O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 18, 2008

"o medo do masculino dessa nova postura feminina"

ADENDA AO FEMININO NATURAL
Ao assumir essa busca associo dois tipos de postura explícitas que são, por um lado desmotivantes: o medo do masculino dessa nova postura feminina (que não me parece nova, apenas natural) porque não sabem o que fazer com uma mulher que eles não foram criados e orientados a conhecer...

Ressalvo e destaco as questões que você foca como "desmotivantes" a serem ou não uma opção válida da mulher pelo risco de perder o homem amante...mas se a mulher aceita continuara a viver como uma metade de si mesma só porque assim o homem não a teme nem rejeita e ela não viveria na tal solidão de que fala, então mais uma vez a mulher se negaria a ser ela própria para continuar a ser a ser OPRIMIDA ou a companheira submissa. Continuariamos a ter a esposa no lar e a puta no bordel...nas sua variantes modernas que são muitas...e disfarçadas.

Quanto a mim se o preço a pagar pela restruturação da Mulher e a Consciência do Feminino primordial, for de uma certa maneira, renunciar ao amor condicional do homem, então eu pago; se quiser o meu destino, ou as minhas escolhas já mo fizeram pagar e eu não lamento nada do que perdi...e perdi a família, o estatuto de senhora casada, de mãe de filhos e netos por esta altura, e quem sabe divorciada, ou viúva, uma choruda mesada se tivesse casado com o meu noivo que era rico... Sim, quando era jovem, troquei o casamento pela política...depois troquei o amor dos homens pelo Conhecimento (meditação) de um Guru e depois já mais tarde troquei tudo pela Mulher e Deusa...e não me sinto nada arrependida, nem sinto que tenha perdido grande coisa... Valeu a pena ter atingido este patamar e chegar sózinha à idade da Sabedoria, para não dizer que sou sexagenária, e sentir-me integra e bem na minha pele, tirando a "arterite" e as coisas próprias do envelhecimento do corpo... Não digo porém que não houve alturas dolorosas...nem difíceis, mas pelo que hoje sou e sinto não trocaria por nada deste mundo as minhas escolhas!

No entanto não preconizo para as mulheres a abstenção, mem o celibato, longe disso, apenas digo que só quando a mulher for una (não cindida) e senhora absoluta de si e souber viver esse centro mágico e estruturada, bem no seu corpo ao natural, então um parceiro igualmente estruturado no seu masculino/feminino respeitando-a como igual ao nível ontológico, poderá assim atingir a plenitude do desejo ou da paixão e viver em equanimidade o que antes disso não é provável...
A escolha será sempre nossa, a liberdade de Ser o que verdadeiramente somos ou a submissão ao amor de um homem que nunca nos ama por aquilo que somos, mas pelo que ele sonha e idealiza...ou odeia! rlp

2 comentários:

Vinícius Rennó disse...

Estava eu a procurar imagens da Lua e acabei caindo neste blogue tão interessante. Creio que o visitarei intencionalmente, daqui para frente.

Eu, como um homem, um representante da contraparte masculina, devo dizer que não temo e em nada me incomoda essa "nova postura feminina" (que na verdade trata-se da mais antiga das posturas, pelo que sei). Muito pelo contrário, fascina-me e me encanta. Portanto, não apenas confirmo o que entendi que a autora deste blogue quis dizer, mas também que o risco "perder o homem amante" não é uma desculpa válida para não buscar a Deusa dentro de si, pois há aqueles homens, como eu, que buscam e desejam a Mulher-Deusa.

Que a Lua continue a nos guiar.

rosaleonor disse...

Obrigada meu amigo por este feliz encontro. Fico muito contente de cada vez que homens como você se pronunciam.
Não deixe de aparecer e dizer o que sente!! Respondi um pouco tarde espero que me leia.

Um abraço
rleonor