O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, outubro 09, 2013

ENCONTRAR UM CAMINHO SEU...

“AS MULHERES ESTÃO NO EXÍLIO HÁ MAIS DE 5.000 ANOS...”
 

 



A ESPIRITUALIDADE FEMININA É DIFERENTE DA MASCULINA
 
 
"Toda a área da espiritualidade feminina se encontra em branco. Muitos dos escritos de freiras foram perdidos. De qualquer forma, as mulheres não escreveram muito sobre a busca espiritual.... As mulheres tem sido afastadas de posições importantes na maioria das religiões instituídas.
A espiritualidade feminina parece diferente da masculina. Menos orientada para objectivos. Pode alterar a noção do que é iluminação. Mais vasta e abrangente; mais uma vez amorfa.
(…)
A espiritualidade feminina é difícil de ver, difícil de definir. Quais são os estádios, os passos, o treino? Será que fazer croché ou malha é tão bom como a meditação para treinar a atenção e serenar a mente?
Um contínuo, com o desenvolvimento espiritual masculino num dos extremos o feminino. O masculino já foi definido, o feminino não. Montes de variações entre os extremos. Será que existem caminhos paralelos mas diferentes/separados (…)?”*


* Treya in FORÇA E CORAGEM DE KEN WILLBER
 
 
 
Estas são respostas que as mulheres devem encontrar em si...mas antes das respostas eu acho que nem sequer chegaram ainda às perguntas.
Estas questões são colocadas por uma mulher inteligente, acabada de casar com um escritor extraordinário, apaixonada, que logo após o casamento descobre-se  ameaçada de cancro e que fazendo tudo o que podia e de alternativo morreu na mesma, mas não sem antes chegar a esta brilhante conclusão: que a sua doença teria a ver com a forma como viveu imitando o Pai e negando a Mãe e o feminino profundo...
Muitas das mulheres que morreram ou se debatem com cancros têm na origem da sua doença essa mesma negação de si e vivem em conflito permanente entre o que sentem e  são no fundo e pressentem que são ou gostariam de ser e a razão que lhes é imposta pela sociedade que exige das mulheres  uma atitude masculina e agressiva, para além de toda a violência, que sofre directa ou indirectamente, pelo meio ambiente, seja pelos meios de comunicação, impressa, publicidade, arte etc. atingindo o seu extremo na violência doméstica seja ela física ou sexual e psicológica. 
 
AS mulheres precisam de repensar a sua existência e a forma como são tratadas e olhadas...e a falta de respeito com que são tratadas em todo o lado...regra geral e que elas aceitam a priori como natural. Não são só os "piropos", os assédios sexuais no trabalho, o olhar  ofensivo do homem da rua, não, porque a televisão e o cinema se encarregou de tornar tudo isso normal e ainda por cima culpabilizar a mulher, mas mais do que tudo a negação de si mesma, da sua identidade e não ter direito a sua dignidade...isso é o que mais fere a mulher mesmo que ela não saiba as razões...
Para além de tudo isto, que é uma consequência directa da divisão da mulher em duas - a santa e a puta - pelas religiões, o facto é que mesmo as mulheres que buscam alívio na fé ou na religião...não ENCONTRAM UM CAMINHO SEU, feminino, uma linguagem que a não denigra ou anule...tal como dizia Treya no seu diário... "Toda a área da espiritualidade feminina se encontra em branco" é um universo em branco...
 
rlp

Sem comentários: