O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 01, 2022

O HOLOCAUSTO DAS MULHERES





- Porque não se fala dele?

"As mulheres temem ser chamadas de bruxas por razões históricas de peso. A Inquisição foi criada em 1252 pelo papa Inocêncio IV e a tortura prosseguiu durante cinco séculos e meio até ser abolida pelo papa Pio VII em 1816. Entre 1560 e 1760 a perseguição de mulheres por bruxaria atingiu o seu auge. É chamado a este tempo o “holocausto das mulheres”. Estima-se entre cem mil e oito milhões o n.º de mulheres condenadas á morte na fogueira.
As mulheres mais temidas ou respeitadas foram as mais perseguidas. Entre as primeiras a serem queimadas, incluíam-se as parteiras e as curandeiras, as velhas que facilitavam o trabalho de parto e ajudavam as mulheres a darem á luz, que conheciam as ervas medicinais e cujos poderes provinham da observação e da experiencia. As mulheres com autoridade e experiencia ou conhecimentos, as mulheres excêntricas ou as mulheres com posses, normalmente viúvas também eram denunciadas, sujeitas a tortura e condenadas. Qualquer mulher idosa corria riscos, para sobreviverem, era preciso que não dessem nas vistas nem se distinguissem. Só as mulheres idosas invisíveis permaneciam vivas."
(...)
in As Deusas em cada Mulher, a Deusa Interior, de Jean Shinoda Bolen, Planeta Editora.

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