O YIN E O YANG
Sabemos que as qualidades do feminino (negativo) e do masculino (positivo) estão expressas desde logo nos princípios do universo, como o são representativos o Yin e Yang por si mesmos, assim como ambos os princípios estão implicitamente inscritos dentro de cada ser humano que se realiza ou se consciencializa de um propósito de vida mais elevado. Contudo não é assim tão fácil para o homem conhecer o seu yin porque a mulher nesta sociedade não espelha o seu verdadeiro feminino mas de facto o seu lado yang. A mulher foi obrigada a desenvolver o seu lado yang reprimindo o seu lado yin e por isso enquanto que na mulher o masculino pode ser integrado facilmente porque a mulher já tem meio caminho andado no sistema, em relação ao homem é mais difícil ele ter o espelho do verdadeiro feminino que por sua vez nele não só foi reprimido como desprezado - um homem não sente nem chora! Portanto o problema maior a meu ver é que a mulher estando desligada do seu feminino ontológico ela não pode espelhar o feminino ao homem nem ela própria pode ser a sua plena expressão como mulher. Tudo isto gera grande confusão nas mulheres e nos homens porque a cultura e tradição patriarcal apenas defendeu o masculino como valor e pior que isso inverteu todos os valores e assim como os princípios. E é ai que começa a confusão das mulheres cujo ego masculino predomina nelas, e passam a reverenciar o masculino como deus, esquecendo que é o homem que tem de honrar e reverenciar a Mulher, e não a mulher o homem...Porque é a mulher que é a mãe e inicia a criança, tal como é ela a iniciadora do homem como amante. Esta ordem foi invertida e subvertida ao longo dos séculos e assim como todos os valores do feminino e por isso nada funciona nas relações...e as mulheres do dito "sagrado feminino" que deviam se focar na sua própria essência e descoberta da mulher total, estão de novo a querer cuidar e amparar o homem-criança ferido em vez de fazer o seu trabalho de resgate de si própria. Por isso quando vejo mulheres virarem-se para os homens em busca do masculino sagrado e a querer curar a ferida do masculino em vez de olharem para as suas feridas e curá-las elas estão a honrá-los e em reverência, em vez de se fazerem honrar a si e à Deusa …
Diante deste cenário fico agoniada e revoltada. A Mulher é a Natureza ela a Mãe Gaya...é ela que tem de ser reverenciada e o homem deve servi-la e amá-la...
Se os Polos Opostos e complementares da Natureza Humana, os Princípios feminino Yin e o Princípio masculino Yang estivessem integrados e equilibrados, se a mulher fosse a Mulher e o homem fosse o Homem apenas e se a Natureza dos seres fosse a original, a natural, aquela com que se nasce e não viesse primeiro uma moral ou religião, depois uma filosofia ou uma ciência e agora as teorias de género a quererem definir o que é normal, os seres humanos seriam só e apenas SERES HUMANOS. E isso seria tudo.
rlp
(tema a desenvolver)
Yin e Yang
“Quando as energias deixam de estar representadas ou de serem canais ”apropriados”, o cerne andrógino que todos nós seres humanos possuímos poderá vir à tona e proporcionar-nos uma nova desenvoltura de estar no mundo e de estar connosco mesmos. A transferência de energia entre as constelações de contrários – seja entre o racional e o mitológico, o ego e o animus-anima, o Yin e o Yang, ou qualquer que seja a designação que usarmos para as energias Feminina e Masculina _ ou seja, deslocamento de energias outrora consideradas separada, irá ocorrer tão rapidamente, tão suavemente, que a oscilação será praticamente indiscernível. Teremos uma situação dinâmica no microcosmos, e as energias irão impulsionar activamente o organismo humano. Porém, visto da perspectiva do ser humano como um macrocosmos, haverá uma aparência de equilíbrio. Sem qualquer sentimento de disjunção, podemos ser ao mesmo tempo ternos e firmes, flexíveis e fortes, ambíguos e precisos, capazes de acalentar e de orientar, de doar e de receber. (...) Numa interacção andrógina, o indivíduo está ciente do funcionamento simultâneo do aspecto intuitivo (pelo qual é capaz de de apreender conjuntos inteiros) e do aspecto sensível (em que cada diminuto elemento de uma situação é vista em sua relação com a totalidade)”.
in “ Androgina: Rumo a uma Nova teoria da Sexualidade” de June Singer
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