O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 14, 2022

um testemunho terrifico



Moira Greyland 

“Eu nasci dentro duma família de famosos homossexuais pagãos no final dos anos 60. A minha mãe era a Marion Zimmer Bradley, e o meu pai era o Walter Breen. Entre os dois, eles devem ter escrito mais de 100 livros: a minha mãe escreveu livros sobre a ficção científica e sobre a fantasia (Mists of Avalon), e o meu pai escreveu livros sobre a numismática: ele era um perito em moedas. (...) A minha mãe abusou de mim desde os meus 3 aos 12 anos. A primeira vez que eu me lembro do meu pai me fazer algo de violento, eu tinha cinco anos. Sim, ele violou-me. Eu não gosto de pensar nestas coisas. Se querem saber mais sobre as suas maldades com as meninas pequenas, e se por acaso têm um estômago forte, googlem por "Breendoggle", que foi o escândalo que QUASE o afastou para fora do mundo da ficção científica."

A mim ocorreu-me este ser mais um ataque à Mulher na pessoa da escritora, pensei que podia ser mais uma manobra TRANS contra a familia e a mulher... mas ser a filha a denunciar a mãe, passados quase 20 anos depois da sua morte, e ver ser atacado o ícone da literatura mais representativo da história do feminino sagrado, essa eu não esperava. Fui ver e essa denuncia e ela já data de alguns anos, sendo o livro da filha relativamente recente.
Fiquei abalada porque foi um livro chave na minha vida há cerca de 40 anos - li-o (em francês) por volta dos meus 36/38 anos - e chorei a cada página de memória acordadas... rezando para que o livro fosse traduzido para português, mas hoje eu vejo como estas realidades e estas misticas e os movimentos do sagrado feminino, se tornaram tão paradoxais e que, sem se chegar a estes extremos, há tantas incongruências nesse meios e tanta superficialidade que nem sonho o que se passe a um nivel mais obscuro, até porque em Portugal somos medrosos e incapazes de grandes males... e as coisas mais escabrosas ficam escondidas no porão dos tribunais.
Por outro lado penso que os americanos/as são muito infantilizados e sem grande elevação moral, são um povo imbecilizado pelas seitas cristãs, cheios de preconceitos e violentos, tirando como é obvio, as raras excepções e seres notáveis, que os há em todo o lado, e por isso acabo por não ficar assim tão espantada, embora ferida de morte...
Mas também sei o quanto uma filha pode odiar uma mãe... e viver na sombra desse ódio. Quanto à autora ser lésbica - o que não sabia - seria algo natural, do ponto de vista das escolhas humanas, mas no caso destas acusações, é bem mais grave pois trata-se de abusar da sua própria filha, uma criança, é terrifico. Mas quero deixar um mas... haverei de abordar o tema do ponto de um ponto de vista diferente, sem o efeito dos extremos que se chocam ...
Ah! Sem duvida que a pedofilia é a mais aberrante de todas as perversões humanas, mas ainda me custa aceitar na integra esta informação que nem é nova sequer...
Não sei a que ponto de loucura se pode chegar... embora os génios sejam sempre loucos...como sei bem que quanto maior é o tabu e a censura social e a repressão dos instintos, maior é a perversão do Homem e da mulher. Mas sobre a mulher direi sempre que o seu drama é essencialmente ela NÃO SABER DE SI EM ESSÊNCIA e o facto de a sua psique estar dividida a expõe a predadores de todos o tipo e seja, em que situação for ela sofre as consequências dessa divisão da sua psique há milénios. Não consigo amputar-lhe toda a culpa de tamanho desvio…
rlp


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