O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 18, 2008

Mulher: duzentas chibatadas...(Irão? Iraque?)


(o castigo por seres violada...)

amnistia internacional


"Eram catorze aquela noite, explanações da discórdia da vida, furor animal, desprezo por todas as investidas amistosa e fraternas. Fez o corpo, através de caráter fraco, alimento selvagem. Valer-lhe-iam por duzentas chibatadas. Era a marca de não poder partilhar, isolar-se ao próprio abuso. Invadiu seu regalo, sua santidade, seu corpo domesticado, coberto, livrado do mal. A moléstia veio por ripícola atitude, grosseiro e incerto parâmetro.
Foram catorze naquela noite, por várias vezes, sem cessar, sem acomodar, sem limpar. Era o sangue e o esperma no final, era o rubro e o branco, o triste o sólido. A dor concreta e maçante da desigualdade, da calúnia, da discórdia.
Receberia duzentas chibatadas. Não se manteve casta, fora exposta ao deleite alheio, por catorze aquela noite, várias vezes sem cessar, em contínuas estocadas até sangrar. Ate desistir do seu corpo, até fingir não estar presente.
A porta se fecha e a vida obscurece. O pensamento torna-se torpe e desigual. A cultura não sustenta o que as palavras não exprimem. O corpo é dela como é meu. O sangue é dela como é o meu. A invasão dói nela como em mim se faz. Anistia na oração, remissão nos pensamentos, indulto ao coração de todas elas. De todas. Catorze vezes na penumbra de casa. Duzentas vezes no julgamento da massa. É a mão do homem, é seu falo mau cheiroso, asqueroso, doente. A vida obscurece. A porta se fecha. "

escrevinhadora M. Cambará N.
in ilissos: http://ilissos.blogspot.com/

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