“A destruição do tecido social é antes de tudo a destruição da relação mãe-filha, sendo esse o sustendo de toda a urdidura humana, e compreender isso é compreender que essa má relação mãe-filha é a interiorização básica, e mais profundamente arraigada dentro do sistema…”
Casilda Rodrigañez Bustos
Creio na Sabedoria da Mulher e da Deusa como uma experiência intrínseca na mulher madura.
E isso não se compra em pacotes, workshops, nem em livros...Não, não são as leituras, não são os rituais, não são os nossos meros desejos que a fazem ser real nas nossas vidas, mas a nossa consciência alargada, integrada, e a abrangência da alma e do espírito, noutro plano, um plano mais elevado ou triplico (corpo alma e espírito), que nos fazem entender o aparentemente contraditório da natureza humana e da mulher...Mas só aí nos libertamos das nossas contradições e opostos sempre em conflito. Isso não quer dizer que se não viva a alegria e dor a decepção e a esperança ou a mágoa e o prazer...mas já não é o mesmo nem é derradeiro ou exclusivo...A alegria e dor serão sempre espectros da experiência humana, mas a consciência pode colocar-nos acima desse conflito...e é aí que entra a alma...A Visão imparcial da Deusa…
Não julgo ninguém, nenhuma mulher, mas não podemos andar sempre a esgatanharmo-nos por simples discordâncias...Principalmente vejo que não sabemos respeitar as nossas diferenças...seja de idade, seja de posição...Não vemos as três deusas em dinâmica nas nossas vidas e as suas respectivas posições que se complementam...Não vemos que cada cada uma reflecte um aspecto do conhecimento da Deusa em si e em nós...As três fases da vida da Mulher…e vejo que não há ainda respeito pela mulher mais velha sem que a mais nova não venha dizer que não há hierarquias...entre mulheres. É como na família, a avó a mãe e a filha...é só isso...mas hoje queremos que seja tudo igual e democrático...E atiramos as nossas experiências á cara umas das outras como se só a nossa fosse válida e verdadeira. Não abrimos espaço para a diferença. Estamos eivadas do vício da sociedade patriarcal que nos dividiu e nem damos por isso…tornamo-nos revolucionárias e não evolucionárias…
Pessoalmente sinto-me ferida na minha idoneidade, mas notem, não é por ninguém em especial, nenhuma de vocês em particular...de forma alguma...é pelos pressupostos, pelas misturas, pela confusão que geramos entre nós mas nenhuma é a culpada nem causadora de nada...é assim que as coisas ainda são...estamos impregnadas dos valores do Sistema, de valores que ainda nos aprisionam…
Vamos acabar com a CULPA E COM O ERRO…
Vamos trabalhar em nós e ouvindo as outras…aprender a escutar…não apenas a argumentar…a fazer valer os nossos direitos e igualdades…
O problema maior para mim e por onde devemos começar a trabalhar é na nossa relação com a nossa Mãe…ou com a nossa filha…Porque é aí que o sistema nos destruiu na nossa união básica e ancestral...e porque enquanto não resolvermos a nossa relação com a mãe ou a filha...inflaccionamos tudo com essa guerra que trazemos dentro de nós e revoltamo-nos contra todas as que não se situam no nosso ângulo de visão. Eu não nego nada nem nenhum ângulo, apenas só devo falar do meu como complemento...não estou contra as mais novas...nem contra as mais velhas – todas temos o nosso campo de experiência muito válido, não podem é atirá-lo à cara das outras como sendo o único…e digo isto por MIM...para mim!
Por mim sim, apenas gostava que nos respeitássemos mais dentro das nossas características...como uma mãe uma filha ou uma irmã...
Sejamos nós ou representemo-no a nós como a filha, a mãe ou a velha…
rlp
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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