O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, fevereiro 09, 2022

a viagem para encontrar lilith

 


COMO CONCILIAR TRABALHO E UM CAMINHO ESPIRITUAL?

Sabemos que é muito dificil conciliar o trabalho remunerado e muitas vezes mecânico com outro projecto de vida, sobretudo no dominio espiritual. A tendência é arranjar alternativas. O problema porém, não é só o da subsistência económica mas também o de uma vivência prática no sentido do lapidar do ego... Onde somos obrigad@s a largar coisas e a lutar por um centro...
Eu hoje, que estou reformada há já 10 anos, percebo que o trabalho que fiz durante grande parte da vida e que tanto me custou pela rotina, pelo vazio, foi o que me preparou, a par de um certo conhecimento, para me libertar de muitas ideias feitas, orgulho e muitos complexos, assim como de contradições e idealismos. Porque o nosso ego está sempre pronto para nos colocar num pedestal qualquer e contra tudo, se não sofremos alguma confrontação com os outros... Se isso não acontecer e formos sempre senhores da situação julgamos que somos superiores ou que sabemos tudo... A tendência humana, sobretudo se temos algum poder, é sentirmo-nos superiores as outros! E se isso não acontece num mundo dito "espiritual", é porque ele é maioritariamente ficcionado e todos simulam um bem e paz e amor, em que tod@s somos as melhores pessoas do mundo e muito boas e até mesmo os melhores; por isso achamos que deus nos ama ou a deusa nos acode se fizermos como nos dizem ou como nos mandam...? e não fazemos mais do que repetir o que a igreja fez com os humanos, mentir e escravizar, controlar.
Sei que sou um pouco crua e dura na minha visão, mas é como vejo as coisas hoje. Nada disto é fácil, mas o drama é que se idealiza e não se é verdadeiro quanto aos nossos erros e defeitos e andamos a mentir em nome não sei de quê...
Por exemplo, as Iniciações...isso era tão, mas tão elevado e para quem fazia o percurso todo em consciência e não andava a brincar pois era a coisa mais séria de uma vida. E é ainda. Mas é um caminho só nosso e só nos sabemos de nós e eu pessoalmente não me atrevo a dizer a ninguém...É POR AQUI...
Tive sorte em escrever livros) dizer o que sinto, expressar as minhas duvidas e experiências e algumas poucas certezas que tenho, mas sobretudo sempre fui fiel a necessidade imperiosa de verdade sem medo... o que me torna numa persona não grata. Para mim o único diapasão é o amor que ressoa comigo e é ele que faz abrir o meu coração onde se situa a verdadeira inteligência...
O meu tamanho é tão pequeno como diante destas colunas do Templo de Luxor...
rlp




Deixo UM TEXTO aqui publicado em 2014 (de autor anonimo? retirado do Blog Janela da Alma) e que continua super actual... diria, mais do que nunca evidente!

"Nossa civilização é doentia, hipócrita, psicopata. Autoridades religiosas nos ensinaram que somos pecadores, que somos um erro da Natureza, um erro de Deus: estranha concepção do Divino.
Deus seria um pai incompetente, que mandou seu filho único sofrer, de maneira inútil, para salvar a turma de vagabundos que somos e fracassou. Não é bem assim: Deus não é neurótico, nem somos vagabundos.

Há cinco mil anos atrás, mais ou menos, ocorreu uma revolução, quando a humanidade passou da vida perigosa da caça, devendo enfrentar feras, para a vida mais tranquila dos pastores de rebanho. Antes, quem dominava era a mãe, a vida, a intuição da mãe, capaz de avisar os caçadores: "Não vão por aí, tem feras. Mas, para lá, vão encontrar caça." Com a vida mais tranquila dos pastores, essa faculdade pareceu menos importante e o Pai pôde tomar o Poder. Ele tinha medo do Poder feminino: proibiu. Faz cinco mil anos que é proibido ser mulher. Ser mulher é um pecado imperdoável em um mundo patriarcal. A Bíblia começa pela culpa, continua pela culpa, acaba no Apocalipse da culpa e a culpa é de quem? Da mulher!
A imagem máxima em nosso mundo interior é a imagem de um Deus Pai. E a Mãe? Fazemos de Deus uma palavra masculina: é um erro de gramática que, de maneira subtil, condiciona nosso inconsciente. Rezamos o "Pai Nosso", sem perceber que essa oração distorce nossa inteligência, nossa alma, nossa sensibilidade, nosso destino. Deveríamos rezar "Pai Nosso, Mãe Nossa. Mãe Nossa, Pai Nosso". Os Evangelhos contam que Jesus ensinou essa oração. Os Evangelhos não estão bem informados. Existe ainda um monólito da Babilónia, gravado dois mil anos antes de Cristo, que contém, palavra por palavra, essa oração patriarcal. Somos condicionados a perceber apenas a metade masculina do Divino, apenas a metade masculina da Realidade. Mas quem percebe apenas a metade, não é capaz de compreender a metade! Esse mundo que rejeitou a dimensão feminina da Realidade não é um mundo masculino, mas apenas um mundo patriarcal, um mundo de pastores de ovelhas. Até hoje, algumas pessoas se dizem Pastores. Não somos ovelhas. Somos gente.
Jung, de maneira confusa, fala dos arquétipos que condicionam o inconsciente colectivo. Os egípcios antigos tinham uma concepção clara dos arquétipos. Usavam, conscientemente, os arquétipos. Quando mudava a época, o momento da evolução, tinham a energia, a coragem de destruir templos, para edificar novos templos aos novos Deuses, aos novos arquétipos capazes de orientar uma civilização. A civilização deles perdurou quatro mil anos.
O novo arquétipo capaz de orientar nossa civilização patriarcal em agonia, o novo Deus é a Deusa. Claro que o Divino, no plano espiritual, não tem forma, nem masculina, nem feminina. Mas, no plano astral, no subconsciente, tem uma forma. Consoante a forma que subconscientemente damos ao Divino, a forma que, subconscientemente, damos à Realidade, nossa vida é neurótica ou sadia. Nossa vida era neurótica.
Estamos diante do desconhecido. Os valores femininos foram rejeitados. Nenhuma teoria pode nos ajudar. Uma teoria é apenas um fragmento de Realidade e, pior ainda, lida apenas com o conhecido. Mas, se usarmos a imagem simbólica da Deusa, se imaginarmos e amarmos a imagem máxima do feminino, vamos fazer isso de maneira racional, sabendo o que estamos fazendo. Nossa imaginação vai compreender. Nossa sensibilidade vai compreender.
Vamos sentir, perceber a imensa dimensão feminina do Universo. Então, vamos também perceber a verdadeira dimensão masculina da Realidade. Vamos perceber a Realidade e a Realidade é linda: é divina.
Para descer ao mais profundo, precisa subir ao mais alto. Para dominar o subconsciente mais escuro, precisa ter acesso ao supra consciente. A viagem para encontrar Lilith começa com uma viagem a Urano, uma viagem ao supra consciente."*

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in janela da alma

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