O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, abril 23, 2008

SARAMAGO: UM HOMEM LÚCIDO


Saramago: vida e obra em exposição
Coisas que ele disse em entrevista...
(...)
"Dá-me a ideia de que tenho uma vida coerente, embora ser coerente não seja uma qualidade. Há que perguntar: coerente em quê? Um assassino em série é coerente, os que revolucionam a economia do mundo são coerentes, mas eu chamar-lhes-ia ladrões", disse.
"Sinto-me no meu lugar com a diferença que posso entrar sem pagar."Não deixando de dizer que "este é um país de coisas negativas, mas é o meu País", revelou que em Lanzarote descobriu o português:
"Temos a língua mais bonita do mundo, ela é o ar que respiramos."
"Todos somos responsáveis por ela, a começar pela Comunicação Social. Leiam Fernão Lopes, Camões, Bernardim Ribeiro, António Vieira, Pessoa, Eça, Camilo, Antero, Almada Negreiros", aconselhou.
Tendo lido na imprensa a frase "Portugal é insustentável", comentou que talvez sim, do ponto de vista económico: "Preocupa-me, porém, a falta de espírito crítico que existe entre nós. Estamos um pouco aborregados", salientou, acrescentando: "Quando éramos um milhão de portugueses, nos séculos XIV/XV, pusemo-nos em movimento para o mar. Temos agora de nos invadir a nós próprios para conseguirmos perceber que devíamos continuar a andar pensando."
"Quando defendi a união Portugal e Espanha, os patrioteiros denunciaram a minha traição, a vergonha que era... Chamem- -me o que quiserem. A história continua. Se uma ideia vai contra a maré, não se condene a ideia, discuta--se a ideia", relevou.(...)
in dn. "Portugal está um pouco aborregado" ANA MARQUES GASTÃO

Sem comentários: