O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 05, 2019

SER OU NÃO SER FEMINISTA



O QUE É O FEMINISMO? UM PARADOXO?

" As feministas de hoje fizeram-se desacreditar da mesma forma que as de ontem e gerações anteriores ainda: São " mulheres habitadas pelo ódio dos homens, que querem parecer-lhes ou tomar o seu lugar ", por exemplo. São "Feias, agressivas, burras e perigosas", enumera Clarence Edgard-Rosa. (...)
" Estamos a navegar neste paradoxo. O feminismo é acusado de estar na moda, e, portanto, como que esvaziado da sua substância, enquanto muitas pessoas aderem às ideias sem a reivindicar. Isso mostra-nos bem que é uma luta de palavras ", continua a jornalista. (...)
" Eu não sou feminista mas..." é um discurso que se ouve há anos, destaca Françoise Picg. "Esta é uma maneira de tomar distância em relação a um movimento mas admitindo uma proximidade com este último ". Para desviar a conversa, alguns e algumas vão então dizer-se " Humanista " ou " pela igualdade ".
Mas para Clarence Edgard-Rosa, "substituir esta palavra (feminismo) por outro é o corte em todo o legado político, cultural e militante e de todas as mulheres que lutaram pelos seus direitos", explica ela. "É um erro dar esse sentido porque falar de humanismo é colocar de lado a hierarquia social que existe e perdura hoje, é colocar de lado que as mulheres são realmente os bonecos da farsa", adiciona a editora em Chefe de Maria Claire Digital antes de concluir: "é por isso que é preciso usar esta palavra para o que é e lembrar o que ela quer dizer a qualquer momento" M.C.P.


NÃO É O FEMNISMO QUE ESTÁ DESPROVIDO DE SUBSTÂNCIA, MAS AS MULHERES EM SI...este paradoxo que é o feminismo de hoje, esta confusão geral acerca do feminismo e a sua divisão  corresponde a divisão interior das mulheres, a falta de identidade de um feminino essencial, a falta de consciência que a mulher tem do seu ser ontológico, a sua rendição à ciência e filosofia materialista sem perceber como o Sistema patriarcal a colonizou e dominou e mesmo despois das várias vagas de feminismo,  o mais radical ou mais ideológico ou mais económico, a mulher continua a ser formatada por ele, continua a ser manipulada através das mesmas "conquistas" que afirma ter conseguido. Como diz uma amiga se não se perceber que "O feminismo é o sistema e por isso mesmo é financiado pelo mesmo!... Continuamos presas em termos económicos e sistémicos a um modelo patriarcal que nos Maltrata e ignora como forma de nos manter fora da idealização, construção e evolução das sociedades terrenas!... A lei é a do mais forte e o modelo está mais robusto do que nunca!... As Mulheres, poucas aumentam níveis de consciência mas estamos longe em termos temporais de construir algo novo e integrador!... Será que em algum tempo se conseguirá?"*

Portanto se as feministas e estas mulheres que defendem a palavra FEMINISMO e que estão na frente não perceberem que estão ainda "na boca do lobo", todos os esforços serão vãos, tal como até aqui, tirando um ou outro aspecto em que tem algumas vantagens que as antigamente não tinham. Elas votam, mas votam dentro do sistema. Elas trabalham mas não têm salários iguais. Elas despem-se e exibem-se e curtem parceiros - mas não são RESPEITADAS! Portanto para mim só a consciência individual, e a consciência de cada mulher dessa armadilha do sistema não vamos a lado nenhum exteriormente. Podemos contudo ter voz e falar nos lugares certos... minar as bases…essa é a minha prerrogativa e a das mulheres que buscam a sua Identidade e a sua Essência para lá da economia e do trabalho ou da igualdade de direitos, pois sem consciência de si as mulheres não irão a lado nenhum como está provado em tudo o que se passa neste mundo contra mulher. Se a mulher se tivesse verdadeiramente emancipada e fosse livre não haveria este retrocesso… o feminismo não fez com que as mulheres fossem respeitadas.
rlp

*Ana Ferreira Martins

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