. Mas ela não é igual ao homem. Não é. E foi ai que a mulher se perdeu de si mesma embora já estivesse confinada à casa e pouco mais, onde também não reflectia a sua totalidade e apenas cumprindo um papel ao serviço do homem e que lhe fora destinado secularmente, mas ainda mantinha alguma ligação ao seu feminino profundo ainda que mal compreendido.
Nessa projecção e luta empreendida pelas feministas - na verdade mais uma armadilha onde a mulher caiu para servir mais aidna o Sistema - ela negou a importância da maternidade tornou-se executiva, adiou o casamento ou divorciou-se, fez carreira e formou-se nas diversas áreas do conhecimento humano. Mas nunca aprofundou a sua essência ou se questionou sobre a sua natureza profunda, a saber quem era essa mulher fragmnetada e ao mesmo tempo multifacetada que se desdobra em mil facetas e tenta tudo para vencer na vida, mas ainda para agradar ao homem… e ao seu serviço…e ganhando menos e sendo abusada, sempre…agora talvez por "vontade" própria em nome da falsa liberdade sexual que a aviltou aidna mais...
Mas porque não se encontra a mulher? Porque ela não se ama...

Eu sei porque de todas as mulheres que conheço, divorciadas e viuvas elas não conseguem refazer a sua vida sem um homem ou sem o parceiro, ficam perdidas...
Porque elas não sabem se questionar sobre a sua vida interior porque foram esvaziadas de si e de identidade própria ao longo dos anos…Viveram supostamente protegidas e suportadas pelo marido e filhos e não entendem ainda que quem não se conhece em essência – quem não se busca - não pode saber de si nem dar nada de si...e se perde, mais tarde ou mais cedo! Ela chega a uma certa idade e acaba sem forças por tanto se deabater emv vão e assim  ela gasta-se e ela esgota-se, ela adoece e ela é violentada, mas ela não entende a sua luta nem o seu conflito, a sua depressão porque ela está dividida e não consegue erguer-se dessa fragmentação na luta por agradar ainda ao pai e ao filho e ao chefe e ao marido ou ao líder…ao patrão e ao padrão de vida que lhe destinaram agora as feministas ou as vanguardistas e luta contra as outras mulheres que lhe fazem sombra… 

Quando a mulher não se encontra a si mesma e se restrutura ela perde-se de si para sempre. E nunca mais se encontra porque ela não percebe que o encontro da mulher consigo mesma passa inevitavelmente pela integração dessa sua Sombra e dos seus fatasmas...e principalmente pela tomada de consciência da sua ferida com a Mãe e dos seus traumas e esencialemnte da divisão da sua psique em dois estereótipos básicos (a santa e a put*) que se dividem entre si em imensos aspectos que categorizam a mulher em múltiplas facetas  e sem qualquer coerência entre si. Daí as suas doenças… do cancro à depressão e da depressão ao cancro. E a mulher não vê que vive a vida inteira em entropia…contra si e inimiga de si, odiando-se e culpando as outras da sua desgraça, com ou sem razão...

Se ela é só e não encontra sentido ou lugar nesse mundo ai entra em depressão e bebe, toma quimicos ou droga-se…porque ela não conhece nem lida com os seus escombros – as ruinas da sua psique - que ela esconde de si mesma e assim nega a sua própria sombra. Ela torna-se esquizofrénica borderline histérica e paranoica, destrói-se a si mesma e aos outros a sua volta.

Rosa leonor pedro



"Nossa História é pautada num modelo patriarcal, e este se encorpou de forma tão intrínseca que quase não nos sobra criatividade para entender um funcionamento social diferente. O machismo está por toda parte, escamoteado por de trás de algumas revoluções que duramente o público feminino conseguiu promover. Mas o pior dos machismos não está nas leis e nos direitos, pois estes já melhoraram bastante. O machismo sólido reside em nossas psiques, em nosso comportamento, em nossas dúvidas e expectativas. O nosso formato de mulher ainda é este, e nosso próprio julgamento moral nos concerne este papel. É aí que entra o orgasmo feminino. Aparentemente não há uma ligação direta, e pode parecer discurso feminista levantando uma questão social. Mas este passeio pela história do machismo é apenas para nos remontar uma realidade que faz parte do nosso passado, e portanto que preenche nossos conteúdos coletivos."
...
"Há muitos anos a mulher foi divida em dois caminhos: o da esposa e o da promíscua. Desde então o sonho romântico feminino foi casar e ter filhos. Felizmente aberturas novas se deram de uns tempos para cá e as mulheres de hoje em dia mantém suas idealizações pautadas em mais do que isso. Contudo, o conceito de respeito à mulher ainda reside bem próximo a moralidade sexual. O passado patriarcal comprova que por muitos e muitos anos a função social da fêmea era oferecer herdeiros legítimos ao seu marido, e promover assim a manutenção e repasse do patrimônio daquele clã familiar. Se o sexo para a mulher por muito tempo fora por fins reprodutivos, e muitas das vezes, com parceiros não escolhidos, e sim decididos, o prazer em seu fim fora descartado, quando mais se considerarmos que a satisfação sexual estava vinculada às prostitutas da rua, que representam esta sombra do feminino, enquanto à dama se reservava o lugar intocável muito bem representado pela “Virgem Maria”."
(...)
Catherine de Almeida Plata

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