O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 10, 2015

Que linguagem falamos ...



A nossa linguagem é de nível zero...


"Para nos conhecermos, é preciso ir ao encontro de outros seres. É preciso uma dupla troca. O adquirido pelas trocas afectivas, tal como se apresenta actualmente, se situa ao nível meramente comercial, ou seja, no mais baixo nível vibratório possível, portanto no nível de consciência minimum minimorum.
A linguagem de hoje na comunicação com os nossos semelhantes - salvo entre os poetas - é uma maneira de nivelar a sociedade por baixo, o que eu chamo de democracia nível zero. O exemplo recente das proporções de uma reforma de ortografia é uma bela ilustração disso. O poder no sentido oculto do termo, não necessariamente o poder politico, quer simplificar tudo para que os seres humanos se tornem simples robôs facilmente geráveis por um computador. Se eles conseguirem isso, seremos ainda seres humanos? A parcela divina que cada um de nós supostamente contém terá sido de tal forma diluída pelas reproduções contra a natureza e pelas manipulações genéticas que terminará por desaparecer. A pequena luz que brilha na noite se extinguirá para sempre e não se poderá tornar em luz do dia."


Étienne Guillé
in O homem entre o ceu e a terra

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