“Não és uma verdadeira mulher. Se o fosses saberias que és mais velha do que o homem.”** In A MADONA de Natália Correia
...Há neste momento uma grande confusão de ideias em todos os círculos e todos os géneros de pessoas! Há uma perigosa onda de ideias que se confundem completamente e se atropelam como seja as ideias da esquerda e da direita e tudo está baralhado e invertido. Os valores sociais e morais foram completamente invertidos. As esquerdas defendem valores de direita e nalguns casos a direita defende ideias de esquerdas e vive-versa.A confusão e a desordem é global. Caminhamos a passos largos para o caos social e humano...
Restam as mulheres... a minha esperança está hoje nas mulheres...numa revolução interior de consciências feita de dentro para fora...
Restam as mulheres... a minha esperança está hoje nas mulheres...numa revolução interior de consciências feita de dentro para fora...
Lamentavelmente as mulheres negam-se ainda a si mesmas para defender AS IDEOLOGIAS DO HOMEM e estarem do lado do poder e assim preferem lutar contra as mulheres e defender os homens do que se entenderem e se darem as mãos... elas continuam inimigas potenciais umas das outras...lutando e rivalizando entre si por causas dos homens...
Algumas mulheres porém acusam-me até de defender uma ideologia anti-casamento ou anti-familia ou acabar com a procriação, ou que estou contra os homens sem perceber que apenas defendo os Círculos de mulheres, o convívio de mulheres, o resgate de uma sororidade verdadeira, por uma necessidade premente de haver respeito pela herança maternal ou matrifocal, como que o reclamar de uma herança, pela emergência e a grande necessidade de dar maior valor a Mulher em si e à autoridade da Mãe. Mas a Mulher não é só mãe, o seu valor não é só o de ser mãe. Ela é antes de mais um ENTE... ela é um ser inteiro e em si total.Não, eu não percebo que as mulheres estejam mais empenhadas em defender os homens que as massacraram do que a resgatar essa sua essência - a sua matriz, a sua voz interna...
As mulheres são metade da humanidade sujeita a outra metade… e grande parte das mulheres foi condenadas a prostituição, condenada a vender o corpo para sobreviver e não porque querem - é tempo das mulheres se afirmarem por si e não pelas ideias dos homens e continuarem ao seu serviço.
O meu único propósito ao escrever é tentar que as mulheres tenham consciência do seu VALOR PER SE e não continuarem a viver como viverem até aqui sendo apenas objectos de produção e consumo sexual e serviços. O que digo é apenas no sentido de acabar com a hegemonia masculina e a mulher ter direito a uma identidade para lá do homem.... E isso não significa o fim da humanidade porque a humanidade já era humanidade e muito mais humana e profícua antes da instituição do casamento que submeteu a mulher a serva do homem e da sociedade e que ao mesmo tempo criou a prostituição, segundo diz Jung …
Lamento que as mulheres pensem contra elas próprias e não vejam a base e a origem da sua escravatura ou servidão, por mais sofisticada que hoje em dia seja, seja ela dentro de um sistema capitalista, comunista ou liberal - é tudo igual. A mulher seja ela a dona de casa e do lar, seja ela a executiva, medica ou advogada, ou a dondoca, a vadia ou a mulher "sexy e livre" que se submete ao prazer e a vontade do homem sustentando uma imagem fictícia de si não é uma verdadeira mulher!
O que escrevo parece radical e há quem me acuse de fundamentalista, mas o que escrevo só é radical na medida em que vai RAIZ do problema…
Não escrevo contra os homens mas a favor das mulheres - porque as mulheres aprenderam a pensar como os homens e se esqueceram da sua verdadeira voz, a voz do útero. E em vez de se sentirem na sua pele, pensarem por conta própria, como mulheres, com o corpo, com a alma e o coração...com o feminino, não, elas imitam e copiam e seguem o dono, a Voz do Dono...
rlp
"A mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reserva, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impor ao mundo ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas.
É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo. É aquilo a que eu chamo o cansaço do poder masculino que desemboca no impasse temível do tal equilíbrio nuclear que criou uma situação propícia a que os valores femininos possam emergir, transportando a sua mensagem.”
NATÁLIA CORREIA, in Diário de Notícias, 11-09-1983
(excerto de entrevista concedida a Antónia de Sousa)
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