O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 20, 2018

DOMINIO E VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES



O Poder,
Opressão e Dependência na Construção da Subjetividade

"A sexualidade, como manifestação biopsicossocial do ser humano, sofreu através da história, toda a sorte de controlo por interesses diversos. Negada ou incentivada, a Igreja, o Estado e o poder económico sempre se valeram deste meio profundo do relacionamento humano (onde a afectividade e o prazer formam a base motivacional), para dominar, corromper, atemorizar ou lucrar. Actualmente a exploração comercial da sexualidade feminina, oferece uma ideia superficial, desvinculada do afecto, sustentada em modelos descartáveis, consumista, estereotipados e preconceituosos, com a imposição da estética e como prerrogativa exclusiva da juventude.(...)
Com o prazer vinculado a um corpo que engravida, que gera, que culpa e martiriza, as mulheres protegem-se num contrato social definido por leis, que longe de garantir-lhe este almejado prazer, obriga-lhes após tantas expectativas frustradas, à manutenção da relação dependente, neurótica, sadomasoquista para fugir, da categoria pejorativa criada culturalmente para as mulheres que estariam desprotegidas destas leis. Seriam as "descasadas", "mães solteiras", "largadas do marido", "as que estão em falta"."

Por Maria Alice Moreira Bampi

O SEXISMO

"O sexismo é uma ideologia homeopática terrivelmente eficaz. Infiltra-se no terreno e assume discretamente a função de qualquer ideologia influente: confortar o dominante justificando o seu domínio, e convencer @ dominad@ que ocupa, de forma perfeitamente justa, o lugar que lhe cabe. Temos assim a confirmação, dia após dia, que os homens não têm culpa e as mulheres não têm capacidade. Desculpabilização para uns, alienação para umas: o Sistema já está rodado. Ego inchado para os primeiros, falta de auto-estima para as eternas segundas."

Isabelle Alonso
in Todos os homens são iguais...mesmo as mulheres.


O QUE É QUE SE REPETE NA HISTÓRIA?
PORQUE QUEREM AGORA OS GOVERNANTES QUE A MULHER VOLTE PARA O LAR?
O que marca os discursos de Trump Putin e Temer e o polaco nazi deputado da União Europeia?

“A grande obsessão dos homens continua a ser a liberdade das mulheres: já não se trata de queimar uma boa parte delas, como no tempo das bruxas, mas a lei, uma vez que o Estado tem condições de, em nome da sua soberania, promulgá-la e fazê-la aplicar, é um meio que permite refrear a autonomia de todas as mulheres. Impedidas de ser um poder real, perdem esse outro poder que em tempo de incerteza sobre a sua identidade os homens lhes tinham imaginado: as bruxas podem desaparecer. A vassoura que outrora lhes servia para fugir do lar será doravante usada pelas mulheres...para varrer, reencontrada uma serventia que nunca devia Ter perdido.” (...)*


in As Putas do Diabo - de Armelle Le Bras-Chopard (ed. Temas & Debates)


"Faça o que fizer, a mulher tem de o fazer duas vezes melhor do que o homem, para que se lhe dê igual valor. Ainda bem que não é difícil."


Charlotte Whitton

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