O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quarta-feira, setembro 01, 2010
AS MULHERES SÃO "METADE DO CÉU"...
E MAIS DE METADE DA TERRA...
Oprah show Convidou Nicholas Kristof e sua esposa e co-autor, Sheryl WuDunn para discutir seu livro Metade do Céu , a conversa foi esclarecedora mas também um tanto frustrante.
(…)
Kristof começa por discutir a forma como o problema do século 20 foi a escravidão e a desigualdade de género é o principal problema do século 21.
Ele e Wu Dunn lançaram então em uma discussão de longo alcance sobre as suas observações das zonas de conflito global. Celebridades como Angelina Jolie , George Clooney , Ben Affleck , Demi Moore, ea secretária de Estado Hillary Clinton também fez segmentos para o show.
Embora o esforço tenha sido maravilhoso para a tomada de consciência, sentiu-se que alguns problemas como se fossem encobertos. Por um lado, imagens de mulheres que vítimas foram mostrados muitas vezes - mas onde estavam aqueles que infligiram o sofrimento? Um guerreiro foi apresentado no início do show, mas os autores estiveram ausentes desta narrativa. Onde estavam os proxenetas? Ex-escravas sexuais como Long Pross foi esfaqueada no olho por um proxeneta feminino - mas isso foi apenas aflorado. No clip acima, Kristof também traz à tona a forma como o proprietário de um dos bordéis também é um funcionário da polícia local."
(...)
Nota à margem:
Ontem vi este programa por acaso e em atraso, pois o programa foi para o ar em Dezembro do ano passado, creio, mas teve grande impacto em mim pelo que vi e ouvi.
Pensei imediatamente como é que ainda há pessoas que me consideram desfasada da realidade e exagerada quanto ao tema exaustivo da mulher e a forma como no mundo ela é abusada e explorada ainda no mundo inteiro e a suas causas mais remotas.
Eles diziam que nos últimos 50 anos foram mortas mais mulheres no mundo do que homens nas últimas guerras. Esta política de morte esta cultura de morte que recai sobre a mulher como a principal vítima é segundo o autor do livro comparado ao problema da Escravidão no século passado.
Vamos continuar a alhearmo-nos disso e fazer compras nos Shoppings muito descontraídas, pensando que a mulher é livre e emancipada só porque pode ter uma colecção de sapatos e fazer operações ao rosto e por silicone no peito, enquanto milhares de jovens são forçadas a prostituir-se e são feridas?
Há Bordéis, disseram que têm um canto para a Tortura das mulheres...se esse for o gosto do cliente...
E há mulheres inteligentes que se dão ao luxo ainda de serem e cultivarem a estética ou o "amor" sado-masoquista? Quando mais de metade de Humanidade é sujeita aos crimes mais hediondos em nome do "prazer" do homem...?
EM QUE MUNDO VIVEMOS HOJE?
rosaleonorpedro
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4 comentários:
Parabéns Rosa pelo blogue. Já cá estive várias vezes embora com outro mail. Não posso deixar de questionar se, por exemplo, estou a ser muito crítica com as mulheres que fazem aquela publicidade dos iogurtes, dos chocolates que não engorda? É que é sempre aquela coisa do ideal de ser magra inculcada na cabeça das mulheres.
É programas de como se vestir dirigidos só a mulheres, produtos de limpeza, detergentes em que só aparecem mulheres.
Será que estou a exagerar quando acho que isto é demais? Preferiria que assim fosse.
aqui no Brasil a noticia de quer uma mulher morre a cada duas horas fez menos estardalhaço do que as notícias exploradas pela Imprensa Abutre, a saber, o assassinato de Mercia Nakashima e Elisa Samúdio. Duas mulheres mortas pelos seus companheiros, mas não curiosamente recebem tratamento diferenciado. Uma é a "menina boazinha", a outra é a "Maria Chuteira".
Leonor, dou-lhe toda a razão. Os homens, antes de tudo, pensam primeiro em si mesmos. Tudo o que dizem sobre o fazer para o outro ou a comunidade ou a família está cheio de ciladas. Há no homem uma espécie de danação de conquistar e ser alguma coisa neste mundo, daí ele ser um lobo disfarçado de cordeiro. Ele serve-se primeiro a si mesmo, em nome de uma conquista, nem que para isso aceite o papel de escravo ou lambe-botas.
