O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, abril 02, 2008

O ECO-FEMINISMO COMO UM NOVO FEMINISMO


Num livro sobre Eco feminismo de que me fala uma amiga brasileira, fica claro e é muito evidente, diz ela, “que o problema da mulher é um problema de diálogo com as outras mulheres... e também na vida em geral, tanto que um capítulo do livro é inteiramente dedicado a destacar as diferenças entre todas as Ecofeministas mais activas, e da sua luta umas contras as outras, ao invés de unificar a luta, que no fim é a mesma”...


É nesta crucial evidência que as lutas das mulheres e do feminismo em geral, nas suas pretensas múltiplas facetas, morrem mais cedo ou mais tarde ou simplesmente abortam logo no começo… Enquanto a mulher não superar este antagonismo-inconsciência de si mesma (e não dualidade) que acaba invariavelmente por se reflectir na hostilidade às outras mulheres e em formas de rivalidade variadas nas relações afectivas, competição no trabalho, na criatividade e até paradoxalmente, numa admiração sem limites e por isso redutora de si, de uma líder, não chegaremos a nenhum lado. Enquanto a mulher olhar para outra mulher como rival, não pode haver a defesa de uma verdadeira causa comum…e muito menos uma defesa da Mulher e da Natureza como o seria idealmente a causa do Ecofeminismo…como esperança da união final e fraterna da mulher consigo mesma e com todas as mulheres e com a Terra-Mãe, Gaia.
(...)
CONTINUE A LER NOVO ARTIGO EM http://yinsights.blogspot.com/
(o texto é um bocado longo, mas espero que tenham a coragem de chegar ao fim...)

8 comentários:

MOLOI LORASAI disse...

tudo está semânticamente controlado. daí é melhor estar calado.

Anónimo disse...

Justamente...a ordem semântica tem já tudo sob controlo, mas o ontológico não e se a natureza instintiva da mulher acordar nela?

Gostava que falasse contra a ordem estabelecida. Pode ajudar-me...
rosa leonor

MOLOI LORASAI disse...

não sei se posso ajudar...
a única forma é tentar ser sincero
e sinceramente quando cheguei em Portugal em 1983 fui me apercebendo que no teu país vigora o matriarcado.

Em relação à família particularmente que eu mais conheço no Brasil, o patriarcado degenerou a espécie.

O povo (não burguês) no Brasil é muito mais evoluído que em Portugal.

A burguesia do Brasil é geralmente ridícula, preconceituosa e medíocre. Não posso dizer o mesmo da portuguesa, pelo contrário.

Talvez um português que frequente uma prostituta brasileira também abra a sua cabeça (dele).

A ordem estabelecida no Brasil é a desordem estabelecida.

Lula nos anos 80 , quando foi apresentado à Elis Regina, pegou no braço dela e disse "deixa eu pegar em você, pra mim você só existia na televisão". E assim ele foi conquistando muitas pessoas.

A semântica do sexo em Portugal ainda é muito grosseira e pesada. No Brasil não. No Brasil não se conversa a partir de uma cassete aprendida no liceu, porque no liceu vigorava também a desordem estabelecida.

A semântica do sentimento é mais profunda em Portugal.

Tudo isto são apenas divagações pois constatei que você tem muitas leitoras brasileiras.

Lealdade Feminina disse...

Desordem estabelecida...
adorei essa expressão...

Lealdade Feminina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Moloi: espero que não se importe que tenha publicado o seu comentário e respondido, mas achei muito lúcida a sua visão de Portugal.
Obrigada

rosa leonor

MOLOI LORASAI disse...

amo Portugal

Anónimo disse...

A sua resposta deixa-me profundamente tocada. Porque sei o que quer dizer e que isso é da alma...
É como amar o princípio e o fim do mundo...o céu e o inferno... Amar Portugal só pode ser iniciação ou castigo, como dizia algo parecido F.Pessoa?

rosaleonor