O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, novembro 01, 2019

O AMOR HUMANO



HÁ INTELIGÊNCIAS INCONSCIENTES..



"A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções."- Fernando pessoa



DE QUE AMOR FALAMOS NÓS?

Uma amiga a propósito e descordando de um texto de Fernando Pessoa sobre o "Metafísico Inimigo" afirmava que o amor existia ao contrário do que ele diria…"Se alguma coisa há que esta vida tem para nós, e, salvo a mesma vida, tenhamos que agradecer aos Deuses, é o dom de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós mesmos e de nos desconhecermos uns aos outros.
A alma humana é um abismo obscuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo. Ninguém se amaria a si mesmo se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade, que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de anemia.
Ninguém conhece outro, e ainda bem que o não conhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, ainda que mãe, mulher ou filho, o íntimo, metafísico inimigo." 


Eis o que eu penso, muito sinceramente do amor…

Alguém duvidou que o  texto fosse de Fernando Pessoa mas é mesmo do Pessoa e ele sabia bem o que dizia. A questão é que ele fala do plano metafísico e não do ponto em que nós lemos que é de superfície...
Todos nós julgamos que amamos...os outros...mas é tudo apego, só apego. Todo o amor humano é meramente apego...e o apego tem muitas variantes... sensações epidérmicas e sanguíneas, vasos comunicantes, linhas de contacto, nervos e pele, tudo é uma mistura realmente viscosa de uma substância adesiva, colante, impregnada de um tóxico qualquer, que nós chamamos amor...O resto é semântica. O Verdadeiro Amor de que falas, que ama tudo e todos...ou pensas que sim, é uma Consciência acima de toda essa realidade física e psíquica...É Paz é Serenidade e tem de ser plenitude, totalidade...mas nada tem a ver com amar os outros e menos ainda quem a gente julga que ama em particular...Para mim são planos de realização e compreensão diferentes...Eu não amo uma pessoa, amo o que eu penso que ela é...já ele dizia algures também...amo uma projecção minha um meu reflexto activado por uma carência. Ninguém ama ninguém, mas ao nível terreno os apegos geram esses amores sensações químicas e afectações mais do que afectos (afinal que são os afectos senão afectações psico-quimicas?) e até paixões que nos prendem e fazem bem e mal uns aos outros. Que é isso de amar alguém que nos despreza ou trata mal? E vice versa? Tu és romântica ou uma idealista...eu já não sou. O amor de que falas para mim é uma mera convenção para os nossos apegos e paixões diferentes, mas sempre apegos...não há amor humano desapegado ou neutro ou acima da dualidade. Penso que o Amor de Deus ou o amor de dentro O AMOR VIBRAÇÃO, O AMOR ENERGIA, nada tem a ver com "amar os outros", mas sim respeitá-los como entes quando nos reconhecemos a nós também nessa identidade superior...mas esse amor não ama em particular e sim toda a gente e mesmo filhos e amantes serão iguais a esses olhos...e o resto é o nosso envolvimento afectivo o nosso enleio pessoal o nosso desejo e a nossa carência. Pelo menos é assim que sinto penso e vivo o Amor...porque esse Amor maior...ama tudo mas só IRRADIA, não afecta...

rleonorpedro - escrito em 2013

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