Á mulher, ele, enche-a de promessas que nunca realizará. Ele só lembra da mulher quando está com tesão ou quando esta tem alguma coisa a acrescentar ao cominho e que lhe promova sucesso; ou quando esta está para fugir ou anda repartindo a energia com um outro. O homem é um natural vampiro do feminino, porque faz uso dele para se abastecer internamente e gerar novas criações.
Tudo isto funciona em camadas profundas da psique e em distintas áreas. Por isso quando a mulher acorda, geralmente já é tarde. Perdeu parte do seu quinhão nessa entrega infrutífera. Quando o homem afirma que dá liberdade à mulher, ele está contando apenas mais uma história, porque a frase em si, já é uma prisão e logo uma armadilha.
Eles são maus e vingativos com a mulher. Não perdoam as traições, e sem perdoam, é porque já vacinaram o coração com umas tantas traições. O jogo de um homem é sujo, é inválido e corrupto. Quanto mais inteligente é, mais ele faz uso dessa ferramenta para manipular. Quando mais ele se distancia emocionalmente da mulher, mais ele usa e abusa da sua linguagem de bom contador de histórias.
A vocação do homem não é para o amor (só os grandes homens poetas e alguns místicos e talvez os eunucos), é trabalho – guerra – poder – sexo. Reza a história que as mulheres sempre foram as fiandeiras, mas neste mundo elas não o são, e são apenas burros de carga. Qual é o respeito que o homem pode ter pela mulher, aquela que o carregou por nove meses? Nenhum!! Ele esquece o lugar de onde veio, apenas quando uma doença o abate é que ele proclama aos sete ventos o conforto. Não o conforto material, mas o conforto da carne e da alma. Coisas que só o coração, a mão do feminino podem conceder, e paradoxalmente o que ele tanto renega e enxota!!
Concordo consigo. Às vezes dói, mas apenas porque a consciência é pequena. Tudo isto não devia ser uma batalha, em que o homem é o anjo e a mulher o demónio. Há coisas extremamente graves a ocorrerem no planeta. A Terra está completamente doente, e o homem está se matando e cospe literalmente na mão de quem lhe dá o alimento. Impossível confiar naquilo que vem parar às nossas mãos. As ideologias estão contaminadas, os antibióticos carregados de substâncias sintéticas (anti-vida), a agricultura é uma cultura de morte… como podemos confiar nos poderosos que comandam este mundo, nos homens que dizem querer elevar a consciência dos mortais; nas industrias farmacêuticas, nas formações médicas e até no próprio sistema jurídico (visto que este já dá mais crédito ao assassino do que à vitima, já que urge justificar e encontrar psicopatologias ou desvios para escaparem a uma condenação justa…).
Fica difícil de acreditar, de confiar. Os homens estão sempre afirmando às mulheres que não são o INIMIGO!! Eles sempre foram bons publicitários para venderem o seu produto e conseguirem lucros. Certo??!!!
Um abarç
Olá querida Rosa Leonor. Desculpe estar a incomodá-la com desabafos, diria, um pouco, mesquinhos...
Pois bem, há tempos que tento seguir a Deusa, leio livros (li inclusive um da sua autoria "Mulheres e Deusas), sigo blogs... Mas continuo a não me sentir ligada á Mãe Suprema.
Digamos que há tempos cortei o cabelo, assim bem curtinho mesmo, e desde então sinto-me cada vez menos feminina, pois sempre estive habituada ao cabelo grande. E quanto á "dita cuja" vestimenta dos dias de hoje... sinto que a moda feminina é mais masculina do que afeminizada... Já para não confessar que não sou nada fã de calças - principalmente por me aleijarem mais facilmente no meu sexo -, mas tudo bem, é óbvio que posso vestir saias e vestidos... Mas nos tempos de hoje se a moda não for levada a sério somos logo julgadas por "parolas"... Na verdade acho que quando me sinto melhor é quando durmo sem sutiãs e cuecas... sinto-me muito mais livre apenas com um vestido por cima do meu corpo nu...
Admito que apesar de amar a Deusa-Mãe há anos ainda me sinto bastante perdida... Eu sei que temos de confiar nela... Mas neste século em que vivemos sinto que tudo se torna mais complicado.
Desde já um grande obrigada pelas suas pelavras sempre disponíveis a nós, seus caros leitores.
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