O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, março 07, 2019

AS MULHERES DO MEU PAIS...



PORQUE  NÃO SE UNEM AS MULHERES?

Porque não se unem as mulheres? Porque continuam as mulheres divididas em arquétipos e estereótipos e em luta umas contra as outras através de todas as causas que defendem e em que se tornam empreendedoras? PORQUÊ?

AS feministas estão divididas e umas contra as outras, sejam radicais, moderadas ou lésbicas, como as mulheres da New Age também elas se dividem em seitas e grupos e capelinhas, assim como as mulheres ditas do sagrado feminino e das deusas divididas em faces, tal como as mulheres da esquerda  e igualmente as de direita. Feministas comunistas marxistas e liberais, religiosas e pagãs, ricas pobres instruídas, ignorantes e intelectuais, jornalistas médicas e advogadas; as mulheres estão sempre divididas e umas contra as outras e afirmam-se sempre em OPOSIÇÃO, nunca em união. Sempre em lados opostos de uma qualquer barricada! Menos na morte… porque já não se discute "quem mata quem".
As que se dizem não feministas contra as feministas, as que são pró-vida contra as que defendem a despenalização da interrupção da gravidez, vulgo, aborto, as ateias contra as crentes e as que creem nas deusas e as que creem nos anjos, em suma, as santas e as putas e as vadias, as debochadas e as pudicas ou as senhoras defensoras da igreja e do Papa e as filhinhas do papá contra as mulheres pobres e desvalidas tristes e miseráveis que não tem eira nem beira. ESSAS mulheres são vulgarmente misóginas e machistas e defendem sempre o filho e o macho - padre e o líder e o Papa. Elas são as chiques e superiores, são Opus Dei e de direita. E as de esquerda, as mais avançadas ou de vanguarda, as mulheres mais novas defendem gays, lésbicas, travestis e transsexuais e metem tudo na mesma saco, as minorias por cima e as maiorias sem direitos. Umas defendem a socialite e as outras o socialismos e Soros, o grande "mecenas" negro do apocalipse ou  da nova ideologia de género, a morte anunciada da mulher biológica e da Mãe. etc.

NÃO. As mulheres não se unem porque dentro delas reside a divisão fulcral ou a cisão fundamental que separa cada mulher de si mesma e da outra e as torna antagónicas e rivais desde sempre em luta pelo homem e em defesa do Sistema patriarcal, pois foi o patriarcado e a religião que criou e cimentou essa divisão nas mulheres ao dividi-las entre a santa e a puta. Esse é o cisma. E elas não conseguem sair deste circulo vicioso a que estão presas há séculos. Mudam as leis e mudam os cenários mas a prisão oculta que subjuga as mulheres é a mesma!
Eu podia falar do homens e apontar os seus erros e como eles dominam e abusam das mulheres, mas para mim o importante é que a Mulher se consciencializa ela própria daquilo que a separa e divide em si mesma e em consequência uma da outra porque é o mesmo que a divide e impede de ser una em si. Porque quando a mulher for uma Mulher inteira e senhora da sua verdade, fiel ao Principio Feminino e travar apenas  a sua batalha por ela mesma ela poderá viver na mesma vibração que a outra mulher mas não enquanto estiver em luta a defender a causa do Pai e de Deus seja qual for a sua crença - ela é um produto dessa mesma causa que luta contra e não pode sair sem mudar de rota, sem mudar de rosto.
Penso que quando a mulher for A Mulher, Apenas Mulher, não mais terá necessidade de ser isto ou aquilo por acréscimo para se valorizar ou definir ou aderir a ismos de qualquer espécie. Quando a mulher for a sua própria causa e souber lutar por ela mesma e por uma Consciência de si integral e ontológica ela será naturalmente uma aliada das mulheres em essência, pois não se trata de causas mas da essência primordial. Possa a mulher tocar e viver nessa essência e as batalhas inúteis que trata e em que se desgasta ela fará a diferença e será o elo de mudança através do amor e da harmonia e não do conflito e da guerra.
Quando a mulher atingir esse estadio de plenitude que é ela mesma nada poderá obstaculizar o seu caminho pois ela caminhará imponente e majestosa como uma Rainha que é...não mais vestirá a pele de  uma serva de uma súbdita, de uma escrava em luta pela sobrevivência, rastejando perante o poder e o dinheiro…nem pela igualdade com outros escravos.

Deixo-vos um muito elucidativo trecho de uma entrevista de Natalia Correia hem 1987... Ela disse tudo, mas as mulheres continuaram a perseguir o poder masculino em vez de se buscarem dentro de si...não digo na poesia, mas na sua verdade intrínseca, a sua Natureza feminina que é a essência da própria poesia...
rlp

"Há quem pense, e talvez com certa razão, que a mulher deve entrar no mundo da política para, dentro desse universo, desenvolver as suas ideias e a sua acção. Mas eu penso que quando uma mulher entra nesse mundo, ela própria é obrigada a submeter-se a padrões que ameaçam toda a sua natureza, a natureza da sua cultura. Ela é levada a transigir, torna-se numa cópia daquilo que já é mau nos homens. Eu penso que a acção da mulher deve desenvolver--se fora da política do Poder. Uma acção política de contra-poder. Pela recusa.
O que é a poesia se não uma magia branca, para fazer recuar as forças tenebrosas que querem destruir a vida?! "

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