O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 01, 2023

A velha rivalidade feminina está marcada na psique da mulher



AS MULHERES DO SISTEMA :
AS MULHERES CONTRA AS MULHERES...



As mulheres intelectuais, as vezes juízas e advogadas e até médicas, são por vezes as mais prejudiciais à evolução da Consciência da Mulher enquanto mulher integrada. A velha rivalidade feminina está marcada na psique da mulher e ela tem até uma espécie de alergia as mulheres na forma de um antagonismo primário de que nem se dão conta, é visceral. São quase sempre mais misoginas do que os homens e orgulham-se de servir a casta masculina e servir o senhor em casa e na igreja ou na cama. Elas promovem e aceitam a sua instrumentalização como objectos sexuais - sejam elas as mulheres ditas emancipadas, sejam elas as mulheres comuns, executivas, doutoras ou deputadas, ou até mesmo "prostitutas", nas suas novas variantes formas socias, todas elas aceitam ser - em relação aos homens - meros instrumentos da sua vontade e desejo e tudo fazem para lhes agradar e vivem para o seu "amor"...
Não, nem sempre é uma questão de iliteracia, no caso, como é obvio, bem pelo contrário. São elas essas mulheres cultas, na maioria dos casos, as mais reaccionárias quando chamadas à necessidade de união das mulheres e nem veem a sua própria cisão da qual nem se apercebem nem ao sofrimento que gera, mesmo diante dessa sua cisão psiquica e emocional, quando divididas e contra as outras mulheres - porque são elas afinal quem melhor divulgam e acreditam no Patriarcado que as promoveu a doutoras e deputadas... e por consequência acreditam nas ideias que cultivam através do pensamento masculino seja dos homens da ciência e as suas teorias sobre a psicanálise ou a sexualidade ou seja, sequem aqueles que determinam a nivel sexual , em que são sempre instrumentalizadas pela sua visão machista e rejeitando as mulheres que se buscam na espiritualidade e para além dos estereótipos preconizados pelo masculino e o falocratismo…
Uma mulher que se busca e se torna independente do homem a qualquer nivel e não mostre essa anuência ao Homem, é vista por ele como frigida ou frustrada ou ainda lésbica...
Elas aceitam à partida a supremacia do princípio masculino e o defendem com unhas e dentes.
Desconhecem o Principio feminino desde logo ao desligaram-se das suas ancestrais, avós mães e da própria natureza instintiva, seja da sua intuição, o seu eu profundo para seguir a logica e a razão. Aprendem nas mesmas Universidades do Homem e nos mesmos livros, seguem a Voz dos Mestres, a Voz do Dono... são abusadas e amestradas pelos professores e mestres...mas ficam caladas.
Não conhecem a sua Voz (do Útero) ao negarem as suas entranhas e assim também negam as suas emoções e essa sua intuição e a sua anima, assim como o seu coração como inteligência superior... e com isso perdem a sua dignidade de Mulheres e Mães...


O SISTEMA PATRIARCAL E A ANULAÇÃO DA MULHER

Ao contrario do que se queria imaginar, com décadas de difusão de ideias de liberdade e emancipação da mulher, não queremos ver ainda como o mais insuspeito dos homens, culto ou moderado, inflige violência psicológica intensa e constante nas suas parceiras, quer na “intimidade do lar” quer no trabalho ou nas escolas e universidades - embora muita vezes disfarçado de “cuidado amoroso” e sentido de “protecção” - quer ainda ao nível intelectual e político - isso de forma bem visível no domínio público onde as mulheres são permissivas e “tolerantes”. E nem sequer reagem porque para elas é natural a subserviência, também aceite de forma mais ou menos inconsciente não só em casa como no trabalho e na politica. No fundo, elas continuam a sentir-se dependentes e inferiorizadas perante a força ou o estatuto social e económico dos homens. Que mulher não aceita a autoridade do pai ou do marido assim como do patrão ou do padre ou do lider?...
A falta de respeito global e conhecimento da essência do Feminino, a falta de uma consciência profunda do Ser Mulher, anulada pela negação e a rejeição misógina sistemática da Igreja, da arte e "cultura moderna" e da própria psicologia, ignorante da Tradição do Princípio Feminino, não permite à mulher ter acesso ao seu lado ctónico e lunar e à sua psique por inteiro...
Sim, numa sociedade que ao longo dos séculos fez uma completa lavagem, não só ao cérebro da mulher, mas sobretudo ao seu lado emocional intuitivo, ridicularizando-a pelas suas “visões” ou sentiemntos, fez dela um ser caricato, sem vontade nem identidade própria, tornando-se uma mera copia do homem... ajustada a suas medidas e falando a sua língua.
Demonstra-o como se deixa manipular no desrespeito absoluto que os médicos (ginecologistas?) têm pelo seu ventre e as suas entranhas, os seus seios e ovários, removendo-os a torto e a direito e remetendo a mulher para a simples função de co-reprodutora, espécie de “barriga de aluguer” do homem e da sociedade capitalista e cristã e que desde que não tenha mais uso se põe de lado. Demonstra-o ainda a forma como a Igreja e o Estado interferem na decisão da mulher ao seu nível mais íntimo que é a escolha e a liberdade de decidir por consciência própria ter um filho ou não, fora ou dentro do casamento...
(excerto de texto)
in mulheres e deusas blog 2005
rlp




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